Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NEONATOLOGIA II 1. ICTERÍCIA NEONATAL: O que é icterícia? É a coloração amarelada de pele e mucosas provocada por um aumento da BI (mais comum) ou da BD (menos frequente) A maioria dos RN fica ictérico e é fisiológico = temos que afastar a possibilidade de ser uma doença De onde vem a bilirrubina? Hemoglobina hemeoxigenase biliverdina biliverdina redutase bilirrubina INDIRETA (tóxica) BR + albumina fígado captação da BR pelo hepatócito conjugação da BR pela enzima URIDILGLUCORONILTRANSFERASE no REL bilirrubina DIRETA (não tóxica) bile intestino bactérias da flora intestinal reduzida a estercobilina eliminada nas fezes Uma pequena parte da BD no intestino é desconjugada pela enzima BETAGLICURONIDASE transforma-se em BI reabsorvidade pela circulação ênter- hepática Icterícia fisiológica: Produção exagerada: muito substrato para a produção de BI Hb do RN é normal até 20 Htc do RN é normal até 60% Aparato enzimático débil no RN = captação e conjugação prejudicadas A bilirrubina INDIRETA fetal é excretada pela placenta = não elimina BD porque não produz fezes Atividade das enzimas que conjugam a bilirrubina está baixa Ciclo êntero-hepático aumentado = grande parte da BD é reabsorvida no intestino e volta para o fígado desconjugação em BI pela betaglicuronidase plasma Quadro clínico da icterícia fisiológica: Icterícia que surge entre o 2º e 3º dia de vida Pico nos níveis de BI entre o 2º e 4º dia de vida Por que se preocupar? A BR elevada no sangue tem um tropismo pelo SNC (especialmente núcleos da base) = ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA ↑ excessivo de BI = ultrapassa a capacidade de ligação à albumina ↑ fração livre Lesam a BHE = asfixia, estados de hiperosmolaridade pode ter encefalopatia com níveis < de BI Quanto mais prematuro = maior a suscetibilidade à neurotoxicidade da BI Kernicterus = encefalopatia crônica pela BI com sequelas permanentes Pode indicar doença = fígado, intestino, excreção biliar, hemólise exagerada KERNICTERUS AGUDO = surgem entre o 2º ao 5º dia (no pré-termo pode surgir em até 1 semana) Fase 1 = hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo Fase 2 = hipertonia da musculatura extensora, convulsões e febre Fase 3 = ↓ hipertonia (após a 1ª semana) 75% falecem 80% dos sobreviventes apresentam sequelas KERNICTERUS CRÔNICO 1º ano = hipotonia, hiperreflexia profunda, atraso motor Após 1º ano = síndrome extrapiramidal, surdez neurossensorialw Quando pensar em doença? = OBRIGAÇÃO DE INVESTIGAR Início < 24-36h Velocidade de acumulação > 5mg/dL/dia Nível elevado de bilirrubina - > 12 em RN a termo - > 14 em Rn pós-termo - BI = doença hemolítica - BD = colestase Icterícia persistente - O RN a termo pode apresentar icterícia até o final da 2ª semana de vida - O RN prematuro pode apresentar icterícia até o final da 3ª semana de vida Alteração clínica = a icterícia seria um sinal de alguma causa HF de anemia hemolítica** - Anemia falciforme é uma anemia hemolítica, mas só manifesta a partir de 6 meses Colestase = ↑ BD (≥ 80% da BT ou ≥ 2mg/dl) Fatores de risco: Prematuridade = quanto mais prematuro, mais permeável a BHE Asfixia Baixa de albumina Uso de ATB (ceftriaxona) = desloca a albumina da BI Perda de peso/jejum prolongado = ↑ a circulação êntero-hepático Fatores de risco para desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significante em RN ≥ 35 sem 1. Fatores de risco maiores: BT na zona de alto risco antes da alta hospitalar = olhar no gráfico Icterícia < 24h Incompatibilidade sanguínea ou outras doenças conhecidas IG entre 35-36 sem Irmão com icterícia neonatal tratado com fototerapia Céfalo-hematomas ou equimoses Aleitamento materno exclusivo Problemas com a amamentação ou perda ponderal excessiva Etnia asiática Como investigar: Bilirrubina total e frações: Nível de BR Fisiológico ou hemólise (BI) x colestase (BD) ↑ BD = hematite neonatal idiopática OU atresia de vias biliares extra- hepáticas Atresia de vias biliares = tem que operar rápido (colar o fígado no intestino para eliminar a BD) tratamento definitivo muitas vezes é o Tx hepático Tipagem sanguínea e coombs direto: Incompatibilidade ABO = mãe tem que ter sido sensibilizada antes Incompatibilidade Rh = mãe negativa e o feto positivo mãe sem Ag Rh, sensibilizada previamente, produz Ac contra as hemácias do feto que tem o Rh Se tem as duas incompatibilidades = a ABO predomina Hematócrito ou hemoglobina: Normais = icterícia do aleitamento materno // icterícia do leite materno // hipotireoidismo // deficiência enzimática Icterícia do aleitamento materno = imaturidade excessiva ou jejum prolongado Icterícia do leite materno = eliminação no leite de uma substância que ↑ a atividade da betaglicuronidase intestinal icterícia persistente > 2 semanas - Prova terapêutica = deixa a criança 1 dia sem o leite materno a bilirrubina ↓ Hipotireoidismo = mecanismos de captação e conjugação são mais lentos Deficiência enzimática = deficiência ou na captação ou na conjugação acumula BI - Dubin Johnson - Kliger-Najar Alto = policitemia ↑ BI mesmo sem hemólise acelerada Baixo = hemólise Incompatibilidade ABO ou Rh Contagem de reticulócitos: Hemólise contínua = estímulo medular ↑ reticulócitos Hemorragia fechada (hematoma) = é autolimitado não estimula reticulócitos Hematoscopia: Esferócitos = microesferocitose hereditária (HF positiva) OU incompatibilidade ABO (muda a forma e tamanho da hemácia sem destruir completamente) Deficiência de G6PD = corpúsculos de Heinz, Hb precipitada ↑ BI = Hb, Htc, contagem de reticulócitos, tipagem sanguínea da mãe e RN (ABO e Rh), coombs direto ↑ BD = hemograma, AST, ALT, FA, glicose, coagulograma, dosagem de alfa-1-antitripsina, US hepático Causas de hiperbilirrubinemia: 1. Doenças hemolíticas: Quadros imunomediados: isoimunização Ac maternos que passam pela placenta para o feto e ligam-se às hemácias fetais destruição das hemácias Incompatibilidade sanguínea Rh: Mãe Ag D negativo e RN positivo Mãe deve ter sido sensibilizada previamente Mulheres têm Coombs indireto positivo Feto = coombs direto positivo + anemia + contagem de reticulócitos ↑ Incompatibilidade sanguínea ABO: Mãe O + RN A ou B // Mãe A ou B + RN B ou A Anemia menos proeminente e o quadro é menos grave Quadros não imunomediados: Defeitos eritrocitários enzimáticos = deficiência de G6PD, defeitos eritrocitários estruturais (esferocitose hereditária) Coombs NEGATIVO 2. Formas ictéricas associadas com a amamentação Forma precoce = icterícia do aleitamento materno RN amamentados exclusivamente pelo seio materno = dificuldades alimentares nos primeiros dias de vida (pega, posicionamento) alimentam-se menos > perda de peso ↑ circulação êntero-hepática Icterícia surge no 2º a 3º dia de vida Forma tardia = icterícia do leite materno ↑ da bilirrubina após o 4º dia ao invés de ↓ = pode alcançar até 20- 30mg/dL Se suspender o aleitamento = ↓ brusca em 48h RN saudáveis, com bom ganho ponderal, sem alteração de função hepática