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NEGÓCIO JURÍDICO

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NEGÓCIO JURÍDICO
1 Conceito
· É um ato ou uma pluralidade de atos entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do direito privado.
· Pontos importantes:
· Principal elemento: vontade livre e desembaraçada
· Finalidade negocial: visa a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos.
2 Elementos
A classificação tradicional dos elementos do negócio jurídico provém do direito romano e divide-os em:
i) Elementos essenciais: são os indispensáveis à existência do ato.
· Gerais: comuns a todos os negócios (ex.: declaração de vontade)
· Particulares: peculiares a certas espécies (ex.: coisa, preço, consentimento na compra e venda – art.482).
i) Elementos naturais: são as consequências que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção (ex.: a responsabilidade de alienante pelos vícios redibitórios – art.441).
ii) Elementos acidentais: consistem em estipulações que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio para modificar alguma das suas consequências naturais (ex.: condição, termo, encargo – arts. 121, 131 e 136).
3 Planos (existência, validade, eficácia)
Teoria criada por Pontes de Miranda (“escada ponteana”) que distingue três planos ou dimensões do NJ: existência, validade e eficácia.
3.1 Plano da Existência
· Plano dos fatos/realidade.
· Um fato ingressa no mundo jurídico quando se amolda à hipótese prevista pela norma. O fato somente se amolda à hipótese quando presentes todos os seus elementos estruturais ou requisitos.
· Partes
· Vontade
· Objeto
· Forma
· Ex.: um casamento celebrado por autoridade incompetente é inexistente (um nada jurídico).
3.2 Plano da Validade
· O NJ deve preencher certos requisitos para ser válido (art.104). A falta de qualquer deles torna o NJ inválido (nulo ou anulável).
A) Capacidade do agente: É a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário.
· Capacidade de fato, necessária para que uma pessoa possa exercer, por si só, os atos da vida civil (adquirida com a maioridade ou com a emancipação).
B) Vontade Livre Não basta a vontade, é necessária a declaração, exteriorização daquela.
· Princípio da autonomia da vontade: o indivíduo é livre de criar direitos e contrair obrigações através da declaração de sua própria vontade e em conformidade com a lei.
Formas de manifestação da vontade
· Expressa: realiza-se por meio da palavra, escrita ou falada, bem como por gestos, sinais ou mímicas, sempre de modo explícito, permitindo o conhecimento imediato da intenção do agente.
· Tácita: revela-se pelo comportamento do agente. Só pode ocorrer quando a lei não exigir que seja expressa. Ex.: aquisição da propriedade móvel pela ocupação (art.1263). 
· Presumida: é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos comportamentos do agente. Ex.: presunção de pagamento prevista no art.322.
C) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável 
Lícito: não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
Possível: o objeto deve ser possível fisicamente (ex.: o aluguel de terreno na lua) e juridicamente (ex.: herança de pessoa viva). Ver art.106. Ex.: greve de funcionários de montadora de veículos.
Determinado ou determinável: deve ser pelo menos suscetível de determinação no momento da execução. (ex.: compra e venda de coisa incerta, indicada apenas o gênero e a quantidade).
Idoneidade do Objeto:
· O objeto do negócio deve ser idôneo, ou seja, apto para os efeitos pretendidos.
· Ex.: no contrato de mútuo, o objeto deve ser coisa fungível (art.586); no comodato, coisa infungível (art.579).
D) Forma prescrita ou não defesa em lei. Princípio da liberdade das formas: em regra, a forma é livre: podem as partes celebrar os contratos sem observar uma forma específica, salvo quando a lei estipular (art.107).
Tipos: livre, especial ou solene, contratual.
· Especial ou solene: exigida pela lei como requisito de validade de determinados NJ´s.
· Única: aquela que não pode ser substituída por outra. Ex.: escritura pública exigida para a validade das alienações imobiliárias.
· Múltipla: a lei permite a formalização do NJ por diversos modos. Ex.: instituição de fundação pode ser feita por escritura pública ou testamento (art.62).
· Contratual: é a convencionada pelas partes. Ex.: podem as partes estipular que o instrumento público seja necessário, quando a lei não exige (art.109).
3.3 Plano da Eficácia
· É o plano no qual os fatos jurídicos produzem seus efeitos. Aqui estão os efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e a terceiros.
· São elementos da eficácia:
· Condição 
· Termo
· Encargo ou modo
· Regras relativas ao inadimplemento do NJ (resolução). Juros, cláusula penal e perdas e danos.
