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1ª AVALIAÇÃO DIREITO ADMINISTRATIVO Pergunta 1 0 / 2,5 pts Assista ao vídeo a seguir sobre Sistemas de Controle da Administração Pública. Marque a opção que corresponde a uma alternativa INCORRETA: O controle da Administração Pública tem dois pilares de sustentação: o principio da legalidade e o que se poderia chamar de princípio das políticas administrativas que impõe o planejamento administrativo financeiro no exercício da função administrativa. Nesse sentido, pode-se dizer que são elementos básicos do controle: a fiscalização, poder de verificação da legalidade da atividade dos órgãos e agentes administrativos e das finalidades públicas que devem cumprir; e a revisão, ou seja, poder de corrigir condutas administrativas. O controle político objetiva preservar e manter em equilíbrio as instituições democráticas. Por isso, é exercido entre os poderes estatais com fundamento da teoria da separação de poderes. Seu principal fundamento é o art. 2º da Constituição de 1988 que dispõe: são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Você respondeu O controle da Administração Pública é indispensável à execução das atividades administrativas do Estado. Por tanto, não pode ser recusado por nenhum órgão administrativo, sendo considerado pelo Decreto-lei 200/1967 um princípio fundamental da Administração Pública ao lado do planejamentos a coordenação, da descentralização e da delegação de competência. Resposta correta O controle administrativo é direcionado às instituições administrativas. Logo, refere-se ao exercício da função executiva. Não obstante, é conhecida a prática de alguns governantes de tentar transferir as irregularidades de sua responsabilidade para os seus sucessores, buscando eximir-se de eventual punição. Para esse controle não é lícito imputar ilegalidades precedentes aos governantes sucessores, pois não se pode penalizar quem não foi responsável diretamente pelos fatos (princípio da intranscendência subjetiva de sanções). Pergunta 2 2,5 / 2,5 pts Julgue a seguinte situação hipotética; SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: No ano de 2011, o Estado do Espírito Santo firmou um acordo cujo objeto visava a “construção de escolas técnicas estaduais nos municípios de Baixo Guandú, Viana e Iúna”. Durante a execução do convênio, foram realizadas auditorias em que se constatou “a ausência de designação formal dos fiscais dos contratos, ausência de segregação de funções, ausência de diários de obras e boletins de controle tecnológico do concreto". O governo estadual foi notificado a tomar providências, o que ensejou a abertura de sindicância para apurar as irregularidades na construção das escolas profissionalizantes. O processo administrativo incluiu o nome do estado nos cadastros de inadimplentes. Segundo o governo capixaba, a atitude traduz-se em “restrição abusiva que contraria iterativa jurisprudência do STF, que só autoriza a inscrição no SIAFI/CAUC após decisão final tomada de contas especial tramitada no TCU e, quando se tratar de convênio firmado pela gestão anterior, quando a atual gestão restar inerte”. A manutenção do estado nos cadastros de devedores da União pode, em tese, inviabilizar qualquer tentativa posterior de solução das dificuldades financeiras. Com tal entendimento, a Justiça determinou a exclusão das inscrições do estado do Espírito Santo e da administração direta vinculada ao Poder Executivo de qualquer sistema de restrição ao crédito utilizado pela União, no que exclusivamente tenha vinculação entre a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Trata-se de caso típico de revisão, um dos elementos básicos do controle da Administração Pública. Trata-se de controle de mérito, pois, por seu exercício, afere-se se uma conduta anterior merece prosseguir ou se deve ser revista. Correto! A situação descreve um caso considerado atípico de controle administrativo, que é exercido pelo Poder Judiciário não para estabelecer equilíbrio entre poderes, mas para reestabelecer os limites da legalidade da própria atividade de controle interno da Administração Pública. A situação descreve exemplo de controle político exercido pelo Judiciário sobre ato praticado pelo Poder Executivo no exercício de poder discricionário, qual seja, a decisão sobre construção de escolas públicas. A situação descreve caso em que o controle administrativo confunde- se com o controle político na medida em que representa tentativa ilícita de imputar ilegalidades precedentes aos governantes sucessores exercida no âmbito de processo administrativo sancionatório. Ela representa ainda controle judicial no âmbito de aplicação do princípio da instranscendência subjetiva de sanções, consagrado pelo STF, que inibe a aplicação de severas sanções às administrações por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. Sobre o tema ver Informativo 791/2015 e ACO 3.234. Pergunta 3 0 / 2,5 pts Assista ao vídeo a seguir sobre mandado de segurança. Marque a opção CORRETA: Autores administrativistas como José dos Santos Carvalho Filho têm sustentado o entendimento de que o controle judicial sobre atos da administração pública seria exclusivamente judicial, sendo vedado ao Poder Judiciário examinar o chamado mérito administrativo. Todavia, não se pode desconsiderar que em alguns casos o controle judicial é exercido sobre o mérito administrativo. Por exemplo, em situações em que há judicialização de políticas públicas de saúde para garantia do direito líquido e certo à vida. Resposta correta A possibilidade de impetração de mandado de segurança para garantia de direito líquido e certo por ato praticado pela Administração Pública, em um sistema de jurisdição una como o brasileiro, pode ser considerada espécie de controle externo da Administração Pública de natureza social. Você respondeu O mandado de segurança é exemplo de meio específico de controle judicial decorrente da natureza não contenciosa dos atos praticados pela Administração Pública brasileira, cujo principal fundamento é o art. 5º, XXXV, da Constituição de 1988: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. O controle judicial pode ser definido como o poder de fiscalização que os órgãos do Poder Judiciário exercem sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário. Em regra, é uma espécie de controle posterior. Segundo o art. 5º, LXXVIII, da Constituição de 1988 o controle judicial deve sujeitar-se ao princípio da eficiência, sendo assegurado a todos a duração aceitável e tramitação célere dos processos, por que somente assim será resguardado o principio do acesso à justiça contemplado no art. 5º, XXXV, da Constituição 1988. Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Pergunta 4 2,5 / 2,5 pts A hierarquia orgânica corresponde ao sistema organizacional da Administração Púbica que encerra a existência de escalonamento composto de vário patamares, formando o que se denomina normalmente de via administrativa. Essa hierarquia é considerada, por alguns, um dos poderes da administração que permite a disposição de funções administrativa e distribuição de órgãos públicos. Todavia, há quem entenda tratara-se de meio de controle pois, por ela, exerce-se o poder fiscalizatório e revisional sobre os agentes de menor grau. Correto! Verdadeiro Apesar de usualmente ser considerado um poder (o poderhierárquico), a hierarquia orgânica pode ser vista também como meio de controle, pois decorre de manifestação da atividade de organização que repercute sobre a atividade de controle da Administração Pública. Falso Pergunta 5 2,5 / 2,5 pts Julgue a afirmativa a seguir. A anulação de um ato do Poder Executivo por decisão judicial é um exemplo de controle externo mesmo quando o ato anulado é uma sentença judicial Correto! Verdadeiro Falso Como o Judiciário somente atua se provocado, o controle administrativo que ele exerce tem natureza externa. Pergunta 6 2,5 / 2,5 pts Analise a afirmativa a seguir. A administração pode __________ seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ________, porque deles não se originam direitos; ou ________, por motivo de _________________________, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Marque a opção que melhor completa as lacunas. revogar, ilegais, anular, conveniência e oportunidade Correto! anular, ilegais, revogar, conveniência e oportunidade Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Pergunta 7 0 / 2,5 pts Assista ao vídeo a seguir sobre o poder de autotutela. Julgue a seguinte afirmativa: O controle de mérito administrativo é manifestação do poder de autotutela da Administração Pública. Ele é exercido