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Elementos acidentais do negocio juridico

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ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGOCIO JURIDICO 
⇾ são elementos meramente acidentais, introduzidos 
facultativamente pela vontade das partes, não necessários à 
sua existência. 
↳ uma vez convencionados, tem o mesmo valor dos 
elementos estruturais e essenciais, pois passam a integrá-lo 
de forma indissociável 
 
São os que se acrescentam à figura típica do ato para 
mudar-lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, 
apostas a negócios jurídicos por declaração unilateral 
ou pela vontade das partes, acarretam modificações em 
sua eficácia ou em sua abrangência 
+ são admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral 
(com algumas exceções, como na aceitação e renúncia da 
herança), mas não podem integrar os de caráter 
eminentemente pessoal, como os direitos de família puros e 
os direitos personalíssimos 
CONDIÇÃO 
“Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando 
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do 
negócio jurídico a evento futuro e incerto”. 
É o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia 
do negócio jurídico. Da sua existência depende o nascimento 
ou a extinção de um direito 
↳Sob o aspecto formal, apresenta-se inserida nas disposições 
escritas do negócio jurídico, razão por que muitas vezes se 
define como a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico 
a evento futuro e incerto 
Elementos da condição: 
a) voluntariedade = que a cláusula seja voluntária 
b) futuridade = que o acontecimento a que se subordina a 
eficácia ou a resolução do ato jurídico seja futuro 
c) incerteza = que também seja incerto 
- Se a eficácia do negócio jurídico for subordinada por 
determinação de lei, não haverá condição, mas, sim, conditio iuris 
- O evento, a que se subordina o efeito do negócio, deve também 
ser incerto, podendo verificar-se ou não. Por exemplo: pagar-te-
ei a dívida se a próxima colheita não me trouxer prejuízo. 
Evidentemente, o resultado de uma colheita é sempre incerto. 
Se o fato futuro for certo, como a morte, por exemplo, não será 
mais condição e sim termo 
+ alguns doutrinadores acrescentam o requisito da 
possibilidade, pois “há de ser natural e juridicamente 
possível. Se impossível, não há incerteza e não se verificará o 
estado de pendência, próprio do ato condicionado”, em geral 
é omitido pois é subentendido 
Condição voluntária e condição legal 
⇾ a Condição voluntaria (conditio facti) é estabelecida pelas 
partes como requisito de eficácia do negócio jurídico 
⇾já a condição legal, malgrado tenha a mesma característica, 
é estabelecida por lei. As condiciones iuris são pressupostos do 
negócio jurídico e não verdadeiras condições, mesmo quando 
as partes de modo expresso lhes façam uma referência 
especial 
Negócios Jurídicos que não admitem condição 
⇾ São admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral, 
com algumas exceções, como na aceitação e renúncia da 
herança, mas não podem integrar os de caráter patrimonial 
pessoal, como os direitos de família puros e os direitos 
personalíssimos 
⇾ Atos puros (não admitem condição): 
a) os negócios jurídicos que, por sua função, inadmitem 
incerteza 
b) os atos jurídicos em senso estrito 
c) os atos jurídicos de família, onde não atua o princípio da 
autonomia privada, pelo fundamento ético social existente 
d) os atos referentes ao exercício dos direitos personalíssimos 
 
Classificação das condições 
⇾ quanto à licitude – podem ser lícitas ou ilícitas 
Lícitas: “todas as condições não contrarias à lei, à ordem 
pública ou aos bons costumes” 
Ilícitas: “todas as que atentarem contra proibição expressa ou 
virtual do ordenamento jurídico, a moral ou os bons 
costumes” 
 
