Buscar

apostila-auditoria-e-pericia-ambiental1596574190

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Auditoria e Perícia 
Ambiental 
Sumário 
1. Introdução .........................................................................................................................4 
2. Breve Histórico ................................................................................................................7 
3. Auditoria Ambiental ........................................................................................................9 
3.1. Classificação de Auditorias Ambientais ................................................................9 
3.2. Princípios da Auditoria Ambiental.........................................................................11 
4. Sistema de Gestão Ambiental ....................................................................................15 
5. Valor econômico dos recursos naturais .................................................................19 
5.1. Capitalismo Natural ...................................................................................................20 
6. Métodos de Valoração Ambiental..............................................................................23 
7. Impacto Ambiental ........................................................................................................27 
7.1. Etapas do Processo de EIA .....................................................................................27 
7.2. Elaboração do RIMA .................................................................................................29 
8. Licenciamento ambiental ............................................................................................32 
9. Ação pública e Ação popular .....................................................................................35 
10. Infração Administrativa Ambiental ........................................................................38 
11. Legislação Ambiental ...............................................................................................42 
12. Análise de Riscos Ambientais................................................................................47 
12.1. Como funciona? ......................................................................................................47 
13. Estudos de Caso........................................................................................................51 
Referências Bibliográficas ..................................................................................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
1. Introdução 
Antes da revolução industrial, onde o trabalho era totalmente manual, já se 
achava que os recursos naturais eram inesgotáveis. Com o passar dos anos, 
mais precisamente a partir da década de 1950, percebeu-se que esta ideologia 
estava errada, iniciando a busca por alternativas plausíveis de recuperar o que 
se havia perdido do meio ambiente. 
Na era da informação, onde estamos atualmente, cada vez mais fica claro que 
medidas de proteção ao meio ambiente são necessárias. Os impactos 
ambientais vêm sendo acompanhados detalhadamente pela mídia, fazendo com 
que não apenas as pessoas, mas empresas comecem a ter mudanças de 
hábitos que visem proteger a natureza e seus recursos. Além disso, ao expor o 
que ocorre, a mídia abre margem para que a população exija das organizações 
e do governo um maior controle e preservação do meio ambiente. 
Deste modo, faz-se necessária uma gestão mais eficiente dos recursos 
durante todo o seu ciclo de vida. É neste contexto que surge a gestão ambiental 
como um novo paradigma na tomada de decisão das organizações e uma 
estratégia para obtenção de lucro e melhorar sua imagem perante a comunidade 
e seus stakeholders. 
Dito isso, as empresas estão ficando cada vez mais atentas ao tema “meio 
ambiente”. Isso está altamente relacionado ao fato de que o mercado é cada vez 
mais competitivo e os consumidores estão tendo uma tendência maior a 
escolherem organizações que são eco-friendly. Optar por medidas que não 
agridam o meio ambiente, além de adicionar à sua empresa medidas que 
protejam os recursos naturais é algo de destaque, servindo como um diferencial. 
Ao se tratar da questão ambiental no Brasil é devemos considerar que a 
estruturação da legislação ambiental do país, neste início de século, é uma das 
mais avançadas de todo mundo. A legislação ambiental brasileira tem tido um 
incremento contínuo que tem provocado a ocorrência de diversas infrações 
cometidas pelas empresas por não cumprirem a lei, por vezes, em função de 
simples desconhecimento das leis. Entretanto, a aplicação desta ainda é algo 
raro de ser propriamente visto. 
Neste cenário, as auditorias e perícias ambientais tem feito uma imensa 
diferença. Elas têm como objetivo verificar se as leis ambientais estão sendo 
cumpridas pelas organizações, sendo que a perícia se faz necessária sempre 
que for preciso verificar e comprovar a ocorrência ou ameaça da ocorrência de 
eventos denunciados em processo judicial. Por outro lado, a auditoria consiste 
em um processo sistemático de inspeção, análise e avaliação das condições de 
uma determinada empresa em relação a itens relacionados com o meio 
ambiente, sendo muito mais abrangente e, portanto, o foco deste curso. 
A auditoria ambiental está ligada ao sistema de gestão ambiental (SGA), 
sendo um instrumento utilizado por empresas para auxiliar no atendimento a 
política, práticas, procedimentos e requisitos legais, minimizando ou anulando os 
impactos ambientais. Adicionalmente, este processo pode ainda ser classificado 
de diversas formas levando em conta os critérios utilizados por ela ou então pode 
ser classificada por meio da natureza da parte de auditoria. Entretanto, 
independente do seu tipo, as auditorias possuem princípios gerais, 
planejamento, devendo haver sempre cooperação por parte da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Breve Histórico 
2. Breve Histórico 
Acompanhando a evolução da gestão ambiental no mundo, foi a partir da 
década de 1970 que as indústrias começaram a se preocupar com a aplicação 
e a melhoria das tecnologias para tratamento das emissões de poluentes. Nessa 
época, diversos processos, em especial na indústria química, petroquímica e de 
energia, estavam sujeitos a acidentes graves, como vazamentos tóxicos, 
explosões e incêndios, e esses acidentes ocorriam e geravam prejuízos não só 
ambientais, mas também sociais e econômicos. 
A auditoria ambiental surgiu nos Estados Unidos no final da década de 70 com 
o objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação como uma obrigação 
imposta por agências regulamentadoras após acidentes graves. Ela era vista 
pelas empresas norte-americanas como uma ferramenta de gerenciamento 
utilizada para identificar, de forma antecipada, os problemas provocados por 
suas operações. Deste modo, a auditoria ambiental era considerada como um 
meio de minimizar os custos envolvidos com reparos, reorganizações, saúde e 
reivindicações. 
Já na Europa, a auditoria ambiental começou a ser utilizada nas filiais de 
empresas norte-americanas por influência das suas matrizes. O primeiro registro 
de auditoria ambiental na Europa foi na Holanda em 1985. Em seguida, a prática 
da auditoria passou a ser disseminada para outros países da região, como a 
Inglaterra, a Noruega e a Suécia, também por influência de matrizes americanas. 
A busca de uma normalização padronizada internacionalmente para a 
auditoria ambiental começou a ser discutida em 1991 com a criação do Strategic 
Advisory Group on Environment – Sage no âmbito da ISO - sigla em inglês para 
“Organização Internacional de Normalização”. O resultado dessa discussão foi a 
Série de Normas ISO 14.000 elaborada e publicada internacionalmente em 1996 
por esta organização que reúne organizações de normalização de mais de 100 
países do mundo, entre as quais a Associação Brasileira de NormasTécnicas - 
ABNT do Brasil. 
A auditoria ambiental ainda é iniciante no Brasil e foi implantada de acordo 
com os padrões estabelecidos na maior parte do mundo. Os primeiros 
programas de auditoria foram iniciados no final da década de 80 e início da 
década de 90 por empresas multinacionais de grande porte. Atualmente no 
Brasil, a auditoria ambiental não é mais um procedimento restrito somente a 
filiais ou subsidiárias de empresas estrangeiras. 
No entanto, esta prática continua sendo mais aplicada em filiais de empresas 
estrangeiras e em empresas que apresentam algum vínculo mercadológico com 
o setor externo, principalmente nas que buscam maior competitividade no 
exterior. A norma internacional citada anteriormente foi revisada em 2004 e já 
está publicada em português pela ABNT, como NBR ISO 14001:2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Auditoria Ambiental 
3. Auditoria Ambiental 
A auditoria ambiental é um instrumento valioso que auxilia a empresa a 
conhecer seu desempenho ambiental e a se adequar ao exigido pela legislação 
por meio de uma avaliação sistemática de suas atividades. Além disso, no Brasil, 
a auditoria ambiental vem ganhando caráter obrigatório, e passou a ser exigida 
por órgãos ambientais de diversos estados para, por exemplo, liberar a 
renovação de licença de operação. 
 
