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Tireoidites: Tipos e Tratamentos

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Endócrino 
Tireoidites 
Stephanie Moreira 
 
INTRODUÇÃO 
 
• Tireoidite – são entidades clínicas que tem em comum o 
acometimento inflamatório da tireoide. 
 
Principais tireoidites: 
1- Tireoidite de Hashimoto 
2- Tireoidite Subaguda Linfocítica 
3- Tireoidite Subaguda Granulomatosa 
4- Tireoidite Pós-Parto 
5- Tireoidite Infecciosa 
6- Tireoidite Medicamentosa 
7- Tireoidite Actínica 
8- Tireoidite Fibrosante de Riedel 
 
• As tireoidites causam lesão inflamatória do parênquima 
tireoidiano, e o conteúdo coloide extravasa dos folículos e 
libera tireoglobulina, T3 e T4 para o sg. 
• A fase inicial – cursa com tireotoxicose. Em seguida 
hormônios estocados já foram liberados e lesão das cells 
foliculares reduz síntese de HT = hipotireoidismo. 
• Tireoglobulina está elevada. 
 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
 
• É a causa mais comum, 90% dos casos. 
• Mais comum em mulheres mais velhas; prevalência de 
15%; mas pode ocorrer em ambos os sexos; 
 
ETIOPATOGENIA 
 
• Etiologia idiopática. Há associação com fatores genéticos 
e adquiridos. 
• Há reação imunológica contra antígenos tireoidianos, por 
meio da via celular (LT CD8) e via humoral 
(autoantígenos). 
• Há associação de TH bociogênico com HLA-DR3 e HLA-
DR5, e a forma atrófica com HLA-DR3 e HLA-B8. 
• Fatore ambientais: infecções virais e consumo de iodo. 
• Fatores hormonais:estrogênio(aumenta a resposta imune). 
• Há formação de imunocomplexos na membrana basal 
linfocitária e hiperplasia folicular. 
 
Principais autoanticorpos: 
✓ Antitireoperoxidase (TPO) – 95-100% dos 
✓ casos; 
✓ Antitireoglobulina; 
✓ Antirreceptor de TSH; 
✓ Antitransportador de iodo. 
 
• Antitireoperoxidase (anti-TPO) e antitireoglobulina → 
sensibilidade de 95-100%, já o antirreceptor de TSH e o 
antitransportador de iodo são positivos em apenas 15-20%. 
• Anticorpo antirreceptor de TSH bloqueador inibe o R-TSH 
e, portanto, inibindo a ação do TSH na glândula. Estes 
pacientes apresentam uma tireoide atrófica, impalpável. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
• Fase inicial – eleva os HT com tireotoxicose manifesta = 
hashitoxicose. Maioria é assintomático. O Dx suspeitado por 
anormalidades de exames ou bócio ao EF. Sintomas de HIPOT 
presente em 20% dos casos e de de HIPERT em 5%. 
• Se tiver bócio, gll está com volume 4x o normal. 
• Segunda fase – hipotet subclínico – eletavação de TSH e T4 
normal. 
• Terceira fase – HIPOT manifesto. 
• Adm de iodo exógeno pode gerar hipot em pct subclínicos, por 
efeito de Wolff-Chaikoff. 
• Bócio surge em 75% dos casos → TSH tem efeito trófico no 
tecido folicular. O bócio é difuso e de muldinodular. 
• 25% dos casos = bócio atrófico ou sem bócio. Com isso os 
sinais e sintomas do hipot dominam o quadro clínico. 
• Pode estar associada a doenças autoimunes: vitiligo, anemia 
perniciosa, doença de addison, doença celíaca. 
• Encéfalopatia de Hashimoto: anti-TPO está elevada, com boa 
resposta a glicocorticoides. FE: 44 anos. Manifestações: AVC, 
convulsões, psicose, aumento de proteínas no líquor e alteraçõe 
no ECG. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
• Quadro clínico + elevação de anticorpo anti-TPO e 
antitireoglobulina. 
• Exame histopatológico: substituição do tecido folicular normal 
por infiltrado linfocítico. Os folículos remanescentes = 
pequenos e atróficos. Cells de askanazy = patognomônicas da 
doença avançada. 
• Exame citológico (PAAF) – confirma Dx. 
• USG – gll aumentada de textura normal, hipoecogenicidade. 
 