O Código Civil, nos arts. 122 e 123, proíbe expressamente as 
condições que privarem de todo efeito o negócio jurídico 
(perplexas); as que o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das 
partes (puramente protestativas); as físicas ou juridicamente 
impossíveis; e as incompreensíveis ou contraditórias 
. ⇾ quanto à possibilidade – podem ser possíveis ou 
impossíveis (física ou juridicamente) 
Fisicamente impossível: são as que não podem ser cumpridas 
por nenhum ser humano 
“Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, 
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível”. 
↳ o que se reputa inexistente é a cláusula estipuladora da 
condição e não o negócio jur. subjacente, cuja eficácia não fica 
comprometida 
Juridicamente impossível: é a que esbarra em proibição 
expressa do ordenamento jurídico ou fere a moral ou os bons 
costumes 
“Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são 
subordinados: 
I – As condições física ou juridicamente impossíveis, quando 
suspensivas; 
II – As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias” 
Quando a condição é suspensiva, a eficácia do contrato está a 
ela subordinada. Se o evento é impossível, o negócio jamais 
alcançará a necessária eficácia. Não poderão as partes 
pretender que ele se concretize, pois isto jamais acontecerá. 
⇾quanto à fonte de onde promanam–casuais, potestativas 
e mistas 
Casuais: são as que dependem do acaso, do fortuito, de fato 
alheio à vontade das partes. Opõem-se às potestativas 
Potestativas: são as que decorrem da vontade ou do poder de 
uma das partes. Dividem-se em: 
Puramente potestativas – são consideradas ilícitas pelo 
art.122 que as inclui entre as condições defesas por 
sujeitarem todo efeito do ato ao puro arbítrio de uma das 
partes, sem influência de fator externo 
Simplesmente ou meramente potestativas – são admitidas 
por não dependerem não só da manifestação de vontade de 
uma das partes como tb de algum acontecimento ou 
circunstancia exterior 
+ a clausula “pagarei quando puder” ou “quando possível” 
não constitui arbítrio condenável pois são condições 
simplesmente potestativas previstas no CC 
Mistas: são as condições que dependem simultaneamente da 
vontade de uma das partes e da vontade de um terceiro 
Perplexas ou contraditórias: são as que não fazem sentido e 
deixam o interprete perplexo, confuso, sem compreender o 
propósito da estipulação. Resultam na invalidade do próprio 
negócios (art.123) 
⇾ quanto ao modo de atuação - suspensiva ou resolutiva 
Condição suspensiva: impede que o ato produza efeitos até a 
realização do evento futuro e incerto 
“Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à 
condição suspensiva, enquanto está se não verificar, não se 
terá adquirido o direito, a que ele visa” 
Condição resolutiva: é a que extingue, resolve o direito 
transferido pelo negócio, ocorrido o evento futuro e incerto 
“Das condições suspensivas depende que o negócio jurídico 
tenha vida, das resolutivas, que cesse de tê-la” 
 
Retroatividade e irretroatividade da condição 
⇾ diz respeito aos efeitos ex tunc ou ex nunc da estipulação. 
Admitida a retroatividade, é como se o ato tivesse sido puro 
e simples desde a origem 
⇾ O CC não adota uma regra geral a respeito, mas o art. 128, 
que a prevê, abre uma exceção para a proteção de negócios 
jurídicos de execução continuada ou periódica 
“Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, 
para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se 
aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a 
sua realização, salvo disposição em contrário, não tem 
eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis 
com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames 
de boa-fé” 
↳ Ou seja, nos demais contratos, que não sejam de execução 
continuada ou periódica, o novo código firmou como regra a 
retroatividade, extinguindo-se para todos os efeitos o direito 
a que a condição se opõe, desde a conclusão do negócio. 
⇾“se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, 
e, pendente esta, fizer quanto àquelas novas disposições, 
estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem 
incompatíveis” (art.126) 
 
Pendência, implemento e frustração da condição 
⇾ As condições podem ser consideradas sobre três estados: 
Pendente ->enquanto não se verifica ou não se frustra o 
evento futuro e incerto 
Implemento -> A verificação da condição 
Frustação -> não realização da condição 
↳Pendente a condição suspensiva, não se terá adquirido o 
direito a que visa o negócio jurídico (CC, art. 125). Na 
condição resolutiva, o direito é adquirido desde logo, mas 
pode extinguir-se, para todos os efeitos, se ocorrer o seu 
implemento 
TERMINAR ESSA PARTE 
 
