Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BMF 3 FILTRAÇÃO GLOMERULAR, FLUXO SANGUÍNEO RENAL E SEUS CONTROLES Filtração glomerular - a primeira etapa da formação da urina - o primeiro passo para formar urina é filtrar grande quantidade de líquido através dos capilares glomerulares para dentro da cápsula de bowman - a maior parte desse filtrado é reabsorvido sobrando pouco para a excreção diária - a elevada taxa de filtração glomerular depende da alta taxa de fluxo sanguíneo renal Composição do filtrado glomerular - os capilares glomerulares são impermeáveis a proteínas, assim o filtrado glomerular é essencialmente desprovido de proteínas (como hemácias) - a concentração do filtrado é similar à do plasma (contendo sair, moléculas orgânicas) A FG corresponde a cerca de 20% do fluxo plasmático renal - a FG é determinada pelo 1) balanço das forças hidrostáticas e coloidosmóticas, atuando através do capilar 2) o coeficiente de filtração capilar (Kf), o produto da permeabilidade e da área de superfície de filtração dos capilares - os capilares glomerulares tem elevada intensidade de filtração, devido a alta pressão hidrostática glomerular e ao alto Kf - fração de filtração = FG/ fluxo plasmatico renal BMF 3 Membrana capilar glomerular - é semelhante a de outros capilares exceto pelas camadas: 1) endotélio capilar 2) membrana basal 3) camada de células epiteliais (podócitos) sobre a superfície externa da membrana basal - essas camadas compõem uma barreira que filtra mais vezes água e soluto do que a membrana capilar normal - essa capacidade de alta filtração é decorrente de um endotélio perfurado (fenestrado), com a presença de cargas negativas que impedem a passagem de proteínas plasmáticas - na membrana basal ha grande quantidade de colágeno e fibrilas proteoglicanas com grandes espaços, pelos quais grande quantidade de água e solutos podem ser filtrados - a camada de células epiteliais tem longos processos (podócitos) separados por lacunas (fendas de filtração) por onde o filtrado se descla, também carregam cargas negativas , impedindo a filtração de proteínas plasmáticas A filtrabilidade dos solutos é inversamente relacionada ao seu tamanho - a membrana do capilar é mais espessa porém mais porosa, o que gera uma maior filtração facilitada do líquido - apesar dessa alta filtração, a barreira é seletiva na determinação de quais moléculas serão filtradas (tamanho e carga) - são livremente filtrados: 1) eletrólitos (sódio) BMF 3 2) composto orgânicos (glicose) - ao contrário da albumina, que não é filtrada (proteína plasmática) - grandes moléculas, com carga negativa, são filtradas menos facilmente que moléculas com carga positiva com igual dimensão molecular Determinantes da FG - é determinada: 1) pela soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas através da membrana glomerular que fornecem a pressão efetiva de filtração 2) pelo coeficiente glomerular (Kf) - FG = Kf x pressão líquida de filtração - a pressão efetiva de filtração representa a soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas que favorecem ou se opõem a filtração através dos capilares glomerulares, essas forças incluem: 1) a pressão hidrostática nos capilares glomerulares (pressão hidrostática glomerular Pg, que promove a filtração) 2) a pressão hidrostática na cápsula de bowman ( Pb) por fora dos capilares que se opõem a filtração 3) a pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas (Pi g) que se opõem a filtração 4) a pressão coloidosmótica das proteínas na cápsula de Bowman (Pi b) que promove a filtração - forças favoráveis a filtração: 1) pressão hidrostática glomerular 2) pressão coloidosmótica na cápsula de Bowman - forças que se opõem a filtração: 1) pressão hidrostática na cápsula de Bowman 2) pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares 3) pressão efetiva de filtração O aumento no coeficiente de filtração glomerular eleva a FG - o Kf é a medida do produto da condutividade hidráulica e da área de superfície dos capilares glomerulares, não pode ser medido diretamente, mas é estimado pela BMF 3 divisão da intensidade da filtração glomerular pela pressão efetiva de filtração (Kf = FG/ pressão efetiva de filtração) - o alto Kf para os capilares contribui para a rápida intensidade de filtração do líquido A pressão hidrostática aumenta na cápsula de bowman e diminui a FG A pressão coloidosmótica capilar aumentada reduz a FG - os fatores que influenciam a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares são: 1) a pressão coloidosmótica no