3.1. Classificação de Auditorias Ambientais 
A auditoria ambiental, para um empreendimento habitacional, pode ser interna 
ou externa. A auditoria interna, executada pelos funcionários por meio de uma 
associação representativa e, se necessário, por auditores independentes 
contratados, acaba utilizando os seus resultados internamente ou de modo 
condominial. A auditoria externa é realizada, necessariamente, por auditores 
independentes externos à empresa, sendo seus resultados avaliados por 
terceiros, como organização de certificação, sendo que as conclusões desta são 
utilizadas pelo Poder Público, por meio de órgãos responsáveis por políticas 
habitacionais e/ou ambientais, e mesmo disponibilizados para consulta pública, 
principalmente no caso de determinadas leis. 
As auditorias ambientais também podem ser classificadas por meio da 
natureza da parte auditora ou com os critérios e objetivos dela, sendo que a 
última é a mais utilizada. 
A classificação por meio da parte da auditoria é dividida em três. A auditoria 
ambiental de primeira parte é normalmente feita por uma equipe formada por 
funcionários da empresa auditada. Entretanto, como esta deve ser realizada por 
profissionais independentes da organização, o que acontece é que funcionários 
de um setor auditam o outro e vice-versa. Este tipo de auditoria acaba sendo 
requisitada pela administração da empresa, entretanto é diferente de uma 
auditoria interna. 
A auditoria ambiental de segunda parte é realizada por uma equipe com 
membros ou representantes de uma parte interessada nos aspectos ambientais 
da organização auditada e que possuem poder legal ou de negociação para 
exigir que seja realizada a auditoria. Como exemplo, existem as auditorias 
realizadas por fornecedores ou clientes de uma operação. 
Por fim, a Auditoria ambiental de terceira parte é realizada por meio de uma 
instituição independente, a qual não possui interesse ou relação com as 
atividades da organização auditada. Normalmente ela ocorre quando existem as 
auditorias de certificação dos sistemas de gestão ambiental pela norma NBR ISO 
14.001. 
Por outro lado, as auditorias classificadas de acordo com os critérios que 
serão utilizadas por ela, ou seja, os critérios com os quais serão comparados os 
aspectos ambientais da atividade, acabam sendo mais aplicadas que as 
anteriores. Podemos citar três como sendo as principais. 
A Auditoria de conformidade legal, ocorre quando os critérios são os requisitos 
da legislação ambiental e regulamentos aplicáveis (normas e resoluções 
técnicas) em vigor. Já a auditoria de desempenho ambiental, verifica os 
indicadores de desempenho setorial dos aspectos ambientais da operação, 
normalmente comparando-os com metas ou com padrões pré-definidos. 
As Auditorias de sistemas de gestão ambiental avaliam se o sistema de gestão 
ambiental (SGA) da organização auditada está cumprindo as normas, critérios e 
procedimentos estabelecidos. Estas auditorias podem ser subdivididas em: 
adequação, para verificar se o sistema está adequado as exigências da norma; 
conformidade, para verificar se o sistema foi implantado de acordo com o 
planejado; e de eficácia, que verifica se os objetivos e metas propostos estão 
sendo atingidos. 
Por fim, podemos citar ainda a classificação de acordo com os objetivos da 
auditoria, sendo que esta é a classificação mais aplicada atualmente. Primeiro, 
temos a auditoria ambiental de certificação, que avalia a conformidade da 
empresa em relação aos princípios estabelecidos pelas normas nas quais ela 
deseja se certificar. Esta auditoria deve ser conduzida por uma organização 
independente e credenciada que irá emitir a certificação por meio de um 
organismo competente. Como principal exemplo existe a auditoria de certificação 
ambiental pela série de normas NBR ISO 14.000. 
A auditoria ambiental de acompanhamento visa verificar se as condições da 
certificação continuam sendo cumpridas. A auditoria ambiental de verificação de 
correções, averigua se os problemas e as não-conformidades detectadas em 
auditorias anteriores foram corrigidos. A auditoria de descomissionamento, 
existe quando precisa ocorrer a paralisação definitiva de uma atividade e avaliar 
possíveis danos ambientais causados à população e a área de entorno de 
alguma unidade em consequência dessa desativação. 
A auditoria ambiental de responsabilidade, também conhecida como due 
dilligence, é utilizada em operações de fusão ou de aquisição, e serve como 
indicação aos futuros proprietários ou sócios dos possíveis riscos e 
responsabilidades decorrentes da recuperação de possíveis passivos 
ambientais existentes. Esta auditoria objetiva avalia o passivo ambiental das 
empresas e suas responsabilidades ambientais potenciais e efetivas. Neste tipo 
de auditoria é recomendável que o auditor entreviste a população do entorno 
para identificar reclamações sobre a atividade. 
A auditoria ambiental de sítio, avalia o estágio de contaminação de uma área 
específica. A auditoria compulsória, é aquela que é obrigatória por exigência 
legal. A auditoria ambiental pontual, otimiza um aspecto pontual da operação, 
como, por exemplo, a melhoria da gestão dos recursos, a eficiência da produção, 
o uso de energia, e a redução da geração de resíduos, dentre outros. 
 
3.2. Princípios da Auditoria Ambiental 
A NBR ISO 14010 é estruturada em três grandes temas: definições, requisitos 
e princípios gerais. Estes últimos são aplicáveis a todos os tipos de auditoria 
ambiental. Esta norma recomenda como requisitos para a realização de uma 
auditoria ambiental: que o objeto enfocado para ser auditado e os responsáveis 
devem estar claramente definidos e documentados e que a auditoria só é 
realizada se o auditor-líder estiver convencido da existência de informações 
suficientes e apropriadas, de recursos adequados de apoio ao processo de 
auditoria e de cooperação ao auditado. 
Como princípios gerais da auditoria ambiental, a norma os divide em sete, 
iniciando pela definição dos objetivos e escopos da auditoria. É 
recomendado que a auditoria seja baseada em objetivos definidos pelo cliente, 
sendo que para atender a estes objetivos, o escopo é determinado pelo auditor-
líder mediante consulta ao cliente. O escopo descreve a extensão e os limites da 
auditoria. É recomendado que os objetivos e o escopo sejam comunicados ao 
auditado antes da auditoria. 
Objetividade, independência e competência da auditoria. Para garantir a 
objetividade do processo de inspeção, suas constatações e quaisquer 
conclusões, é recomendado que os membros da equipe de auditoria sejam 
independentes das atividades por eles auditadas. É recomendadoque eles 
sejam objetivos e livres de preconceitos e de conflitos de interesse durante todo 
o processo, porém a utilização de auditores internos ou externos para compor a 
equipe de auditoria fica a critério do cliente. 
A norma também recomenda que um auditor escolhido da própria organização 
não esteja vinculado àqueles diretamente responsáveis pelo objeto da auditoria 
e que os membros da equipe de auditoria possuam uma combinação apropriada 
de conhecimentos, habilidades e experiências condizentes com as 
responsabilidades da auditoria. 
Profissionalismo. Durante a execução de uma auditoria ambiental, os 
auditores devem demonstrar o devido zelo profissional, diligência, habilidade e 
julgamento, como esperado de qualquer auditor em circunstâncias semelhantes. 
É recomendado que o auditor siga os procedimentos que contribuam para a 
garantia da qualidade e que as relações entre os auditores e o cliente sejam 
caracterizadas por confidencialidade e discrição. Exceto quando exigido por lei, 
é recomendado que os membros da equipe de auditoria não revelem 
informações ou documentos obtidos durante a auditoria, nem divulguem o 
relatório final a terceiros, sem a expressa autorização do cliente e, conforme o 
caso, sem a autorização do auditado. 
Procedimentos sistemáticos. Para melhorar a consistência e a 
confiabilidade, se faz necessário conduzir a auditoria ambiental de acordo com 
metodologias e procedimentos sistemáticos, documentados e bem definidos. 
Para qualquer tipo de auditoria ambiental, é recomendado que as metodologias 
e procedimentos sejam consistentes. Os procedimentos de um tipo de auditoria 
ambiental diferem daqueles apropriados a outros somente no que for essencial 
para o caráter específico de um determinado tipo de auditoria ambiental. 
Critérios, evidências e constatações de auditoria. A determinação dos 
critérios de auditoria é, preferencialmente, uma etapa preliminar e essencial da 
auditoria ambiental. Além disso, esses critérios, definidos com um grau de 
detalhamento apropriado, devem ser objeto de acordo entre o auditor-líder e o 
cliente, e então comunicados ao auditado. 
É recomendado que as informações apropriadas sejam coletadas, analisadas, 
interpretadas e documentadas para serem utilizadas como evidências de 
auditoria em um processo de exame e avaliação para determinar se os critérios 
de auditoria foram atendidos. A qualidade e a quantidade das evidências de 
auditoria devem permitir, preferencialmente, a obtenção de constatações 
similares na avaliação das mesmas evidências, em relação aos mesmos critérios 
de auditoria, por auditores ambientais competentes, trabalhando 
independentemente entre si. 
Confiabilidade das constatações e conclusões de auditoria. O processo 
de auditoria ambiental deve ser concebido para prover ao cliente e ao auditor os 
níveis desejados de confiabilidade das constatações e de quaisquer conclusões 
da auditoria. As evidências coletadas durante uma auditoria ambiental 
representam, inevitavelmente, apenas uma amostra das informações 
disponíveis, devendo-se isto, em parte, ao fato de ser a auditoria ambiental 
realizada durante um período limitado e com recursos limitados. Existe, portanto, 
um elemento de incerteza inerente a todas as auditorias ambientais, sendo 
recomendado que todos os usuários de resultados de auditorias ambientais 
estejam conscientes dessa incerteza. 
É recomendado que o auditor ambiental considere as limitações associadas 
às evidências coletadas durante a auditoria e esteja consciente da incerteza no 
tocante às constatações e conclusões da auditoria, sendo recomendado levar 
estes fatores em consideração ao planejar e executar a auditoria. O auditor 
ambiental deve também se empenhar para obter evidências de auditorias 
suficientes, levando em consideração as constatações isoladas significativas e 
conjuntos de constatações menos significativas, que podem, ambas, afetar as 
conclusões da auditoria. 
Relatório de auditoria. É recomendado que as constatações da auditoria 
e/ou um resumo destas, sejam enviadas ao cliente por meio de relatório escrito. 
A menos que tenha sido especificamente excluído pelo cliente, é recomendado 
que o auditado também receba um exemplar do relatório de auditoria. 
As informações relativas à auditoria que podem constar no relatório de 
auditoria incluem, mas não se limitam a 
a) identificação da organização auditada e do cliente; 
b) objetivos acordados e escopo de auditoria; 
c) critérios acordados em relação aos quais a auditoria foi realizada; 
d) período coberto pela auditoria e as datas nas quais a auditoria foi realizada; 
e) identificação dos membros da equipe de auditoria; 
f) identificação dos representantes do auditado que participam da auditoria; 
g) declaração sobre a natureza confidencial do conteúdo; 
h) lista de distribuição do relatório de auditoria; 
i) sumário do processo de auditoria, incluindo quaisquer obstáculos 
encontrados; 
j) conclusões da auditoria. É recomendado que o auditor-líder, em acordo com 
o cliente, determine quais destes itens, juntamente com quaisquer itens 
adicionais, serão incluídos no relatório. 
 
