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Pneumo Derrame Pleural INTRODUÇÃO • Pleura – membrana de tecido conjuntivo, recoberta pelo mesotélio → revesta a superfície externa dos pulmões, a parede lateral do mediastino, hemicúpula diafragmática e face interna da caixa torácica – o espaço pleural. • Folheto parietal – reveste interior da caixa torácica. • Folheto visceral – reveste os pulmões. • Líquido pleural – formado na pleura. Pressão hidrostática > pressão coloidosmótica → resulta em ultrafiltração de 0,01 ml/kg/h de líquido e este é reabsorvido pelos vasos linfáticos a pleura parietal. • Em homeostase, há 5-15 ml de líquido no espaço pleural. • Derrame pleural – acumulo anormal de líquido no espaço pleural. Mecanismos Fisiopatológicos do Derrame Pleural Transudato Aumento da pressão hidrostática ou redução da pressão coloidosmótica do plasma. Exsudato Aumento da permeabilidade dos capilares pleurais. Bloqueio à drenagem linfática da pleura. EMPIEMA Infecção no EP HEMOTÓRAX Hemorragia no EP QUILOTÓRAX Vazamento de quilo (linfa rica em quilomícrons) no EP ETIOLOGIA • Principal causa – ICC – um transudato. • Etiologias de exsudato – derrame parapneumônico e o câncer (de pulmão, mama e linfoma) – juntas correspondem a 75% dos casos de DP neoplásicos. Transudato Exsudato ICC Cirrose Hepática. Síndrome Nefrótica. Diálise Peritoneal. Hipotireoidismo. Síndrome da Veia Cava Superior. Pericardite Constrictiva. Atelectasia (aguda). Embolia Pulmonar (20% dos casos). Derrame Parapneumônico. Infecções Pleurais (bacterianas, micobacterianas, virais, fúngicas, parasitárias e rickettsiose). Câncer. Embolia Pulmonar (80% dos casos). Colagenoses. Asbestose. Doenças Pancreáticas. Síndrome de Meigs. Uremia. Atelectasia (crônica). Quilotórax. Sarcoidose. Drogas. Síndrome Pós-Injúria Miocárdica (IAM, cirurgia cardíaca Derrame “parapneumônico” é o exsudato pleural que acompanha uma pneumonia bacteriana. Ele pode ou não ser empiematoso. Síndrome de Meigs = fibroma ovariano + ascite + derrame pleural. Principais Drogas que Causam Derrame Pleural Nitrofurantoína. miodarona. Dasatinib. Bromocriptina. Metotrexate. Procarbazina. Metisergida. Dantrolene. Alcaloides do Ergot. Clozapina. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS História: • DP pequenos → assintomáticos. • Se sintomático: 1. Dispneia 2. Tosse 3. Dor torácica tipo pleurítica – piora na inspiração. • Este tipo de dor demora → inflamação pleural (pleurite) e desaparece quando o líquido afasta as PP e PV, anulando o atrito. • Derrames volumosos – trepopneia = dispneia em decúbito lateral com lado que contém o volume voltado para cima. Exame Físico: • DP pequeno → sem expressão semiológica. • DP volumosos → Sd de Derrame Pleural: 1. Macicez à percussão 2. Redução do murmúrio vesicular acima da área de derrame 3. Desaparecimento do frêmito toracovocal. • Se atelectasia do parênquima: 1. Respiração brônquica: som alto e agudo, com nítida divisão nas fases inspiratórias e expiratórias. 2. Egofonia: o pacienta fala i e o médico escuta e → significa colabamento do espaço alveolar com brônquios pérvios. • Se DP ocupar todo hemitórax → causa abaulamento dos espaços intercostais e desvio contralateral da traqueia. • Pleurites iniciais → atrito pleural. EXAMES DE IMAGEM • Recomendação: radiografia de tórax em PA e PERFIL. • Derrame visível em PA → se > 175-200 ml de líquido no seio costofrênico lateral, causando velamento desse seio. • Derrame visível em PERFIL → se > 75-100 ml de líquido para velar os seios costofrênico posterior. Essa é a incidência mais sensível. • Derrame volumoso: RX → parábola de Damoiseau. Pneumo Derrame Pleural • Radiogradia na incidência de Lawrell – decúbito lateral com raios horizontais, o lado do derrame fica na posição dependente. s/ aderências pleurais, o liquido corre livre por força gravitacional. Ela útil em casos de dúvidas. • Se lamina líquida > 10mm → indica que toracocentese pode ser realizada ás cegas. • Nos derrames loculados → de menor volume, a toracocentese é guiada por USG. • Métodos mais sensível - TC → detecta DP < 10 ml. Pode adm contraste iodado: se houver captação (pleural split sign: pleuras parietal e visceral estão espessadas e se impregnam pelo contraste) = pleurite. DIAGNÓSTICO • Toracocentese diagnóstica – é o exame que esclarece a etiologia. Situações em que toracocentese não precisa ser feita: paciente com ICC que apresenta derrame pleural bilateral e simétrico (quadro