ou hemólise Leite materno tem betaglicuronidase = ↑ atividade no intestino ↑ transformação de BD em BI 3. Aumento da bilirrubina DIRETA: Secreção defeituosa ou insuficiente da bile = SEMPRE PATOLÓGICO Colestase = ↓ fluxo biliar ↑ BD = defeito no transporte hepatocelular ou excreção da bile OU alterações estruturais/funcionais dos ductos biliares Distúrbiosfuncionais = hepatites neonatais e doenças metabólicas Distúrbios estruturais = atresia de vias biliares Manifestações da icterícia colestática: Coloração amarelada da pele e mucosas Hepatomegalia Acolia fecal e colúria Prurido Hepatites neonatais: Forma esporádica ou familiar Causas metabólicas, genéticas ou infecciosa = dano e inflamação do hepatócito Infecciosa = herpes simples, enterovírus, CMV, HBV Atresia de vias biliares: Obliteração de toda árvore biliar extra- hepática Diagnóstico = US Vesícula de pequenas dimensões + ducto biliar comum fibroso Atresia de vias biliares X hepatite neonatal Hepatite neonatal = 20% de HF Atresia de vias biliares = acolia fecal persistente + hepatomegalia Cintilografia Hepatite neonatal = captação de tecnécio prejudicada + presença de excreção Atresia = captação de tecnécio normal + ausência de excreção Biópsia: Hepatite = espaço porta normal + lóbulo hepático com infiltração celular inflamatória + necrose hepatocelular Atresia = estrutura lobular hepática intacta + fibrose do espaço porta Abordagem da atresia = faz uma laparotomia exploradora realiza procedimento de Kasai (portoenterostomia) Tx hepático = evolução grave mesmo após o procedimento Avaliação clínica = zonas de Kramer A BI impregna-se no sentido crânio-caudal Tratamento: FOTOTERAPIA Objetivo = ISOMERIZAÇÃO transforma a BI (que é neurotóxica) em lumirrubina (que é solúvel em água e facilmente excretada pelas fezes) Efeito colateral = diarreia Eficácia: Comprimento da onda = luz AZUL Luz o mais perto do bebê Expor o máximo do corpo do bebê = biliberço e bilitron (↑ radiância) Exsanguíneo-transfusão TOTAL (2 volemias) = criança que não melhora e muito grave Muito efeito colateral Alterações no metabolismo da glicose Hemólise Alterações térmicas 2. INFECÇÕES CONGÊNITAS Definição: Infecção fetal desde a vida intrauterina = transmissão hematogênica (transplacentária) Difere das infecções perinatais Transmissibilidade = quanto mais desenvolvidos os vasos placentários, > o risco de transmissão ou seja, quanto mais próximo do termo Gravidade = quanto mais próximo do termo, < a gravidade mais desenvolvido o feto estará No início da gravidez, a chance de transmissão é <, mas a gravidade é > Consequências = morte intrauterina, CIUR, prematuridade, manifestações neurológicas múltiplas Características gerais: Maioria ASSINTOMÁTICA Suspeita = sorologia ou doença materna (pré- natal) Dificuldades: Clínica semelhante Interpretar sorologia 2.1 – SÍFILIS CONGÊNITA: Agente: Treponema pallidum Transmissibilidade = guarda relação com o estágio da doença materna Transmissível em qualquer estágio = > com o avançar da IG > transmissibilidade na sífilis 1ª e 2ª Quanto mais ↑ a taxa de sífilis congênita = pior a qualidade do pré-natal no país Evolução: Aborto ou natimorto = 40% RN sintomático < 50% Clínica: Sífilis precoce < 2 anos: rico em treponema nas lesões e altamente infectantes Precaução de contato!!! Rinite sifilítica = inflamação da mucosa nasal erosão obstrução nasal Pode inclusive destruir o palato Secreção nasal mucosa = pode ser sanguinolenta Tem muito treponema Lesões cutâneas e mucosas