É recomendado que a auditoria ambiental seja conduzida em conformidade 
com estes princípios gerais e com quaisquer diretrizes desenvolvidas para o tipo 
apropriado de auditoria ambiental, sendo que as diretrizes podem ser 
encontradas em normas como a NBR ISO 14011. 
De modo geral, recomenda-se que seja responsabilidade do cliente ou do 
auditado determinar as ações corretivas necessárias para atender às 
constatações da auditoria. Entretanto, o auditor pode apresentar 
recomendações, desde que haja acordo prévio com o cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de Gestão 
Ambiental 
4. Sistema de Gestão Ambiental 
A gestão ambiental almeja cuidar de políticas que visam a preservação do que 
restou da natureza ou mesmo da sua recuperação em situações de deterioração. 
A construção de uma sociedade ambiental, no entanto, será lenta e progressiva 
tendo como intuito fundamental influenciar pessoas da sociedade civil. Além 
disso, este parece o desafio essencial do ambientalismo desde seu surgimento. 
Desta forma, este tipo de gestão pretende mitigar ou eliminar os impactos 
provocados no meio ambiente pelas atividades buscando melhorar os processos 
e, consequentemente, melhorar a qualidade ambiental. A organização adota a 
prática da gestão ambiental de modo proativo ou simplesmente com o objetivo 
de cumprir a legislação. Em sua adequação, a organização busca níveis de 
qualidade ambiental e para isso é preciso mudar a cultura com a revisão de suas 
atividades. 
Com isso, a literatura lista quatro níveis da gestão ambiental, sendo eles: 
A) Gestão de processos: envolve a avaliação da qualidade ambiental de 
todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de 
manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos logísticos, 
tecnologia e serviços de terceiros; 
B) Gestão de resultados: envolve a avaliação da qualidade ambiental dos 
processos de produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou 
seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulares, 
odores, ruídos, vibrações e iluminação; 
C) Gestão de sustentabilidade (ambiental): envolve a avaliação da 
capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos 
que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração sistemática da 
qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano; e 
D) Gestão do plano ambiental: envolve a avaliação sistemática e 
permanente de todos os elementos constituintes do plano de gestão ambiental 
elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função do 
desempenho ambiental alcançado pela organização. 
A auditoria ambiental faz parte do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), como 
mencionado anteriormente. Este é um conjunto de procedimentos que visa a 
ajudar a organização empresariala entender, controlar e diminuir os impactos 
ambientais de suas atividades, produtos ou serviços, sendo baseado no 
cumprimento da legislação ambiental vigente e na melhoria contínua do 
desempenho ambiental da organização. 
Para se implantar este sistema é necessário destacar algumas condições e 
princípios: 
• Política do ambiente: posição adotada por uma organização relativa ao 
ambiente, traduzindo-se numa espécie de comprometimento com as 
questões do ambiente, numa tentativa de melhoria contínua dos aspectos 
ambientais; 
• Planejamento: deve-se começar por identificar aspectos ambientais e avaliar 
seu impacto no meio ambiente; 
• Implementação: as regras, responsabilidades e autoridades devem estar 
definidas, documentadas e comunicadas a todos, de forma a garantir sua 
aplicação; 
• Verificação e ações corretivas: a organização deve definir estabelecer e 
manter procedimentos de controle e medidas das características chaves de 
seus processos que possam ter impacto sobre o meio ambiente; 
• Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes às formações e 
auditorias, devem estar identificáveis e acessíveis; 
• Revisão pela direção: cabe à direção, com uma quantidade definida por ela 
própria, rever o SGA e avaliar sua adequabilidade e eficácia, num processo 
que deverá ser devidamente documentado 
A série de normas ISO 14000, lançada internacionalmente em 1996, tem 
como objetivo a criação de um sistema de gestão ambiental que auxilie as 
organizações a cumprir os compromissos assumidos com o ambiente natural. 
Como o processo de certificação é reconhecido internacionalmente, também 
possibilita as organizações distinguir-se daquelas que somente atendem à 
legislação ambiental, mas que não possuem certificação. Para a população, 
clientes, funcionários e sociedade no geral, a certificação é um documento que 
comprova que a empresa possui implantado um Sistema de gestão ambiental 
tendo como propósito a melhoria contínua 
A norma ISO 14001 é a única norma do conjunto ISO 14000 que certifica 
ambientalmente uma organização, embora não exija que ela já tenha atingido o 
melhor desempenho ambiental possível, nem esteja utilizando as melhores 
tecnologias disponíveis. Foi idealizada com o propósito de compatibilizar a 
proteção ambiental e prevenção à poluição com o crescimento socioeconômico 
de uma organização. Na prática, consiste numa forma eficaz da soma do 
desenvolvimento organizacional com a gestão ambiental. A norma ISO 14004 é 
destinada ao uso interno, servindo como um guia para o estabelecimento e 
implementação do SGA. 
A norma ISO 14001 está fundamentada na metodologia PDCA (Plan - Do - 
Check - Act), isto é, no ciclo planejar, fazer, checar e agir. Esta metodologia é 
uma ferramenta eficaz para as organizações identificarem e gerenciarem riscos 
ambientais como parte de sua prática cotidiana. A norma faz com que as 
organizações se comprometam com a prevenção da poluição e cuidados com 
seus processos produtivos como parte do ciclo normal de gestão empresarial. 
Após a primeira certificação da ISO 14001, semestralmente ocorrem 
auditorias externas de manutenção. Entretanto, a renovação da certificação 
ocorre a cada três anos. A organização que possui certificação ISO 14001 
preenche os requisitos da norma funcionando dentro de padrões exigidos, mas 
não garante desempenho ambiental excelente, mas sim tem compromisso com 
a melhoria contínua. 
Atualmente, as normas sobre auditorias ambientais no Brasil são as NBR 
19011/2002 e CONAMA 306/2002 e apresentam os seguintes benefícios em 
comparação com as ISO 14000: 
• Maior aplicabilidade à realização de auditorias internas e maior utilização 
pelas empresas de pequeno e médio porte 
• Abordagem mais flexível das qualificações do auditor e da seleção da equipe 
de auditoria 
• Aplicabilidade a auditorias unificadas, encurtando assim a lacuna entre as 
ferramentas de gestão da qualidade e as ferramentas de gestão ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valor Econômico dos 
Recursos Naturais 
 
