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Hipertensão na Gestação As síndromes hipertensivas são a principal causa de morte materna no Brasil. Associam-se a CIUR, prematuridade, DPP, morbimortalidade perinatal. Hipertensão arterial crônica (HAC) Hipertensão gestacional Pré-eclâmpsia HAC sobreposta por pré-eclâmpsia Hipertensão persistente antes da 20ª semana de gestação, na ausência de doença trofoblástica gestacional e persiste além de 12ª semana pós-parto. - Em 90% dos casos é de causa primária - Maior causa de mortalidade materna no Brasil - Pode complicar 6 a 8% das gestações Anti-hipertensivos Inibidor adrenérgico central: Metildopa DROGA DE ESCOLHA Bloqueador de canal de cálcio: Nifedipina, Anlodipina Diurético tiazídico: manter se a paciente já utilizava antes da gestação Propedêutica Proteinúria de 24h ou relação prot/creatinúria Solicitar outros exames conforme a necessidade Avaliação feto-placentária Avaliação LA US mensal após 24 semana para acompanhamento do crescimento fetal e Doppler quinzenal se CIUR Avaliação da vitalidade fetal (PBF) semanal após 34 sem PREVENÇÃO DE PRÉ-ECLAMPSIA Cálcio: 1 a 2g/dia 20ª semana AAS: 100mg/dia 12ª semana Nível A de evidência HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA Hipertensão após 20ª semana É um diagnóstico de exclusão, pois é HG se NÃO há nenhum sinal, sintoma ou alteração laboratorial que caracterize pré-eclâmpsia. HIPERTENSÃO APÓS 20 SEMANAS + PROTEINÚRIA OU DISFUNÇÃO ORGÂNICA MATERNA Diagnóstico PA ≥ 140/90mmHg + Proteinúria, que pode ser Proteinúria: 300mg/dL em 24h Proteinúria/creatinúria > 0,3 amostra isolada Fita1+ OU Disfunção orgânica materna Proteinúria isolada não define prognóstico materno e nem conduta Fatores de risco Primiparidade História prévia História familiar de PE Nefropatia DM HAC Colagenoses (LES) Obesidade Trombofilias Idade materna avançada Gemelaridade (devido a tamanho da placenta) Doença trofoblástica gestacional Hidropsia fetal (acúmulo de líquido nos tecidos fetais) Disfunção orgânica materna Perda da função renal HIPERTENSÃO GESTACIONAL PRÉ ECLÂMPSIA Aumento transaminases Complicações neurológicas: estado mental alterado, escotomas, diplopia, turvamento visual Complicações hematológicas: plaquetopenia < 100.000, CIVD, hemólise Sinais de gravidade PAS > 160 ou PAD > 110 de forma sustentada Creatinina > 1,2 Eclâmpsia Dor epigástrica ou hipocôndrio D (iminen eclamp) Evidência de coagulopatia Plaquetopenia < 100.000 Aumento TGO, TGP, LDH, Bilirrubinas Esquizócitos sangue periférico AVE Dor torácica (EAP) Sinais de insuficiência cardíaca ou cianose Edema agudo de pulmão Dificuldade de controle da PA com 3 drogas Sinais encefalopatia hipertensiva: cefaleia, turvação visual Oligúria (<500mL/dia ou 25mL/h) CIUR e/ou oligoâmnio Proteinúria > 2g/24h Conduta Deve ser hospitalizada independente da gravidade Monitoração da PA 4/4h Balanço hídrico e peso diário (avaliar edema) Terapia anti-hipertensiva precoce (metildopa, nifedipina, amlodipina, metoprolol) Avaliação fetal Avaliação do volume de Líquido Amniótico semanal PBF 2x/semana Doppler arterial fetal (aa. Umbilical e cerebral média) semanal US obstétrico ao diagnóstico e a cada 2 semanas (crescimento fetal) Esses o MS considera sinal de gravidade e a FEBRASGO NÃO Tratamento Clínico Pico hipertensivo PA>160x110 Hidralazina 5mg EV (20/20`até 30mg) ou Nifedipina 10mg VO (30/30´até 30mg) *Não pode ser sublingual, senão abaixa PA muito rápido - Posiciona a paciente em decúbito lateral esquerda - Acesso venoso - Faz CTB após medicação - Monitora PA 5/5min após medicação por 20 minutos. A meta é PA >135/85 e <160/110 * PA > 160x110 faz-se se o sulfato de magnésio. PREVENÇÃO DE ECLÂMPSIA Se a pessoa tem sinais de iminência de eclâmpsia Cefaleia, escotomas, epigastralgia ou dor em hipocôndrio direito Sulfato de Magnésio (previne convulsão, NÃO é anti hipertensivo) Dose de ataque: 4g a 20% MgSO4 EV lento em 12ml ABD (8mL em 12mL ABD) Manutenção: mesma dose a cada 4-6h Manter 24h pós parto Efeitos colaterais: depressão respiratória Antídoto: Gluconato de cálcio *Atenção: quando a paciente está impregnando por sulfato de magnésio ela tem diminuição dos reflexos patelares e diminuição da diurese, isso ocorre antes da depressão respiratória. Por isso, tem que monitorar os dois quando faz a medicação. IG entre 34-37sem Internação Tratamento da hipertensão aguda Prevenção eclâmpsia Exames: hemograma