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Mariana Vannier 09/09/2020 Bioquímica – Aula 02 1 Definições Metabolismo = sequência de reações químicas que permite grandes estruturas se transformarem em estruturas menores, que serão utilizadas para uma série de funções no organismo, dentro de uma célula. Metabolismo energético = é composto por uma série de reações químicas, que compõem o mapa metabólico. Mapa metabólico = mostra várias vias e possibilidades, e elas para estudo são divididas em função de grandes grupos metabólicos (glicídicos, lipídicos e proteicos). Glicólise (quebra da glicose) Aqui uma molécula de glicose (6 carbonos) irá ser degrada por uma série de reações catalisadas por enzimas (10 reações), de forma a produzir 2 moléculas com 3 carbonos, os chamados piruvatos. O metabolismo energético pode gerar energia ou microelementos que vão compor outras estruturas. Ao ingerir a glicose, existem 3 vias possíveis: o armazenamento (em forma de lipídio), via das pentoses e fosfato (energia rápida de oxidação) e a via glicolítica. A glicólise é a primeira etapa do metabolismo glicídico, é a etapa em que a molécula de glicose (6 carbonos) é degradada por reações catalisadas, resultando em 2 moléculas de piruvato (3 carbonos). O piruvato restante, pode ser mais 3 vias que podem gerar etanol (fermentação, não ocorre nos humanos), a oxidação completa (gera mais energia, porém mais longa) ou lactato (baixa energia, porém rápida). Libera 4 ATP’s, com saldo positivo de 2 ATP’s, pois gasta 2 (por molécula de glicose) Glicose – glicose-6-fosfato – frutose-6-difosfato – frutose-1,6-difosfato – A sequência de reações enzimática que dividem a glicólise, dividimos em 2 fases: Fase preparatória: 5 primeiras reações Fase de pagamento: 5 reações finais Ou podemos dividir em 3 estágios: Estágio 1: 3 reações Estágio 2: 2 reações Estágio 3: 5 reações (ocorrem 2 vezes) Fase preparatória A primeira reação que a glicose sofre ao entrar na célula é a que transforma a glicose em glicose-6- fosfato. Ela gasta ATP, liberando ADP e formando a glicose-6-fosfato. O fosfato do ATP se associou à molécula de glicose (por adição). Ela é irreversível! Após a glicose entrar e sofrer essa reação, não perdemos mais ela dali. A enzima é a hexoquinase. A segunda reação é uma conversão isomérica, transforma a glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato, Mariana Vannier 09/09/2020 Bioquímica – Aula 02 2 muda apenas a posição da ligação, a composição é a mesma. A enzima é a fosfohexose isomerase. A terceira temos gasto de 1 ATP, libera ADP, adicionando mais um fosfato no carbono 1, desestabilizando a molécula de glicose, quebrando-a. Passamos a ter a frutose-1,6-bifosfato. A enzima é a fosfofrutoquinase – 1. Pq adicionamos fosfato na glicose? O primeiro fosfato é para a glicose não sair da célula e o segundo é para deixar a molécula instável, pois o anel aromático é uma estrutura extremamente estável e precisamos de algo que facilite a quebra, com essa duas ligações sobrecarregamos para que elas possam se separar de maneira mais simples. A quarta reação há a separação das duas subunidades que já são instáveis e que facilmente se soltam, e deixam de ser uma estrutura de 6 carbonos. A quinta reação que é uma reação de isomerase que será explicada mais adiante. Fase de pagamento As outras 5 reações. Estágio 1 A primeira fase deixou a estrutura em condições de quebra, livre da estabilidade que tinha inicialmente. A primeira e a terceira reações são irreversíveis, a terceira, pois estará instável e pronta para a quebra. A segunda é bidirecional, pois é uma isomerase, isso ocorre enquanto estiver em desequilíbrio de concentrações. Estágio 2 No segundo estágio ocorre a reação de quebra. A enzima aldolase realiza a quebra da frutose-1,6- difosfato em dois isômeros: gliceraldeio3-fosfato (GAP) e dihidroxiacetona fosfato (DHAP), são idênticas quimicamente, só mudam na isomeria. A triase fosfato isomerase pode converter essas 2 moléculas, estabelecendo o equilíbrio (se tiver muito da dihidroxiacetona, ela vai ser convertida em gliceroldihidrofosfato). Então, uma molécula de glicose vai gerar uma de cada, uma GAP e uma DHAP, mas para dar sequência no processo enzimático da glicólise, quem segue na sequência é a GAP, vai entrar no estágio 3. A concentração de GAP acaba e a triase fosfato Mariana Vannier 09/09/2020 Bioquímica – Aula 02 3 isomerase transforma a DHAP em GAP, ele também entra no estágio 3. Estágio 3 No estágio 3, somente o GAP pode ser incluído. São reações que tem que acontecer 2 vezes em sequência, pois agora temos 2 moléculas de 3 carbonos, a GAP e a DHAP que foi transformada em GAP. Ambas vieram da frutose-1,6-difosfato (6 carbonos). A gliceraldeido-3-fosfato sofre uma reação catalisada pela enzima gliceraldeido-3-fosfato dihidrogenase, perde um hidrogênio, liberando um NADH, transformando-se em 1,3-biofosfoglicerato, muito rápido. Após, sofrerá outra reação catalisada pela fosfoglicerato quinase, vai tirar o fosfato dessa estrutura e doar para o ADP, liberando 1 ATP e transformando 3-fosfoglicerato. A fosfoglicerato mutase a transforma em 2-fosfoglicerato, a mesma estrutura só muda a posição do fosfato. A 2- fosfoglicerase sofre uma reação catalisada pela enolase, liberando H2O e transformando-se em fosfoenolpiruvato. O fosfoenolpiruvato sofre reação catalisada pela piruvato quinase, liberando um ATP, e resultando em piruvato. Cada GAP vai no processo para piruvato liberar 2 ATP, como acontece 2 vezes, vão ser 4 ATP liberados, como foram gastos 2,o saldo é de 2 ATP’s. Geral Enquanto houver enzimas a tendência é a de fazer a quebra de tudo que puder. Quando começar a faltar enzima, um desses produtos se acumula e sua concentração começa a crescer, o que faz que pare as reações de cima, o que para a entrada de glicose na célula e, consequentemente, para a ação da hexoquinase, para de entrar fosfato na glicose e a glicose vai ficar circulante, o que faz a estimulação das vias de armazenamento, podendo gerar lipídios, glicogênio. Isso só acontece quando a via da glicólise está engarrafada, isso pode ocorrer: Piruvato: ele pode ser usado em caminhos diferentes, o mais provável é que ele seja direcionado para a oxidação completa da glicose (vias oxidativas). Porém, em momentos intensos de necessidade de energia extremamente rápida, não dá para esperar a completa oxidação da glicose (ex. usain bolt) e a fonte mais rápida é a Mariana Vannier 09/09/2020 Bioquímica – Aula 02 4 fermentação láctea, eles vão queimar toda a glicose e acumular piruvato de maneira intensa. Se temos muita glicose, pode haver acúmulo de piruvato, pois a via oxidativa não acompanha a velocidade. Por esse motivo, é melhor se alimentar de carboidratos complexos, que terão maior demora para sofre glicólise e menos chance de parar a via por acúmulo de piruvato.
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