Indicações de PAAF nos casos de tireoidite de Hashimoto 
▪ Dor local; 
▪ Crescimento rápido; 
▪ Presença de nódulos. 
 
TRATAMENTO 
 
• L-T4, com reposição ad eternum nas doses: 
✓ adulto saudável: 1,6 – 1,8 µg/kg/dia. 
✓ >60 anos: 50 µg/dia 
• Objetivo: manter TSH dentro da faixa de referência: 0,5 – 
2 µU/mL. 
• Glicocorticoide: se dor tireoidiana ou sintomas 
compressivos. 
• Cirurgia: se dor refratária a drogas e sintomas 
compressivos. 
 
TIREOIDITE SUBAGUDA LINFOCÍTICA 
 
• Caracterizada por – tireoidite indolor, com breve período 
de tireotoxicose, seguido de hipot autolimitado. 
Assemelha-se a tireoidite pós-parto. 
ETIOPATOGENIA 
 
Endócrino 
Tireoidites 
Stephanie Moreira 
 
• Há fenômeno autoimune; 
• É autolimitada; 
• Anticorpos anti-TPO e antitireoglobulina + em 50% dos 
pcts. 
• Histopatológico: há infiltrado linfocítico difuso, s/ lesões 
degenerativas e fibróticas importantes. 
QUADRO CLÍNICO 
• pode apresentar quadro inicial de tireotoxicose manifesta, 
autolimitada, isso caracteriza a doença. 
• Elevação HT dura 2-8 semanas. 
• Evolui para HIPOT autolimitada subclínico e raramente 
manifesto. 
• Alcança estado eutireoidismo após 2-4 meses. 
• Tieoide – fica tamanho normal ou levemente auemntada. 
Níveis de tireoglobulina = elevado. 
• Evolução laboratorial: 
✓ Fase inicial: T4 elevado, TSH baixo 
✓ Segunda fase: HT ficando baixo e TSH baixo 
✓ Fase final: HT baixos e TSH elevado = quadro de 
HIPOT; 
 
DIAGNÓSTICO 
• Suspeitado em casos de tiroetoxicose, após teste de 
captação do iodo-131/24h. captação estará <5%. 
TRATAMENTO 
• Betabloqueador: para sintomas cardiovasculares e 
neuromusculares; 
• Levot: se hipot manifesto. 
TIREOIDITE DE QUERVAIN 
• quadro álgico em região cervical anterior, com ou sem 
tireotoxicose transitória. Acomete mais o sexo feminino. 
ETIOPATOGENIA 
• É uma doença reativa pós-viral. 
• Uma infecção prévia por vírus desencadeia reação 
imunológica a antígenos tireoidianos que tem reação 
cruzada com antígenos virais. 
• Reação infla resultante é: granulomatosa, c/ macrófagos, 
cells de langerhans e LT CD4. 
QUADRO CLÍNICO 
• Após quadro gripal, instala-se sd álgica tireoidiana. 
• A dor é na região cervical anterior, gargante e ouvidos. 
• Tiroide está aumentada nos 2 lobos e é dolorosa. 
• Comum: mal-estar, mialgia e febre baixa 
• 50% dos casos → tireotoxicose transitória 
• Exames lab: VHS elevado > 50 mm/h; 
• Pode haver anemia ou leucocitose discreta. 
DIAGNÓSTICO 
• Clínico: EF + anamnese; 
• USG e biopsia confirma o Dx 
 
TRATAMENTO 
 
• AINEs ou aspirina 
• Corticosteroides: PREDNIOSA 40mg/dia, se não houver 
melhoras. 
 
OUTRAS TIREOIDITES 
 
1- Tireoidite Pós-Parto 
É autoimune, indolor, subaguda que se manifesta dentro do 
primeiro ano após o parto. 
 
Quadro clínico 
Cursa com uma fase tireotóxica seguida de hipotireoidismo e 
eutireoidismo, em um período de 1-4 meses. Contando com os 
casos de curso subclínico, a incidência é alta: 3-16% das 
gestações (maior em pacientes com doenças autoimunes 
prévias, como o DM 1). A época de aparecimento mais comum 
é do 2º ao 4o mês pós-parto. A doença, tal como a tireoidite 
subaguda linfocítica, é considerada uma variante da tireoidite 
de Hashimoto, estando relacionada a anticorpos anti-TPO 
positivos em 65-85% dos casos e a hipotireoidismo ou bócio 
persistente em 20-50% dos pacientes. A chance de recidiva no 
próximo puerpério é alta (70%). 
 
