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Gestão Pública/ Apol + Provas

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GESTÃO DE POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marcio Bernardes de Carvalho 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula foi estruturada de modo a apresentar uma reflexão sobre a 
importância da utilização de indicadores e dados oficiais na formulação, no 
planejamento e na fundamentação das políticas públicas. 
Nos dois primeiros momentos, vamos apresentar inicialmente o conceito 
de indicador, e após, suas características. A apresentação desse conceito e suas 
características visa justificar e fundamentar a importância desses indicadores 
para as políticas públicas. 
Os três momentos posteriores vão apresentar os dados do IBGE, 
ressaltando suas características e importância; logo após, IDH, PNUD e IPEA. 
Finalizando, apresentaremos uma reflexão sobre a importância das pesquisas 
realizadas dentro das universidades. 
Serão utilizados exemplos e problematizações para o exercício da leitura 
reflexiva. 
TEMA 1 – INDICADORES: CONCEITOS E REFLEXÕES 
Os indicadores transformaram-se em instrumentos de gestão eficiente e 
transparente nas últimas décadas, fruto da necessidade de apresentar à 
sociedade e aos órgãos de controle a produtividade do setor público e do setor 
privado. Na gestão pública, é necessário fazermos uma advertência inicial para 
refletir sobre o contexto das políticas. 
Como as políticas públicas são resultado das necessidades sociais, de 
demandas específicas da realidade, é necessário sempre salientar que o 
diagnóstico inicial é também uma necessidade para que os indicadores não se 
tornem o produto do pragmatismo de necessidades legais formais, mas sim um 
instrumento permanente de verificação da eficiência, transparência e 
produtividade dentro da administração pública. Justifica-se tal afirmativa por 
existir uma característica da política pública no Brasil que é a fragmentação, 
que pode ser constatada na execução das políticas ou mesmo na dificuldade de 
execução intersetorial. 
Uma segunda reflexão sobre os indicadores é a necessidade de tornar a 
execução, avaliação, monitoramento e correção de rumos das políticas públicas 
cada vez mais objetivo. Consideramos como “objetivo” o quantificável, expresso 
de forma a possibilitar ao gestor, pesquisador ou cidadão a compreensão do 
 
 
3 
dado. Quanto ao monitoramento das políticas públicas, é algo subjetivo; 
perdemos a capacidade de avaliar como sociedade e ficamos “refém” daquele 
que controla os dados (ou da falta de dados). 
Para Queiroz (2012, p. 202), “um indicador não é apenas um dado. É uma 
medida que permite interferir atributos desse dado, tais como qualidade, 
impacto, resultado etc. Um indicador deve ser elaborado por meio de uma 
definição, de um valor e de uma unidade de medida”. 
É importante ressaltar que não é possível alcançar os princípios 
constitucionais da transparência e da eficiência sem a utilização permanente, em 
todas as ações públicas, de instrumentos de monitoramento e avaliação. Por 
consequência, utilizaremos sempre indicadores, pois esses instrumentos 
perdem sua função social sem a utilização de dados. 
TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS DE UM INDICADOR 
Como um instrumento a ser utilizado nas políticas públicas, os indicadores 
necessitam expressar algumas características para que possam cumprir, com 
eficiência seu propósito. 
Uma primeira característica é a objetividade do indicador de acordo com 
a necessidade social ou demanda atendida pela política. Objetividade aqui 
também compreende a capacidade de leitura do indicador, ou seja, este deve 
ser acessível, de leitura simplificada, a ponto de poder ser compreendido por 
agentes externos ao programa. 
Um erro recorrente na utilização de indicadores em programas é vinculá-
los somente à aquisição de produtos ou contratação de serviços, o que serve 
somente para constatar a capacidade de gestão para estruturação do projeto, 
não a sua execução em si. Um programa de benefício de produtos para famílias 
com necessidades urgentes não pode ter um indicador que demonstre se os 
produtos foram adquiridos na quantidade e qualidade suficientes (mesmo sendo 
um dado muito importante), mas deverá verificar se a demanda (famílias) foi 
devidamente atendida. Essa objetividade precisa estar clara e consensuada 
entre os diversos envolvidos. Por consequência, o indicador precisa ter uma 
finalidade intimamente conectada ao objetivo da política, bem como suas 
metas. 
Um indicador deve ter longa duração, sendo os dados para sua 
atualização de fácil acesso ou fácil verificação. A utilização de indicadores 
 
