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Resumo Teoria das Organizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E 
CONTÁBEIS 
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
Disciplina: Teoria das Organizações 
Discente: Luciana Vasconcelos da Costa 
 
Um breve resumo das Teorias das Organizações 
 
Os estudos sobre as organizações formais e informais evoluem 
constantemente, contribuindo assim para analisar as situações complexas das 
organizações, de suas variáveis e dos conhecimentos práticos (BARNARD, 1979; 
HALL, 2004). 
A Teoria da contingência, por exemplo, contribui muito para o estudo do 
ambiente organizacional, uma vez que as organizações interagem com o ambiente 
em busca de informações e de acesso a recursos necessários para realização de suas 
atividades. Conforme Donaldson (1998), a Teoria da Contingência visa evidenciar que 
não existe um modelo de estrutura para todas as organizações, contrariando, dessa 
forma, a escola clássica da administração, que foca em uma única estrutura 
organizacional eficaz para qualquer tipo de organização. A partir dela, pode-se 
compreender os ambientes (estáveis e instáveis) e suas relações com as estruturas 
das organizações, enfatizando assim o processo de adaptação das organizações e 
seus ambientes. 
Durante a disciplina, no entanto, nos deparamos também com a análise dos 
ambientes a partir da perspectiva da ecologia populacional das organizações, de 
Hannan e Freeman (2005), que aborda o isomorfismo estrutural na perspectiva dos 
processos de seleção através da teoria da competição das organizações, 
considerando como consequências do ambiente as incertezas e as irregularidades 
dos resultados, além de tratar da incapacidade de mudança repentina nas 
organizações, a partir do conceito de inércia estrutural, enfrentando assim desafios ao 
tentar mudar as estruturas. Segundo Schultz (2016), a partir da abordagem da 
ecologia populacional é possível identificar e avaliar um grande número de novas 
formas organizacionais que surgem e se adaptam à população existente, através de 
inovação e identificação de nichos para sobreviver e se desenvolver. 
Ademais, a Teoria Institucional, que analisa as ações das pessoas dentro do 
ambiente organizacional, foi estudada durante a disciplina a partir do seu processo de 
desenvolvimento, considerando o velho e o novo institucionalismo. De acordo com 
Cosso e Oliveira (2013), o velho institucionalismo é constituído por ambientes 
desenvolvidos por variáveis objetivas, voltados para recursos materiais, tecnológicos 
e capitais. Conforme Peci (2006), o novo institucionalismo é composto por mitos 
institucionais racionalizadores, crenças de acordo com a visão do ambiente. A partir 
disso, compreendemos que cada organização possui a sua cultura, então a 
institucionalização varia muito de uma para outra. 
A teoria institucional ajuda a entender como as organizações procuram 
constantemente legitimar-se no ambiente em que estão inseridas e por 
que a busca da legitimação justifica a existência de estruturas 
organizacionais semelhantes e de organizações que adotam práticas 
de gestão similares (gestão da qualidade, certificação, gestão de 
pessoas, terceirização, responsabilidade social, gestão ambiental, 
etc.). Esta abordagem também traz subsídios para a análise das 
pressões institucionais sofridas por uma organização. (SCHULTZ, 
2016, p. 94). 
Para Schultz (2016), a abordagem do institucionalismo está abarcada no 
argumento de que as organizações estão inseridas em ambientes legítimos, racionais 
e de eficiência econômica e de que as relações interorganizacionais são estabelecidas 
por forças coercitivas, normativas e miméticas (isomórficas). 
A complexidade do estudo das organizações também é discutida pela a 
abordagem estruturalista, que busca entender o comportamento das organizações, 
considerando as inter-relações entre grupos e estruturas informais, grupos e 
estruturas formais e ambiente organizacional (SCHULTZ, 2016). Para isso, a 
disciplina nos fez refletir também sobre essa abordagem, a partir dos sistemas 
abertos, da teoria sociotécnica, da burocracia. 
Motta (1971) aborda a Teoria Geral dos Sistemas do biólogo alemão Ludwig 
von Bertalanffy, um modelo complexo de sistema aberto, aplicado a diversos campos, 
que apresentava potencialidades nas ciências sociais pela abrangência e flexibilidade. 
Segundo Motta (1971), as organizações são uma classe de sistemas sociais, que 
constituem uma classe de sistemas abertos, e se diferenciam dos demais sistemas 
sociais pelo alto nível de planejamento. 
Enquanto Spink (2003) aborda a teoria sociotécnica, um modelo complexo, que 
relaciona fatores sociais e técnicos, que podem ser combinados de maneiras 
diferentes, trazendo implicações psicológicas, sociais e econômicas diferentes, não 
havendo uma melhor maneira de organizar o conjunto de tarefas, apenas opções e 
consequências. De acordo com Spink (2003), a teoria sociotécnica é associada a uma 
série de observações sobre a democracia no local de trabalho, a partir disso, vemos 
que há ligação entre a qualidade de vida dos trabalhadores e o poder de negociação 
quanto às modificações dos processos de organização do trabalho. 
Segundo Schultz (2016), muitas organizações têm dimensões dominadas pela 
burocracia e muitos dos seus setores são burocratizados, a partir da divisão do 
trabalho, da hierarquia, da autoridade, das normas e procedimentos, dos méritos para 
promoção. De acordo com Faria e Meneghetti (2011), a burocracia moderna foi 
consolida como razão materializada, com suas características próprias de uma 
racionalização estabelecida dentro do sistema capitalista de produção, sendo assim 
entendida como organização, poder e controle. 
De acordo com Motta (1984 apud SCHULTZ, 2016), a burocracia moderna 
surgiu com o capitalismo e com o Estado moderno, fundamentada na razão e no 
direito. Conforme Schultz (2016), a burocracia foi adotada pelas organizações como 
referência ou modelo de gestão, visando aprimorar a eficiência e a eficácia. 
Os estudos sobre as organizações estão cada vez mais plurais em relação aos 
temas centrais, aos problemas investigados, aos referenciais teóricos utilizados para 
a sua compreensão, através de discussões, controvérsias e questionamentos acerca 
dos paradigmas e dos modelos estabelecidos. De acordo com Dellagnelo e Machado-
da-Silva (2000), as discussões sobre as novas formas organizacionais são tratadas 
através de diferentes designações, desde as mais amplas (redesenho organizacional, 
flexibilidade organizacional, novos paradigmas na administração, pós-modernismo) 
até as mais específicas (equipes de trabalho, empowerment, organizações de 
aprendizagem, redes organizacionais). 
Na administração pública, por exemplo, a busca por eficiência e eficácia na 
prestação dos serviços, bem como a participação da sociedade fomentam essas 
discussões acerca de teorias organizacionais, procurando modelos, abordagens, 
teorias que melhor atendam as necessidades das organizações. Todavia, a 
complexidade dos estudos efetuados não pode se dissociar das condições 
inegavelmente apropriadas, uma vez que possibilitam uma visão global das 
organizações e suas particularidades. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARNARD, C. I. As funções do executivo. São Paulo: Atlas, 1979. 
 