5. Valor econômico dos recursos naturais 
O valor econômico dos recursos naturais e a gestão ambiental estão 
completamente relacionados. A preocupação com os problemas ambientais atua 
como um fator significativo na relação do crescimento econômico e com a 
qualidade de vida da população. As atividades econômicas são planejadas sem 
preocupar-se com as externalidades ambientais, e os padrões de consumo são 
estabelecidos sem considerar os custos ambientais. 
Deste modo, por causa do esgotamento de recursos naturais ser cada vez 
mais evidente, faz-se necessário a intervenção governamental. É necessário que 
sejam cobrados impostos pelos danos ocasionados ao meio ambiente, com o 
objetivo de internalizar os custos produzidos pelos particulares, por meio do 
princípio do poluidor pagador. 
Quando se estabelece o valor econômico de um recurso natural, procura-se 
dar valor monetário a esse recurso, comparando-o aos bens e serviços 
disponíveis na economia. O fato de que aqueles que geram degradação 
ambiental não pagam seus custos, permite que o sistema econômico considere 
esses custos como externalidades. 
O trabalho de dar valor monetário aos recursos naturais é extremamente 
complexo e envolve grandes dificuldades. Dentre elas, podemos citar o fato de 
que atribuir preços a esses bens ambientais traz riscos elevados e impossíveis, 
pois requer que se arbitrem valores no tempo presente levando em consideração 
dados imprecisos e incompletos sobre gerações futuras, atendendo ao princípio 
constitucional do artigo 225 da Constituição Federal de 1988. 
O equilíbrio entre a economia e o direito ambiental é imprescindível para que 
gerações presentes e futuras possam desfrutar do direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Neste cenário, a gestão ambiental assume função 
importante dentro do contexto das organizações na sociedade, na busca da 
preservação ambiental que permita alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Com a incorporação da dimensão ambiental na análise econômica, nas 
últimas décadas, vem aumentando os estudos sobre a valoração monetária de 
bens e impactos ambientais. A valoração econômica do meio ambiente constitui-
se em um conjunto de métodos e técnicas que buscam estimar valores para os 
ativos ambientais e para os bens e serviços por eles gerados e danos 
ambientais. 
O uso de recursos ambientais não tem um preço reconhecido ou até mesmo 
definido no mercado. Entretanto, seu valor econômico existe na medida em que 
seu uso altera o nível de produção e consumo, o bem-estar da sociedade. No 
que se diz sobre externalidades ambientais, há uma situação oportuna para a 
intervenção governamental, por meio de instrumentos como a determinação dos 
direitos de propriedade, o uso de normas ou padrões, os instrumentos 
econômicos e as compensações monetárias por danos. 
Os recursos naturais como a água, ar, em função de sua natureza pública, 
sempre que forem prejudicados ou poluídos, implicam em um custo público para 
a sua recuperação e despoluição, no entanto, este custo público, é suportado 
por toda a sociedade. Economicamente este custo representa um subsídio ao 
poluidor e, o princípio do poluidor pagador objetiva eliminar ou reduzir tal 
subsídio a valores insignificantes. 
Os custos sociais externos que acompanham o processo produtivo devem ser 
internalizados, os agentes econômicos devem levá-los em conta ao elaborar os 
custos da produção e, consequentemente, assumi-los. Durante o processo 
produtivo, são geradas externalidades negativas. Com a aplicação do princípio 
do poluidor pagador, procura-se corrigir esse custo adicionado à sociedade, 
impondo-se sua internalização. 
Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, o princípio não visa tolerar a 
poluição mediante um preço. Além disso, não se limita compensar os danos 
causados. Tem como principal objetivo evitar os danos ao meio ambiente, sendo 
que o pagamento dos danos não significa que a condutada empresa não foi 
inconsequente. Fazer com que o poluidor passe a integrar, de forma 
permanente, no seu processo produtivo, o valor econômico que consubstancia 
o conjunto dos custos ambientais, seria uma forma de fazer com que ele evitasse 
danos ambientais afim de se ter menos gastos, prestando maior atenção às suas 
condutas. 
Este tipo de pensamento só se faz necessário porque o poluidor/empresa 
dificilmente constatará per si que os recursos naturais são escassos e que seu 
uso na produção e no consumo levam a degradações e redução de material, o 
que provavelmente não terá como ser reposto na mesma frequência com que é 
gasto. 
5.1. Capitalismo Natural 
A sociedade contemporânea começou a reconhecer a importância de 
conseguir um equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação dos 
recursos naturais. Os países, principalmente os emergentes, possuem cada vez 
mais um crescimento populacional desenfreado. As tentativas de aumento da 
produção necessária para abastecer esse crescimento colocarão uma pressão 
desordenada na ecologia e no estoque de recursos naturais. 
A proposta do capitalismo natural busca diminuir a lacuna que existe entre 
desenvolvimento econômico e sustentabilidade, que muitas vezes aparecem 
como aspectos dicotômicos. Esta proposta desenvolve-se dentro dos marcos do 
capitalismo, mas questiona o modelo de produção capitalista. Deste modo, este 
tipo de pensamento acaba sendo uma extensão da noção econômica de capital, 
dos meios de produzir, para a produção de bens e serviços ambientais. 
O capitalismo natural compreende todos os recursos individuais conhecidos e 
usados pela humanidade, tais como a água, os minérios, o petróleo, a fauna, a 
flora, o solo, o ar, ou seja, os recursos minerais, vegetais e animais. Entretanto, 
além dos recursos individuais, o capitalismo natural envolve os sistemas vivos. 
Todas as economias dependem do meio ambiente como fonte de serviços de 
sustentação da vida e de matérias-primas, portanto, os mercados e as 
economias planejadas deverão se conscientizar do valor desses bens e serviços, 
ou dos custos que a sociedade terá, caso os recursos ambientais sejam 
reduzidos. 
Percebe-se que o uso dos recursos naturais não tem um preço reconhecido 
no mercado, no entanto, o seu valor econômico se apresenta na medida em que 
o uso ou a escassez dos recursos transforma o nível de produção e do consumo 
para a geração do bem-estar da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Métodos de 
Valoração Ambiental 
6. Métodos de Valoração Ambiental 
O processo de valoração econômica do meio ambiente consiste, 
principalmente, no estabelecimento de uma relação entre um agente valorador 
(indivíduo) e um bem ou fenômeno a ser valorado (objeto). Existem diversos 
tipos de objeto a ser valorado, como por exemplo os parques ecológicos, 
reservas minerais, um passivo ambiental, perda de biodiversidade, danos à 
saúde decorrentes de ambiente poluído ou acidente ambiental e, por fim, 
podemos citar também as perdas de quantidade e/ou qualidade de produção. 
Em cada um destes casos, é preciso caracterizar de modo adequado o objeto 
de valoração. Deste modo, é menos provável que equívocos quanto à 
interpretação de dados, análises e cálculos apareçam. A caracterização envolve, 
de modo geral, informações sobre localização, épocas, porte, abrangência, 
unidades de medida e elementos. 
Por outro lado, o agente valorador, que normalmente se trata de uma equipe 
multidisciplinar, se vale de um suporte valorativo, constituído de métodos e 
técnicas disponíveis. A valoração econômica compreende três tipos básicos: 
• A valoração do meio ambiente, em particular dos recursos naturais 
• A valoração dos impactos ambientais positivos ou negativos 
• A valoração das medidas mitigadoras ou compensatórias 
Em grande parte das vezes, estes tipos de tarefas estão relacionadas e, por 
mais que o objeto seja diferente em cada caso, os métodos utilizados poderão 
ser os mesmos. 
Posteriormente, tem-se uma série de análise dos produtos ambientais. A 
primeira que costuma a ser feita é a análise custo-benefício, a qual possui uma 
tradição muito grande no que se refere à avaliação de projetos, sendo mais 
complexa quando envolve o meio ambiente. Na perspectiva ecológica, ela 
maximiza o bem estar total, minimiza os custos de oportunidade e distributivos, 
utilizando preços de mercado sem subsídios e outras distorções, ajustando estes 
com pesos distributivos para incorporar questões de equidade e a valoração 
monetária de externalidades ambientais. 
A análise custo-benefício envolve, em sua maioria, quatro tipos de benefícios 
sendo eles o benefício líquido da conservação, uso direto, uso indireto e não uso 
(que seria o valor de existência); além do custo das políticas públicas para 
manter o objeto, seja qual for. 
Para entendermos melhor, vamos dar o exemplo de um parque ecológico. 
Para este objeto envolve-se uma análise prospectiva sobre os grupos sociais 
beneficiários, as políticas públicas que dão o suporte técnico-administrativo para 
a unidade, bem como a identificação das instituições que cooperam com 
recursos humanos e materiais para a sua gestão ambiental. Neste caso, os 
beneficiários do uso direto seriam, por exemplo, os agentes locais que 
desenvolvem a atividade de transporte e hospedagem de turistas, que se 
deslocam para o parque, e lá permanecem por alguns dias. Neste mesmo extrato 
situam-se os guias residentes nas vilas do entorno, os quais conduzem os 
grupos turísticos através de trilhas, proporcionando recreação aos mesmos. 
Já os beneficiários do uso indireto seriam, por exemplo, as instituições de 
pesquisa, as quais tem a oportunidade de desenvolverem estudos e pesquisas 
focalizadas nos atributos ambientais preservados na unidade, e assim, 
ampliarem o seu acervo técnico. Nesta categoria de valor inclui-se também a 
manutenção de um Banco genético in situ. Um outro grupo de beneficiários 
corresponde às comunidades pesqueiras, cuja produção gera renda para a 
manutenção de famílias moradoras no entorno do parque. Para estas mesmas 
comunidades os canais internos e adjacentes à esta área protegida, possibilita 
a navegação e o transporte de pessoas e produtos. 
Por fim, tem-se no valor de existência, a cooperação de extratos sociais 
situados em outros países, os quais percebem a manutenção desta unidade 
como um benefício para a humanidade. A este segmento unem-se os esforços 
de outros residentes no país com esta mesma percepção. 
Por outro lado, tem-se os custos para estes benefícios, nos quais são 
mencionadas as políticas públicas que dão suporte técnico-administrativo para 
que seja feita a manutenção da área protegida. Dessa forma temos quatro 
principais grupos de ações políticas os quais perfazem um documento 
denominado Plano de Manejo, conforme descrito a seguir: 
a) Administração: Refere-se aos custos correntes e de capital, relativos a 
pessoal, veículos, equipamentos, material de consumo, encargos diversos e 
manutenção predial. A este centro de custo somam-se os gastos da atividade de 
fiscalização, não só aqueles realizados pelo IBAMA, como também as despesas 
dos órgãos participantes como a Polícia Florestal. 
b) Manejo do Meio Ambiente: Aqui são lançados os custos e despesas com 
o apoio a pesquisas e aplicação de metodologias em prol da manutenção do 
Banco genético in situ e a geração de conhecimento científico. 
c) Uso público: Estes custos se referem a atividades de apoio à recepção, 
orientação e recreação de visitantes, de forma compatível com o patrimônio 
natural. Neste centro de custo situam-se também as despesas relativas à 
preparação de material de divulgação e educação ambiental. 
d) Integração do entorno: Este bloco de ações visa proporcionar a 
manutenção do modo de vida harmônico das populações tradicionais que 
habitam o entorno. Portanto são ações relativas ao dimensionamento de 
alternativas de geração de renda em compatibilidade com o patrimônio natural 
protegido.A partir desta análise social de custo-benefício, obtêm-se os resultados que 
irão ser analisados com cautela para averiguar se esta análise é favorável à 
conservação do parque. Deste modo, podemos dizer que os métodos de 
valoração dos recursos naturais envolvem diversas esferas que serão avaliadas. 
Perante esta avaliação, tem-se as estimativas de custos e benefícios ambientais 
que são extremamente importantes para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impacto Ambiental 
7. Impacto Ambiental 
Define-se Impacto Ambiental como sendo uma perturbação no ecossistema 
proveniente de uma ação ou omissão humana (efeito ambiental), qualificada de 
positiva ou negativa por um certo grupo social, no contexto de sua realidade 
espacial e temporal. Nota-se que o efeito ambiental inclui a noção de julgamento, 
valor positivo (benéfico) ou negativo (prejudicial). Portanto, o conceito de 
Impacto Ambiental é relativo porque o julgamento que lhe é intrínseco varia no 
espaço e no tempo. 
Conforme consta no art. 255 da Constituição Federal de 05/10/1988, o Estudo 
de Avaliação de Impactos Ambientais (EIA) é exigido na forma da Lei para 
instalação de obra ou atividade potencialmente perigosas de causar dano ao 
meio ambiente. Considerando que uma perícia ambiental, geralmente, avalia um 
dano ambiental ocorrido em uma obra ou atividade já em operação, o EIA-RIMA 
também é uma ferramenta útil para avaliar o dano ocorrido e desenvolver o laudo 
pericial. 
Estudo do Impacto Ambiental (EIA) é o conjunto de atividades técnicas e 
científicas que incluem o diagnóstico ambiental, identificação, previsão, medição, 
interpretação e a valorização de impactos ambientais, o estabelecimento das 
medidas mitigadoras e os programas de monitoramento de impactos ambientais 
(necessários para a contínua avaliação e controle de impactos ambientais). 
Já o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o documento do processo de 
avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer em linguagem corrente 
(popular), todos os elementos da proposta em estudo, de modo, que estas 
informações possam ser utilizadas na tomada de decisão e divulgados para o 
público em geral (em especial para a comunidade afetada). O RIMA 
consubstancia as conclusões do EIA devendo apresentar a discussão dos 
impactos positivos e negativos considerados relevantes no estudo. 
 
