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ORGANIZAÇÕES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR

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ORGANIZAÇÕES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR
→ São PJ´s de direito privado que colaboram com o Estado exercendo atividades não lucrativas e de interesse social. Dividem-se em entidades paraestatais e terceiro setor.
1) Entidades paraestatais/Serviços Sociais do Sistema “S”:
→ Paraestatal: significa entidade que atua ao lado do Estado. São pessoas privadas colaboradoras da Admistração Pública.
→ Controvérsia doutrinária sobre quais pessoas integram essa categoria: Predomina que inclui somente os serviços sociais (Bandeira de Mello).
a) Conceito de serviços sociais autônomos
→ Os serviços sociais autônomos são Pj´s de direito privado, criadas mediante autorização legislativa e que compõem o sistema “S”.
Exemplos: Senai, Sesi, Senac, Sesc, Sebrae.
b) Características
- Não tem fins lucrativos.
- Executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos.
- Produzem benefícios para grupos ou categorias profissionais.
- Não pertencem ao Estado, mas são obrigados a realizar licitação e estão sujeitos a controle estatal, inclusive por meio dos TC´s.
- Custeados por contribuições compulsórias pagas pelos sindicalizados (art.240, CF), constituindo exemplo de parafiscalidade tributária (art.7º, CTN).
- Os valores remanescentes dos recursos arrecadados constituem superávit e não lucro, devendo ser revertidos nas finalidades essenciais da entidade.
- Não precisam contratar pessoal mediante concurso.
- São imunes a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços (art.150, VI, “c”, CF).
2) Terceiro Setor
- O nome designa atividades que não são nem governamentais (1º setor), nem empresariais e econômicas (2º setor).
- É composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa.
TERCEIRO 
SETOR
REGRAS
 COMUNS
Sem fins lucrativos
São PJ´s de direito privado
Não pertencem à Administração Pública
3) Organizações da Sociedade Civil (OSC)
· Lei 13.019/2014
· CONCEITO: entidade privada sem fins lucrativos que NÃO distribua entre seus sócios eventuais resultados e que os aplique integralmente na consecução do respectivo do respectivo objeto social (art.2º, inciso I).
· Modalidades de parceria:
=> Termo de fomento: propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;
=> Termo de colaboração: propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
=>Acordo de cooperação: que NÃO envolvam a transferência de recursos financeiros.
· Cabível transferência de recursos financeiros.
· Não estão submetidas à licitação: as entidades sao selecionadas, em regra, por meio de chamamento público.
· OBS.: O Chamamento público é o procedimento destinado a selecionar a OSC para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da administração pública aplicáveis às licitações; não gera direito à celebração da parceria.
QUESTÃO DE CONCURSO:
FCC/TJMS/2020: No âmbito da legislação federal sobre parcerias entre a Administração Pública e organizações não governamentais, considera-se acordo de cooperação o instrumento firmado entre o Poder Público e organizações da sociedade civil, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros.
QUESTÃO DE CONCURSO:
FCC- TJAL/2019: De acordo com as disposições da Lei federal n° 13.019/2014, o estabelecimento de parcerias entre o poder público e entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, para a execução de planos de trabalho por estas propostos, se dá mediante termo de fomento, se envolver transferência de recursos públicos, vedada a celebração de convênio para tal finalidade.
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE – TJPA/2019 – 1ª aplicação: Acerca do procedimento de manifestação de interesse social, assinale a opção correta.
(A) É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria à realização prévia do referido procedimento.
(B) A sua realização dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria.
(C) Esse procedimento é obrigatório para a celebração de parcerias entre organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos e o poder público.
(D) A instauração desse procedimento implica na necessidade de execução do chamamento público correspondente.
(E) A proposição ou a participação de organização da sociedade civil na sua instauração, a impede de participar de eventual chamamento público subsequente.
GABARITO: letra A. Art. 21, §3º, da Lei 13.019/2014: É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.
4) Organizações Sociais (OS)
- Entidades Privadas.
-Qualificação é ato DISCRICIONÁRIO do Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente.
-Presença obrigatória de representante da Administração Pública no Conselho/Diretoria.
-Objetiva cumprir metas de desempenho e receber recursos públicos.
-Sem fins lucrativos.
- Contrato de gestão: é o instrumento utilizado por estas entidades para contratar com a Administração.
Quadro-Geral de comparação entre as entidades estudadas acima:
	