 
4 
compostos (cálculo de um indicador por meio da utilização de vários outros 
indicadores) deve considerar a importância da longa duração, pois a utilização 
de diversas variáveis não controladas pode acabar inviabilizando rapidamente o 
indicador. Para atender à premissa constitucional da transferência e eficiência, 
este precisa ser confiável, podendo ser facilmente verificado por qualquer 
agente externo ao programa. 
Como consideração final, é importante sugerir, sem prejuízos dos itens 
anteriormente mencionados, que o indicador possa ser comparado a outros de 
programas da mesma área ou similares. 
TEMA 3 – DADOS DO IBGE 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado em 1934 
e tem por objetivo retratar o Brasil com informações necessárias ao 
conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania. Suas pesquisas 
orbitam nas áreas da geociência, estatística social, demografia e economia. 
O Instituto realiza dezenas de pesquisa, porém, é importante destacar o 
Censo Demográfico e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
Contínua – PNAD Contínua (que substituiu a antiga PNAD encerrada em 2016). 
As estatísticas do IBGE se dividem entre sociais, econômicas e 
multidomínio, e vão auxiliar o gestor a identificar os dados do seu município ou 
estado (ou mesmo os nacionais); podem ser pesquisadas por tema ou mesmo 
por cidade e estado. 
No Censo Demográfico, podemos pesquisar informações sobre 
características dos domicílios, pois o censo tem como referência o conhecimento 
das condições de vida da população como condição de ocupação, número de 
banheiros, existência de sanitário, escoadouro do banheiro ou do sanitário, 
abastecimento de água, destino do lixo, existência de energia elétrica etc.; 
emigração internacional; composição dos domicílios (número de moradores, 
responsabilidade compartilhada, lista de moradores, identificação do 
responsável, relação de parentesco com o responsável pelo domicílio etc.); 
características do morador (sexo e idade, cor ou raça, etnia e língua falada, no 
caso dos indígenas, posse de registro de nascimento, alfabetização, rendimento 
mensal etc.); e mortalidade. 
Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD investiga 
diversas características socioeconômicas da sociedade, como população, 
 
 
5 
trabalho, educação, rendimento, habitação, previdência social, migração, 
fecundidade, nupcialidade, saúde, nutrição etc., entre outros temas que são 
incluídos na pesquisa de acordo com as necessidades de informação para o 
Brasil. 
TEMA 4 – IDH, PNUD E IPEA 
4.1 IDH e PNUD 
A Organização das Nação Unidas – ONU criou o IDH para medir o grau 
econômico e social dos países. A cada ano, os países-membros da ONU são 
classificados de acordo com essa medida. 
Para construção dessa medida são utilizados os dados de expectativa 
de vida ao nascer, educação e produto interno bruto – PIB per capita. 
Como o índice utiliza dados de fácil acesso e atualização, foi possível 
reproduzir a medida para o Estado, e logo após a própria ONU criou o Índice de 
Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM utilizando dados do Censo 
Demográfico do IBGE. 
Segundo o site das Nações Unidas, “o Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento (PNUD) é a agência líder da rede global de desenvolvimento 
da ONU e trabalha principalmente pelocombate à pobreza e pelo 
Desenvolvimento Humano” (Pnud Brasil, 2019). 
Saiba mais 
Nesse mesmo site podemos encontrar o link para o Atlas Brasil 
(<www.atlasbrasil.org.br>), que traz o IDHM e outros 200 indicadores de 
demografia, educação, renda, trabalho e vulnerabilidade para os municípios do 
Brasil. 
É usual utilizar em todos os diagnósticos iniciais o IDH para justificar 
políticas públicas ou mesmo contextualizar o ente (município, estado ou país). 
4.2 IPEA 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea tem como missão 
“aprimorar as políticas públicas essenciais ao desenvolvimento brasileiro, por 
meio da produção e disseminação de conhecimentos e da assessoria ao Estado 
nas suas decisões estratégicas” (Ipea, 2019). 
 