Placas mucosas = placas elevadas em mucosas Condiloma plano = região perianal (pode ter tanto na sífilis congênita ou pós-natal) Pênfigo = lesões vésico- bolhosas que descamam (mais comum na mão e pé) Petéquias difusas Fissura peribucal Lesões ósseas: Periostite = duplo contorno no periósteo (diáfise dos ossos longos) Osteocondrite metaepifisária = lesão lítica na região adjacente à metáfise (região de crescimento) dos ossos longos Pseudoparalisia de Parrot = o bebê sente tanta dor da osteocondrite que não movimenta o membro SÓ TEM NA SÍFILIS CONGÊNITA = NÃO TEM NA SÍFILIS PÓS-NATAL Sistema hematopoiético: anemia hemolítica com Coombs direto negativo SNC: NEUROSSÍFILIS Oculares: coriorretinite fundoscopia em sal e pimenta Glaucoma e catarata também Hepatoesplenomegalia: PRINCIPAL sinal em crianças sintomáticas!!!! Avaliação do RN: VDRL (teste não treponêmico) = informação sobre a atividade da doença Sangue PERIFÉRICO do RN Hemograma = pode ter alterações hematológicas Análise do LCR = pesquisar neurossífilis VDRL + OU Celularidade > 25 OU Proteína > 150 Líquor para > 28 dias: VDRL + OU Celularidade > 5 OU Proteína > 40 Rx de ossos longos = metáfises e diáfises da tíbia, fêmur e úmero Avaliação hepática e eletrólitos Tratamento: 1º passo = avaliar tratamento materno Tratamento adequado = feto também foi tratado Tratamento com PENICILINA BENZATINA = passa pela placenta Adequado para fase = número de doses e intervalo entre as doses Iniciado até 30 dias antes do parto Avaliado risco de reinfecção Queda nos títulos de VDRL (2 diluições em 3 meses ou 4 em 6 meses) Mãe NÃO tratada ou INADEQUADAMENTE tratada: Avaliação clínica + VDRL de sangue periférico Bebê TEM sífilis congênita = NOTIFICAR Realizar todos os exames e tratar todos os casos Fazer = hemograma + punção lombar + RX de ossos longos O treponema pode infiltrar a medula e causar ↓ de todas as séries Líquor alterado: Proteína > 150 e/ou Celularidade > 25 e/ou VDRL+ Penicilina cristalina IV por 10 dias Qualquer alteração com líquor NORMAL: Penicilina cristalina OU Penicilina procaína IM 10 dias SEGUIDOS (pode dar alta para o bebê e fazer ambulatorialmente) Dose = 50.000U/kg/dose Procaína = 1x/dia por 10 dias Cristalina = 1º-7º dia 12/12h 8º-10º dia 8/8h Assintomático com exames normais (VDRL negativo): Dose única de Penicilina Benzatina = 50.000 U/Kg IM Acompanhar o RN!!! Mãe tratada ADEQUADAMENTE: VDRL de sangue periférico = SEMPRE VDRL do RN negativo = NÃO é sífilis congênita Exame físico NORMAL = acompanhamento (RN foi apenas exposto à sífilis) - Se não garantir o seguimento = trata com Penicilina Benzatina dose única Exame físico alterado: - VDRL não reagente = avaliar outras infecções congênitas VDRL do RN ≤ que o materno ou > em ATÉ 1 titulação: Exame físico normal = seguimento Exame físico alterado = sífilis congênita fazer todos os exames - Tratar com penicilina cristalina (se neurossífilis) ou procaína (sem neurossífilis) VDRL do RN >> que o materno em 2 diluições = SÍFILIS CONGÊNITA!!!!! Exames + penicilina cristalina (neurossífilis) ou procaína (sem neurossífilis) A sífilis pode causar surdez neurossensorial e úveite posterior (fazer fundoscopia) ou catarata Na falta da Penicilina, tratar com Ceftriaxona, mas não há comprovação de eficácia Se a terapia for interrompida por > 24h, reiniciar o tratamento Tratamento Sociedade Brasileira de Pediatria: Mãe com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada: RX de ossos longos + LCR + hemograma independentemente dos