7.1. Etapas do Processo de EIA 
A fim de homogeneizar a preparação, elaboração e apresentação do Estudo 
de Avaliação de Impactos Ambientais (EIA) e do RIMA, se divide em etapas. A 
primeira é o cadastramento de pessoas físicas e jurídicas capacitadas para a 
elaboração do estudo, além de ser necessário a montagem de uma equipe 
multidisciplinar. Em seguida (etapa 2), se faz necessário o atendimento à 
legislação, em especial aos princípios expressos na Lei de Política Nacional do 
Meio Ambiente, obedecendo às seguintes diretrizes: 
• contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, 
confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; 
• identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas 
fases de implantação, operação e desativação do projeto; 
• considerar os efeitos acumulativos e/ou sinérgicos com outras obras de 
grande porte situadas na mesma bacia hidrográfica; 
• considerar planos e programas governamentais, propostos ou em 
implementação na área de influência do projeto. 
A terceira etapa consiste na caracterização do empreendimento. Este deve 
ser analisado com precisão e objetividade nas suas finalidades e justificativas. A 
descrição pode comportar duas subetapas distintas: a de implantação do projeto, 
quando são analisados o lay-out, equipamentos, mão de obra, matérias-primas, 
e a etapa de operação quando o empreendimento irá interagir com o meio 
ambiente. 
A quarta etapa se refere à definição da área de influência, sendo uma etapa 
fundamental no EIA. A Resolução CONAMA 001/86 determinou definir os limites 
da área geográfica direta ou indiretamente afetada pelos impactos, considerando 
em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. 
Posteriormente, se faz o diagnóstico ambiental da área de influência do 
projeto. Isso é realizado a partir da obtenção dos dados necessários para a 
completa descrição e análise dos recursos ambientais e as suas interações, tal 
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área em estudo, 
considerando: 
• o meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime 
hidrológico, as correntes marinhas; as correntes atmosféricas; 
• o meio biológico: tanto terrestre quanto aquático, os ecossistemas naturais, 
fauna, a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, 
de valor científico, econômico, raras e gerais, ameaçadas de extinção, e as 
áreas de preservação permanente; 
• o meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, o uso da água, 
destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e aturais, as 
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e 
o potencial de utilização futura destes recursos, considerando as 
características tradicionais da comunidade. 
A análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas é a sexta 
etapa do processo. Isso ocorre por meio da identificação da magnitude e 
importância dos prováveis impactos relevantes descriminando: os impactos 
positivos e negativos (benefícios e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a 
médio e longo prazo, temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade, 
as suas propriedades acumulativas, a distribuição do ônus e benefícios sociais. 
Depois é realizada a definição de medidas mitigadoras e compensatórias dos 
impactos negativos. As medidas mitigadoras, corretivas ou preventivas, entre 
elas, os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, devem 
ser claras e a eficiência de cada um deles comprovada. As medidas 
compensatórias devem ser justificadas, bem especificadas e discutidas com a 
comunidade. Para ambos os tipos de medidas deve ser estimados os custos 
para que o empreendedor possa considerar estes valores na análise de 
implantação do projeto. 
Por último, as alternativas para o projeto são apresentadas, acontecendo a 
elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
positivos e negativos, indicando fatores e parâmetros que devem ser 
considerados, cronograma de implementação e instituições responsáveis. A 
última etapa do processo consiste na análise de riscos propriamente dita. 
Faz-se uma análise qualitativa e quantitativa de riscos associados a 
prováveis acidentes decorrentes da atividade do empreendimento e 
determinação das suas consequências sobre a vizinhança, e a determinação do 
risco individual e social do empreendimento. A partir disso tem-se a participação 
da sociedade civil, por meio da publicidade e de audiência pública. 
 