 
6 
Os dados e pesquisas fornecidos pelo Ipea podem auxiliar o gestor a 
desenvolver mecanismos para aprimorar sua estrutura visando que as políticas 
públicas possam ser planejadas, executadas e avaliadas seguindo, com rigor, 
aos preceitos constitucionais. 
Diferentes dos tradicionais indicadores ou dados fornecidos por outros 
órgãos, o Ipea trabalha com a leitura de novas realidades da gestão pública e 
auxilia na compreensão desses desafios, como também propõe soluções para 
os mais diversos temas, seja por meio das suas Notas Técnicas ou mesmo de 
outras publicações. 
TEMA 5 – PESQUISAS PRODUZIDAS DENTRO DAS UNIVERSIDADES 
O ambiente acadêmico nacional (e também internacional) é sempre uma 
boa fonte de pesquisa sobre dados e indicadores para políticas públicas. As 
análises produzidas podem fornecer, além de indicadores e dados (quantitativos 
ou qualitativos), uma diversidade de análises sobre as políticas públicas no 
Brasil. 
É importante sempre sugerir ao gestor local uma pesquisa sobre a 
produção acadêmica da sua área de atuação e das políticas públicas 
desenvolvidas. 
Diversos gestores pelo Brasil têm adotado a criação de fóruns ou 
conselhos consultivos de pesquisadores, estudiosos ou intelectuais das áreas 
das políticas públicas, administração pública ou mesmo de outras áreas 
temáticas para debater os mais diversos temas que possuem aderência às 
políticas públicas executadas no seu âmbito. 
Para aqueles que dominam uma língua estrangeira, é importante uma 
pesquisa nas universidades da Europa e dos Estados Unidos. 
 Para pesquisa em língua portuguesa, além das universidades brasileiras, 
outro importante país que pesquisa as políticas públicas é Portugal, que possui 
diversas universidades e institutos de pesquisas com acervo à disposição na 
internet. 
No Brasil, duas instituições produzem muito sobre políticas públicas no 
geral e merecem destaque. A primeira delas é a Universidade de São Paulo – 
USP, por meio do seu Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas, e a segunda é 
a Fundação Getúlio Vargas – FGV, por meio da sua Diretoria de Análise de 
Políticas Públicas. 
 
 
7 
É importante também valorizar o esforço de todas as universidades 
brasileiras e seus grupos de pesquisa sobre políticas públicas, que têm 
desenvolvido muito conhecimento científico sobre as mais diversas áreas e suas 
políticas públicas. 
NA PRÁTICA 
A utilização de indicadores é uma necessidade para avaliação e 
monitoramento das políticas públicas, bem como sua fundamentação e 
justificativa. É impossível cumprir os preceitos constitucionais sem apresentar 
políticas públicas bem fundamentadas e capazes de serem, com transparência, 
acompanhadas por diversos atores sociais. 
Toda política pública deve apresentar dados e indicadores. Faça uma 
pesquisa para verificar como o seu município, estado ou mesmo alguma área do 
governo federal utiliza esses indicadores e dados. 
FINALIZANDO 
Apresentamos nesta aula uma reflexão sobre a importância da utilização 
de indicadores e dados oficiais na formulação, no planejamento e na 
fundamentação das políticas públicas. 
Nos dois primeiros momentos, apresentamos inicialmente o conceito de 
indicador, e após, suas características. A apresentação desse conceito e 
característica visou justificar e fundamentar a importância desses indicadores 
para as políticas públicas. 
Os três momentos posteriores apresentaram os dados o IBGE, 
ressaltando suas características e importância; logo após, IDH, PNUD e IPEA. 
Finalizando, apresentamos uma reflexão sobre a importância das pesquisas 
realizadas dentro das universidades. Além disso, foram utilizados exemplos e 
problematizações para o exercício da leitura reflexiva. 
 
 
 
8 
REFERÊNCIAS 
IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Disponível em: 
<http://www.ipea.gov.br/>. Acesso em: 9 out. 2019. 
PNUD BRASIL – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencia/pnud/>. 
Acesso em: 9 out. 2019. 
QUEIROZ, R. B. Formação e gestão de políticas públicas. Curitiba: 
InterSaberes, 2012.

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