por meio de atos administrativos de confirmação de conduta (aprovação, confirmação, etc.), quando esta (a conduta) não precisa ser revista. Resposta correta Verdadeiro Você respondeu Falso Pergunta 8 2,5 / 2,5 pts O Min. Joaquim Barbosa, por ocasião do julgamento do MS 24.631, explicitou que a doutrina francesa classifica os pareceres no que tange às repercusso ̃es de natureza jurídico-administrativa. São três as categorias possi ́veis: facultativo, vinculante e obrigatório, litteris: “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE EXTERNO. AUDITORIA PELO TCU. RESPONSABILIDADE DE PROCURADOR DE AUTARQUIA POR EMISSA ̃O DE PARECER TÉCNICO-JURÍDICO DE NATUREZA OPINATIVA. SEGURANÇA DEFERIDA. I. Repercusso ̃es da natureza jurídico- administrativa do parecer juri ́dico: (i) quando a consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando a consulta é obrigato ́ria, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídica deixa de ser meramente opinativa e o administrador não poderá decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. (...) III. Controle externo: É li ́cito concluir que é abusiva a responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstraça ̃o de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, na ̃o cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa. Mandado de segurança deferido.” (MS 24631, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, julgado em 09.08.2007, DJe 01.02.2008 – grifos nossos) Julgue a afirmativa a seguir: Dentre as atribuiço ̃es da função, o advogado público emite pareceres juri ́dicos ao administrador. Trata-se de uma forma de controle interno de legalidade dos atos administrativos, em que assessora o administrador e se posiciona sobre a legalidade de determinado ato da Administração Pública. Todavia, a não responsabilização do parecerista em função de ser o parecer ato administrativo de natureza opinativa compromete a efetividade do controle dos atos administrativos. No mesmo sentido, pode-se afirmar que o disposto no art. 28 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro alterada pela Lei 13.655/2018: o agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, tem caráter neutralizador do controle dos atos administrativos. Correto! Verdadeiro Falso A afirmativa é verdadeira na medida em que a responsabilização de agentes administrativos, parecerias, desconsidera a responsabilidade técnica característica da prática de atos técnicos e que justifica a própria existência do controle interno. Pergunta 9 0 / 2,5 pts Julgue a afirmativa a seguir. A fiscalização COFOP, ou seja, contábil, financeira, operacional e patrimonial dos atos da administração pública é considerada modalidade de controle externo quando exercida pelos tribunais de contas e interno quando exercida pelo controladoria do órgão em que houver sido praticado o ato controlado. Você respondeu Verdadeiro Resposta correta Falso Pergunta 10 2,5 / 2,5 pts Julgue a afirmativa a seguir. O controle legislativo exercido sobre as contas do Poder Executivo tem natureza técnica, sendo seu principal órgão de atuação o tribunal de contas. Verdadeiro Correto! Falso Em 2016, o controle de contas foi considerado pelo STF no julgamento do RE 848826 (Tese de Repercussão Geral Tema 835) um controle de natureza política, apesar de precedido pela atuação técnica dos tribunais de contas. Tema 835 - Definição do órgão competente, se o Poder Legislativo ou o Tribunal de Contas, para julgar as contas de Chefe do Poder Executivo que age na qualidade de ordenador de despesas. Tese - Para os fins do art. 1º, inciso I, alínea "g", da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990, alterado pela Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, a apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos vereadores. Pontuação do teste: 15 de 25 2a Prova Direito Administrativo III Erros – 3, 4, 5, 6, 8, 10 Pergunta 1 Julgue a afirmativa: O parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do Chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. Por via de consequência, pode-se afirmar que a fiscalização COFOP (contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial) exercida pelos tribunais de contas pode ser considerada manifestação de controle político. Falso Fundamento: A tese sobre a competência exclusiva da Câmara Municipal para o julgamento das contas de Prefeito foi firmada no julgamento da repercussão geral sobre o Tema 157 - Competência exclusiva da Câmara Municipal para o julgamento das contas de Prefeito. Leading Case: RE 729744. Por esse entendimento, o controle de contas seria um controle político, apesar do controle reaizado pelos tribunais de contas ser uma espécie de controle administrativo de natureza externa. Pergunta 2 Julgue a afirmativa a seguir: A ausência de controle sobre o planejamento do exercício da função administrativa é porta de entrada para a corrupção na medida em que a reduz a possibilidade de eficiência da AdministraçãoPública a exercício aleatório da função administrativa ampliador da discricionariedade administrativa. Verdadeiro Fundamento: Planejar é atividade típica administrativa. O planejamento administrativo permite que caminhos sejam traçados para que a administração pública alcance resultados. Portanto, trata-se de boa prática administrativa essencial para a boa governança pública, sem a qual eficiência administrativa torna-se objeto de contingência. Ver Decreto 9.020/2017. Vale lembrar que a ausência de planejamento vinculante das ações administrativas executadas pelos agentes público cria espaço para que discricionariedade administrativa atue propiciando ambiente fecundo para a prática de atos de corrupção uma vez que esses atos tendem a não ser objeto de controle externo. Por isso, faz parte também dos atos de controle objeto da Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção) que passa a considerar o planejamento (programas de http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoDetalhe.asp?incidente=4352126 integridade) elemento fundamento para o controle da corrupção na Administração Pública. Pergunta 3 Julgue a afirmativa a seguir: O controle de contas é uma forma de controle externo de natureza técnica exercido pelos tribunais de contas, que se traduz na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades federativas e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Falso Fundamento: tem natureza política, uma vez reconhecida pelos tribunais. Pergunta 4 Julgue a afirmativa a seguir: A comissão processante de processo administrativo de responsabilização deve ser composta por servidores públicos estáveis. Falso Fundamento: há exceções legalmente previstas e, pensando além, as empresas estatais podem não usar, por exemplo, funcionários estáveis. Pergunta 5 A competência avocatória da Controladoria Geral da União para saneamento de processo administrativo de responsabilização de pessoas jurídicas, que abrange atos praticados por entidades de outras unidades federativas, pode ser considerada forma de intervenção administrativa em sentido amplo que fere autonomia administrativa das unidades administrativas. Verdadeiro Pergunta 6 Julgue a afirmativa a seguir: Controle da discricionariedade administrativa é controle de mérito do ato administrativo. Falso Pergunta 7 Julgue a afirmativa a seguir: O processo administrativo de responsabilização de pessoas jurídicas deve ser concluído em no máximo 30 dias. Falso (180 dias) Pergunta 8 Julgue a afirmativa a seguir: A investigação preliminar em processo administrativo de responsabilização de pessoas jurídicas é obrigatória para defesa do contraditório e ampla defesa das pessoas investigadas. Falso Você resp Pergunta 9 Julgue a afirmativa a seguir: As sanções administrativas aplicadas no âmbito de processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas são manifestação de poder vinculado da administração pública. Falso (por exemplo, modulação de multas). Pergunta 10 Julgue a afirmativa a seguir: A ausência de planejamento administrativo pode ser considerada ato lesivo à Administração Pública. Verdadeiro Atividade Objetiva 01 Pergunta 1 1 / 1 pts Uma das novidades sobre o controle da Administração Pública introduzidas pela Lei 12.846/2013 é a majoração do valor das multas decorrentes da prática de atos de corrupção por empresas que se relacionam com a Administração Pública nacional. Analise o quadro a seguir e responda: se o valor da multa aplicada varia de acordo com a discricionariedade administrativa de o agente público que a aplica, é possível que, tendo praticado o mesmo ato de corrupção, pessoas jurídicas respondam de maneira