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Hérnias e Doença do refluxo • Hérnias hiatais Trata-se da protrusão de um órgão pelo hiato esofágico para dentro do tórax. A gravidade da esofagite está ligada ao seu tamanho. As hérnias hiatais se dividem em de deslizamento (tipo I) e de rolamento ou paraesofágicas (tipos II, III e IV). Estima-se que mais de 95% sejam do tipo I. Os tipos II, III e IV correspondem a 5% das hérnias. Das hérnias paraesofágicas, mais de 90% são do tipo III, enquanto as do tipo II são as menos prevalentes. A maioria é assintomática, mas hérnias grandes do tipo I podem ter sintomas da DRGE. Naqueles com hérnias paraesofágicas, os sintomas mais comuns são dor epigástrica/subesternal, sensação de plenitude pós-prandial, náuseas e vômitos. Os sintomas da DRGE são menos prevalentes quando comparados com os das hérnias do tipo I. • Hérnias de deslizamento (tipo I) Caracterizam-se pelo alargamento do túnel hiatal e afrouxamento da membrana frenoesofágica, permitindo queo esôfago abdominal e parte do estômago “deslizem” para cima do diafragma, ou seja, a JEG encontra-se acima do pinçamento do hiato diafragmático. O estômago se mantém no seu alinhamento longitudinal, e o fundo permanece abaixo da JEG. O diagnóstico pode ser feito por meio da Endoscopia Digestiva Alta (EDA) – separação > 2 cm entre a JEG e o pinçamento diafragmático –, do exame contrastado Esôfago-Estômago- Duodeno (EED) – separação > 2 cm entre o anel B na JEG e o hiato diafragmático – ou de estudo manométrico. O tratamento está indicado a sintomáticos. Pode-se optar por medidas clínicas, como Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs), ou cirúrgicas, como fundoplicatura com reconstrução do hiato esofágico, dependendo do caso. • Hérnias paraesofágicas de rolamento (tipo II) Ocorrem devido às falhas anatômicas da membrana frenoesofágica e ao relaxamento da musculatura próxima ao hiato esofágico; neste caso, a JEG está no nível do hiato diafragmático, enquanto o fundo gástrico está herniado. Há também relaxamento anormal dos ligamentos gastroesplênico e gastrocólico, permitindo que parte do estômago “hernie” em direção à cavidade torácica. São consideradas hérnias verdadeiras, com um saco herniário, nunca regridem e costumam aumentar com o tempo, associadas a complicações sérias, como volvo, encarceramento gástrico, sangramento (por úlcera gástrica, gastrite ou erosões de Cameron no saco herniário encarcerado) e complicações respiratórias associadas à compressão dos pulmões pelo conteúdo herniário. O diagnóstico pode ser feito por meio do exame esôfago estômago-duodeno, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética, a qual evidencia nível hidroaéreo retrocardíaco ou o estômago intratorácico. O manejo dos pacientes assintomáticos é controverso. Muitos são contra o tratamento cirúrgico, devido ao risco anual do desenvolvimento de sintomas agudos requerendo cirurgia de emergência ser inferior a 2%, com diminuição exponencial do risco após os 65 anos, e taxa de mortalidade do reparo eletivo ser de aproximadamente 1,4%. A maior morbimortalidade operatória é encontrada nos idosos e na cirurgia de emergência (mortalidade de 2,4% e 7,5%, respectivamente). • Hérnia hiatal mista (tipo III) Combinação das hérnias tipos I e II, com herniação da JEG e do fundo gástrico pelo hiato diafragmático. • Hérnia em que ocorre a herniação do estômago (tipo IV) + outro órgão abdominal O outro órgão abdominal pode ser cólon, intestino delgado, baço ou pâncreas (grande defeito na membrana frenoesofágica).
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