TERMO 
⇾É o dia ou momento em que começa ou se extingue a 
eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de 
medida a hora, o dia, o mês ou o ano 
↳ Termo convencional é a clausula contratual que subordina 
a eficácia do negócio a evento futuro e certo 
“Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a 
aquisição do direito” 
O termo difere da condição pela sua certeza; por ser um 
acontecimento certo, inexiste estado de pendência, não se 
cogitando de retroatividade, existente apenas no negócio 
condicional, ou seja, o titular do direito a ter pode, com maior 
razão, exercer sobre ele atos conservatórios. 
⇾ pode ocorrer a conjugação de uma condição e um termo 
no mesmo negócio jurídico 
+ Determinados negócios não admitem termo, como a 
aceitação ou a renúncia da herança (CC, art. 1.808), a adoção 
(art. 1.626), a emancipação, o casamento, o reconhecimento 
de filho (art. 1.613) e outros 
Espécies 
⇾ O termo pode ser de várias espécies: 
Termo convencional é o aposto no contrato pela vontade das 
partes; Termo de direito é o que decorrer da lei; Termo de 
graça é a dilação de prazo concedida ao devedor. 
⇾ O termo mesmo certo e inevitável no futuro, pode ser que 
seja incerto quanto à data de sua verificação, como a 
depender da morte de alguém. Nesse caso o termo bifurca-se 
entre certo (quando há data) e incerto (quando não há). 
⇾ Assim como as condições, o termo pode 
ser suspensivo (inicial ou dies a quo), gerando direito 
adquirido ao titular, posto que impede somente o seu 
exercício, mas não a sua aquisição, ou, resolutivo (final 
ou dies ad quem), que coloca fim aos efeitos do negócio 
jurídicos. 
⇾ Ainda pode ser essencial ou não essencial. Essencial 
quando o efeito pretendido deva ocorrer em momento bem 
preciso, sob pena de verificado depois, não ter mais valor. 
+se houver um termo inicial impossível, demonstra a 
inexistência da vontade real de obrigar-se e gera a nulidade 
do negócio. Sendo final, o termo impossível, deve ser 
considerado inexistente pois prova que as partes não desejam 
que o negócio se resolva 
Prazos e sua contagem 
⇾ Prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, 
ou entre a manifestação de vontade e o advento do termo, 
estando regulamentado nos arts. 132 a 134 do Código Civil. 
O prazo é certo ou incerto, conforme também o seja o termo. 
↳Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-
se o do vencimento (art. 132). Se este cair em feriado, 
“considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil” 
↳Meado considera-se, “em qualquer mês, o seu décimo 
quinto dia” (§ 2º). “Os prazos de meses e anos expiram no dia 
de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência” (§ 3º), como ocorre em ano bissexto. “Os 
prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto” 
Nos testamentos, “presume-se o prazo em favor do herdeiro 
” (art. 133, primeira parte). Nos contratos, presume-se “em 
proveito do devedor” (art. 133, segunda parte) 
Os negócios jurídicos entre vivos, para os quais não se 
estabelece prazo, “são exequíveis desde logo”. A regra, 
entretanto, não é absoluta, como ressalva o art. 134, pois 
alguns atos dependem de certo tempo, seja porque terão de 
ser praticados em lugar diverso, seja pela sua própria 
natureza. 
 
ENCARGO 
⇾ é uma determinação que, imposta pelo auto de 
liberalidade, a esta adere, restringindo-a 
⇾ Trata-se de cláusula acessória às liberalidades (doações, 
testamentos), pela qual se impõe uma obrigação ao 
beneficiário. É admissível, também, em declarações 
unilaterais da vontade, como na promessa de recompensa. 
Não pode ser aposta em negócio a título oneroso, pois 
equivaleria a uma contraprestação. 
↳ O modo tem a função de dar relevância ou eficácia jurídica 
a motivos ou interesses particulares do autor da liberalidade. 
Sua característica mais marcante é a sua obrigatoriedade 
+ não se confunde com o ônus, pois este não constitui 
obrigação devida a alguém, sendo por isso incoercível, 
embora necessário para a validade do ato pretendido 
+ O encargo difere da condição suspensiva porque esta 
impede a aquisição do direito, enquanto aquele não suspende 
a aquisição nem o exercício do direito. A condição é 
suspensiva, mas não coercitiva. Ninguém pode ser obrigado 
a cumprir uma condição. O encargo é coercitivo e não 
suspensivo 
+ Difere, também, da condição resolutiva, porque não 
conduz, por si, à revogação do ato. O encargo pode ser 
imposto como condição suspensiva e com efeitos próprios 
deste elemento acidental, desde que tal disposição seja 
expressa 
+ Verifica-se, assim, que o encargo deve ser lícito e possível. 
Se fisicamente impossível ou ilícito, tem-se como inexistente. 
Se o seu objeto se constituir em razão determinante da 
liberalidade, o defeito contaminará o próprio negócio, que 
será declarado nulo 
	elementos acidentais do negocio juridico

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