distinta. Assim, pode-se concluir que a discricionariedade administrativa tem o poder de neutralizar os efeitos sancionatórios da lei na medida em que hierarquiza de forma não vinculada a punição administrativa aplicada pela prática de atos lesivos à Administração Pública. Fonte: CGU, 2020 Correto! Verdadeiro Falso Veja o que diz o Manual Prático para o Cálculo de Multas da CGU edição 2020, página 13: Percebe-se que o Decreto 8.420/2015, apesar de trazer mais objetividade aos critérios legais, também deixou uma margem de discricionariedade para a Administração, quanto aos valores a serem considerados no ca ́lculo da multa, exceto no que se refere à situação econômica da pessoa jurídica e à reincidência. Essa discricionariedade foi estabelecida pelo legislador infralegal para garantir uma maior autonomia na análise do fato sob apurac ̧ão (em PAR ou acordo de leniência), considerando sua gravidade e grau de reprovabilidade, possibilitando o escalonamento em valores mi ́nimos, intermediários ou máximos para cada um dos parâmetros identificados. Nada obstante, se por um lado um grau maior de discricionariedade favorece o melhor balizamento do caso concreto, por outro lado, poderá ensejar certo nível indesejado de insegurança jurídica e falta de uniformidade por parte da Administração Pu ́blica quando da aplicação da mesma norma. Desse modo, o presente Manual apresenta nos próximos itens diretrizes gerais que servem de referência para a aplicação de cada um dos critérios. Assim, sem tirar da autoridade competente a margem de discricionariedade necessária para melhor análise do caso concreto, as recomendaço ̃es deste Manual visam conferir maior objetividade e segurança jurídica na aplicação dos parâmetros da multa. Vale apenas destacar que os to ́picos seguintes trarão uma sugestão para os responsáveis pelo cálculo/proposição de multa, não havendo vedação a ̀ utilizac ̧ão de métricas diferenciadas. Pergunta 2 1 / 1 pts Usualmente, quando nos referimos ao controle da Administração Pública, afirma-se que o controle da legalidade do exercício da função administrativa pode ser externo, quando exercido por outros poderes, e interno quando exercido por órgãos da própria Administração Pública. Com base nas considerações acima, julgue a seguinte afirmativa: O controle exercido pela Controladoria Geral da União quando avoca processo administrativo de responsabilização instaurado por órgão da Administração Pública de um estado-membro é uma forma de controle externo atípico na medida em que é exercido sobre a atuação de órgão ou pessoa pertencente à Administração Pública de outra unidade federativa. Falso Correto! Verdadeiro Apesar da CGU ser órgão da Administração Pública federal e, portanto, pertencente ao Poder Executivo, considerando a independência e autonomia administrativa e financeira das unidades federativas da federação brasileira, quando atua fora do âmbito da Administração Pública federal exerce controle externo atípico. Pergunta 3 1 / 1 pts Assista ao vídeo a seguir: Marque a opção INCORRETA segundo a jurisprudência do STJ: O mandado de segurança não pode ser utilizado com o intuito de obter provimento genérico aplicável a todos os casos futuros de mesma espécie. Correto! É cabível mandado de segurança que tem como pedido autônomo a declaração de inconstitucionalidade de norma, por se caracterizar mandado de segurança contra lei em tese. É incabível mandado de segurança para conferir efeito suspensivo a agravo em execução interposto pelo Ministério Público. Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional (Súmula n. 311/STJ) e, por isso, podem ser combatidos pela via mandamental. E ́ incabível mandado de segurança que tem como pedido autônomo a declaração de inconstitucionalidadede norma, por se caracterizar mandado de segurança contra lei em tese. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – TEMA 430) Tese 12 da Jurisprudência em Tese do STJ sobre Mandado de Segurança II julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – TEMA 430. Pergunta 4 1 / 1 pts A atividade de controle da Administração Pública é um dos temas mais relevantes do direito administrativo, pois permite aferir se o exercício da função administrativa pelos poderes estatais realiza-se de forma efetiva e eficiente respeitando os limites das competências legais dos agentes administrativos, bem como verificar se estão abrangidas pelo regime jurídico de direito público/administrativo. Nesse sentido, é correto afirmar sobre o controle da Administração Pública, EXCETO: O controle interno é feito dentro do próprio Poder, sobre seus próprios atos e agentes. É exemplo desse tipo de controle a possibilidade de a administração pública invalidar os atos de seus agentes por ilegalidade, inconveniência ou inoportunidade, punindo os responsáveis por esses atos, respeitados os direitos adquiridos dos cidadãos de boa-fé atingidos pela sua anulação ou revogação. Correto! O Poder Legislativo pode suspender atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. Para exemplificar, se o prefeito, ao regulamentar determinada lei aprovada pela Câmara, contrariar as disposições dessa lei ou restringir seu conteúdo, a Câmara poderá sustar a eficácia da norma por meio de resolução ou decreto legislativo. Além disso, o Legislativo pode requisitar informações escritas aos secretários e a outras autoridades sobre os assuntos que estejam sob a sua responsabilidade, bem como convocá-los para esclarecer qualquer desses assuntos pessoalmente. Esse tipo de controle é considerado finalístico. O controle direto é aquele exercido pelos cidadãos e por associações comunitárias, do qual são exemplos o direito de petição e o direito de representação. O controle externo é aquele exercido por um dos Poderes sobre o outro, compreendendo tanto o controle jurisdicional/judicial quanto o legislativo. Um exemplo desse tipo de controle é o exercido pelo Tribunal de Contas ao emitir um parecer prévio sobre a regularidades das contas do Executivo, que deverá ser julgado, do ponto de vista técnico e político, pelo Legislativo, no máximo, em 120 dias. O controle finalístico é aquele em que se verifica a adequação do objetivo do ato ao programa geral do governo. Esse controle não decorre da relação de subordinação entre os órgãos da administração pública, mas da obrigatoriedade de todos os atos serem praticados de acordo com as diretrizes governamentais. Pergunta 5 0 / 1 pts Uma tendências do controle da Administração Pública diz respeito à sua aplicação também a atos considerados de gestão e, portanto, referentes ao exercício da função governamental abrangida pela função executiva, anteriormente excluída do objeto do direito administrativo em razão de sua natureza política (discricionária). Julgue a afirmativa a seguir: O conceito de governança pública envolve, entre outros aspectos da gestão, transparência, prestação de contas (accountability), ética, integridade, legalidade e participação social nas decisões. Você respondeu Falso Resposta correta Verdadeiro Atividade Objetiva 02 Pergunta 1 1 / 1 pts Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o advogado somente será civilmente responsável pelos danos causados a seus clientes ou a terceiros, se decorrentes de erro grave, inescusável, ou de ato ou omissão praticado com culpa, em sentido largo. Falso Correto! Verdadeiro Ver MS 24.073-DF (STF). Pergunta 2 1 / 1 pts Segundo o Supremo Tribunal Federal, o advogado de empresa estatal que, chamado a opinar, oferece parecer sugerindo contratação direta, sem licitação, mediante interpretação da lei das licitações, é responsável solidariamente com o administrador que decidiu pela contratação direta. Verdadeiro Correto! Falso Impossibilidade, dado que o parecer não é ato administrativo, sendo, quando muito, ato de administração consultiva, que visa a informar, elucidar, sugerir providências administrativas a serem estabelecidas nos atos de administração ativa. Ver MS 24073-DF - Supremo Tribunal Federal. Pergunta 3 1 / 1 pts Segundo o Supremo Tribunal Federal, são repercussões da natureza jurídico-administrativa do parecer jurídico, EXCETO: quando a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; quando a consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de decisão não se altera pela manifestação do órgão consultivo; quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídica deixa de ser meramente opinativa e o administrador não poderá decidir senão nos termos da conclusão do parecer; Correto! sendo o parecer ato de natureza consultiva, a autoridade administrativa não se vincula em nenhum caso, pois esta sempre poderá optar por não