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Modelo - Ação de Compensação de Danos

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Prática Civil – Larissa Oliveira Alves 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível do Foro de 
Campina Grande, Paraíba. 
 
Olavo Maio, Brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador da Cédula de 
Identidade n° 11111 SSP/PB, inscrito no CPF/MF sob o n° 111.111.111-11, 
residente e domiciliado na Rua Daniel Amorim, n° 01, bairro: Moema, Campina 
Grande-PB, olavomaia@ec.com e Dolores Pires, brasileira, Casada, Engenheira 
Civil, portadora da Cédula de Identidade n°22222 SSP/PB, inscrito no CPF/MF 
sob o n° 22.222.222-22, residente e domiciliada na Rua Robertônio Pessoa, n° 
02, bairro: Tatuapé, Campina Grande-PB, dolorespires@ec.com, por intermédio 
das suas patronas, subscritas desta, devidamente qualificadas e constituídas 
nos termos da procuração “ad judicia” anexa, vem, respeitosamente perante 
Vossa Excelência propor a presente 
 
AÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE DANOS 
 
em face de Segura na Mão de Deus, inscrita no CNPJ n° 33.333.333/3333-33, 
sediada na Rua Denilson Pacheco, n° 03, bairro: Alto Branco, São Paulo-SP, 
smd@aviacao.com.br, pelos seguintes fatos e fundamentos que passa à expor. 
 
 
DOS FATOS 
 No dia 15 de março de 2018, Olavo Maia e Dolores Pires adquiriram 
passagens aéreas, ida e volta, pela Companhia Segura na Mão de Deus, no 
valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada um com destino a cidade de 
Buenos Aires, na Argentina, com data marcada para o dia 1º de abril de 2019. 
 Na intenção de participarem de um evento acadêmico que ocorreria nos 
dias compreendidos entre 08 e 12 de abril do mesmo ano, no qual, 
apresentariam trabalhos científicos de graduação, no evento denominado “2019 
IEEE PES TRANSMISSION AND DISTRIBUITION CONFERENCE AND 
EXPOSITION LATINA AMÉRICA”, evento este que acontece apenas a cada 2 
(dois) anos. 
mailto:olavomaia@ec.com
mailto:dolorespires@ec.com
mailto:smd@aviacao.com.br
 Ocorre que no dia e hora marcados para o embarque, a Promovida não 
disponibilizou o voo referente ao segundo trecho da citada viagem, que 
compreendia de São Paulo para Buenos Aires, em decorrência de falha 
mecânica e debilidade financeira da própria empresa, ficando a cargo dos 
Promoventes procurarem outra forma de chegarem ao lugar de destino. Sendo 
assim, persistiram na intenção de embarcarem para Buenos Aires, ainda que por 
uma empresa diferente da contratada. Porém, não havia nenhum voo disponível 
para o trajeto se fazendo impossível completar a viagem. 
 Em uma evidente prática abusiva da Promovida, enquanto fornecedora de 
serviços, que coagiu os Promoventes a abdicarem de direitos básicos de 
quaisquer tripulantes, assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor, 
sendo: alimentação, hospedagem, entre outros, para que percorrerem apenas o 
primeiro trecho que compreendia em Recife/PE para São Paulo/SP. 
 Em virtude da necessidade de viajarem naquela data específica aceitaram 
as condições estipuladas pela Promovida assinando um termo que 
apresentavam todas estas condições e que condicionavam o embarque ainda 
na primeira escala. Caso não assinassem, não ocorreria o embarque. 
 Ocorre que, conforme exposto, aceitaram o acordo com a Promovida, 
embarcando para São Paulo, mas por impossibilidade de voos para obter nobre 
destino, houve a necessidade de atacar com os custos com estadia e 
alimentação, no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) para os Promoventes, 
bem como a compra da passagem de volta em outra companhia aérea, tenho o 
custo de R$ 500,00 (quinhentos reais) para cada Promovente. 
 
DO DIREITO 
 Conforme ostentado, constata-se que a promovida, Segura na Mão de 
Deus, agiu de forma abusiva, conforme o art.39, V, do CDC, ao impor aos 
promoventes, de forma a coagi-los, a assinatura de um termo que os fazia 
abdicarem de seus direitos. 
 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, 
dentre outras práticas abusivas: 
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente 
excessiva; 
 
Ao mesmo tempo que transgrediu a Resolução 141/2010 da ANAC, art. 
8° em seus incisos, que prevê ainda que em caso de cancelamento, atraso ou 
preterição de embarque, os passageiros têm direito à acomodação em outros 
voos ou o reembolso integral do valor, se assim o preferir o passageiro. 
 