7.2. Elaboração do RIMA 
Este relatório irá conter as conclusões do EIA, sendo apresentado 
separadamente e conter no mínimo os itens citados a seguir: 
1. Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com 
as políticas setoriais, planos e programas de governo 
2. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, 
especificando para cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área 
de influência, as matérias-primas, a mão de obra, as fontes de energia, os 
processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes líquidos, emissões de 
poluentes atmosféricos, resíduos sólidos e perdas de energia, os empregos 
diretos e indiretos a serem gerados 
3. A síntese dos resultados do diagnóstico ambiental da área de influência do 
projeto 
4. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação 
da atividade, horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os 
métodos, técnicas e critérios adotadospara a sua identificação, quantificação e 
interpretação 
5. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, 
comparando com diferentes situações de execução do projeto, bem como com 
a hipótese de não realização do projeto; 
6. A descrição do efeito separado das medidas mitigadoras previstas em 
relação aos impactos negativos, apresentando aqueles que não puderem ser 
evitados e o grau de alteração esperado 
7. O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
8. A recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusão e 
comentários de ordem geral). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciamento 
Ambiental 
8. Licenciamento ambiental 
Após a realização e aprovação do EIA do empreendimento em questão, a 
próxima etapa é a obtenção do licenciamento ambiental do projeto. O EIA/RIMA 
só serão aprovados permitindo que a obra seja licenciada quando a obra não 
causa impacto ambiental significativo ou ainda quando as medidas mitigadoras 
e/ou compensatórias são adequadas para a situação. Além disso, eles devem 
atender as exigências constantes na legislação em vigor. 
No caso da perícia ambiental, o licenciamento ambiental do empreendimento 
sob análise deve ser solicitado e verificar a sua validade, bem como as 
condicionantes do licenciamento e os termos aditivos, caso existam. 
Basicamente, existem três etapas com três tipos de licenças para o projeto ser 
finalmente aprovado e colocado em prática. 
Licença Prévia (LP) é solicitada no início do processo de licenciamento 
ambiental, ou seja, na fase de planejamento do empreendimento, obra ou 
atividade. Nesta fase é exigida pelo Poder Público, a elaboração do EIA - RIMA. 
Os documentos, geralmente, solicitados são: o requerimento do solicitante, o 
cadastro da atividade com algumas características, cópia das notícias em jornal 
de circulação regional e no diário oficial, que torna público o pedido de 
licenciamento e a cópia do pagamento da taxa. É importante mencionar que 
nada impede que o órgão licenciador de exigir demais documentos para 
subsidiar a tomada de decisão. 
Licença de Instalação (LI) é solicitada após a obtenção da licença prévia. 
Nesta fase são apresentados os planos e programas ambientais tais como: 
planos de controle ambiental, programas de recuperação ambiental, projetos das 
unidades de tratamento de efluentes industriais, programas de gerenciamento 
de risco. Os documentos são semelhantes aos apresentados anteriormente, 
porém, adequados à esta fase do licenciamento. Após obtenção desta licença o 
interessado poderá iniciar a implantação da atividade. 
Licença de Operação (LO) é requerida após a obtenção da LP e LI e, vem 
acompanhada da documentação necessária que será concedida se todos o 
procedimento anterior for aprovado. Nesta fase, os sistemas de abatimento e 
tratamento dos poluentes emitidos pela atividade são verificados quanto a sua 
eficiência proposta no projeto. 
No caso da Perícia Ambiental, considerando que o objetivo é avaliar os 
impactos ambientais decorrentes de uma atividade já em operação ou 
desativada, não precisamos obrigatoriamente seguir todos os itens 
apresentados. Por outro lado, a análise sistemática dos itens desenvolvidos no 
EIA - RIMA, permite estabelecer uma metodologia adequada na elaboração de 
um laudo pericial. Portanto, caso exista um EIA já desenvolvido para a atividade 
que está sendo investigada não deixe de solicitá-lo, ele certamente lhe será 
bastante útil. 
A partir deste ponto, as informações apresentadas são bastante úteis e 
diretamente aplicadas para a elaboração de laudos em perícias ambientais, uma 
vez que permitem determinar qualitativamente e quantitativamente os impactos 
ambientais decorrentes, por exemplo, de um acidente ambiental. O objetivo 
sempre é determinar o dano e a mudança da qualidade do meio ambiente 
decorrente de um impacto negativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação Pública e Ação 
Popular 
9. Ação pública e Ação popular 
Como mencionado anteriormente, ao final do EIA tem-se a participação da 
sociedade civil, por meio da publicidade e de audiência pública. A Ação Civil 
Pública é um dos principais instrumentos para garantir a proteção eficaz contra 
as práticas de degradação, poluição e destruição do bioma e do nosso habitat 
natural. Este é o mais típico e importante meio processual criado até hoje, na 
medida em que atua reprimindo atos lesivos e procurando reparar os danos 
causados. 
Sempre que se verifique lesão ao meio ambiente, entende-se que toda uma 
coletividade foi lesionada em um direito seu. A partir deste momento, com base 
nos fundamentos da responsabilidade objetiva, surge para o responsável o dever 
de indenizar o dano material, bem como possível dano moral caso tenha 
resultado algum prejuízo à personalidade coletiva. 
Para responsabilizar o agente causador, temos na legislação processual a 
possibilidade de se recorrer ao instituto da Ação Civil Pública, um instrumento 
processual previsto na Constituição Federal brasileira e em leis 
infraconstitucionais, do qual pode se valer o Ministério Público, bem como outras 
entidades para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais 
homogêneos. 
A ação civil pública permite que todas as pessoas que tiveram algum direto 
comum lesado procurem a tutela judicial em um processo único. Deste modo, a 
inciativa de cada um dos lesados separadamente é evitada, uma vez que 
implicaria ônus muitas das vezes insuportável com as despesas próprias de um 
processo, além de sobrecarregar em demasia o judiciário com uma quantidade 
absurda de processos. 
A Ação Popular Constitucional é outro método importante para a proteção 
ambiental, sendo esta uma ação coletiva, um dos pontos no qual se difere da 
anterior. A Constituição prevê que qualquer cidadão, não somente o MP ou 
entidades específicas, podem ter seus direitos feridos quando se tem impacto 
ambiental negativo, diferindo-a da Ação Civil Pública. 
Portanto, esta é a primeira distinção entre as duas: a legitimidade para o 
ajuizamento, sendo do cidadão na Ação Popular e dos entes indicados em lei na 
Ação Civil Pública. O objeto de ambas também possui diferenças, visto que a 
Ação Civil Pública se destina à defesa de todas as formas de interesses difusos, 
coletivos e individuais homogêneos, ao passo que a Ação Popular possui âmbito 
mais restrito, atuando na defesa dos interesses difusos ligados à moralidade, 
eficiência e probidade administrativa, além da tutela do meio ambiente e do 
patrimônio histórico e cultural, conforme definido pelo art. 5°, LXXIII da 
Constituição Federal de 1988. 
Depois que a Ação Civil Pública é ajuizada, há a publicação de edital para 
conhecimento de terceiros. Isso acontece para que aqueles que sofrem os danos 
e aqueles que os cometem possam intervir no processo no prazo previsto. A 
sentença condenatória é dividida em fases, sendo que na fase de conhecimento 
o juiz pode reconhecer ou não a responsabilidade pela indenização, que irá 
depender de provas e alegações dadas. É na fase de liquidação da sentença 
condenatória que será fixado o valor a ser pago para cada indenizado, devendo 
o montante da indenização ser comprovado por cada prejudicado de forma 
individual. 
Mais do que um instrumento jurídico criado com a finalidade de garantir a 
preservação do meio ambiente e a indenização dos atingidos, a Ação Civil 
Pública Ambiental é verdadeiro marco legal para o alcance dessas metas, 
funcionando, como medida também educativa, uma vez que demonstra o claro 
compromisso do Estado perante a tutela ambiental e a busca incessante por um 
desenvolvimento sustentável e ecologicamente equilibrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infração Administrativa 
Ambiental 
10. Infração Administrativa Ambiental 
A infração administrativa ambiental é, de modo geral, toda ação ou omissão 
que viola as regras jurídicas de uso, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente. Quando isso ocorre, a puniçãoapropriada são sanções do diploma 
legal, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação. 
Em grande parte das vezes, a sanção se limita a uma multa, podendo ser 
estendida à demais sanções estabelecidas no decretado ao analisarem mais 
cuidadosamente a gravidade dos fatos, antecedentes e situação econômica do 
infrator. 
As infrações administrativas ambientais e suas sanções, previstas em lei, 
podem ser também especificadas em regulamentos. Isso acontece porque as 
legislações federais, estaduais e municipais podem defini-las, cada uma delas 
com sua competência, as infrações às normas de proteção ambiental e as 
respectivas sanções. A lei 9.605 estatui no artigo 72 que as infrações podem ser 
punidas com as seguintes sanções: 
• Advertência - será aplicada se o caso de o infrator, por inobservância da lei 
ou regulamento, deixar de sanar a irregularidade apurada pelo órgão 
fiscalizador 
• Multa simples - será aplicada se o agente, por negligência ou dolo, advertido 
por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las no prazo 
assinalado pelo órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos 
do Ministério da Marinha, ou se opuser embargo à fiscalização dos órgãos do 
SISNAMA ou da Capitania dos Portos do Ministério da Marinha. Assim, a 
multa poderá ser também convertida em serviços de preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade do meio ambiente. 
• Multa diária - será aplicada sempre que o cometimento da infração se 
prolongar no tempo, até a sua efetiva cessação ou regularização da situação 
mediante a celebração, pelo infrator, de termo de compromisso de reparação 
do dano. Os valores arrecadados serão revertidos aos Fundos criados por lei 
federal, estadual e municipal. A multa terá por base a unidade, hectare, metro 
cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objetivo 
jurídico lesado. O valor da multa de que trata esse decreto será corrigido, 
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação 
pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 e o máximo de R$ 50.000.000,00 
• Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, 
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer 
natureza utilizados na infração - Os animais serão devolvidos ao seu 
habitat, os produtos, subprodutos e veículos serão avaliados e doados à 
entidade de caridade, às instituições científicas ou hospitalares e os 
petrechos e equipamentos serão vendidos com a garantia de sua 
descaracterização. 
 
