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Direito da ação

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A ação se encontra em constante evolução, pois ainda existe muitas discussões em relação ao seu conceito. De início, as pesquisas relacionadas a ação partiram do direito romano, pois tiveram grande importância nas construções doutrinárias e sistemáticas dos dias atuais. Historicamente Roma se divide em três épocas distintas, a primeira foi o sistema de ações da lei que era caracterizado por um ritualismo religioso com declarações e gestos solenes. A segunda fase, chamada de sistema formulário eram as fórmulas que o pretor redigia e passava para os litigantes, de acordo com a ação que pretendia instaurar, a fórmula composta por intentio, demonstrativo, condemnatio e adjudicatio, na terceira fase chamada de sistema da cognitio extraordinária, se caracterizou pela fusão das duas fases do procedimento em apenas uma instância, essa tua etapa na evolução romana se tornou conhecida como a definição da ação. 
Com o decorrer do tempo, surgiram algumas teorias da ação como a de Celso, identificando a ação com o direito subjetivo material, que resultou em sua proposição “Não há direito sem ação; não há ação sem direito; o direito segue a natureza da ação”. Muitos séculos se passaram e a definição da ação se dividiu em duas vertentes, o direito abstrato de agir e o direito concreto de agir. A teoria da ação como direito a uma sentença justa, foi elaborada por Bülow e foi a negação da própria ação e do próprio direito subjetivo, o direito de agir só é comprovado no momento da sentença. 
A teoria da ação como emanação da personalidade foi exposta por Köhler, a pretensão do procedente é determinada na sentença e atribui o caráter da faculdade à ação, pois na emanação do direito existe uma clara distinção entre o direito e a faculdade. A teoria da ação como direito de ser ouvido em juízo foi tratada por Degenkolb, para quem a ação é um direito abstrato de agir, sendo o primeiro a definir a ação como “direito subjetivo público, correspondente a todo aquele de boa-fé creia ter razão, para ser ouvido em juízo e obrigar o adversário a comparecer”. A teoria da ação como pretensão de tutela jurídica foi produzida por Wach que publicou seu “Manual de Direito Processual Civil” e uma monografia sobre a “Ação Declaratória” considerando a ação como pretensão de tutela jurídica em face do Estado. 
Teoria da ação como direito potestativo, foi resultado de uma conferência proferida por Chiovenda, sustentou a ideia de que a ação tem o poder de criar a condição para atuação da vontade da lei, de acordo com ele a ação é diferente de obrigação. Teoria da ação como direito processual das partes, se deve a Carnelutti, que inicialmente definiu a ação como um direito subjetivo do indivíduo e em seguida define como um direito subjetivo processual das partes, assim o juiz é o sujeito passivo da ação e a compete prover sobre a demanda da parte. Teoria da ação como direito de petição, produzida por Couture que definiu a ação como o “poder jurídico que tem o sujeito de direito, de recorrer aos órgãos jurisdicionais”. Teoria da ação como direito cívico, elaborada por Ugo Rocco para quem a ação é um direito público subjetivo do cidadão frente ao Estado juiz, pertencente aos direitos cívicos, nesse caso, o direito da ação é abstrato, sendo independente do direito substancial. Teoria da ação como direito à jurisdição, provém de Liebman, de acordo com sua teoria a ação é o direito subjetivo, ou seja, o direito a jurisdição. Para Liebman, a ação depende de dois requisitos para existir o interesse de agir e a legitimação.
No entanto, Calamandrei não formulou sua teoria, mas concluiu que o conceito de ação não é absoluto, mas relativo, para ele a ação pode ser concebida como um direito subjetivo autônomo que existe por si só. As condições da ação são os requisitos necessários ao exercício da ação, para isso existem duas condições: o interesse de agir (necessidade da tutela jurisdicional para evitar lesão ao direito) e a legitimidade das partes (pertinência subjetiva da lide). 
A ação penal subordina-se a determinadas condições, pois é direito subjetivo público, abstrato e autônomo de pedir ao órgão jurisdicional a atuação da lei penal. No âmbito penal exercem o interesse de agir, legitimação de agir e a possibilidade jurídica. Para a doutrina de Carnelutti, o conceito de “questão” é um ponto duvidoso, no sentido técnico a questão é uma controvérsia sobre um ponto de fato, mas seu estudo é importante pois influência na decisão final. Ação civil, é invocada pela parte, sendo classificada como ação individual (tem por objetivo pretensão material pertencente a uma única pessoa) e coletiva (pretensão material pertencente a um grupo). Ação trabalhista, se divide em individual e coletiva, concluindo a ação penal pode ser classificada em função do elemento subjetivo, podendo ser pública ou privada. Ação é composta pela parte (os titulares das disposições ativas), pedido e a causa de pedir.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
ALVIM, Carreira J.E. Teoria Geral do Processo
Páginas- 109/136

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