com hematoscopia, enzimas hepáticas, plaquetas, ác. Úrico, creatinina, proteinúria de 24h, cl. Creatinina Fundoscopia e US de artéria oftálmica materna Avaliação fetal: US, doppler, PBF Após 24h sem sinais ou sintomas ou alteração vitalidade conduta conservadora Resolução: 37 ou 40 semanas, se possibilidade de controle materno Conduta conservadora - Repouso relativo -Dieta normossódica - Peso a cada 2 dias (ver se está fazendo edema) - Anti-hipertensivos - Avaliação laboratorial e bem-estar fetal semanal: PBF e CTB quando doppler alterado Mobilograma e BCF diários US a cada 10 dias Conduta resolutiva Indicações Maternas: Hellp Cr > 1,2 Eclâmpsia DPP Edema pulmonar RPPM, TPP Descontrole pressórico (3drogas) Indicações Fetais: Desacelerações tardias na CTB Alterações no doppler, morte fetal, DPP, RPPM, Início TPP 24-34 semanas Mesma conduta que 34-37sem Conservadora se condição materna estável Atenção à plaquetopenia Corticoterapia pelo menos 24h antes do parto (se possível) Betametasona 12mg IM a cada 24h Dexametasona 6mg IM a cada 12h MgSO4: neuroproteção (do feto) se < 32 semanas < 24 semanas Risco de complicação materna muito alto Controvérsias na literatura Expectante: avaliação diária Interrupção: termo de consentimento ABORTO O tratamento definitivo da PE é a resolução da gestação PARTO Via de parto: obstétrica Cefaléia persistente Alterações visuais (escotomas, diplopia, amaurose) Dor Epigástrica ou em hipocôndrio D Tratamento Sulfato de Magnésio EV PREVINE E TRATA A ECLÂMPSIA Se não responder hidantoína IMINÊNCIA DE ECLÂMPSIA URGÊNCIA OBSTÉTRICA CRISES CONVULSIVAS Encefalopatia hipertensiva Conduta Suporte Básico de Vida MOV Iniciar Sulfato de Magnésio Tratamento Antihipertensivo Avaliar a vitalidade fetal (Atenção) Excluir outras complicações (HELLP) Avaliar conduta obstétrica Sulfato de Magnésio Dose de ataque: 4g de MgSO4 (8mL MgSO4 em 12mL ABD) EV lento (em 5-10min) Dose de manutenção: 1-2g/h (10mL MgSO4 em 240mL SF0,9%) EV 50mL/h na BIC ou 100mL/H até 24h pós-parto Dose de manutenção: 10mL IM 4/4h Atenção Reflexos patelares e diurese Depressão respiratória Antídoto: Gluconato de cácio Hemolysis (hemólise) Elevated Liver Enzymes (enzimas hepáticas elevadas) Low Platelets (plaquetopenia) Comprometimento hepatohematológico Epidemiologia Ocorre em 0,1 a 0,8% das gestações e em 10 a 20% das PE com sinais de gravidade 70% dos casos ocorrem entre 27ª e 37ª semanas ECLÂMPSIA HELLP SÍNDROME Fisiopatologia A PE gera VASOESPASMO Hemólise: anemia hemolítica microangiopática Quando esse vasoespasmo é gerado a hemácia sofre atritos na parede do vaso e “muda de forma” esquizócitos (eritrócitos fragmentados) a ruptura de hemácias libera LDH e BI Aumento das enzimas hepáticas Vasoespasmo no fígado lesão endotelial gera depósito de fibrina o que causa prejuízo de trocas de hepatócitos e capilares (não oxigena de forma adequada) Necrose de hepatócitos Liberação de TGO e TGP Plaquetopenia Lesão endotelial rompe vasos agregação plaquetária consumo de plaquetas plaquetopenia Confirmação laboratorial -Plaquetopenia <100.000 -Hemólise: Bilirrubinas > 1,2 e presença de esquizócitos em sangue periférico -Disfunção hepática: LDH > 600, TGO e TGP > 70 (ou dobro) Disfunção renal: Cr > 1,2 (cuidado com IR) *A CLÍNICA É TOTALMENTE INESPECÍFICA Conduta Prevenção de complicações hemorrágicas e prevenção de eclâmpsia Controle de PA Se > 34 sem: parto (ñ há tempo para fazer corticoide) Se < 34 sem: avaliar corticoide para parto Antihipertensivo + MgSO4 Se plaquetas <20.000 transfusão Se plaquetas <50.000 + cesárea transfusão Exames laboratoriais 6/6h até estabilização Agravamento da PA Surgimento de proteinúria ou 3X valor inicial Disfunção órgão alvo após 20ª semana HIPERTENSÃO CRÔNICA SOBREPOSTA POR PE Indicativos de PE sobreposta à HAC Aumento dos níveis tensionais Ganho de mais de 1Kg por semana Edema de mãos e face Cefaleia persistente Se exames normais: Alta com orientações de medir PA diariamente Pré-natal precoce (acompanhamento mais de perto) Ajuste de doses de medicação Rotina de exames semanais ** Gestante com PE + queixa de dificuldade respiratória Rx de Tórax -> Edema pulmonar não diagnosticado é causa de morte materna evitável **Gestante com PE + PAS≥160mmHg ou PAD≥110mmHg anti-hipertensivo EV em 15 min -> Hemorragia cerebral secundária a hipertensão sem controle é causa de morte materna
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