· Direito à extinção do NJ (resilição).
· Regime de bens do casamento.
· Registro imobiliário (a escritura pública está na validade).
4. Classificação dos negócios jurídicos:
- Unilateral: se perfaz com uma só declaração de vontade (testamento, confissão de dívida).
- Bilateral: é necessária a existência de duas declarações de vontade coincidentes (contratos em geral).
- Oneroso: proporciona ao agente uma vantagem econômica, à qual corresponde uma prestação (contrato de aluguel).
- Gratuito: uma pessoa proporciona a outra um enriquecimento, sem contraprestação (doação).
- Inter vivos: produz efeitos durante a vida das partes (adoção, casamento).
- Causa mortis: seus efeitos são adiados para depois da morte do agente (testamento, legado).
- Principal: existe por si mesmo, independentemente de qualquer outro.
- Acessório: sua existência é subordinada à do principal.
- Solene: não prevê formalidade para sua constituição (casamento, testamento).
- Não solene: não prevê formalidade (compra e venda de coisas móveis).
5. Interpretação do negócio jurídico:
· Interpretar: é buscar o sentido e alcance da declaração de vontade.
· Importância: esclarecer a real intenção dos participantes. Garantir a correta compreensão da autonomia privada, respeitando direitos fundamentais.
 
5.1) A questão do silêncio:
- Silêncio é a inércia absoluta do agente (art.111). Logo, “quem cala consente” é exceção.
- Só vale o silêncio quando a lei autorizar (ex. arts. 539, 658, 659, 1807).
* RESERVA MENTAL (art.110): também chamada de reserva íntima ou reticência.
- ocorre quando um dos declarantes oculta sua verdadeira intenção, quando não quer um efeito jurídico que declara querer (art.110).
- o que se passa na mente do sujeito é irrelevante. Porém, se o destinatário conhece da reserva, o ato será inexistente.
- afeta a vontade, que não será livre. Para alguns, o negócio será ANULÁVEL por dolo, para outros, será NULO, pois haveria simulação.
· Dois fundamentos:
1) Preza-se mais pela intenção do que pela literalidade (art.112 – teoria subjetiva da interpretação). Busca-se o pensamento do emitente, a sua vontade virtual (boa-fé subjetiva), ainda que não se encontre exteriorizado de maneira adequada na declaração. Ex.: 3 pasteis de queijo = 3 queijos.
2) Presunção de lealdade/boa-fé: art.113.
Obs.: Os negócios jurídicos benéficos (envolvem uma liberalidade; uma parte se obriga e a outra aufere benefícios) devem ser interpretados estritamente porque envolvem renúncia de direitos. Ex.: doação.
6. Elementos acidentais do negócio jurídico:
· São elementos acidentais dos NJ´s que podem ser inseridos facultativamente pelas partes, não necessários à sua existência. (autolimitações da vontade).
6.1) Condição
a) Conceito: é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do NJ. O nascimento ou extinção de um direito depende da sua ocorrência (art.121).
b) Elementos: 
· voluntariedade: as partes devem querer e determinar o evento.
· futuridade: o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico deve ser futuro.
· Incerteza: o fato deve ser incerto, podendo verificar-se ou não. Ex.: colheita.
 c) Classificação: 
c.1) Quanto à licitude: 
· Lícitas: não contrárias àlei, à ordem pública ou aos bons costumes (art.122).
· Ilícitas: atentam contra proibição do ordenamento, a moral ou os bons costumes. Ex.: cláusula que obriga alguém a mudar de religião.
c.2) Quanto à possibilidade:
· Fisicamente impossíveis: não podem ser cumpridas por nenhum ser humano. Ex.: te dou 100 se tocares a lua.
· Juridicamente impossíveis: esbarram em proibição expressa do ordenamento ou fere a moral e os bons costumes. Ex.: condição de adotar pessoa da mesma idade – art.1619.
· Obs.: O art.124 trata como inexistentes as condições impossíveis e as de fazer coisas impossível, quando resolutivas. Já o art.123, considera inválidos os NJ´s cujas condições sejam impossíveis, quando suspensivas.
c.3) Quanto à fonte:
 
· Casuais: dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das partes. Ex.: dar-te-ei 100 se chover amanhã.
· Potestativas: decorrem da vontade ou do poder de uma das partes. Dividem-se em:
	- puramente potestativas: sujeitam todo o efeito do ato ao puro arbítrio de uma das partes, sem influência de qualquer fator externo. Ex.: “se eu quiser”. São proibidas pelo art.122, in fine.
