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Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 1 | V á l v u l a A ó r t i c a DOENÇAS DA VÁLVULA AÓRTICA RESUMO ANATOMIA As valvas (válvulas) do coração são úteis ao sistema cardiovascular ao controlar a direção do fluxo sanguíneo durante a circulação, e determinar o momento exato no qual o sangue passa entre as câmaras do coração, bem como para dentro e fora do órgão. A valva aórtica separa o ventrículo esquerdo da aorta e possui três cúspides. Durante a sístole ventricular, a pressão no ventrículo esquerdo se eleva, e quando ela ultrapassa a pressão na aorta a valva se abre, liberando o sangue acumulado no interior do vaso. Uma vez que a sístole termina, a pressão ventricular cai rapidamente abaixo da pressão da aorta, forçando a valva a se fechar novamente. Dessa forma o sangue só pode se mover para a aorta em direção ao seu arco e subsequentemente em direção aos ramos ao longo do corpo. O fechamento da valva aórtica é aceito como causa da segunda parte do segundo som cardíaco. A válvula aórtica situa-se na abertura entre o ventrículo esquerdo e a aorta. A válvula aórtica se abre à medida que o ventrículo esquerdo se contrai para bombear sangue na aorta. Se um distúrbio fizer as abas das válvulas ficarem espessas e endurecidas, a abertura das válvulas se torna estreitada (estenose). Às vezes, a válvula endurecida também não se fecha completamente e o sangue da aorta vaza de volta pela válvula aórtica para o coração (regurgitação aórtica) toda vez que o ventrículo esquerdo relaxa. Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 2 | V á l v u l a A ó r t i c a ESTENOSE AÓRTICA Definição = Condição em que, pela restrição à abertura dos folhetos valvares, há uma redução da área valvar, levando a formação de um gradiente de pressão sistólico entre o VE e aorta. Valvar Sub-Valvar Supra-Valvar 180/0 110/80 Resultado através do Ecocardiograma = pressão máxima dentro do VE e a pressão da aorta Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 3 | V á l v u l a A ó r t i c a Explicação do prof: Esternose valvar aórtica é quando há uma redução no gradiente de pressão, quando a redução é exatamente na válvula, temos no Ventriculo Esquerdo, nós temos a via de entrada e a via de saída (onde tem os números) = entre a entrada e a saída 180/0 temos a aorta, entre o ventrículo e a aorta temos a válvula que esta reduzido , quando o problema reduz a área de abertura = temos a esternose valvar = o que gera o gradiente = é uma equação de subtração = A – B = C (se temos uma obstrução na altura da válvula = a pressão na cavidade ventricular estará muito aumentada. Lembrando que 180/0 = pressão máxima dentro da cavidade ventricular e 110/80 = pressão máxima na aorta = equivale a um gradiente de 70 = diferença de pressão. Em um coração normal quase não há gradiente. Esternose Sub-valvar: tem pessoas que nascem com uma alteração congênita, uma membrana subaortica, abaixo da válvula obstruindo = geralmente em crianças operamos. E tambem a Supravalval = que é na própria aorta = obstruindo o tubo aórtico acima das coronárias, gerará um gradiente supravalvar. Aumento de gradiente de pressão sistólica entre o ventrículo esquerdo e a válvula aórtica. Redução do debito cardíaco, só opera em grave. ECOCARDIOGRAFIA Suspeita-se do diagnóstico da estenose aórtica clinicamente e confirma-se por ecocardiografia. A ETT bidimensional é utilizada para identificar a valva aórtica estenosada e suas possíveis causas, quantificar sobrecarga VE e grau de disfunção sistólica e detectar valvopatias coexistentes (regurgitação aórtica e valvopatia mitral) e complicações (p. ex., endocardite). Utiliza-se ecocardiografia com Doppler para quantificar o grau da estenose medindo a velocidade do jato, o gradiente de pressão sistólica