sintomas Exames alterados + LCR normal = penicilina cristalina/procaína Exames alterados + LCR alterado = penicilina cristalina Exames normais + VDRL negativo = penicilina benzatina Mãe adequadamente tratada: RN sintomático = faz todos os exames Exames alterados + LCR normal = penicilina cristalina/procaína Exames + LCR alterados = penicilina cristalina RN assintomático = VDRL Negativo = seguimento ou dose única de benzatina (se não garantir seguimento) VDRL > materno = todos os exames - Exames + LCR normais = benzatinadose única - Exames alterados + LCR normal = penicilina cristalina/procaína - Exames + LCR alterados = penicilina cristalina VDRL ≤ materno = todos os exames - Exames + LCR normais = benzatina dose única - Exames alterados + LCR normal = penicilina cristalina/procaína - Exames + LCR alterados = penicilina cristalina Sífilis congênita tardia: Qualquer manifestação que surge após os 2 anos Inespecíficas: Hidrocefalia Retardo mental Surdez Ceratite intersticial Específicas: Tríade de Hutchinson Surdez = acometimento do 8º nervo craniano Ceratite intersticial Dentes der Hutchinson = dentes da frente Outras alterações específicas: Fronte olímpica = bossa frontal Nariz em sela Lesões cutâneas = sequelas do pênfigo palmoplantar Tíbia em sabre (tíbia encurvada) = sequela da osteocondrite e periostite Articulações de Clutton = joelhos edemaciados indolores Acompanhamento: Repetir VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses = 2 resultados consecutivos negativos pode interromper ↑ do VDRL ou sua não negativação até os 18 meses = tratar novamente com Penicilina Cristalina Acompanhamento oftalmológico e audiológico de 6/6 meses por 2 anos Líquor inicialmente alterado = repetir de 6/6 meses até os 2 anos persistência das alterações tratar de novo Coletar teste treponêmico FTA-Abs após 18 meses 1.2 SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA: Agente: Vírus da rubéola Ser humano é o único hospedeiro Transmissível apenas na infecção aguda = no 1º trimestre (16 semanas) Se a infecção for no 3º trimestre, o bebê pode ser infectado, mas NÃO FAZ A SÍNDROME!!! É no 1º trimestre que forma o sistema cardiovascular Clínica: Surdez = bebê não reage aos estímulos sonoros Degeneração da cóclea e do órgão de Corti Catarata congênita = ausência do reflexo vermelho > potencial destrutivo Cardiopatia congênita Alteração mais específica PCA Estenose na artéria pulmonar ou ramos Sopro ao exame físico Restrição de crescimento intrauterino Alterações neurológicas = microcefalia, meningoencefalite, retardo do DNPM Eritropoiese dérmica = aspecto de muffin de blueberry Diagnóstico: Sorologia do RN = IgM + Se IgM- e IgG+ = parear com os títulos maternos se for > ou não cair infecção Detecção de RNA viral por técnica de PCR Hemograma Função hepática RX de ossos longos Fundoscopia + audiometria Neuroimagem = US ou TC de crânio Líquor Ecocardiograma Tratamento: Não tem tratamento específico Manejo das sequelas Catarata e manifestações cardíacas = correção cirúrgica Prevenção da transmissão = a criança elimina continua eliminando o vírus por até 2 anos Sequela específica: DM tipo I = vírus da rubéola tem tropismo pelas ilhotas pancreáticas em formação Prevenção: Vacinação em massa 1.3 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: Agente: Toxoplasma gondii Se eu sou contaminada por Toxoplasma, ele permanece nos meus tecidos para sempre Transmissível apenas na infecção AGUDA Exceção = reativação da infecção em gestante imunodeprimida