plasma arterial 2) a fração de plasma filtrada pelos capilares glomerulares - aumentando a pressão coloidosmótica no plasma arterial, eleva a pressão coloidosmótica nos capilares glomerulares, diminuindo a FG A pressão hidrostática capilar glomerular aumentada eleva a FG - é determinado por: 1) pressão arterial 2) resistência arteriolar aferente 3) resistência arteríola eferente - o aumento da PA tende elevar a pressão hidrostática glomerular e portanto aumentar a FG - a resistência aumentada das arteríolas aferentes reduz a pressão hidrostática glomerular diminuindo a FG - a constrição das arteríolas eferentes aumenta a resistência do fluxo de saída dos capilares glomerulares, a FG se eleva discretamente BMF 3 Fluxo sanguíneo renal - supre os rins com nutrientes e remove produtos indesejáveis - principal objetivo é suprir o plasma suficiente para se ter altas intensidades de filtração glomerular necessária para a regulação precisa dos volumes e líquidos corporais e das concentrações de soluto - fluxo sanguíneo renal e consumo de O2: a concentração de O2 filtrada pelo rim está relacionada a alta reabsorção de sódio pelos túbulos renais, caso o fluxo renal e a FG sejam reduzidos e menos sódio seja filtrado, ocorrerá diminuição da reabsorção de sódio e do oxigênio consumido BMF 3 - determinantes do fluxo sanguíneo renal: é determinado pelo gradiente de pressão ao longo da vasculatura renal (diferença entre as pressões hidrostáticas na artéria renal e na veia renal) dividida pela resistência vascular renal - o fluxo sanguíneo nos vasa recta da medula renal é muito baixo, comparado ao fluxo no córtex renal: tem papel importante na formação de urina concentrada pelo rim Controle fisiológico da filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal - determinantes da FG mais variáveis e sujeitos a controle fisiológico: 1) pressão hidrostática glomerular 2) pressão coloidosmótica capilar glomerular - influenciados pelo sistema nervoso simpático, por hormônios e por autacóides (substâncias vasoativas) e outros controles de feedback intrínsecos ao rim - a intensa ativação do sistema nervoso simpático diminui a FG: a ativação do sistema nervoso simpático pode provocar constrição das arteríolas renais e diminuir o fluxo sanguíneo renal e a FG - controle hormonal e autacóide da circulação renal: os hormônios que causam constrição das arteríolas aferentes e eferentes, causam redução na FG e no fluxo sanguíneo renal Autorregulação da FG e fluxo sanguíneo renal - mecanismos de feedback intrínsecos dos rins normalmente mantém o fluxo sanguíneo renal e a FG relativamente constantes, mesmo com alterações acentuadas de pressão sanguínea arterial, esses mecanismos ainda funcionam independentes das influências sistêmicas em rins perfundidos com sangueremovidos do corpo, a autorregulação é a relativa constância da FG e do fluxo sanguíneo renal - feedback tubuloglomerular e autorregulação da FG: tem um mecanismo em que relaciona-se as mudanças da cc de cloreto de sódio na mácula densa com o controle da resistência arteriolar renal e a autorregulação da FG, permitindo assegurar o fornecimento constante de cloreto de sodio ao túbulo distal, ajudando a prevenir flutuações espúrias da excreção renal, tendo dois componentes que agem em conjunto 1) mecanismo de feedback arteriolar aferente 2) mecanismo de feedback arteriolar eferente - ambos dependem da disposição anatômica especial do complexo justaglomerular, que consiste em células da mácula densa na parte inicial do túbulo distal e das células glomerulares nas paredes das arteríolas BMF 3 - a diminuição da cc de cloreto de sódio na mácula densa causa dilatação das arteríolas aferentes e aumento da liberação de renina: detectadas pelas células da mácula densa (alteração de volume), ocorre diminuição do fluxo na alça de henle causado maior reabsorção de íons, reduzindo a cc de cloreto de sódio nas células da mácula densa, isso desencadeia um sinal 1) reduz a resistência ao fluxo sanguíneo nas arteríolas aferentes, que eleva a pressão hidrostática glomerular e ajuda a retomar a FG ao normal 2) aumenta a liberação de renina, pelas células justaglomerulares das arteríolas aferentes (funciona como enzima que aumenta a formação de angiotensina II, que irá contrair as arteríolas eferentes, elevando a pressão hidrostática glomerular, retornando a FG normal) BMF 3 - auto regulação miogênica do fluxo sanguíneo renal e FG: capacidade dos vasos sanguíneos individuais resistiram ao estiramento, durante o aumento da pressão arterial BMF 3
Compartilhar