COSSO, E.; OLIVEIRA, M. A. de; As teorias organizacionais, os estudos recentes e 
as possíveis influências na prática das organizações. Estudos, Goiânia, v. 40, n. 1, p. 
3-12, jan./mar., 2013. 
 
DELLAGNELO, E. L.; MACHADO-DA-SILVA, C. L. Novas Formas Organizacionais: 
onde se encontram as evidências empíricas de ruptura com o modelo burocrático de 
organizações? Organizações & Sociedade, Salvador, v. 7, n. 19, 
Setembro/Dezembro, 2000. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/osoc/v7n19/02.pdf. Acesso em: 16 set. 2020. 
 
DONALDSON, L. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, S., HARDY, C., 
NORD, W. (Orgs.).Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1998. 
 
FARIA, J. H.; MENEGHETTI, F. K. Burocracia como organização, poder e controle. ‘, 
São Paulo, v. 51, n.5, p. 424-439, set/out., 2011. 
 
HALL, R. Organizações: estrutura, processos e resultados. São Paulo: Prentice Hall, 
2004. 
 
HANNAN. M. T.; FREEMAN, J. Ecologia de população das organizações. In: 
CALDAS, M. P.; BERTERO, C. O. (Orgs.). Teoria das Organizações. São Paulo: 
Atlas, 2007. 
 
MOTTA, Fernando C. Prestes. A teoria geral dos sistemas na teoria das organizações. 
Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 17-33, 
Jan./Mar., 1971. 
 
PECI, A. A nova teoria institucional em estudos organizacionais: uma abordagem 
crítica. Cadernos EBAPE.BR, v. 4, n. 1, p. 1-12, mar., 2006. 
 
SCHULTZ, Glauco. Introdução à gestão de organizações. Porto Alegre: Editora da 
UFRGS, 2016. 
 
SPINK, Peter. A perda, Redescoberta e Transformação de uma Tradição de Trabalho: 
a Teoria Sociotécnica nos Dias de Hoje. Organizações & Sociedade, v. 10, n. 28, p. 
117-129, set/dez, 2003.

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