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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 1 ESTRUTURA E FUNÇÕES • As células eucarióticas apresentam diferentes formas, definidas pelo citoesqueleto. • Citoesqueleto é uma rede de filamentos proteicos que se estende pelo citoplasma, formando a estrutura da célula e compartimentos, que interagem mecanicamente com o ambiente e realizam movimentos coordenados. • Sua estrutura dinâmica é reorganizada conforme o movimento da célula e sua mudança de forma • FUNÇÕES: Manutenção da forma das células Promove suporte e resistência Permite localização definida das organelas (RER próximo da carioteca) Movimentos celulares: contração, formação de pseudópodos e deslocamento intracelular Participa da divisão celular, permitindo a separação cromossômica na mitose • Citoesqueleto permite forma e resistência, organização interna, divisão celular, movimentação e migração, interação com as células adjacentes e adesão celular • COMPOSIÇÃO: microtúbulos (MT), microfilamentos de actina (IF) e filamentos intermediários (AF) Diferem quando à composição, propriedades mecânicas e funções no interior da célula AF: cordão de pérolas; IF: corda; MT: cilindro oco IF: envolvendo a carioteca, para ajudar no transporte interno de vesículas proteicas (como secreção), possuem formato de cabo de aço, oferecendo resistência. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 2 MT: aumentam e diminuem, formando centríolos para a divisão celular AF: localiza-se próximo à membrana para realizar contração (para ser contrátil, precisa estar em conjunto com a miosina) • Tubos longo e ocos, rígidos • Possui capacidade de associação e dissociação dinâmica (aumenta e diminui) • Criam um sistema de vias para o transporte intracelular • Ancoram organelas e membrana plasmática (retículo endoplasmático e golgi) • Formam estruturas não estáveis (fuso mitótico) ou estáveis (cílios e flagelos) • COMPOSIÇÃO: Proteínas globular: tubulina Heterodímero: subunidades alfa e beta- tubulina Tubulinas dispostas em 13 colunas => protofilamentos (filamento de proteína, composta por alfa e beta tubulina, intercalando e se dispondo nas 13 colunas, formando um cilindro) => possuem extremidade + e extremidade – para fazer ligação Espaço interno é o lúmen Se desestruturar o túbulo, não desempenha função => doenças Localizam-se nos centríolos ou centrossomos, onde crescem Os protofilamentos são polarizados, com uma alfa-tubulina em uma extremidade e uma beta- tubulina na outra Alfa tubulina: extremidade negativa, apresentando menor velocidade de associação de tubulina => não cresce Beta tubulina: extremidade positiva, apresentando maior velocidade de associação de tubulina => aumenta mais por essa extremidade => cresce por essa extremidade (verde escuro) MICROTÚBULO UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 3 • ESTÁGIOS DA MONTAGEM DOS MICROTÚBULOS: crescimento e encurtamento do microtúbulo de forma dinâmica (instabilidade dinâmica) Extremidade positiva cresce mais rápido (beta) Extremidade negativa cresce lentamente (alfa) Tubulina-GTP (guanosina trifosfato) é adicionado a extremidade positiva e é rapidamente hidrolisado a GDP (guanosina difosfato) => precisa de energia (1 fosfato do GTP => gasto de energia) A hidrólise para GDP enfraquece a interação da tubulina-GDP com moléculas adjacentes e então são despolimerizados Essa elongação e encurtamento dos MTs é importante para elementos da célula como divisão celular => formação das fibras do fuso. (perde dímeros e recebe dímeros) Alongamento: da prófase para a metáfase Encurtamento: da anáfase para telófase ❖ Interfase: período da vida celular mais longo, em que desempenhando seu papel e não está se dividindo. Possui dois centríolos pequenos e cilíndricos ❖ Divisão celular: período em que ocorre a mitose e meiose. Possui 4 centríolos cilíndricos, em que são divididos em pares, cada um em uma extremidade da célula. => microtúbulos se alongam e formam as fibras do fuso mitótico UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 4 • CENTROSSOMO: centro organizador de microtúbulos em células animais Em células animais, o centrossomo é o principal centro organizador de microtúbulos, que aumenta ou diminui (MTOC) Quando não tem centríolo (que não faz divisão celular => células nervosas e divisão celular). Centríolo dá origem ao microtúbulo, mas nem todas as células possuem centríolos, então possuem os centrossomos Corpos basais de cílios e flagelos também são MTOCs Em locais que não possuem centríolos, o centrossomo é o principal local de origem dos microtúbulos Y-Tubulina é o sítio de nucleação, onde o crescimento do microtúbulo é orientado • TRANSPORTE: microtúbulos fazem transporte de macromoléculas e organelas dentro da célula As proteínas motoras transportam vesículas e organelas sobre a superfície dos microtúbulos: ❖ Cinesinas: possibilitam o movimento em direção a extremidade positiva ❖ Dineínas citoplasmáticas: possibilitam o movimento em direção a extremidade negativa UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 5 • Também são conhecidos como microfilamentos • Formam redes no citoplasma • Formam o córtex celular: camada delgada abaixo da membrana plasmática (sem estar relacionada com a miosina) • Quando está associada à miosina, se torna contrátil: células musculares esquelética • Formam cinta de construção na divisão celular • Os microfilamentos são formados por actina, que é proteína globular • Os monômeros – actina G – formam polímeros • Actina G: são dois polímeros filamentosos