Art. 8° Em caso de cancelamento de voo ou interrupção do 
serviço, o transportador deverá oferecer as seguintes 
alternativas ao passageiro: 
I - a reacomodação: 
a) em voo próprio ou de terceiro que ofereça serviço 
equivalente para o mesmo destino, na primeira oportunidade; 
b) em voo próprio a ser realizado em data e horário de 
conveniência do passageiro; 
II - o reembolso: 
a) integral, assegurado o retorno ao aeroporto de origem 
em caso de interrupção; 
b) do trecho não utilizado, se o deslocamento já realizado 
aproveitar ao passageiro; 
III - a conclusão do serviço por outra modalidade de 
transporte, em caso de interrupção. 
 
 No que diz respeito à assistência material nesses casos, o artigo 14, 
parágrafo 1º da mesma Resolução expõe que o transportador deve assegurar o 
passageiro. 
Art. 14. Nos casos de atraso, cancelamento ou interrupção 
de voo, bem como de preterição de passageiro, o 
transportador deverá assegurar ao passageiro que 
comparecer para embarque o direito a receber assistência 
material. 
§ 1o A assistência material consiste em satisfazer as 
necessidades imediatas do passageiro, gratuitamente e de 
modo compatível com a estimativa do tempo de espera, 
contados a partir do horário de partida originalmente 
previsto, nos seguintes termos: 
I - superior a 1 (uma) hora: facilidades de comunicação, 
tais como ligação telefônica, acesso a internet ou outros; 
II - superior a 2 (duas) horas: alimentação adequada; 
III - superior a 4 (quatro) horas: acomodação em local 
adequado, traslado e, quando necessário, serviço de 
hospedagem. 
 
 Sendo assim, é de ordem da Promovida arcar com os prejuízos sofridos 
pelos Promoventes, em relação à abrangência só dano e dos direitos e 
interesses dos consumidores. 
 Em consequência do ato cometido pela Promovida, identifica-se o dano 
material, pelo perdido das passagens, despesas com alimentação, estadia e 
novas passagens de volta em outra companhia aérea, bem como o dano moral 
pelo constrangimento sofrido pelos promoventes, em relação à coação, o 
descaso da empresa para com eles e ao não embarque na data estipulada, 
previsto no Art. 6º, VI do Código de Defesa do Consumidor e no Art. 5º, XXXV 
da Constituição Federal, respectivamente abaixo. 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais 
e morais, individuais, coletivos e difusos; 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
 
 Nesse seguimento, considera-se os seguintes julgados pelo Egrégio 
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE AÉREO DE 
PESSOAS. CANCELAMENTO DE VOO. DANOS 
MORAIS, DOSAGEM DA INDENIZAÇÃO. 
1.A falha na prestação do serviço, consistente no 
cancelamento de voo pela companhia aérea, é apta a 
acarretar danos morais ao consumidor, que são 
presumidos, pois os efeitos dela decorrentes extrapolam 
os limites do mero aborrecimento. 2. Arbitra-se a 
indenização de danos morais com vistas 
proporcionalmente e da razoabilidade. Ação parcialmente 
procedente. Negado provimento ao recurso. 
 
 
(TJ-SP – APL: 13214120108260157 SP 0001321-
41.2010.8.26.0157, Relator: Itamar Gaino, Data de 
Julgamento: 05/11/2012, 21ª Câmara de Direito Privado, 
Data da Publicação: 22/11/2012) 
 
DO PEDIDO 
 Pelo exposto, os Autores, vêm, respeitosamente, perante Vossa 
Excelênciarequerer que seja: 
a) a ré citada no endereço indicado no preâmbulo da exordial; 
b) Aprazada a audiência de conciliação/mediação, com finalidade de compor 
o conflito. Caso inexistosa, seja a ré cientificada para apresentação de 
contestação, no prazo legal; 
c) A presente ação julgado procedente para condenar a ré ao pagamento e 
R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) para cada autor, à título de 
indenização decorrente do dano material: e R$ 20.000,00 (vinte mil reais), 
à título de indenização decorrente do dano moral experimentado pelos 
autores; 
d) A ré condenada ao pagamento de custas e honorários advocatícios e 
sucumbenciais; 
e) Intimado o representante do Ministério Público para participar do feito 
enquanto fiscal da ordem jurídica. 
 
Protesta os autores pela produção de provas de toda e qualquer prova 
admitida em direito. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 25.400,00 (vinte e cinco mil e quatrocentos 
reais). 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 
Campina Grande-PB, 21 de Maio de 2019 
 
_______________________________ 
LARISSA OLIVEIRA ALVES 
OAB/PB .............

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