Quanto mais precoce a gestação, menor a chance de infecção (a placenta precisa estar desenvolvida), mas mais grave são as sequelas Rastreamento: LCR = toxoplasmose congênita é a que mais eleva a proteína no líquor USG ou TC Oftalmoscopia = toxoplasmose é a que mais frequentemente acomete o olho Sorologia = IgM+ no feto RN INFECTADO IgM não ultrapasse a barreira placentária = se está +, é porque o feto produziu IgM é difícil de detectar, até mesmo em RN com infecção Tem que dosar o IgG seriado = se estiver > que o materno e subindo provável infecção Persistência de IgG após 12 meses de vida = infecção Clínica: Tríade de Sabin 80-90% nascem assintomáticos temos que rastrear história materna Coriorretinite grave = mais frequente Hidrocefalia obstrutiva = obstrução da drenagem linfática Calcificações intracranianas DIFUSAS (pegam TODO o SNC): Necrose do parênquima cerebral calcificações Alteração mais ESPECÍFICA Se deficiência intelectual associada = tétrade de Sabin Conduta na gestante: Sorologia positiva (IgM+) = Espiramicina IgG+ teste de avidez Alta avidez = infecção há mais de 12sem se no 1º trim = não trata Baixa avidez = infecção há menos de 12 sem se no 1º trim = trata!!!! Espiramicina é um aminoglicosídeo = não passa através da placenta, usa para ↓ a carga parasitária da mãe Feto acometido? USG antinatal = hidrocefalia PCR do LA = a partir de 18 sem Feto acometido = TRATA O FETO Sulfadiazina + piretamina + ácido folínico até 36 sem volta com a espiramicina Feto não acometido = mantém a Espiramicina como profilaxia Tratamento: Rastreamento do RN: LCR = ↑ proteínas + ↓ glicose + ↑ eosinófilos + PCR positiva + pleocitose USG ou TC Oftalmoscopia e avaliação auditiva Sorologia Função hepática Mesmo para RN assintomático Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico (metabólito ativo) = durante todo o 1º ano de vida No 1º ano de vida, se tem Toxoplasma circulante no sangue, tem mais risco de depositar em tecidos e causar lesões Corticoide por 2 semanas: Coriorretinite grave = visível em atividade Proteína liquórica > 1g/dL Acompanhamento: Diagnóstico de toxoplasmose congênita = avaliações oftalmológicas semestrais até a idade escolar depois anualmente 1.4 CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA: Agente: Citomegalovírus Transmissível na infecção aguda ou reativação da infecção Transmissibilidade baixa = 30-60% Pode ter reinfecção por outras cepas Fisiopatologia: Infecção congênita = durante a vida intrauterina Infecção intraparto Infecção pós-natal precoce = amamentação 10% dos RNs afetados nascem com sintomas Presença de manifestações clínicas é sinal de mau prognóstico Clínica: Maior parte das vezes = ASSINTOMÁTICO Microcefalia/Petéquias = inespecíficas Calcificações PERIVENTRICULARES = específicas Perda auditiva neurossensorial = principal cusa de surdez neurossensorial de causa viral na infância Avaliação: CMV na urina/saliva nas primeiras 3 semanas de vida: Pode ter transmissão vertical pelo leite materno = se demorar > 3 semanas, não saberemos se a infecção foi intraútero ou depois do nascimento CMV pós-natal = não é tratada Tratamento: Apenas quadros GRAVES: Ganciclovir IV por 6 semanas Muitos efeitos colaterais Valganciclovir VO = alternativa ao Ganciclovir para quadros não graves Evitar a surdez Sequelas: Surdez = pode se desenvolver mesmo em crianças que estavam assintomáticas Principal causa de surdez neurossensorial não hereditária na infância Audiometria periódica 1.5 PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO HIV: Transmissão: Durante o trabalho de parto ou durante o parto Cuidados no parto: Sempre que possível = parto empelicado + clampeamento precoce do cordão Banho ainda na sala de parto + limpeza com compressas Aspiração de VA sem traumas NÃO amamentar Notificação de “Criança exposta ao HIV” Medicações: Todos os RN de mulheres infectadas pelo HIV têm indicação de receber profilaxia com ARV AZT = Começar na sala de parto ou nas primeiras 4h de vida (máximo até 48h) Manter por 4 semanas TODOS os RN expostos = mesmo com carga viral materna indetectável Nevirapina: Apenas 3 doses em no máximo em até 48h (48h + 48h + 96h) Indicações: Mãe sem TARV Carga viral desconhecida ou ≥ 1.000 no último trimestre Histórico de má adesão ao tratamento, independente da carga viral Outra IST, principalmente sífilis Resultado reagente no momento do parto NÃO fazer se peso do RN < 1500g Só tem pela via oral = se não puder receber medicação por via oral faz apenas AZT 1.6 ZIKA CONGÊNITA: Transmissibilidade: Não se sabe quando a transmissibilidade é maior e nem quando dá mais sintomas Tropismo por = SNC, coração, fígado Manifestações clínicas: Microcefalia = PC < 30,54 (homem) e 30,24 (mulher) Malformações do SNC = PC < escore-z -2 Malformações oculares Malformações auditivas Hipertonia Persistência de reflexos primitivos Malformação articular dos membros = artrogripose Diagnóstico: Sorologia, neuroimagem (US ou TC), PCR para RNA viral Profilaxia: Homem = não engravidar ninguém por 6 meses Mulheres = não engravidar por 2 meses 1.7 VARICELA CONGÊNITA Aspectos gerais: Síndrome da varicela congênita = ocorre quando há infecção primária da mulher pelo vírus varicela-zóster durante a gestação, principalmente < 20 semanas Quadro clínico: Lesões cutâneas cicatriciais em trajetos de dermátomos = padrão zosteriforme Hipoplasia de membros Acometimento neurológico = microcefalia, atrofia cortical e deficiência intelectual Acometimento oftalmológico = coriorretinite e catarata Herpes-zóster em < 2 anos sem história de varicela prévia Diagnóstico: Detecção de DNA ou sorologia no sangue de cordão ou biópsia de vilo coriônico Após o nascimento = história clínica de varicela na gravidez + manifestações clínicas típicas Tratamento: Não está indicado tratamento antiviral = lesão não progride no após o parto Prevenção: Ig antivaricela em mães suscetíveis expostais ao VVZ 1.8 VÍRUS HERPES-SIMPLEX: Aspectos gerais: Transmissão = durante o parto infecção perinatal Transmissão transplacentária = após infecção primária durante a gravidez Manifestações clínicas – infecção congênita: Vesículas cutâneas ou escaras de cicatrização Alterações oculares Micro/hidrocefalia Diagnóstico = isolamento do vírus nos primeiros dias de vida Manifestações clínicas – infecção perinatal: Aparecem no fim da 1ª semana de vida Forma localizada = olhos, boca e pele Vesículas agrupadas sobre base eritematosa Hiperemia conjuntival + lacrimejamento Úlceras na boca, palato, língua Forma neurológica: 2ª-3ª semana de vida Letargia, irritabilidade, convulsões Febre alta Lesões cutâneas LCR = pleocitose por mononucleares + ↓ glicose + ↑ proteína Forma disseminada: Envolvimento de múltiplos órgãos = fígado, pulmão, SNC, pele e adrenal Diagnóstico: Cultura do vírus em secreções Hemograma = neutropenia + ↓ plaquetas ↑ AST/ALT + ↑ BR Tratamento: Isolamento do RN Cesariana em gestantes com lesões genitais ativas Aciclovir = duração depende da forma clínica apresentada
Compartilhar