	- simplesmente potestativas: são permitidas por dependerem não só da manifestação de vontade de uma das partes como também de algum acontecimento exterior. Ex.: dar-te-ei este bem se fores a Roma.
* Mistas: dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro. Ex.: dar-te-ei tal quantia se casares com tal pessoa.
c.4) Quanto ao modo de atuação:
* Suspensiva: impede que o ato produza efeitos até a realização de evento futuro e incerto. Ex.: dar-te-ei um carro se passares no vestibular (art.125).
* Resolutiva: é aquela que, ocorrido o evento futuro e incerto, extingue, resolve o direito transferido pelo negócio. Ex.: alguém constitui uma renda em favor de outrem enquanto estudar (art.128).
6.2) Termo
· Conceito: É o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do NJ, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano.
· Não suspende a aquisição do direito e sim o seu exercício (art.131).
· O acontecimento é certo, não há incerteza como ocorre na condição. Ex.: dar-te-ei um carro quando fizeres 18 anos de idade.
· Condição + Termo: dou-te um consultório se te formares em medicina até os 25 anos.
· Termo Inicial (dies a quo): tem uma data determinada para o NJ começar a viger. Ex.: celebrado no dia 20/06/15, começará a viger no dia 20/07/15.
· Termo Final (dies ad quem): data em que cessará o NJ. Ex.: contrato de locação com prazo determinado.
6.3) Encargo:
· Conceito: trata-se de uma cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos) pela qual se impõe uma obrigação ao beneficiário.
· Ex.: doação feita a Município com a obrigação de construir um hospital, creche, etc.
· Art.136: não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente disposto como condição suspensiva. Ou seja, o direito só é adquirido quando o beneficiário cumprir o encargo. 
Ex.: Testamento em que o testador dispõe que a pessoa somente receberá a casa se realizar uma benfeitoria.
7. Sistemas de anulação/invalidação:
· Pode ocorrer violação aos requisitos de VALIDADE.
· Essa violação poderá ser muito grave (NULIDADE) ou pouco grave (ANULABILIDADE).
7.1) Classificação:
a) Nulidade absoluta: deixa o NJ nulo. Ofende o próprio ordenamento jurídico.
b) Nulidade relativa: é a anulabilidade. Ofende o interesse do particular.
c) Nulidade Total: nada do ato poderá ser aproveitado.
d) Nulidade Parcial: princípio da conservação do NJ: só existe na nulidade parcial. Sempre se tenta conservar a parte válida.
Obs.: o art.184 define que, havendo nulidade parcial, esta não prejudicará a parte válida. Trata-se do princípio da conservação do ato ou NJ.
	NULIDADE
	ANULABILIDADE
	Também chamada de nulidade absoluta
	Também chamada de nulidade relativa
	Violação da ordem pública (ordenamento jurídico)
	Violação do interesse particular
	Alegação de qualquer interessado/MP/juiz de ofício
	Alegação somente da parte interessada
	Ação declaratória de nulidade
	Ação anulatória
	Não há prazo. O que é nulo nunca se convalida
	Prazo decadencial de 4 anos.
	Arts.166 e 167
	Art.171
	Sentença declaratória
	Sentença desconstitutiva
	Efeito ex tunc
	Efeito ex nunc
	Não produz efeitos, salvo os putativos (para o 3º de boa-fé)
	Produz efeitos até a data da sentença
7.2) Anulabilidade (defeitos/vícios do nj):
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
* Vício social: fraude contra credores
* Vícios de consentimento: todos os outros
* ocorrem quando a ofensa atingir interesse particular, sem estar em jogo interesses sociais.
* será considerado válido se a parte interessada não agir no prazo definido para conformar-se com a situação – são vícios que admitem confirmação.
# PRAZOS:
- Para todos os vícios, o prazo decadencial é de 4 anos, contados da data de realização do NJ.
- Exceção: coação, em que o prazo começa a contar de quando cessou a coação.
- No silêncio da lei, o prazo é de 2 anos.
A) Incapacidade relativa do agente (art. 171, I):
B) Erro (art.171, II):
- Consiste numa falsa representação da realidade em que o agente engana-se sozinho.
Ex.: compro um relógio achando que é de ouro. O vendedor não me induziu ao erro, apenas se silenciou. A pessoa erra sozinha.
- 2 requisitos: essencial ou substancial (art.139) + escusável ou perdoável.
Ex.: se na vitrine o relógio está com o preço muito baixo e ainda assim eu acho que é de ouro, não é erro perdoável. O erro esdrúxulo não é caso de anulabilidade.