Tratamento 
Betabloqueadores se sintomas de tireotoxicose; 
Reposição hormonal, no caso dos sintomas de hipotireoidismo. 
 
2- Tireoidite Infecciosa 
Tireoidite Aguda Piogênica: é uma entidade incomum; 
 
Quadro clínico 
• quadro álgico agudo, geralmente unilobular, associado à 
febre alta, calafrios, e à presença de sinais de flogose e 
supuração do lobo afetado. 
 
Etiopatogenia 
• A porta de entrada pode ser uma fístula tireoglossa, 
faríngea ou disseminação hematogênica. Os germes mais 
comumente isolados são S. aureus, S. pyogenes, S. 
pneumoniae e H. influenzae. 
 
Diagnóstico 
• Microbiológico (Gram e cultura) buscado com: punção 
aspirativa guiada pela ultrassonografia. 
 
Tratamento 
• Drenagem cirúrgica do abscesso 
• Antibioticoterapia. 
 
Tireoidite Tuberculosa e Fúngica: comuns em pacientes 
imunodeprimidos. 
 
Quadro Clínico 
 
Endócrino 
Tireoidites 
Stephanie Moreira 
 
 
 
• Manifestam-se de forma subaguda ou crônica, cursa 
c/aumento bilateral da glândulae um quadro infeccioso. 
 
Diagnóstico 
• feito pelo aspirado ou pela biópsia (no caso da 
tuberculose). A tireoidite por P. jiroveci é um diagnóstico 
diferencial em pacientes com AIDS. 
 
3- Tireoidite Actínica 
 
• A terapia com iodo radioativo para a doença de Graves 
pode levar a uma tireoidite manifestando-se com dor 
tireoidiana e exacerbação do hipertireoidismo nas 
primeiras semanas após a aplicação. A tendência posterior 
é a evolução para o hipotireoidismo. 
 
4- Tireoidite Medicamentosa 
• 3 drogas podem causar tireoidite: 
✓ alfainterferon (usado no tto da hepatite viral B e C), 
✓ interleucina-2 (usada no tto de leucemias e neoplasias) 
✓ amiodarona (antiarrítmico): pode causar hipot por 
efeito de Wolff-Chaikoff pelo iodo da sua molécula (a 
amiodarona contém 35% de iodo) e pela inibição da 
conversão periférica de T4 em T3. A amiodarona pode 
causar hipertireoidismo manifesto em pacientes com 
doença de Graves ou nódulo autônomo subclínico. 
 
5- Tireoidite Fibrosante de Riedel 
• forma rara de tireoidite. Acomete na FE da 4ª e 6ª década 
de vida. Mais comum entre as mulheres. 
• De causa desconhecida. Existe associação com fibrose das 
glândulas salivares, glândulas lacrimais, fibrose 
mediastinal e retroperitoneal, colangite esclerosante e 
pseudotumor de órbita. 
• Um terço dos pacientes desenvolveram alguma forma de 
fibrose extracervical. Faz parte do grupo das doenças 
fibrosantes idiopáticas, como a fibrose pulmonar, a fibrose 
mediastinal, retroperitoneal etc. 
• A glândula fica endurecida e infiltra os tecidos adjacentes, 
levando à disfagia (esôfago) e dispneia (traqueia). Na 
maioria das vezes, o paciente é eutireóideo e, em alguns 
casos, hipotireóideo. Em raros casos pode haver 
hipoparatireoidismo associado, que pode preceder a 
tireoidite de Riedel. 
• Diagnóstico: confirmado pela biópsia (geralmente a céu 
aberto) e deve ser diferenciado de neoplasia e de outras 
doenças infiltrativas (ex.: amiloidose), devido à sua 
consistência (descrita como lenhosa), comum aos cânceres 
em geral. Anticorpos antitireoidianos podem ser 
encontrados em até 67% dos casos, não se sabendo ao certo 
seu papel nesta doença. 
• Tratamento: 
✓ tamoxifeno (20 mg, via oral, 2x/ dia), mantido por 
anos. Se responder tem melhora parcial ou completa do 
quadro em 3-6 meses. 
 
✓ Glicocorticoide: se dor ou sintomas compressivos. 
✓ Rituximab: se refratários a essas duas medidas. 
✓ Cirurgia: indicada nos casos de comprometimento do 
esôfago ou da traqueia.

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