decidir segundo o parecer. Apesar de a autoridade administrativa sempre poder optar por não decidir de acordo com o parecer em razão da natureza consultiva deste ato administrativo, sendo o parecer obrigatório por lei, a autoridade está a ele vinculado. Nesse sentido, o parecer teria natureza obrigatória. Ver MS 24631-DF Supremo Tribunal Federal. Pergunta 4 1 / 1 pts As decisões emanadas do Tribunais de Contas não são dotadas de auto- executoriedade. Por isso, assegurar-lhes a coercibilidade torna-se tarefa do Poder Judiciário, que no sistema jurídico brasileiro detêm o monopólio do exercício estatal da jurisdição. Falso Correto! Verdadeiro Costuma-se sustentar na doutrina e jurisprudência administrativista que o mérito do ato administrativo, via de regra, não pode ser objeto de controle judicial, sob pena de violação do princípio da separação de poderes, em que pese haver exceções quanto ao seu motivo e objeto. Sabe-se que no âmbito do controle judicial dos atos administrativos vigora o princípio da insindicabilidade do mérito administrativo, segundo o qual o mérito não pode ser alvo de controle judicial, sendo de exclusivo controle por parte da Administração Pública por via do exercício de seu poder de autotutela administrativa (v. STF, Súmulas 343 e 473). Nesse sentido, a atuação dos Tribunais de Contas em certa medida implica em violação dessa regra, pois transfere para o Legislativo o controle da legalidade do mérito das contas de governo. A atuação dos Tribunais de Contas, na condição de instituições incumbidas constitucionalmente de processar e julgar as contas anuais dos Chefes do Poder Executivo (art. 71. I da CF/88), não está implícito o caráter de definitividade, faltando-lhes o poder para sua imposição coercitiva. Por outro lado, o controle, assim exercido, representa um exemplo de sindicabilidade do ato administrativo reconhecida pela jurisprudência brasileira. Pergunta 5 1 / 1 pts Julgue as afirmativas a seguir com fundamento no entendimento do Tribunal de Contas da União: 1. O parecerista jurídico pode ser responsabilizado pela emissão de parecer obrigatório, nos termos do art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, não devidamente fundamentado, que defenda tese não aceitável, por se mostrar frontalmente contrário à lei. 2. A decisão tomada com base em parecer deficiente afasta a responsabilidade do gestor supervisor por atos consideradosirregulares. 1. Falso; 2. Verdadeiro Correto! 1. Verdadeiro; 2.Falso Ver Acórdão 51/2018-Plenário - Relator: AUGUSTO SHERMAN e Acórdão 2296/2017-Plenário - Relator: WALTON ALENCAR RODRIGUES Pontuação do teste: 5 de 5 3ª Atividade Objetiva – Direito Administrativo VERDADEIRA Fundamento: súmula 611-A, STJ FALSA Fundamento: Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. VERDADEIRA Fundamento: súmula vinculante n. 21, STF Incompatibilidade da exigência de depósito prévio do valor correspondente à multa como condição de admissibilidade de recurso administrativo interposto junto à autoridade trabalhista (§ 1º do art. 636 da Consolidação das Leis do Trabalho) com a CF/1988. Inobservância das garantias constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV); do princípio da isonomia (art. 5º, caput); do direito de petição (art. 5º, XXXIV, a). (...) Súmula Vinculante 21. 2. Ação julgada procedente para declarar a não recepção do § 1º do art. 636 da Consolidação das Leis do Trabalho pela Constituição da República de 1988. [ADPF 156, rel. min. Cármen Lúcia, P, j. 18-8-2011, DJE 208 de 28- 10-2011.] FALSA Fundamento: súmula vinculante n. 05, STF VERDADEIRO 5) As situações flagrantemente inconstitucionais não se submetem ao prazo decadencial de 5 anos previsto no artigo 54 da Lei 9.784/1999, não havendo que se falar em convalidação pelo mero decurso do tempo. 6) O prazo previsto no artigo 54 da Lei 9.784/1999 para a administração rever seus atos não pode ser aplicado de forma retroativa, devendo incidir somente após a vigência do referido diploma legal. 4ª Atividade de Administrativo Pergunta 1 1 pts A tributação progressiva como instrumento de política urbana, bem como a desapropriação para fins de reforma urbana destinam-se ao cumprimento da função social da propriedade e não representam confisco de bens. Falso Verdadeiro Pergunta 2 1 pts O Estado de Aqui Somos Eficientes visando garantir maior eficiência administrativa edita lei em que é permitida a utilização de bens apreendidos em serviços de inteligência, a critério da Secretaria de Defesa Social de carros particulares apreendidos, que se encontrem nos pátios das delegacias e no Detran, cujos proprietários tenham sido notificados há mais de 60 dias, sendo a responsabilidade pela manutenção e conservação dos veículos utilizados durante as operações é de inteira responsabilidade do Poder Público”. A referida lei foi editada com base no artigo 328 da Lei N. 9.503/1997 (Código Brasileiro de Trânsito) que estabelece: Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da data de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico. (Redação dada pela Lei nº 13.160, de 2015) Marque a alternativa correta. Grupo de escolhas da pergunta A situação descreve caso em que a melhor solução seria a desapropriação de bens móveis. A situação descreve caso de requisição administrativa. Há uma inconstitucionalidade material na lei Trata-se de situação de ocupação temporária. Pergunta 3 1 pts Uma das medidas adotadas pelo Governo Espanhol no combate à pandemia do COVID-19 foi a estatização temporária de hospitais particulares. Considerando as formas de intervenção dos estados na propriedade privada previstas no sistema jurídico brasileiro, marque a forma que melhor se adequaria a essa situação, se medida semelhante fosse adotada pelo Governo Brasileiro. Ocupação temporária Requisição administrativa Servidão administrativa Desapropriação especial Pergunta 4 1 pts A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras necessárias à própria operação. Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de construir unicamente na área objeto da operação. Falso Verdadeiro Pergunta 5 1 pts O cultivo de drogas em terras particulares é uma das situações que autorizam o confisco legal de bens pelo poder público, mas pode ser afastado caso não seja comprovada culpa do proprietário. Grupo de escolhas da pergunta Verdadeiro Falso PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade Mineira De Direito Unidade Coração Eucarístico 2ª PROVA DE Direito Administrativo III CHAVE DE CORREÇÃO 2º Semestre 2018 PROFESSORA Dra. Marinella Machado Araújo ESTAGIÁRIA DE DOCÊNCIA Mestranda Lígia de Souza Frias DATA 05.10.2018 VALOR 25 pontos TEMPO 50 minutos NOME_____________________________________________________________ NOME_____________________________________________________________ NOTA __________ Informações sobre a Prova A prova deve ser realizada à caneta, individualmente ou em dupla, e no máximo em 50 minutos. Preste bastante atenção ao marcar suas respostas, pois as rasuras invalidam as questões. É considerado rasura qualquer marcação visível, ainda que leve, na prova ou nos espaços destinados a respostas. Os pedidos de revisão poderão ser diretamente endereçados à professora pelo SGA. Lembro que a assinatura na lista de presença é requisito para que a prova seja corrigida e a nota lançada no SGA. Um servidor público pratica infração disciplinar tipificada como crime. Diante do conhecimento do fato pela autoridade administrativa, é instaurado processo administrativo disciplinar para apurar a infração cometida. Analise a situação descrita e julgue os itens a seguir. QUESTÃO 1. F Considerando a independência das esferas administrativa e criminal, não é permitida que a efetivação da penalidade de demissão imposta em sede administrativa ocorra anteriormente ao trânsito em julgado da ação penal. Fundamentação legal: Item 7 do Jogo I do Jurisprudência em Tese do STJ; Art. 22 da Lei n° 8.112/90. Conteúdo da aula do dia 14/09/2018 e 24/09/2018 - As instâncias administrativa e criminal são independentes. QUESTÃO 2. V A utilização de prova emprestada no processo administrativo disciplinar em curso é possível, desde que autorizada pelo juiz criminal e respeitados o contraditório e a ampla defesa. Fundamentação legal: Item 3 do Jogo I do Jurisprudência em Tese do STJ Conteúdo da aula do dia 14/09/2018 – Reposta a pergunta formulada pela aluna Iara – É possível a utilização de prova emprestada desde que se observe o estabelecido pela Súmula 591 STJ. “É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa”. QUESTÃO 3. V A absolvição criminal fundada na imaterialidade do fato impede que seja aplicada pena