C) Dolo (art.171, II):
- É o artifício ou expediente astucioso empregado para conduzir alguém à prática de um ato que prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a 3º.
F) Lesão (art.171, II):
- Ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta (art.157).
- Elementos: PREMENTE NECESSIDADE OU INEXPERIÊNCIA + ONEROSIDADE EXCESSIVA. Portanto, na lesão, não há dolo.
- Enunciado 150, JDC: “A lesão de que trata o art.157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento”.
- Objetiva evitar o enriquecimento sem causa, fundada em negócio totalmente desproporcional (“negócio da China”).
- Ex.: contratos de financiamento de casa própria em que a parte se obriga a pagar prestações muito altas e com juros abusivos.
- Gera a anulabilidade do NJ.
G) Fraude contra credores (art.171, II):
- É a atuação maliciosa do devedor em estado de insolvência ou na iminência de assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuita ou onerosa o seu patrimônio, para afastar a possibilidade de responderem os seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão (art.158).
Ex.: A, tendo conhecimento da iminência do vencimento de dívidas em seu nome, em relação a vários credores, vende a B imóvel de seu patrimônio, havendo conhecimento deste do estado de insolvência, estará configurado o vício social a acometer esse negócio jurídico.
- Elementos: INTENÇÃO DE PREJUDICAR CREDORES + ATUAÇÃO EM PREJUÍZO DOS CREDORES.
- Em regra, é necessário o conluio fraudulento entre aquele que dispõe do bem e aquele que o adquire. Exceção: em casos de disposição gratuita de bens ou de remissão (perdão) de dívidas, não é necessário o conluio fraudulento, bastando o evento danoso ao credor (art.158).
- É cabível, por parte do credor, o ajuizamento de ação anulatória (ação pauliana ou ação revocatória).
7.3) Nulidade (arts. 166 e 167):
A) O que é a simulação?
- É um NJ aparentemente normal, mas que em verdade não pretende atingir o efeito que deveria produzir (A e B em conluio para fraudar C).
- É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado.
- É uma desconformidade consciente da declaração, realizada de comum acordo com a pessoa a quem se destina,com o objetivo de enganar terceiros ou fraudar a lei.
- Ex.: 
1) ocultação do verdadeiro preço da coisa no contrato de compra e venda, antedata de documento, sonegação de imposto.
2) não posso doar para meu amante; mas posso simular uma compra e venda na qual ele não paga nada.
3) vender apartamento com preço mais baixo para pagar menos imposto.
B) Características da simulação:
- É NJ bilateral: acordo entre 2 partes para lesar terceiro ou fraudar a lei.
- É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina. Diferente do dolo. No dolo, a vítima participa da avença. Na simulação, a vítima lhe é estranha. É chamada de vício social porque objetiva iludir terceiros ou violar a lei.
- É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção: as partes maliciosamente disfarçam seu pensamento.
- É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei.
C) Espécies de Simulação:
a) Absoluta: as partes não realizam nenhum negócio, apenas fingem, para criar uma aparência, uma ilusão externa. É absoluta porque a declaração de vontade se designa a não produzir resultado, ou seja, deveria ela produzir um resultado, mas o agente não pretende resultado algum.
- Ex.: a falsa confissão de dívida perante amigo, com concessão de garantia real, para esquivar-se da execução de credores quirografários.
b) Relativa (dissimulação): as partes pretendem realizar determinado negócio, prejudicial a terceiro ou em fraude à lei. Para escondê-lo, ou dar-lhe aparência diversa, realizam outro negócio. São 2 negócios: um é simulado, aparente, destinado a enganar; o outro é o dissimulado, oculto, mas verdadeiramente desejado. O NJ aparente, simulado, serve apenas para ocultar a efetiva intenção dos contratantes, ou seja, o negócio real.
- Ex.: as partes, para pagar imposto menor, passam a escritura por preço inferior ao real (art.167, §1º, inciso II).
- Ex.: homem casado, para contornar a proibição legal de fazer doação à amante, simula a venda a um 3º, que transferirá o bem àquela (art.167, §1º, inciso I). Esse NJ é chamado de “NJ por interposição de pessoa”, o “testa-de-ferro”.
OBS.: O que pode ser válido é o dissimulado, se for válido na substância e na forma. O simulado é sempre NULO (art.167). A 2ª parte do dispositivo se refere à simulação relativa (dissimulação). A 1ª parte se refere à simulação absoluta.

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