• Destruição ou inutilização do produto – o produto da flora e da fauna será 
destruído ou inutilizado ou, excepcionalmente, doado a instituições 
científicas, culturais ou educacionais 
• Suspensão de venda e fabricação do produto - é uma sanção não prevista 
em legislação anterior, cuja eficácia será importante para obstar a 
continuidade da venda e do fabrico de produtos nocivos à saúde, a segurança 
e ao bem-estar da população 
• Embargo de obra de atividade - o órgão fiscalizador poderá embargar a 
obra ou a própria atividade causadora da degradação ambiental 
• Demolição de obra – o órgão fiscalizador poderá ainda determinar a 
demolição da obra construída irregularmente 
• Suspensão parcial ou total de atividade – o órgão fiscalizador poderá 
determinar a suspensão total ou parcial das atividades, caso constate alguma 
irregularidade ou o descumprimento de normas ambientais relevantes 
• Restritivas de direitos - abrangem a suspensão de registro como a licença, 
permissão ou autorização; cancelamento de registro, licença, permissão ou 
autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda ou 
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito; e proibição de contratar com a administração pública, pelo 
período de até três anos. 
• Reparação dos danos causados - independe da demonstração de culpa 
praticada pelo autor da infração. 
Diante de tal situação, a primeira estratégia de defesa, para terceiro que se 
deparar com a imposição de uma sanção administrativa, é a de verificar se ela 
possui fundamento na lei, independentemente se for federal, estadual ou 
municipal. Caso a lei seja genérica e não traga de forma taxativa e expressa de 
que aquele ato é ilícito, deverá haver análise do caso concreto, comparando-se 
a sanção aplicada e o ato cometido. O que não poderá ocorrer é uma simples 
portaria ou resolução criar uma figura infracional e impor multa. 
Podemos dar um exemplo no caso de poluição. A lei genericamente afirma 
que comete poluição quem desobedece aos padrões específicos ou lança 
emissão que, efetiva ou potencialmente, causem danos ao meio ambiente. Deste 
modo, para existir legitimidade da Administração Pública em aplicar penalidade, 
não se exige a real ocorrência do dano, é necessário apenas um possível risco 
de que ele aconteça. 
Entretanto, como diz os artigos previstos nas leis, na esfera administrativa, a 
infração é caracterizada não pela ocorrência de um dano, mas pela 
inobservância de regras jurídicas, que podem ou não resultar consequências 
prejudiciais ao ambiente. 
Após a infração administrativa ser devidamente constatada, o auto de 
infração, documento de ofício por agente de uma das entidades que compõem 
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), será lavrado. Além disso, 
este documento deve conter a identificação do autuado, descrição clara e 
objetiva das infrações encontradas e a indicação dos respectivos dispositivos 
legais e regulamentares infringidos, não devendo conter emendas ou rasuras 
que comprometam sua validade. 
A apreensão de produtos, subprodutos e instrumentos provenientes de 
infrações penais ou administrativas é um procedimento necessário e 
imprescindível, pois não pode se admitir que tais bens voltem à propriedade do 
infrator. Isto é realizado por meio de condenação nas infrações penais, ao invés 
de ser algo das infrações administrativas. 
Este procedimento deve ser realizado com muita cautela, uma vez que o que 
foi apreendido deverá ser de imediato, doado, se perecíveis ou garantida sua 
descaracterização por meio de reciclagem, se não perecíveis. Além disso, tal 
apreensão possui como objetivo desestimular os infratores e impedir que estes 
bens entrem no mercado consumidor, servindo à cobiça dos demais 
consumidores. Procura-se ainda impedir que tais instrumentos voltem a ser 
utilizados na prática de infrações ambientais. 
É importante mencionar que o procedimento administrativo para apuração de 
infração ambiental deverá analisar prazos máximos: 
a) vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de 
infração, contados da data da ciência da autuação 
b) trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados 
da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação 
c) vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância 
superior dos órgãos integrantes do SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e 
Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação 
d) cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento 
da notificação. Assim, com o fim este prazo, deverá a Administração Pública 
promover a cobrança judicial do débito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legislação 
Ambiental 
11. Legislação Ambiental 
O Direito Ambiental é caracterizado por pertencer a uma pluralidade de 
pessoas não identificáveis, mas que pode ser exercido a qualquer tempo. Um 
dos aspectos deste é o meio ambiente e seus recursos naturais. Outro aspecto 
é o do ambiente criado pelo homem, ou seja, praças, ruas, edifícios, obras, 
dentre outros. Por último, temos o ambiente do trabalho, onde aspectos 
relacionados como iluminação, ventilação, ruídos, temperatura, dentre outros 
são importantes. 
O Direito Ambiental possui os seguintes princípios: 
a) Princípio da Prevenção ou Precaução: Este é o maior e mais importante 
ordenamento jurídico ambiental, considerando quea prevenção é o grande 
objetivo de todas as normas ambientais, uma vez que o meio ambiente é 
desequilibrado, a reparação é, na maior parte das vezes, uma tarefa difícil e 
dispendiosa. Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 
(Licenciamento, EIA, zoneamento) estão fundados nesse princípio. 
b) Princípio da Cooperação: Significa dizer que todos, o Estado e a 
Sociedade, através de seus organismos, devem colaborar para a implementação 
da legislação ambiental, pois não é só papel do governo ou das autoridades, mas 
de cada um e de todos nós. 
c) Princípio da Publicidade e da Participação Popular: Importa afirmar que 
não se admite segredos em questões ambientais, pois afetam a vida de todos. 
Tudo deve ser feito, principalmente pelo Poder Público, com a maior 
transparência possível, e de modo a permitir a participação na discussão dos 
projetos e problemas dos cidadãos de um modo geral. 
d) Princípio do Poluidor-pagador: Já citado anteriormente na parte de 
valoração dos recursos naturais, infelizmente ainda não é bem aceito na prática, 
ficando para o Estado esta obrigação de recuperar e para a sociedade o prejuízo, 
e para o mal empreendedor somente o lucro. 
e) Princípio in dúbio pro natura: É uma regra fundamental da legislação 
ambiental, que leva para a preponderância do interesse maior da sociedade em 
detrimento do interesse individual e menor do empreendedor ou de um dado 
projeto. 
A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 225, define a importância de 
manter o ecossistema equilibrado por meio da preservação e recuperação 
ambiental visando uma melhor qualidade de vida, a qual todo cidadão tem 
direito. A legislação ambiental compreende leis, decretos, resoluções, portarias 
e normas que são aplicadas às organizações de qualquer natureza e ao cidadão 
comum. Além disso, definem regulamentações e atos de infração em casos de 
não cumprimento. 
Esta é considerada uma das mais completas e apropriadas do mundo. Em 
paralelo com a preservação do meio ambiente, as leis também contam com um 
conteúdo riquíssimo sobre ações preventivas, visando diminuir os impactos 
ambientais. Por mais que exista uma gama muito grande de leis, iremos citas as 
onze principais. 
 
Novo Código Florestal Brasileiro – Lei 12.651/12: 
Ele revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965 e estabelece a 
responsabilidade do proprietário de espaços protegidos entre a Área de 
Preservação Permanente (APP) e a Reserva Legal (RL) de proteger o meio 
ambiente, sempre. 
Com essa lei, as florestas existentes no território nacional e as demais formas 
de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são 
reconhecidos como bens de interesse comum a todos os habitantes do país. O 
exercício do direito de propriedade está condicionado às limitações que a 
legislação estabelece. 
 
Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/81 
Foi a primeira Lei Federal a abordar o meio ambiente como um todo, dispondo 
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. 
Visa assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. 
Além de proibir a poluição e obrigar ao licenciamento e regulamentar a 
utilização adequada dos recursos ambientais, essa norma instituiu a PNMA e 
o SISNAMA. Com isso, estipula e define que o poluidor é obrigado a indenizar 
danos ambientais que causar, independentemente de culpa. 
Por fim, estabelece que o Ministério Público pode propor ações de 
responsabilidade civil pelos danos causados ao meio ambiente, de forma a impor 
ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar os prejuízos causados. 
Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) 
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao Meio Ambiente. Concede aos órgãos ambientais 
mecanismos para punição de infratores ambientais, como em caso de crimes 
ambientais praticados por organizações. Ou seja, com essa norma torna-se 
possível a penalização das pessoas jurídicas em caso de crimes ambientais. 
 
Agrotóxicos – Lei 7.802/89 
Dispõe sobre a pesquisa, produção, o transporte, armazenamento, 
comercialização, utilização e destino final dos resíduos e embalagens 
de agrotóxicos, seus componentes e afins. 
 
Criação do Ibama – Lei 7.735/89 
Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica e cria o Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA), incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências 
federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Compete a este 
órgão realizar a Política Nacional do Meio Ambiente, atuando na fiscalização e 
controle da exploração de recursos naturais. 
 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei 12.305/10 
Estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à gestão 
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, e 
define as responsabilidades dos geradores e do poder público. 
A norma define o que são os resíduos sólidos, sendo que os geradores destes 
devem seguir a ordem de: 
1- Não geração; 2- Redução; 3- Reutilização; 4- Reciclagem; 5- Tratamento 
dos resíduos sólidos e 6- disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
Ela também estabelece quando será necessário elaborar o Plano de 
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Este deve ter designado um 
responsável técnico devidamente habilitado para sua elaboração, 
implementação, operacionalização e monitoramento de todas suas etapas. 
 
Recursos Hídricos – Lei 9.433/97 
Institui a Política e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, condiciona a 
intervenção em águas públicas à autorização do órgão competente, e institui a 
cobrança pelo uso da água por ser um recurso natural limitado e que possui alto 
valor econômico. 
 
Área de Proteção Ambiental – Lei 6.902/81 
Estabelece as diretrizes para a criação das Estações Ecológicas que são 
áreas representativas de diferentes ecossistemas do Brasil que precisam ter 
90% do território intocadas e apenas 10% podem sofrer alterações para fins 
acadêmicos. 
Também estabelece a criação de Áreas de Proteção Ambiental (APA’s) que 
compreendem propriedades privadas que podem ser regulamentadas pelo órgão 
público competente em relação às atividades econômicas para proteger o meio 
ambiente. 
 