em sede do procedimento administrativo disciplinar. Fundamentação legal: Item 2 do Jogo I do Jurisprudência em Tese do STJ; art. 126 da Lei n° 8.112/90. Vale lembrar que imaterialidade do fato significa inexistência material do fato, ou seja, a inexistência real do acontecimento. Logo, o fato efetivamente não ocorreu. Segundo a Teoria Causalista, adotada pela maioria da doutrina brasileira, a simples constatação da materialidade do fato não é suficiente para uma condenação criminal, se este fato não for típico , antijurídico, culpável e punido, se a autoria não está determinada, se não houver provas suficientes para tanto, se não existir prova de ter o réu concorridopara a infração penal ou existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena. O STJ entende que, apesar de as instâncias administrativa e penal serem independentes entre si, quando há absolvição do réu em razão da inexistência do fato ou a negativa de autoria na esfera criminal isso implica na constatação de inexistência de fato lesivo à Administração Pública ou, no segundo caso, de nexo de causalidade entre o fato e a conduta do agente público. Precedentes: MS 19823/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 23/08/2013; AgRg no RMS 33949/PE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2013, DJe 16/08/2013; AgRg no RMS 38072/PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 31/05/2013; REsp 1323123/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 16/05/2013; AgRg no AREsp 50432/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/03/2013, DJe 11/03/2013; EDcl no REsp 1194009/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 30/05/2012; RMS 30511/PE (com ressalva), Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 22/11/2010. QUESTÃO 4. F A condenação criminal impõe a aplicação da penalidade administrativa em sede de procedimento disciplinar, independentemente da regularidade do processo administrativo instaurado. Fundamentação legal: Art. 5°, inciso LV da CF/88; arts. 143 e 153 da Lei n° 8.112/90. Conteúdo da aula do dia 13/08 e 10/09/2018 - O processo administrativo é uma espécie de procedimento em contraditório, garantindo-se a ampla defesa, facultando- se a oportunidade para manifestação, defesa e recurso. QUESTÃO 5. F A fim de serem evitadas decisões contraditórias nas instâncias administrativa e penal, impõe-se o sobrestamento do procedimento administrativo disciplinar até o julgamento final da ação penal em tramitação. Fundamentação legal: Art. 171 da Lei n° 8.112/90 Conteúdo da aula do dia 14/09/2018 - As instâncias administrativa e criminal são independentes. A autoridade competente não tem competência para aplicar sanção criminal, o que torna obrigatório o envio do relatório ao MP para ajuizamento do processo criminal e/ou ação civil pública. A comissão tem competência para aplicar sanção administrativa e patrimonial. (...) Se na sindicância se apurar um dano, deve-se, de forma concomitante, instaurar o PAD e remeter cópia dos autos ao Ministério Público. Um empregado público de empresa estatal estadual é pego fraudando a licitude de um concurso público sobre o qual tinha responsabilidade funcional de auxiliar na organização. Analise a situação descrita e julgue os itens a seguir. QUESTÃO 6. F É necessária a comprovação de enriquecimento ilícito ou da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público para a tipificação de ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da administração pública. Fundamentação legal: Art. 11 da Lei n° 8.429/92. Segundo o STJ, é desnecessária a ocorrência de dano ao patrimônio público para a configuração do art. 11 da Lei 8.429/1992. “Para a configuração dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública (art. 11 da Lei 8.429/1992), é dispensável a comprovação de efetivo prejuízo aos cofres públicos. De fato, o art. 21, I, da Lei 8.429/1992 dispensa a ocorrência de efetivo dano ao patrimônio público como condição de aplicação das sanções por ato de improbidade, salvo quanto à pena de ressarcimento.” (STJ, REsp 1.192.758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, Dje 4/9/2014) Vide também AgRg no AResp 712.341/MS, DJe 29/06/2016. A conduta do agente, nos casos dos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/1992, há de ser sempre dolosa, por mais complexa que seja a demonstração desse elemento subjetivo. Nas hipóteses do art. 10 da Lei 8.429/1992, cogita-se que possa ser culposa. O entendimento do STJ é de que “A configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário), à luz da atual jurisprudência do STJ, exige a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa, o mesmo não ocorrendo com os tipos previstos nos arts. 9° e 11 da mesma lei (enriquecimento ilícito e atos de Improbidade Administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública), os quais se prendem ao volitivo do agente (critério subjetivo) e exige-se o dolo.” (STJ, AgRg no REsp 1225495/PR, Rel. Min. Benedito Goncalves, 1ª Turma, Dje 14/02/2012) A Lei n° 8.429/92 foi o conteúdo da 2ª aula do dia 13/08/2018. QUESTÃO 7. F Qualquer pessoa pode representar ao corregedor-geral da Controladoria Geral da União - CGU contra abuso, erro grosseiro, omissão ou qualquer outra irregularidade funcional dos membros de empresas públicas. Fundamentação legal: Art. 116, inciso XII da lei n°8.112/90. Conteúdo da aula do dia 14/09/2018 – Reposta a pergunta formulada pela aluna Bruna. Há uma diferença entre representação e denúncia. Quem está fora da administração pública faz denúncia. Quem tem vínculo com a administração pública tem que fazer uma representação. QUESTÃO 8. F A instauração de PAD interrompe a prescrição até a decisão final, a ser proferida pela autoridade competente; não sendo o PAD concluído em cento e quarenta dias, o prazo prescricional volta a ser contado em sua integralidade. Fundamentação legal: Item 4 do Jogo I do Jurisprudência em Tese do STJ; Art. 142, § 3° da Lei n° 8.112/90. Conteúdo do fluxograma QUESTÃO 9. V Autorizada a cumulação do pedido condenatório e do de ressarcimento em ação por improbidade administrativa, a rejeição do pedido condenatório por prescrição não obsta o prosseguimento da demanda relativa ao pedido de ressarcimento, que é imprescritível. Fundamentação legal: RE n° 852.475 (Tema 897) Conteúdo da 2ª aula do dia 13/08 e da aula do dia 24/08/2018 – São imprescritíveis as ações de danos ao erário. Os Atos que impliquem improbidade administrativa e que foram praticados de forma dolosa, são imprescritíveis. O dolo exige a intenção de causar o dano. O Art. 37, § 5° da CF/88 dispõe sobre a prescrição dos atos que gerem danos ao erário. QUESTÃO 10. Analise as afirmativas a seguir e julgue-as: F Há delegação da competência para aplicação de sanções em sede de poder de polícia administrativa à pessoa jurídica de direito privado. Fundamentação legal: Art. 13 da Lei n° 9.784/99; ADI n° 1.717 Conteúdo da 2° aula do dia 13/08/2018 - A Lei n° 9.784/99 dispõe que quem tem competência pode delegar ou avocar, mas tem que se respeitar as exceções (art. 13). Atos de competência exclusiva são indelegáveis. V Há revisão por agente de nível hierárquico superior de ato administrativo ou processo administrativo que contiver vício de legalidade. Fundamentação legal: Art. 53 da Lei n° 9.784/99. Conteúdo da aula do dia 10/09/2018 - O ato viciado pode ser invalidado, sendo que a nulidade pode ser absoluta ou relativa, no caso dessa última, o ato pode ser convalidado (viciado, sob o ponto de vista formal ou da competência). F Há delegação de órgão superior a órgão inferior da atribuição para a edição de atos administrativos de caráter normativo. Fundamentação legal: Art. 13, inciso I da Lei n° 9.784/99. Conteúdo da 2° aula do dia 13/08/2018 - A Lei n° 9.784/99 dispõe que quem tem competência pode delegar ou avocar, mas tem que se respeitar as exceções (art. 13). Atos de competência exclusiva são indelegáveis. Atos de decisão sobre recursos e atos normativos, também. F Há delegação a órgão diverso da competência para a decisão de recurso administrativo.Fundamentação legal: Art. 13, inciso II da Lei n°9.784/99. Conteúdo da 2° aula do dia 13/08/2018 - A Lei n° 9.784/99 dispõe que quem tem competência pode delegar ou avocar, mas tem que se respeitar as exceções (art. 13). Atos de competência exclusiva são indelegáveis. F Há avocação por órgão superior, em caráter ordinário e por tempo indeterminado, de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Fundamentação legal: Art. 15 da Lei n°9.784/99. Conteúdo da 2° aula do dia 13/08/2018 - Os órgãos da administração pública têm um organograma com todas as