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Definição: É uma doença rara do tecido conjuntivo. Etiologia desconhecida e multifatorial Acomete múltiplos órgãos - Trato GI, pulmão, rins e coração; Provoca como principal sinal, o espessamento cutâneo, com perda da prega cutânea Raynaud – sintoma primário Epidemiologia: Doença rara, acometendo de 4 a 12 indivíduos por milhão Mais prevalente em mulheres Início entre 30-50 anos Raça negra – comum Fisiopatologia: Vasculopatia de pequenos vasos Produção de anticorpos Disfunção de fibroblastos – deposição de matriz extracelular Acumulo de colágeno – fibrose Vasculopatia: Fenômeno de Raynaud – sendo mais grave do que aquele observado no Lúpus e no SAF Úlceras isquêmicas dolorosas de polpas digitais – com evolução para necrose Crise renal esclerodérmica Hipertensão pulmonar Segunda figura – esclerodactilia, com ausência de prega cutânea. Manifestações clínicas: 1. Fenômeno de Raynaud: é um episódio de palidez e cianose seguidos de hiperemia reacional, em resposta ao frio. Acomete mais de >95% dos pacientes. Manifestações cutâneas: Fase inicial edematosa, anterior ao espessamento. As mãos se tornam edemaciadas. Espessamento cutâneo - Fase atrófica tardia Características: Perda das pregas, afilamento do nariz e lábios, redução da abertura da boca Telangiectasias – face, mãos, mucosas Calcinose – depósito de cálcio periarticular e superfície extensora do antebraço Úlceras nas pontas dos dedos Manifestações musculoesqueléticas: Artralgia Rigidez matinal Fraqueza muscular Manifestações gastrointestinais: 1. Esôfago: - É o mais acometido (dismotilidade nos 2/3 distais – músculo liso) – disfagia e engasgo - Diminuição da pressão do esfíncter esofágico inferior – refluxo (obteve-se melhora significativa após criação do omeprazol) - Exames diagnóstico: Manometria esofágica, EED, EDA 2. Estômago e intestino: - Pseudo-obstrução, proliferação bacteriana na luz intestinal, constipação e diarreia, saciedade precoce e dor abdominal. Manifestações Pulmonares: 70% dos pacientes terão É a principal causa de morte Principal sintoma: dispneia e tosse seca Ocorre uma fibrose intersticial nos primeiros 5 anos da doença – TC tórax de alta resolução deve ser feia anualmente para detecção precoce A intersticiopatia pulmonar está relacionada com a presença do: anti-Scl70+ Prova de função pulmonar com difusão de monóxido de carbono anual – avalia se há alguma restrição do pulmão. Entretanto não é um exame de fácil acesso. Hipertensão pulmonar – ecocardiograma anual para aferir -PSAP- pressão da artéria pulmonar por meio do refluxo da valva tricúspide (acima de 35mmhg: alterada - encaminha para realizar o CATE). Se relaciona com a presença anti-centrômero+. Imagem ilustra a fibrose pulmonar e a dilatação do esôfago. Manifestações Cardíacas: (+ raro) Pericardite Cardiomiopatia dilatada Arritmias Manifestações Renais: Crise renal é uma manifestação vascular Aumento da renina, ocasiona a crise renal 10% dos pacientes que tem a esclerose Acomete aqueles que possuem a forma cutânea difusa, nos primeiros 3 anos de doença. E está relacionada com a presença do anti RNA polimerase III, anemia e uso de corticoide. Assim, é um quadro em que não se usa corticoides, por levar ao aumento da crise renal, diferente do que ocorre na maioria das doenças reumatologias. Quadro clínico: HAS maligna (cefaleia, convulsão, alteração visual, etc), anemia com esquizócitos, plaquetopenia, insuficiência renal e proteinúria. Tratamento: inibidores da enzima conversora de angiotensina. (Lembrar que nos casos de IR normalmente se retira os inibidores da ECA – piora de função do rim). Diagnóstico: 1. Critérios do ACR – Colégio Americano de Reumatologia (1980): 1.1 Um critério maior - Espessamento da pele proximal as matacarpofalangeanas 1.2 Três critérios menores: Esclerodactilia – espessamento cutâneo dos dedos Cicatrizes em polpas digitais Fibrose pulmonar bibasal Deverá somar 1 critério maior e 2 menores 2. Últimos critérios (2013): Obter pelo menos 9 pontos para fechar o diagnóstico. 1 critério suficiente: espessamento da pele dos dedos na região de metacarpofalangeanas E além disso, mais algum outro critério, como puffy fingers – dedos mais “gordinhos” ou esclerodactilia, ulceras digitais, pitting scars – cicatrizes na ponta dos dedos, hipertensão pulmonar, doença pulmonar intersticial e presença dos anticorpos. Classificação: Esclerose sistêmica: Cutânea limitada Cutânea difusa Esclerodermia localizada (não acomete órgãos internos) Esclerodermia sine scleroderma (menos de 5% não acomete a pele) Esclerodermia precoce (capilaroscopia padrão SD – exame de avaliação da vasculatura da cutícula - Raynaud e Ac+) Também chamada de morfeia Pode ser em placa ou linear Ocorre perda de gordura no local Acomete escalpo ou face – golpe de sabre – e pode evoluir com convulsão Anticorpos específicos negativos – diagnóstico através de biópsia Tratamento: metotrexato Diagnóstico diferencial: facilite eosinofílica, fibrose sistêmica nefrogênica, escleromixadema, escleroedema. Acomete região distal da pele – mãos, antebraços, pernas e pés. Face é acometida por ambos CREST: Calcinose Raynaud Esôfago Telangiectasias Anti-centrômero – mais comum Figura mostra calcinose. Não há um bom tratamento para esse sintoma. Acomete também braços, coxas e tronco Anti-Sc-70 (comum) Anti-RNA polimerase II (mais comum) Observar afinamento do nariz. Classificação dos anticorpos: Normalmente há a presença do FAN, e sua forma irá depender da presença ou não de determinado anticorpo. Por exemplo, se houver o anti- centromero, o FAN será centromerico. Prognóstico: Tratamento: Do Raynaud: Orientar a proteção das extremidades Nifedipino – antagonista do canal de cálcio Iloprost endovenoso para casos severos – vasodilatador Das úlceras digitais: Iloprost endovenoso – trata Inibidores PDE-5 (sildenafil) – trata e previne Bosentana – reduz o número de úlceras Da Hipertensão pulmonar: Severa – ambrisentan, bosentan e macitentan PDE-5 inibidores – sildenafil, tadalafil e riociguat Da pele e pulmão: Metotrexato para fase inicial – pele Ciclofosfamida – pele e pulmão Transplante de medula óssea em alguns casos selecionados para acometimento pulmonar Observar a esclerose difusa em tronco Da crise renal: Inibidores da ECA Dos sintomas gastrointestinais: Bloqueadores da bomba de prótons – tratar refluxo e prevenção de úlceras Procinéticos para manejo dos sintomas Rotação intermitente de antibióticos para tratar proliferação bacteriana intestinal – em pacientes de diarreia crônica
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