transvalvar e a área valvar aórtica. A gravidade da estenose aórtica é caracterizada ao ecocardiograma como Leve: pico da velocidade do jato aórtico 2 a 2,9 m/s, gradiente médio < 20 mmHg Moderada: o pico da velocidade do jato aórtico de 3 a 4 m/s, gradiente médio de 20 a 40 mmHg, área valvar de 1,0 a 1,5 cm2 Grave: pico da velocidade do jato aórtico > 4 m/s, gradiente médio > 40 mmHg, área valvar < 1.0 cm2 Muito grave: pico da velocidade do jato aórtico > 5 m/segundo ou gradiente médio > 60 mmHg https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/exames-e-procedimentos-cardiovasculares/ecocardiografia Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 4 | V á l v u l a A ó r t i c a ANATOMIA ○ 3 folhetos fibrosos suspensos como bolsas ○ Atrás dos folhetos a parede aórtica protui – seios de Valsalva ○ Interupção nodular no centro da borda livre dos folhetos – nódulo de Arâncio ○ Folheto coronário D e E – anteriores ○ Folheto posterior – não coronário ○ Anel fibroso, ânulo aórtico Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 5 | V á l v u l a A ó r t i c a ETIOLOGIA ○ CONGÊNITA ● + freqüente em jovens (lesão única), bicúspide ○ DEGENERATIVA ● Fibrocalcificação ● Idosos ● Hipercolesterolemia, HAS e DM ● Associação a DAC ○ REUMÁTICA ● Bordos dos folhetos ● Associada a Insuficiência aórtica (retração) DLAo ● Masculino * No Brasil, a etiologia reumática da estenose aórtica é a mais frequente Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 6 | V á l v u l a A ó r t i c a FISIOPATOGENIA Fase compensada ● Hipertrofia Ventricular Concêntrica ○ Aumento da contratilidade miocárdica (maior número de sarcomeros) ○ Redução da relação R/h (pós-carga é dependente das relações geométricas do VE) E: estresse de parede, pós-carga R: raio da cavidade h: espessura da parede o Fase descompensada (degeneração, apoptose e fibrose) ● Isquemia miocárdica (redução da reserva coronariana, associado ao aumento da demanda metabólica do miocárdio, MVO2) ○ Compressão extrínseca da microvasculatura ○ Prolongamento da fase sistólica ○ Aumento da MVO2 em repouso ● Débito cardíaco fixo ○ Baixa perfusão cerebral ● ICC (fibrose, HVC) ○ Redução da complacência ventricular ○ Maior pressão de enchimento ventricular Aumento da pressão atrial esquerda + veno-capilar pulmonar SINTOMATOLOGIA o Dispnéia o 50% E ao grave o Angina o 355 E ao moderada/grave o Isquemia miocárdica o Desencadeada por esforço físico o Não responde à terapia antiaginosa E = P x R/h Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 7 | V á l v u l a A ó r t i c a o Síncope o Esforço Físico o Síndrome do débito fixo o Arritmias DIAGNÓSTICO Anamnese ○ Exame físico ● Pulso tardus e parvus (ascenção lenta e sustentada + amplitude fraca) ● Ictus propulsivo e sustentado ● B4 (redução do relaxamento e complacência do VE, a contração atrial dá-se com maior vigor) ● Ruído de ejeção ● Sopro mesossistólico, em diamante, (mais intenso no meio da sístole, característico do sopro ejetivo).( \Medidina\Cardiologia\Sons Pulmonar-Cardíaco\estenose_aortica.wav) ● Gravidade relacionada com a duração do sopro. EXAME FÍSICO ● Irradiação para as carótidas, fúrcula e foco mitral ● Aumento da intensidade: manobras que aumentam o retorno venoso e/ou contratilidade do VE – cócoras, exercício físico, batimento pós extrassistólico ● Diminuição da intenssidade: manobras que reduzem o retorno venoso e/ou aumentam a resistência vascular periférica – valsalva, posição ortostática/ handgrip EXAMES COMPLEMENTARES ECG ● Sinais de HVE ● Aumento da amplitude dos complexos QRS ● Padrão strain, infradesnível de ST com T negativa e assimétrica Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 8 | V á l v u l a A ó r t i c a ● Sobrecarga atrial esquerda ● Bloqueio de ramo ● Alteração isquêmica da onda T RX DE TÓRAX ● Cardiopatia dilatada ● Calcificação da valva aórtica (anel) ECOCARDIOGRAMA● Aspecto da válvula ● Grau de calcificação ● Mobilidades ● Doenças valvares associadas ● Gradiente pressórico VE-Ao CATETERISMO ● > de 40 anos ● Discrepância entre o quadro clínico e os dados do ecocardiograma ● O cateterismo é o exame padrão ouro para estimar o gradiente HISTÓRIA NATURAL o Fase assintomática ● Óbito por morte súbita - < 1% ● Taxa de mortalidade média de cx valvular aórtica (3-5%) ● Fase assintomática – sintomática (E Ao grave): ○ 40% após 2 anos ○ 80% após 3 anos ● Risco aumentado de morte súbita: ○ Hipotensão desencadeada na ergometria Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 9 | V á l v u l a A ó r t i c a ○ Disfunção sistólica do VE ○ HVE excessiva (septo > 15) ○ Área valvar < 0,6 cm2 Fase sintomática ● Angina - sobrevida média de 5 anos ● Síncope - sobrevida média de 3 anos ● Dispnéia (ICC) - sobrevida média de 2 anos * E Ao leve 40% • - 0,1 cm2/ano a 0,3 cm2/ano (média de 0,12 cm2 /ano) • 5-15 mmHg/ano - gradiente pressórico médio TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ● Não existe tratamento medicamentoso para a E Ao sintomática ● Drogas contraindicadas: ○ beta-bloqueadores: reduzem a contratilidade, síndrome de baixo débito, hipotensão arterial ○ Vasodilatadores e diuréticos: hipotensão arterial severa. TRATAMENTO CIRÚRGICO ○ Relacionado a idade, tipo de deformidade e FE ○ Sobrevida em 10 anos – 75% (hx natural 25% em 3 anos) ○ Queda do gradiente ○ Aumento da FE ○ Regressão da HVC. Crianças/adolescentes ● EA congênita não calcificada, bicúspide Adultos Troca Valvar TÉCNICA OPERATÓRIA ○ Esternotomia mediana ○ Canulação aórtica e atrial ○ Drenagem do VE, VPSE ou ponta do VE ○ Infusão Cardioplégica na Raiz aórtica ○ Técnicas de sutura ● Interrompida simples Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 10 | V á l v u l a A ó r t i c a ● Interrompida vertical em barra grega ● Interrompida em barra grega com “pledgets” ● Contínua ○ Aortotomia transversa ● 15 mm acima do nível da artéria CD ● 10 mm acima da comissura entre a cúspide coronariana esquerda e não coronariana ○ Ressecção dos folhetos ● Retirar o cálcio evitando injúria a parede aórtica, ânulo, e ao feixe de Hiss (septo interventricular membranoso) ○ Exposição ○ Tamanho do ânulo ○ Sutura ○ Ampliação do anel valvar ● Manouguian, ampliação posterior ○ Extensão da aortotomia através do anel aórtico na região do folheto não coronariano ou na comissura entre os folhetos coronário esquerdo e não coronariano; a incisão pode ser estendida até metade do folheto anterior da valva mitral. ○ Ampliação do anel valvar ● Rastan-Konno ○ Ampliação do anel valvar através da comissura entre os folhetos coronários e do septo interventricular. COMPLICAÇÕES INTRA-OPERATÓRIAS Descontinuidade entre aorta e ventrículo esquerdo Embolia por cálcio ● Dano neurológico ● Embolia coronária Oclusão coronariana ● Má posicionamento da prótese Bloqueio atrioventricular Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 11 | V á l v u l a A ó r t i c a ● Junto ao septo interventricular FATORES PREDITORES RUINS ○ Idade avançada (>70 anos) ○ Sexo feminino ○ Cirurgia de emergência ○ DAC ○ Cirurgia prévia de RM ○ HAS ○ Disfunção de VE ○ ICC ○ FA ○ Troca ou reparo de valva mitral concomitante ○ Insuficiência renal. Dacirlene Ferrari - 5ºP – CCII -2021 12 | V á l v u l a A ó r t i c a MANEJO DO PACIENTE COM ESTENOSE AORTICA SEVERA Então o que chama atenção aqui a imagem do eco que vocês viram no começo, o paciente só entra em uma avaliação cirúrgica, com os achados ecocardiográfico, são os mesmo achados que caracterizam a estenose aórtica severa = área valvar menor que 1 cm, gradiente médio maior que 40 ou gradiente maximo maior que 60, e velocidade de jato maior que 40mmHg/seg.
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