suas competências. A Lei n° 9.784/99 dispõe que quem tem competência pode delegar ou avocar. BOA PROVA! PONTIFI ́CIA UNIVERSIDADE CATO ́LICA DE MINAS GERAIS Faculdade Mineira De Direito Unidade Coração Eucarístico 1ª PROVA DE Direito Administrativo III CHAVE DE CORREÇÃO 2º Semestre 2018 PROFESSORA Dra. Marinella Machado Araujo ESTAGIÁRIA DE DOCÊNCIA Mestranda Lígia de Souza Frias DATA 27.08.2018 VALOR 25 pontos TEMPO 50 minutos NOME_____________________________________________________________ NOME_____________________________________________________________ NOTA __________ Informações sobre a Prova A prova deve ser realizada à caneta, individualmente ou em dupla, e no máximo em 50 minutos. Preste bastante atenção ao marcar suas respostas, pois as rasuras invalidam as questões. É considerado rasura qualquer marcação visível, ainda que leve, na prova ou no espaços destinados a respostas. Os pedidos de revisão poderão ser diretamente endereçados à professora pelo SGA. Lembro que a assinatura na lista de presença é requisito para que a prova seja corrigida e a nota lançada no SGA. Acerca do controle administrativo interno e externo, julgue os itens a seguir. QUESTÃO 1. VERDADEIRA/FALSA As comissões parlamentares de inquérito são instrumentos de controle externo destinados a investigar fato determinado em prazo determinado, mas desprovidos de poder condenatório. Conteúdo da aula do dia 20/08/18. “As Comissões Parlamentares de Inquérito são instrumentos de controle tanto interno como externo, podendo investigar atos do próprio Poder Legislativo (Art. 58, § 3° da CF/88)”. JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA: A veracidade ou a falsidade da afirmativa depende da justificativa dada à resposta. Vejamos: As CPIs são comissões temporárias do PL com poderes investigatórios tipos de autoridades judiciais. Apesar disso, elas não têm competência para promover a responsabilidade civil ou criminal de infratores (art. 58, § 2º, da CF/88). Trata-se de instrumento híbrido de controle que normalmente é classificado como forma de controle externo à Administração Pública, ou seja, exercido por outros poderes sobre a Administração Pública face à possibilidade de a CPI investigar autoridades do Poder Executivo. Contudo, vale lembrar que, por serem comissões legislativas, elas também podem investigar autoridades do próprio legislativo. Neste caso, atuam como instrumento de controle interno do Legislativo. Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Jurisprudência afim: HC 100.200 (MIN. JOAQUIM BARBOSA, 2010) sobre o direito de o investigado em CPI manter-se em silêncio sobre as acusações a que responde; MS 30.906 (MIN. CELSO MELO, 2011), MS 35.216 (MIN. LUIS FUX, 2017). QUESTÃO 2. VERDADEIRA O controle administrativo interno cabe apenas em relação a atividades de natureza administrativa, mesmo quando exercido no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário. Conteúdo da 1ª aula do dia 13/08/18. “Todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário) exercem a função administrativa. (...) Quando se fala em controle interno estamos falando no exercício da função administrativa que se materializa em quatro atividades: planejamento, organização, controle e fomento (estímulo)”. JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA: A afirmativa é verdadeira. Segundo o Princípio da Separação de Poderes, os poderes estatais não exercem funções exclusivas, mas típicas. Essas funções são controladas reciprocamente por cada poder. Por se referir ao controle administrativo de natureza interna e não externa, a afirmativa exclui da atividade de controle as outras funções estatais que não sejam de natureza administrativa. Assim, ainda que o controle seja exercido por outro poder estatal, ele preserva a natureza da função controlada. Vale lembrar que o funcionamento geral de cada poder é atividade administrativa e que, segundo o art. 31 e o art. 74, inciso II, da CF/88, cada poder tem a obrigação de manter sistema de controle interno de seu funcionamento. Assim, diz-se que o controle administrativo é interno se exercido pelo próprio poder em relação a seus próprios atos independente da função típica desse poder. QUESTÃO 3. VERDADEIRA O controle hierárquico é sempre uma forma de controle interno. Conteúdo da 1ª aula do dia 13/08/2018. “No controle da administração pública há a atuação de dois poderes: hierárquico e disciplinar (poder de punir o agente público. Agora tem-se admitido a aplicação de multas no âmbito contratual). Poder hierárquico é o poder que a Administração Pública tem de se auto organizar, de delegação de competências, de avocar, etc”. JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA: A afirmativa é verdadeira. A única função estatal que é exercida com fundamento no poder hierárquico é a administrativa. Em outras palavras, não existe hierarquia entre membros dos poderes Legislativo e Judiciário no exercício de suas funções típicas legislativa e jurisdicional. Por isso, pode-se afirmar que este tipo de controle é típico do Poder Executivo ou, melhor, do exercício da função administrativa pela Administração Pública em sentido amplo, que abrange a estrutura organizacional do Legislativo e do Judiciário. QUESTÃO 4. São órgãos de controle interno responsáveis por receber, examinar e encaminhar denúncias, reclamações, elogios, sugestões e pedidos de informação referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e entidades do Poder Executivo federal, estadual ou municipal: a) Ouvidorias b) Corregedorias c) Controladorias d) Defensorias Conteúdo da 2ª aula do dia 13/08/18 – “Exemplos de controle: controladorias (questões financeiras/orçamentária), corregedorias (controla atos internos, atos de desvio funcional), ouvidoria (órgãos de escuta popular)”. A resposta correta é LETRA A. As ouvidorias são propriamente órgãos de controle interno em sentido amplo sem poder sancionador (poder disciplinar ou poder de polícia). Elas recebem denúncias, mas também elogios. Nelas se pode apresentar sugestões, elogios, solicitações, reclamações e denúncias. Funcionam como uma espécie de “ponte” entre o cidadão e a Administração Pública. Assim, a ouvidoria recebe as manifestações dos cidadãos, analisa, orienta e encaminha às áreas responsáveis pelo tratamento ou apuração do caso. A Ouvidoria-Geral da União (OGU) integra a estrutura da Controladoria-Geral da União (CGU) e é o órgão responsável por receber, examinar e encaminhar denúncias, reclamações, sugestões, elogios e solicitações referentes a irregularidades na utilização de dinheiro público, procedimentos e ações de agentes públicos, órgãos e entidades do PoderExecutivo Federal. Além disso, a partir das informações trazidas pelos cidadãos, a Ouvidoria pode identificar melhorias, propor mudanças, assim como apontar situações irregulares no órgão ou entidade. As corregedorias são órgãos de controle interno de atividade funcional com poder sancionador. Logo, exercem os poderes disciplinar e de polícia em sentido amplo. As controladorias são órgãos de controle interno financeiro-orçamentário. No âmbito federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), típica agência anticorrupção do país, é o órgão encarregado de assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, sejam relativos à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção, e ouvidoria. A CGU é ainda órgão central do Sistema de Controle Interno e do Sistema de Correição, ambos do Poder Executivo Federal. As defensorias não são órgãos de controle interno da Administração Pública propriamente ditos, mas de defesa de direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, sobretudo de caráter social. Assim como o Ministério Público, elas fazem parte das funções essenciais à Justiça (arts. 134 e 135, da Constituição), mas possuem missões e características próprias e independentes dos tribunais. A Defensoria é uma instituição pública que presta assistência jurídica gratuita àquelas pessoas que não possam pagar por esse serviço. QUESTÃO 5. São situações que, quando comprovadas, ensejam reprovação das contas de administradores e demais responsáveis por irregularidade no julgamento dos tribunais de contas, EXCETO: a) omissão no dever de prestar contas; b) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; c) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos; d) evidencias de impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário. Conteúdo da aula do dia 24/08/18 – “Existe uma delimitação no âmbito da competência dos Tribunais de Contas do que será objeto de controle. Esses tribunais fazem controle contábil, financeiro e orçamentário, que