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Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Controle respiratório: A respiração é um processo rítmico que normalmente ocorre sem o pensamento consciente. Por isso, se assemelha ao batimento rítmico do coração. Entretanto, os m. esqueléticos, não são capazes de se contrair espontaneamente, e a contração precisa ser iniciada pelos neurônios motores somáticos, que são controlados pelo SNC. No sistema respiratório, a contração do diafragma e de outros músculos é iniciada por uma rede de neurônios no tronco encefálico, que dispara potenciais de ação espontaneamente. Esses neurônios sçao influenciados continuamente por estímulo sensoriais, principalmente a partir de quimiorreceptores que detectam CO2, O2 e H+. Modelo contemporâneo do controle da respiração: 1- Os neurônios respiratórios do bulbo controlam músculos inspiratórios e expiratórios; 2- Os neurônios da ponte integram informações sensoriais e interagem com neurônios bulbares para influenciar a ventilação; 3- O padrão rítimo da respiração surge de uma rede do tronco encefálico com neurônios que despolarizam automaticamente; 4- A ventilação está sujeita à modulação contínua por vários reflexos associados a quimiorreceptores, mecanorreceptores e por centros encefálicos superiores. As descrições mais recentes do controle respiratório são menos atribuídas em centros particulares e olham para as interações complexas entre os neurônios em uma rede. Esses se concentram bilateralmente em duas áres do bulbo. Temos o núcleo do trato solitário (NTS) e o grupo respiratório dorsal (GRD) de neurônios que controlam principalmente os músculos da inspiração. Os sinais de GRD vão via nervos frênicos para o diafragma e via nervos intercostais para os músculos intercostais. Além disso, o NTS recebe informações sensoriais dos quimiorreceptores e dos mecanorreceptores periféricos através dos nervos vago e glossofaríngeo (NC X e IX). Os neurônios respiratórios da ponte vão receber informação sensorial do GRD e vai influenciar o inicio e termino da inspiração. Os grupos respiratórios pontinhos (antigamente eram chamados de centro pneumotáxico) e Controle Respiratório Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco outros neurônios pontinhos enviam sinais tolnicos para as redes bulbares para ajudar a coordenar um ritmo respiratório uniforme. O grupo respiratório ventral (GRV) do bulbo tem múltiplas regiões com diferentes funções. Uma área conhecida como complexo pré-Bötzinger contém neurônios que disparam espontaneamente e que podem atuar como o marca-passo básico do ritmo respiratório. Além disso, fibras nervosas originadas no GRV inervam músculos da laringe, da faringe e da língua para manter as vias aéreas superiores abertas durante a respiração. O relaxamento inapropriado desses músculos durante o sono contribui para a apneia obstrutiva do sono, uma disfunção do sono associada a ronco e à sonolência diurna excessiva. Importante: O CO2 é o estímulo primário para as mudanças na ventilação. Possuímos 4 sítios de controle da respiração: 1- Centro de controle respiratório: Está localizado no bulbo (medula oblongata) do tronco cerebral, e é composto de múltiplos núcleos que geram e modificam o ritmo ventilatório básico. Ele se divide em 2 partes: a- Gerador de padrão ventilatório, que gera o padrão rítmico; b- Integrador, que controla a geração do padrão, processa as informações geradas por centros cerebrais superiores e pelos quimiorreceptores e controla e frequência e a amplitude do padrão ventilatório. Essas informações, chegadas ao integrador, geradas por centros cerebrais superiores, incluem o córtex cerebral, o hipotálamo, a amídala, o sistema límbico e o cerebelo. 2- Quimiorreceptores centrais: Estão situados no SNC, abaixo da superfície ventrolateral do bulbo. Esses receptores ajustam o ritmo respiratório, fornecendo um sinal de entrada contínuo para a rede de controle a- Eles detectam a variação do PCO2 e do pH dos fluidos intersticiais, no tronco cerebral, e modulam a ventilação. b- Respondem a alterações na contração de CO2 no liquido cerebrospinal. c- Seus receptores primários centrais estão na superfície ventral do bulbo, perto dos neurônios envolvidos no controle respiratório. d- Quando a PCO2 atravessa a barreira hematoencefálica e ativa os quimiorreceptores centrais, os receptores vão sinalizar para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento na frequência e na profundidade da respiração. e- Além disso, eles responderam as mudanças de pH no LCS. O CO2 se difunde na barreira hematoencefálica e é convertido em acido carbônico, que vai se dissociar em bicabornato e em H+. Esse H+ produzido, irá iniciar o reflexo quimiorreceptor. Importante: Pacientes com DPOC apresentam hipercapnia e hipóxia crônicas. A sua PCO2 arterial pode aumentar para 50 a 55 mmHg (a faixa normal é entre 35-45), ao passo que a sua PO2 pode cair para 45 a 50 mmHg (a faixa normal é entre 75-100). Uma vez que as concentrações sejam modificadas cronicamente, a resposta dos quimiorreceptores adapta-se à elevada PCO2. A maior parte do estímulo químico para o aumento da ventilação nesta situação se deve à diminuição da PO2 , detectada pelos quimiorreceptores do corpo carotídeo. Se é dado muito oxigênio a estes pacientes, eles podem parar de respirar, visto que o seu estímulo químico para a ventilação é eliminado. Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Os quimiorreceptores centrais respondem a diminuições ou a aumentos da PCO2 arterial. Se a PCO2 alveolar cair, como ocorre durante a hiperventilação, tanto a PCO2 plasmática quanto a do LCS também cairão. Como consequência, a atividade dos quimiorreceptores centrais diminui, e a rede de controle diminui a frequência da ventilação. Quando a ventilação diminui, o dióxido de carbono começa a acumular-se nos alvéolos e no plasma. Eventualmente, a PCO2 arterial ultrapassa o limiar para disparo dos quimiorreceptores. Neste ponto, os receptores disparam, e a rede de controle aumenta novamente a ventilação. 3- Quimiorreceptores periféricos: Se localizam em células especializadas do arco aórtico (corpos aórticos) e da bifurcação das artérias carótidas internas e externas (corpos carotídeos), no pescoço. a- Eles detectam a PO2, a PCO2 e o pH do sangue arterial, e enviam essa informação para o núcleo integrador do bulbo pelos nervos vago e pelos nervos do seio carotídeo, ramo do nervo glossofaríngeo. b- Eles enviam para o SNC informações sensoriais sobre a mudança na PO2, no pH e na PCO2 plasmática. c- Os corpos carotídeos são quimiorreceptores periféricos primários, e eles estão localizados perto dos barorreceptores, estruturas envolvidas no controle reflexo da pressão arterial. d- Qunado as células especializadas tipo 1 ou células glomais nos corpos carotídeos são ativadas por uma diminuição na PO2 ou no pH ou por um aumento da PCO2, elas desencadeiam um aumento reflexo da ventilação. e- Mesmo que não saibamos os detalhes da função das células glomais ainda não são compreendidos, mas o mecanismo básico pelo qual estes quimiorreceptores respondem à Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco baixa quantidade de oxigênio é similar ao mecanismo de liberação da insulina pelas células beta-pancreáticas ou da transdução do gosto nos botões gustatórios. Nesses 3 exemplos, um estimulo vai inativar os canais de K+, causando a despolarização da célula receptora. Essa despolarização abre os canais de Ca2+ depednetes de voltagem e a entrada de Ca2+ provoca exocitose de neurotransmissores iniciam potenciais de ação nos neurônios sensoriais, os quais conduzem a aticidade elétrica às redes neurais respiratórias no tronco encefálico,sinalizando para que haja um aumento na ventilação. Importante: Uma alteração na concentração arterial de oxigênio não desempenha um papel na regulação diária da ventilação, só respondem quando os quimiorreceptores periféricos identificam uma alteração crítica da P)2 arterial. Em condições fisiológicas de grande altitude ou em patológicas como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a redução da PO2 arterial pode ser suficientemente baixa para ativar os quimiorreceptores periféricos. 4- Mecanorreceptores pulmonares e os nervos sensoriais, em resposta ao insuflar dos pulmões ou às substâncias irritantes ou à liberação de mediadores locais, nas vias aéreas, modificam o padrão ventilatório. a- Os feixes nervosos que vão do centro de controle respiratório até neurônios motores, localizados no corno anterior da medula espinal, controlam os músculos da respiração e determinam o padrão rítmico automático da respiração. b- Os neurônios motores, localizados na região cervical da medula, controlam a atividade do diafragma pelos nervos frênicos, enquanto outros neurônios motores, localizados na região torácica da medula, controlam os músculos intercostais e acessórios da respiração. Respiração voluntária: Essa, não passa pelo centro de controle respiratório no tronco cerebral. Sua atividade neural, responsável pelo controle da respiração voluntária, se origina no córtex motor e vai diretamente para os neurônios motores na coluna espinal pelos tratos córtico- espinais. - Os neurônios motores para os músculos respiratórios constituem o último nível de integração para o controle da respiração voluntária (trato córtico espinal) e automático (tratos ventro-laterais). - O controle voluntário desses músculos compete com as influências automáticas no nível dos neurônios motores espinhais, e essa competição pode ser demonstrada quando se prende a respiração. No início, teremos o controle voluntário governando os neurônios motores espinais. Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco Porém, ao se continuar prendendo a respiração o controle ventilatório automático se sobrepõe ao esforço voluntário e limita sua duração. Os neurônios motores também inervam músculos da via aérea superior por meio dos nervos cranianos. Esses neurônios estão localizados no bulbo (medula oblongata), próximos ao centro do controle respiratório. Quando ativados, vão dilatar a faringe e as grandes vias aéreas no início da respiração.
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