	OSCIP
	OSC
	OS
	
	Lei 9790/99
	Lei 13019/14
	Lei 9637/98
	REQUISITOS GERAIS
	- PJ direito provado
- Sem fins lucrativos
- Funcionamento mín. 3 anos
-Outorga pelo por ato vinculado do Min.Justiça
-Devem requerer QUALIFIAÇÃO ao Poder Público
-O estatuto da PJ deve preencher os requisitos do art.4º
	- Entidades privadas, cooperativas ou org. religiosas.
- Sem fins lucrativos
-Não é outorga, nem qualificação e sim regime de COOPERAÇÃO.
-Iniciativa por meio de manifestação de interesse social ou chamamento público
	- Entidades Privadas.
-Qualificação é ato DISCRICIONÁRIO do Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente.
-Presença obrigatória de representante da Adm.Pública no Conselho/Diretoria.
-Objetiva cumprir metas de desempenho e receber recursos públicos.
-Sem fins lucrativos.
	VEDAÇÕES
	- Não podem ser OSCIP: OS´s, cooperativas, fundações públicas, sociedades comerciais, instituições religiosas, fundações e associações privadas, etc.
	-Não podem celebrar parcerias: atividades que envolvam delegação das funções de regulação, fiscalização ou poder de polícia.
-Outras vedações no art.39.
	
	INSTRUMENTO
	Termo de parceria
	-Termo de colaboração: proposto pela Adm. Com transferência de recursos.
- Termo de fomento: proposto pelas entidades com transferência de recursos.
- Acordo de cooperação: para interesses recíprocos sem transferência de recursos.
	Contrato de Gestão
	SERVIDORES PÚBLICOS
	- É facultativa a participação de servidor público no conselho ou diretoria.
- Não cabe cessão especial.
	
	- Cabível cessão especial sem custo para a entidade (ônus para a origem).
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE- TJSC/2019: As organizações sociais, por integrarem o terceiro setor, integram a administração pública, razão pela qual devem submeter-se, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar. 
GABARITO: INCORRETO
 [...] 15. As organizações sociais não fazem parte do conceito constitucional de Administração Pública, razão pela qual não se submetem, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar. Por receberem recursos públicos, bens públicos e servidores públicos, seu regime jurídico tem de ser minimamente informado pela incidência do núcleo essencial dos princípios da Administração Pública (CF, art. 37, caput), dentre os quais se destaca o princípio da impessoalidade, de modo que suas contratações devem observar o disposto em regulamento próprio (Lei nº 9.637/98, art. 4º, VIII), fixando regras objetivas e impessoais para o dispêndio de recursos públicos. - ADI 1923
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE- TJSC/2019: O contrato de gestão não configura hipótese de convênio, uma vez que prevê negócio jurídico de natureza comutativa e se submete ao mesmo regimejurídico dos contratos administrativos. 
GABARITO: INCORRETO
 [...] 12. O contrato de gestão configura hipótese de convênio por consubstanciar a conjugação de esforços com plena harmonia entre as posições subjetivas que buscam um negócio verdadeiramente associativo, e não comutativo, para o atingimento de um objetivo comum aos interessados: a realização de serviços de saúde, educação, cultura, desporto e lazer, meio ambiente e ciência e tecnologia, razão pela qual se encontram fora do âmbito de incidência do art. 37, XXI, da CF. – ADI 1923
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE- TJSC/2019: A qualificação da entidade como organização social configura hipótese de simples credenciamento, o qual não exige licitação em razão da ausência de competição.
GABARITO: CORRETO
 [...] 10. A atribuição de título jurídico de legitimação da entidade através da qualificação configura hipótese de credenciamento, no qual não incide a licitação pela própria natureza jurídica do ato, que não é contrato, e pela inexistência de qualquer competição, já que todos os interessados podem alcançar o mesmo objetivo, de modo includente, e não excludente. – ADI 1923
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE- TJSC/2019: É inconstitucional a previsão legal de cessão de servidor público a organização social: essa hipótese configura desvio de função. 
GABARITO: INCORRETO
 [...] 17. Inexiste violação aos direitos dos servidores públicos cedidos às organizações sociais, na medida em que preservado o paradigma com o cargo de origem, sendo desnecessária a previsão em lei para que verbas de natureza privada sejam pagas pelas organizações sociais, sob pena de afronta à própria lógica de eficiência e de flexibilidade que inspiraram a criação do novo modelo. - ADI 1923
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, com ônus para a origem.

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