se restringe ao âmbito da legalidade, da legitimidade e da economicidade”. A resposta correta é LETRA D. O controle de contas é um controle do tipo COFOP: contábil, orçamentário, financeiro, operacional e patrimonial que deriva do dever de prestação de contas que titulariza qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União ou qualquer outra unidade federativa responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (parágrafo único, art. 70 CF/88). Todos as situações descritas nas Letras A, B e C são situações que envolvem a possibilidade de lesão ao erário. Por isso, ensejam reprovação de contas. A Letra D é a única situação que não caracteriza dano ao erário. Por isso, os atos de improbidade administrativa que não importem dano ao erário não ensejam reprovação de contas, mas sim aprovação com ressalvas. QUESTÃO 6. Ana solicitou ao Município X licença de localização e funcionamento para exercer determinada atividade empresarial, apresentando todos os documentos necessários para tanto. Contudo, transcorrido mais de ano do mencionado pedido, não houve qualquer manifestação por parte da autoridade competente para sua apreciação. Considerando a situação descrita, é CORRETO afirmar que: a) Ana pode denunciar a autoridade competente junto à Controladoria do Município por abuso de poder; b) Ana nada poderá fazer, pois não cabe controle social da Administração Pública nesse caso, uma vez que o princípio da razoável duração do processo não se aplica à via administrativa. c) Para que a autoridade competente possa sofrer algum tipo controle administrativo, Ana deverá acionar o Poder Judiciário e demonstrar que a demora na expedição da licença lhe causou prejuízo econômico. d) A autoridade competente poderá ser objeto de controle hierárquico, desde que seja instaurado processo administrativo disciplinar para apurar sua conduta, no qual lhe seja garantido contraditório e ampla defesa. Conteúdo da 1ª aula do dia 13/08/18 – “Nesse exercício da atividade de controle, a doutrina administrativista passou a adotar uma ideia de procedimentalização. O procedimento como forma de garantir o contraditório e a ampla defesa. O estado garante o acesso a informação e a oportunidade de produção de provas (referência legal art. 5°, inciso LV da CF/88)”. A resposta correta é LETRA D. A Letra D é verdadeira uma vez que o comportamento da autoridade competente pode ser considerado abusivo, estando sujeito a controle interno pela própria Administração Pública. As controladorias são órgãos de controle interno especializado de natureza financeira orçamentária. Logo, em que pese possa ser caracterizada a situação de abuso de poder, este não é o órgão competente para receber a denúncia uma vez que não houve lesão ao erário. O princípio do pas de nullité sans grief aplica-se a situações de nulidade de processo administrativo. Não é o caso em questão, pois Ana não deseja ver o processo/procedimento anulado, mas seu pedido de analisado pela Administração Pública municipal. Por força do art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88, o princípio da razoável duração do processo também se aplica a processos administrativos. Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) QUESTÃO 7. João e Gilberto inscreveram-se para participar de um concorrido concurso público. Como João estava mais preparado, combinaram que ele faria a prova rapidamente e, logo após, deixaria as respostas na lixeira do banheiro para que Gilberto pudesse ter acesso a elas. A fraude só veio a ser descoberta três anos após a aprovação de ambos em estágio probatório, quando Gilberto deixou escapar em uma conversa com uma colega de trabalho o que havia ocorrido. Com base na situação descrita, é CORRETO afirmar que: a) Não há mais possibilidade de controle hierárquico da autoridade administrativa pois não houve lesão ao erário. b) Sendo fraude a concurso público ato de improbidade administrativa, poderá haver controle interno da Administração Pública, desde que realizado processo administrativo disciplinar com garantia de contraditório e ampla defesa. c) A colega de Gilberto tem o dever funcional de informar aos seus superiores hierárquicos o ocorrido sob pena de responsabilidade administrativa. d) Não cabe controle interno da Administração Pública com fundamento em seu poder de autotutela porque o seu direito de anular a nomeação de João e Gilberto prescreveu. A resposta correta é LETRA C. O controle hierárquico não se restringe a atos que cause dano ao erário, mas a toda irregularidade detectada no exercício da função administrativa. Não fosse assim, não haveria improbidade administrativa por violação de princípio e nem a possiblidade de instauração de PAD para apurar exercício funcional violador de princípio da administração pública. O controle interno decorre dos poderes hierárquico e disciplinar e não está vinculado à natureza da irregularidade ser ou não considerada ato de improbidade administrativa. A aplicação do poder disciplinar prescreve em 5 anos contados do conhecimento do ato quando a conduta praticada puder ensejar a demissão do servidor público (art. 23, inciso II, Lei No. 8.429/1992 c/c art. 142, inciso I, §§ 1º e 2º Lei No. 8.112/1990). Logo, não há prescrição, pois, sendo a conduta praticada por João e Gilberto tipificada como ato de improbidadeadministrativa (art. 11, inciso V, Lei No. 8.429/1992), ela é passível de demissão. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa, segundo o art. 143 da Lei No. 8.112/1990. Art. 11, inciso V - frustrar a licitude de concurso público; Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. QUESTÃO 8. O Ministério Público Eleitoral questionou judicialmente, com fundamento na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar No. 135/2010), decisão do TSE que deferiu o registro de candidatura de João das Couves para concorrer ao cargo de prefeito, sob o entendimento de que a desaprovação, pelo Tribunal de Contas do Estado, das contas relativas ao exercício de 2016 como ordenador de despesas, o tornava inelegível para qualquer cargo público nas próximas eleições. Segundo a Lei da Ficha Limpa, são inelegíveis aqueles que “tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão”. Considerando a situação descrita, é INCORRETO: a) Os tribunais de contas não têm competência para julgar contas de prefeitos. b) Não há inelegibilidade por desaprovação de contas ainda que tenha havido omissão da Câmara de Vereadores em aprecia-las. c) João das Couves poderia ter suas contas aprovadas por voto favorável de 2/3 dos membros da Câmara de Vereadores. d) O parecer prévio dos tribunais de contas tem natureza opinativa. Conteúdo da aula do dia 17/08/18 – “O parecer prévio do Tribunal de Contas deixará de prevalecer desde que seja rejeitado por 2/3 dos vereadores. Essa decisão do STF neutraliza o parecer dos Tribunais de Contas.” - Art. 31, § 2° da CF/88. “Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. RE 729.744 – Tese com Repercussão Geral: “Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo”. RE 848826 – Tese com Repercussão Geral: “Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores” A resposta correta é LETRA B. A LETRA B está correta segundo o entendimento firmado no julgamento do RE 848.826. Segundo esse entendimento, a inelegibilidade por desaprovação de contas não pode decorrer de julgamento ficto, ou seja, em razão do decurso de prazo para apreciação das contas pela Câmara de Vereadores. As demais letras estão incorretas segundo o entendimento firmado pelo STF no RE 729.744. QUESTÃO 9. Pode haver delegação da competência para controle interno da Administração Pública? a) Não, pois se trata de competência exclusiva. b) Sim, desde que não seja em instância recursal. c) Não, apenas avocação para averiguação de irregularidades. d) Sim, em caso de atos normativos. Conteúdo da 2ª aula do dia 13/08/18 – “A competência para o exercício do controle pode ser objeto de delegação. A lei n° 9.784/99 dispõe sobre quem tem competência pode delegar ou avocar, mas tem que se respeitar as exceções (art. 13). Atos de competência exclusiva são indelegáveis. Atos de decisão sobre recursos e atos normativos, também.” A resposta correta é LETRA B. A afirmativa é verdadeira segundo o art. 13, inciso II, da Lei No. 9.784/1999. Vale lembrar que o controle interno deriva de dever geral de apurar irregularidades que todo servidor público titulariza segundo o art. 143 da Lei No. 8.112/1990. Não se trata, portanto, de competência exclusiva, apesar de esse poder ser exercido muitas vezes por órgãos especializados. O poder de avocar competências é inerente ao poder de delega-las. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. QUESTÃO 10. O Tribunal de Contas da União (TCU), na análise de aposentarias e pensões submetidas à sua apreciação, tem afastado incidência de dispositivos da Lei 13.464/2017, que criou o bônus de eficiência, verba variável paga aos auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal. Segundo o TCU, o pagamento do bônus aos inativos é inconstitucional, uma vez que não incide sobre a parcela o desconto da contribuição previdenciária. Considerando a situação descrita, é INCORRETO afirmar: a) Segundo entendimento recente do STF, sendo o TCU órgão sem função jurisdicional, não lhe compete exercer o controle difuso de constitucionalidade nos processos sob sua análise. b) Os tribunais de contas são órgãos de controle externo da Administração Pública, mas que também exercem controle interno, ou seja, atividade administrativa de verificação permanente e contínua da legalidade e oportunidade da atuação de sua própria administração com o objetivo de prevenir ou eliminar defeitos ou aperfeiçoa-la e de promover as medidas necessárias para tanto. c) No exercício de suas atribuições, o Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público segundo entendimento sumulado do STF. d) O entendimento do TCU é equivocado na medida em que não cabe aos tribunais de contas investigar o mérito dos atos administrativos. Conteúdo da aula do dia 24/08/18 - Súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”. A resposta correta é LETRA D. A LETRA D é incorreta porque o fundamento para o entendimento do TCU não leva em consideração a apuração da produtividade dos inativos, o que caracterizaria análise de mérito, mas apenas a ilegalidade do não recolhimento da contribuição previdenciária que tem previsão legal. Vale lembrar que recentemente o STF tem mudado o entendimento contido na Súmula 347 do STF, editada em 1963, e que prevê a possibilidade de o Tribunal deContas, no exercício de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. Por exemplo, o Min. Alexandre de Moraes concedeu liminar no MS 35.498, impetrado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do trabalho, para afastar o mesmo entendimento do TCU em relação ao pagamento, aos inativos, do bônus de eficiência devido à categoria e também previsto na Lei 13.464/2017. Decisão no mesmo sentido já havia sido proferida no MS 35.410. BOA PROVA! Página1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS FACULDADE MINEIRA DE DIREITO Unidade Coração Eucarístico 1ª PROVA DE Direito Administrativo III CHAVE DE CORREÇÃO 1º Semestre 2018 Professora Dra. Marinella Araujo NOME __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ NOTA __________ Informações sobre a Prova VALOR 25 pontos TEMPO DE REALIZAÇÃO 50 minutos DATA 09.03.2018 A prova deve ser realizada à caneta, em dupla ou individualmente. As rasuras invalidam as questões, sendo considerado rasura qualquer marcação visível, ainda que leve, nos espações destinados a respostas. Após a divulgação dos resultados e da chave de correção no SGA, pedidos de revisão poderão ser diretamente endereçados à professora. É obrigatória a assinatura na lista de presença para que a nota seja lançada no SGA. O Município “X” pretende promover a regularização fundiária de área ocupada irregularmente por população de baixa renda localizada em seu perímetro rural. Para tanto, o Prefeito resolveu enviar à Câmara de Vereadores um projeto de lei sobre o planejamento habitacional de interesse social do Município. O projeto prevê a desapropriação da área rural desafetada, pertencente à União, para o assentamento no local da população de baixa renda. QUESTÃO 1. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e marque a opção CORRETA: Página2 1. O projeto de lei é inconstitucional. O projeto de lei não é inconstitucional porque municípios podem legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, inciso I, CF/88) e sobre política de desenvolvimento urbano (art. 182 CF/88) que abrange todo o seu território (art. 40, § 2º, Lei n. 10.257/2001), o que inclui o planejamento local habitacional de interesse social, uma vez que habitação é uma das funções-chaves da cidade. A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União (art. 2º, inciso II, CF/88). Todavia, essa delimitação constitucional de competência legislativa aplica-se a normas jurídicas sobre o procedimento ou processo de desapropriação e não inclui a identificação das áreas a serem desapropriadas. Do contrário, a competência legislativa municipal para tratar de planejamento habitacional seria suprimida. Vale lembrar que o fato de a área ser da União não torna o projeto inconstitucional, uma vez que não há nenhuma vedação constitucional que proíba a desapropriação de imóveis públicos por municípios, mas sim, ilegal (art. 37, caput, da CF/88) por violação ao disposto no artigo 2º, § 2º, do Decreto-lei 3.365/1941. Por fim, regularização fundiária para fins de assentamento de população de baixa renda não se confunde necessariamente com a desapropriação para fins de reforma agrária a que se refere o artigo 184 da CF/88, pois no caso de reforma agrária há a reutilização produtiva do imóvel rural (art. 185 CF/88). Para evitar questionamentos quanto à natureza do processo de regularização fundiária, municípios são usualmente orientados a firmarem acordos com o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, autarquia federal criada pelo Decreto 1.110/1970 com a missão prioritária de executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional. PORQUE 2. Municípios não podem legislar sobre desapropriação. A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União segundo o art. 22, inciso II, da CF/88. Logo, a resposta correta é LETRA C. a) ( ) A afirmativa 1 é falsa. b) ( ) Ambas as afirmativas são verdadeiras. c) ( X ) A afirmativa 1 é falsa, mas a afirmativa 2 é verdadeira. d) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa. QUESTÃO 2. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e marque a opção CORRETA: 1. A desapropriação a ser realizada tem natureza sancionatória, pois destina-se à regularização fundiária. A desapropriação para fins de regularização fundiária, considerada de interesse social, seja em áreas urbanas ou rurais, tem sancionatória quando o imóvel Página3 descumpre função social da propriedade. A ocupação do imóvel por população de baixa renda em si caracteriza descumprimento de função social da propriedade. O fundamento legal para esse tipo de desapropriação em caso de imóveis urbanos é o artigo 182, § 4º, da CF/88. Contudo, nem todo processo de regularização fundiária tem natureza sancionatória. É o caso da regularização fundiária de interesse especial para fins de legalização de condomínios fechados, por exemplo (Lei n. 13.465/2017). Em síntese, não é a destinação à regularização fundiária que torna a desapropriação sancionatória, mas o descumprimento da função social da propriedade. CONTUDO 2. A regularização fundiária não poderá ser realizada, pois a competência para realizar reforma agrária é da União. Regularização fundiária para fins de assentamento de população de baixa renda não se confunde necessariamente com a desapropriação para fins de reforma agrária a que se refere o artigo 184 da CF/88, pois no caso de reforma agrária há a reutilização produtiva do imóvel rural (art. 185 CF/88). Para evitar questionamentos quanto à natureza do processo de regularização fundiária, municípios são usualmente orientados a firmarem acordos com o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, autarquia federal criada pelo Decreto 1.110/1970 com a missão prioritária de executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional. Logo, a resposta correta é LETRA D. a) ( ) A afirmativa 1 é verdadeira, mas a afirmativa 2 é falsa. b) ( ) A afirmativa 2 é verdadeira, mas a afirmativa 1 é falsa. c) ( ) A afirmativa 1 e a afirmativa 2 são verdadeiras. d) ( X ) A afirmativa 1 e a afirmativa 2 são falsas. QUESTÃO 3. Considerando a situação apresentada, analise as afirmativas a seguir e marque a opção CORRETA: 1. O município pode legislar sobre regularização fundiária apenas em áreas urbanas e desde que a fundamente em sua competência para tratar de assuntos locais. Segundo o artigo 40, § 2º, da Lei n. 10.257/2001, o planejamento diretivo da política de desenvolvimento urbano abrange todo o território do município, o que inclui áreas rurais. Vale lembrar que habitação é uma das funções-chaves da cidade. Assim, nada mais natural que o processo de regularização fundiária esteja associado a áreas
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