Patrimônio Cultural – Decreto de Lei 25/37 
Dispõe sobre a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 
Entende-se como patrimônio nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis 
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua 
vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional 
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. 
 
Política Agrícola – Lei 8.171/91 
Essa lei objetiva a proteção do meio ambiente. Ela estabelece a obrigação de 
recuperar os recursos naturais para as empresas que exploram 
economicamente águas represadas e para as concessionárias de energia 
elétrica. Além disso, responsabiliza o Poder Público em suas esferas de fiscalizar 
o uso racional do solo, água, fauna e flora. 
 
Zoneamento Industrial – Lei 6.803/80 
Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas 
críticas de poluição. A norma condiciona a atuação de entidades estatais no que 
se refere às áreas críticas de poluição e institui proibições a serem observadas 
por tais entidades durante os processos de licenciamento ambiental. 
São estabelecidos padrões ambientais para a instalação e licenciamento das 
indústrias, exigindo-se o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de Riscos 
Ambientais 
12. Análise de Riscos Ambientais 
Riscos ambientais são os elementos ou substâncias que encontramos em 
diversos ambientes em quantidade exagerada. Ou seja, ultrapassam oslimites 
que o organismo é capaz de tolerar sem causar danos à saúde do indivíduo. 
A análise de riscos ambientais está relacionada à avaliação preliminar de uma 
possibilidade de ocorrência de um acidente e sua consequência no âmbito social, 
econômico e ambiental para o país. Ou seja, é a identificação de situações de 
risco em qualquer empreendimento em funcionamento e as consequências ao 
meio ambiente, à comunidade, ao próprio empreendimento e aos seus 
funcionários. 
Os principais riscos ambientais são: 
• Riscos físicos: quando os trabalhadores ficam expostos a ruídos, vibrações 
constantes, altíssimas e extremas temperaturas, radiações, entre outros; 
• Riscos químicos: substâncias, compostos ou produtos, como, por exemplo, 
poeira, fumo, gases ou vapores as quais o indivíduo está exposto e corre o 
risco de absorver ou pela pele ou ingerindo-o, causando danos à saúde; 
• Riscos biológicos: danos à saúde do trabalhador provenientes da ação de 
bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, ou qualquer tipo de vírus; 
• Riscos acidentes: máquinas e equipamentos usados sem que o funcionário 
tenha a devida proteção, uso de ferramentas inadequadas e lugares que 
possam oferecer riscos de incêndio ou explosão. 
• Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, como levantamento e 
transporte manual de peso, até mesmo trabalhar em carga horária noturna 
pode provocar riscos, bem como longas jornadas de trabalho, entre outros. 
A análise de risco ambiental tem como objetivo criar um conjunto de medidas 
capazes de permitir a redução de eventos como desastres e/ou acidentes. Além 
disso, visa criar alguns pontos básicos para que o plano seja executado sempre 
da melhor maneira possível e obtenha resultados favoráveis, bem como avaliar 
os riscos presentes no local de trabalho, fazendo sempre uma verificação dos 
procedimentos visando a segurança do trabalhador e, caso necessário, realizar 
uma análise e correção de possíveis acidentes no local de trabalho. 
12.1. Como funciona? 
O processo tradicional de Avaliação de Risco à Saúde Humana em Áreas 
Contaminadas pode ser dividido, segundo EPA (1989), nas seguintes etapas de 
trabalho: 
• Aquisição e Avaliação de Dados 
• Avaliação de Exposição 
• Análise de Toxicidade 
• Caracterização do Risco 
Aquisição e Avaliação de dados 
Envolvem o levantamento e análise dos dados relevantes para a avaliação de 
risco à saúde humana e a identificação das substâncias presentes na área, que 
serão indicadoras no processo. 
A identificação dos contaminantes presentes em determinada área de sua 
distribuição espacial, concentração e comportamento no meio físico visa permitir 
o estabelecimento dos compostos químicos indicadores, que serão: 
• Os mais tóxicos, persistentes e móveis. 
• Aqueles com maior distribuição espacial e concentração 
• Os envolvidos em cenários de exposição mais significativos 
Avaliação de Exposição 
É uma estimativa da intensidade, frequência, duração e caminhos da 
exposição humana, atual ou futura, a determinado composto químico. Tal 
estimativa é fundamentada nos dados de monitoramento ambiental e resultados 
da previsão da movimentação e atenuação dos contaminantes por meio de 
modelagem matemática. 
A avaliação é desenvolvida prevendo-se os usos atuais e futuros da área em 
estudo, sendo necessário que: 
• Sejam entendidos os mecanismos de vazamento e transporte do 
contaminante no meio físico; 
• Sejam identificadas as populações expostas; 
• Sejam identificados todos os caminhos potenciais de exposição; 
• Sejam estimadas as concentrações nos pontos de exposição, para cada 
caminho específico. 
A avaliação das informações obtidas nas etapas descritas acima permite 
elaborar os cenários de exposição onde são identificadas as várias 
possibilidades para que o contaminante, a partir da origem da contaminação, 
atinja as populações potencialmente receptoras. Os resultados da avaliação da 
exposição são os valores de ingresso dos compostos indicadores para cada 
caminho de exposição específico (atual ou futuro). 
Análise de Toxicidade 
Define a toxicidade específica para cada composto químico indicador, 
considerando-se os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição ao 
composto. Para tanto, é necessário avaliar a relação entre a magnitude da 
exposição, o tipo de efeito adverso e a possibilidade de um determinado 
composto gerar câncer no indivíduo ao longo da exposição. 
Nesta etapa, os bancos de dados toxicológicos servem como fonte de 
informações sobre a toxicologia e os efeitos adversos à saúde dos compostos 
indicadores. A análise da toxicidade pode ser dividida em duas atividades 
principais: 
• Identificação dos efeitos adversos – determinação do tipo e magnitude do 
efeito adverso à saúde que é causado pela exposição a um agente tóxico 
específico; 
• Determinação da dose-resposta – processo de avaliação quantitativa da 
toxicidade, relacionando-se a dose do contaminante que foi administrada 
com a incidência de efeitos adversos à saúde em uma dada população 
exposta. 
Caracterização do Risco 
Integra todos os dados obtidos nas etapas anteriores, tendo como objetivo 
quantificar o risco. Neste momento, as concentrações de contaminantes 
medidas nos pontos de exposição e as concentrações teóricas estimadas por 
meio de modelos de transporte de massa são comparadas com os dados 
toxicológicos específicos do composto de interesse. Essa comparação serve 
para determinar se os níveis de contaminação atuais ou futuros da área podem 
gerar algum efeito adverso à saúde humana, segundo os padrões toxicológicos 
utilizados. 
É certo que a análise de riscos ambientais é um resultado que se alcança em 
longo prazo, mas fundamental para equilíbrio do meio com o homem e, 
consequentemente, atenua o processo de degradação da natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudos de Caso 
13. Estudos de Caso 
Os relatos de experiências acerca da gestão ambiental são chamados de 
Estudos de Casos, no intuito de compreender como as empresas resolvem, 
encaminham e organizam a gestão ambiental dos seus espaços empresariais. 
Podemos citar exemplos que ocorrem em Unidades de Produção Agrícola 
(UPAs) e nas Unidades Agroindustriais. Estas apresentam-se de forma 
diversificada e assumem determinada configuração tendo como base diversos 
fatores. Deste modo, discutiremos aqui as principais problemáticas ambientais 
encontradas nestes locais, além das possíveis soluções encontradas a partir dos 
estudos dos SGAs. 
Como atividades desenvolvidas nas UPAs temos: agroindústria, bovinocultura 
de corte, integração de aves, rizicultura, tabaco, turismo rural, bovinocultura leite 
e derivados, dentre outros. Depois que estas atividades são identificadas, é 
necessário identificar quais são as causadoras de impactos negativos ao meio 
ambiente, bem como as ações de gestão ambiental que são adotadas. 
Atividade Problemas identificados Ações adotadas 
Agroindústrias: 
 
queijos, cortes de 
carne, carne moída, 
salame, dentre outros 
Geração de resíduos (cascas de frutas, 
vegetais e legumes) 
Adubação na propriedade – 
reaproveitamento em outra 
atividade da propriedade (uso 
das cascas) 
Compostagem 
Óleo proveniente de frituras 
Doação do óleo a terceiros para 
fabricação de sabão 
Produção de resíduos (dejetos de 
animais) na produção de ovos de codorna 
Confeitaria: efluentes líquidos gerados 
com a lavagem dos equipamentos 
Resíduos de óleos usados para untar as 
telas e os restos de embalagem 
Uso de energia (agroindústria de pães, 
cucas e derivados) 
Dispersão de odores e poeira 
com utilização de árvores de 
grande porte plantadas ao redor 
do estabelecimento. 
Implantação de sistema de 
energia solar fotovoltaica 
 
Nas UPAs com agroindústrias, percebe-se que são poucos os resíduos que 
podem ser reutilizados com reaproveitamento em outras atividades. Entretanto, 
verifica-se a existência de algumas ações de gestão ambiental, como, por 
exemplo, o caso da criação de codornas

Outros materiais