associados helicoidalmente entre si • Estão presentes em estruturas flexíveis Contração muscular: associada a miosina Fagocitose: responsável pela fagocitose em células fagocitárias como neutrófilos Forma e estrutura celular • POLIMERIZAÇÃO: ocorre alongamento e encurtamento, em que essa dinâmica é regulada de acordo com a necessidade da célula, que vai produzindo monômeros ATP não é necessário, mas a ligação actina- ATP e a hidrólise para actina-ADP, tem papel importante na dinâmica de polarização dos filamentos de actina ❖ Actina-ATP associa-se na extremidade positiva => onde cresce mais => utilizada no alongamento => contração => gasto de ATP para acrescentar ❖ Actina-ADP associa-se na extremidade negativa Assim, estabelece uma dinâmica para os filamentos de actina, podendo regular o tamanho Pequeno gasto de ATP Forma falsos pés (pseudópodes) quando precisa Há proteínas que ajudam na adição de monômeros aos filamentos: timosina (retirada de actina) e profilina (adição de actina) => transportam actina para o lado positivo Gasta menos ATP, pois há proteínas que ajudam na dinâmica do microfilamento FILAMENTOS DE ACTINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 6 • Dependendo da proteína a qual se associa, os microfilamentos exercem diferentes atividades nas células. Podem formar microvilosidades: estruturas rígidas e estáveis; revestem o intestino Podem formar estrutura para contração: estrutura temporária formada na borda anterior de uma célula que desliza Movimentos dependentes de actina precisam da associação da actina a miosina (proteína motora) • Aparência de cabo de aço • Dá resistência à célula através de força de tração • É o componente mais resistente do citoesqueleto, tendo a função de sustentação • Função: adesão entre as células, sustentação e resistência • Resistência mecânica de células e tecidos • Proteínasorganizadas em aproximadamente 8 protofilamentos a partir de tetrâmero • A extremidades são equivalentes, ou seja, não apresentam extremidades positivas ou negativas, desse modo, são mais rígidos como cabos de aço => não crescem ou diminuem, são mais estáveis • Constituídos por diferentes tipos de proteínas, dependendo da célula: queratina, vimentina, desmina, proteínas dos neurofilamentos etc. Queratina: células epiteliais e estruturas formadas por ela (unhas, pelos e chifres) => responsável por adesão Vimentina: maioria das células originadas do mesênquima embrionário => pode ser produzida apenas no desenvolvimento embrionário) Desmina: células musculares lisas, esqueléticas e do miocárdio FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 7 • Localiza-se perto do núcleo • Quando há problema nos filamentos de queratina (no citoplasma), atinge células epiteliais => abre espaços entre elas, entrando substâncias que não deveriam, pele se solta => pele de borboleta) => células vão se destacando Camada de células epiteliais são distendidas Sem filamentos proteicos, causa ruptura das células Doença genética: não produz filamentos intermediários nas células epidérmica • Filamentos intermediários promove sustentação dos desmossomos (junção de ancoramento entre duas células) • ORGANIZAÇÃO INTRACELULAR: Formam uma elaborada rede no citoplasma de muitas células, estendendo-se da circunvizinhança do núcleo para a periferia da membrana plasmática Associam-se com os outros elementos do citoesqueleto, promovendo a organização da estrutura interna da célula Essas interações estabilizam os componentes e aumentam a estabilidade mecânica da célula Epidermólise bolhosa • Fenótipos variados, podem ser leves ou mais graves, sendo potencialmente fatal • Células epidérmicas perdem adesão e se rompem, surgindo espaços entre as células, que entram substâncias, o que torna mais suscetível a infecções • Diagnóstico é feito por biópsia da pele, imunofluorescência e análise genética • Não há tratamento, apenas pode ocorrer o suporte e equipe multidisciplinar especializada em casos graves • Genética: Herança autossômica dominante: Epidermólise bolhosa simples e distrófica (deforma) Herança autossômica recessiva: Epidermólise bolhosa juncional, Epidermólise bolhosa distrófica e síndrome de Kindler Ocorre mutação dos genes que codificam as queratinas das células da camada da epiderme UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 8 A rede de filamentos intermediários de queratina nessas células torna-se frágil => camada basal da epiderme se rompe ao menor atrito, originando espaços entre as células Esses espaços se enchem de líquido oriundo do tecido conjuntivo da derme, formando bolhas. Podem causar muitas infecções devido ao espaço entre as células Progéria • Enfermidade genética extremamente rara, em que os sintomas se assemelham ao processo do envelhecimento, manifestando-se logo nos primeiros anos de vida • Defeito na lâmina nuclear • Manifestações: pele enrugada, perdem dentes e cabelos, e estão, frequentemente, associados a doenças cardiovasculares graves ainda na adolescência • Instabilidade nuclear resultante: defeitos na divisão celular, morte celular aumentada, capacidade diminuída para a reparação de tecidos Câncer • Filamentos intermediários são específicos para diversos tecidos, e é utilizado para caracterizar os tecidos de origem nas biopsias de tumores e suas metástases, orientando o tratamento • Exemplo: detecção de queratina por imunocitoquímica indica que o tumor é de origem epitelial e a variedade de queratina pode indicar quanto ao tipo de epitélio onde se formou o tumor
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