típico). Nestes casos, observar a resposta aos diuréticos, realizando a toracocentese somente se não ocorrer melhora (em 75% das x o DP da ICC se resolve em até 48h de diureticoterapia adequada). Outras indicações de toracocentese na ICC são: (1) derrame francamente assimétrico; (2) febre; (3) dor torácica pleurítica. • Faz coleta – analisa o líquido pleural: aparência dele dá o Dx. • Se aspecto seroso → diferenciar de transudato ou exsudato via critérios de Light → isso limita o rol das etiologias → segue visando as doenças incluídas nesses grupos. • Se exsudato → dç está na pleura, dosa proteína total e LDH; pH, glicose, celularidade (contagem de cells mesoteliais, hemácias e leucócitos), coloração gram, culturas, citologia oncótica. • Outros exames: ✓ No quilotórax – pesquisa quilomícrons e dosa nível de triglicerídeos do LP. TG > 100 – 110 mg/dl, confirma o Dx. ✓ Dosa níveis de amilase no LP, se: pancreatite, pseudocisto pancreático, Ca de pulmão ou de pâncreas e ruptura esofagiana. Se valores altos, confirma Dx. ✓ Se tuberculose: pesquisa BAAR, TRM-TB e dosa ADA – adenosina deaminase e IFN-gama. Confirmação → biopsia pleural → granulomas caseosos + cultura de fragmento +. ✓ Se suspeita de neoplasia – fazer citologia oncótica. Aparência do Líquido Pleural Pus Empiema Sangue Hemotórax ( relação hematócrito do derrame/ hematócrito do sangue periférico > 0,5). Leitoso Centrifugar: (1) sobrenadante claro = empiema; (2) sobrenadante turvo = quilotórax. Serossangui- nolento Mistura de líquido pleural com sangue. Acima de 10.000 hemácias/ml o líquido ffica progressivamente "tingido" de sangue. Seroso Líquido pleural sui generis (amarelo-palha). Critérios de Light Relação proteína do líquido/proteína do plasma > 0,5 Relação LDH do líquido/LDH do plasma > 0,6 LDH do líquido > 2/3 do limite superior da normalidade no plasma (> 200 U/l) Obs.: O derrame será EXSUDATIVO se pelo menos um dos critérios acima for satisfeito. Exames Adicionais para os Exsudatos - pH. - Glicose (dosar também no sangue). - Celularidade (contagem de células mesoteliais, hemácias e leucócitos com diferencial). - Bacterioscopia (coloração de Gram). - Culturas (bactérias comuns, fungos, BK). - Citologia oncótica. Pneumo Derrame Pleural Causa Aparência Leucócito s Hemáci as Glicose Observações Ca Turvo ou seros sanguinolent o. 1.000- 100.000, Mono. Elevado . = ao plasma. <60 mg/dl Em 15%. - Glicose baixa no líquido sugere alta carga de células malignas. Tubercu lose Seroso ou seros- sanguinolent o. 5.000- 10.000, Mono. <10.000 . Igual ao plasma. Raro < 60 mg/dl. - Eosinófilos > 10% ou céls. mesoteliais > 5% tornam o diagnóstico improvável. AR Turvo, Amarelo esverdeado. 1.000- 20.000, Mono ou PMN. < 1.000. < 40 mg/dl. - Complemento ↓. - Fat. Reumatoide ↑. - Presença de cristais de colesterol. Pancreat ite Turvo ou Seros- sanguinolent o. 1.000- 50.000, PMN. 1.000- 10.000. = ao plasma. - Geralmente à esquerda. - Amilase (pancreática) elevada. Ruptura de esôfago Turvo ou purulento. Vermelho amarronzado. < 5.000 ou > 50.000, PMN. 1.000- 10.000.< que o plasma. - Geralmente à esquerda. - pH < 6.0. - Amilase (salivar) elevada. - Pneumotórax em 25%. Infarto pulmon ar Seroso ou Seros- sanguinolent o. 1.000- 50.000, PMN ou Mono. 100 a > 100.000. Igual ao plasma. Sem achados patognomônicos. TRATAMENTO 1. Transudatos pleurais • TTO – controle da doença de base que está causando o derrame (ex.: diureticoterapia para ICC, reposição de levotiroxina no hipotireoidismo). • Se desconforto respiratório – toracocentese terapêutica 2. Derrame pleura neoplásico • Quimio ou radioterapia – p/ tumores malignos. Carcinoma de pequenas cells pulmores responde bem a essa medida → é paliativa. • Toracocentese terapêutica – é eficaz. • Se reacumulo de derrame, optar por: (1) toracocenteses repetidas; (2) pleurodese; (3) instalação de dreno tubular permanente. 3, Derrame Parapneumônico • Há 3 categorias: (1) simples ou “não complicado”; (2) complicado; e (3) empiema. • Simples → estéril; n requer drenagem; soluciona com a resolução da pnm com ATB. • Empiema → há infecção do EP e requer antibioticoterapia + drenagem, para evitar a sd. Do encarceramento pulmonar secundário à fibrose pleural. • Complicado → há alterações inflamatórias. Tratado com antibioticoterapia + drenagem torácica se: (1) glicose < 60 mg/dl; (2) pH < 7.2 ou (3) pH entre 7.2-7.3 e LDH do líquido pleural > 1.000 U/
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