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O Surgimento do surrealismo

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O SURGIMENTO DO SURREALISMO
Autora: Letícia Santana
	
	O surrealismo, originou-se de outro movimento artístico, o dadaísmo que teve como líder de movimento, T. Tzara, que se pautava de grandes espetáculos e não os eram discretos e que fazia parte André Breton, escritor e na fundação do surrealismo escrevera o livro Manifesto do Surrealismo de 1924. (TRINGALI, 1990; RUZZA, 2016). 	Houve a criação de duas frentes, que não se constituíam como oposta em ideias, mas que não partilhavam completamente das partes dos pressupostos dadaístas. A parte ortodoxia do movimento, era representado por T. Tzara e F. Picabia; a outra parte era composta A. Breton e seus companheiros. Os “não ortodoxos” do movimento, distinguiam-se por apesar de aceitarem as críticas dirigidas a civilização ocidental, não faziam eternas as negatividades em si mesmo. 
	Em um contexto histórico, inúmeras interferências humanas com fins à violência ocorreram, guerras, revolução, tais como a Revolução Russa de Outubro, e a capacidade humana de reconstrução foi posta em prática, o mundo estava a reerguer-se, e a visão que desvalorização do dadaísmo persistia. Este é o ponto de divergência entre A. Breton e seus companheiros, que insistiam em aprofundamentos que libertassem o homem deste “fardo”. (TRINGALI, 1990)
	As diferenças entre A. Breton, aqui representante surrealista e T.Tzara, dadaísta, tornam-se mais evidentes na ocasião em que M. Barres, escritor, tido como exemplo de falsos burgueses, passava por um processo simulado, e enquanto A. Breton, pautado de um valor humanitário preocupa-se, T.Tzara, desprendidamente era indiferente a situação. (PONGE, 2008).
	O momento final de rompimento entre ambos os companheiros, faz saída de André Breton do Dadaísmo, a criação do surrealismo e a publicação do Manifesto do surrealismo em 1924. Assim, o movimento surrealista enquanto escola, tem como data de surgimento o lançamento do primeiro manifesto de A. Breton, em 1924 até delongando-se até o início da Segunda Guerra Mundial. (HELLMANN, 2012). Os lançamentos de manifestos posteriores, segundo e terceiro, são respectivamente em 1930 e 1942.
	O surrealismo tem seu início na literatura, expandindo-se de forma possível, as demais artes. A escola no início teve seu nome cogitado entre “Surrealismo” ou “Supernaturalismo”, tendo o primeiro prevalecido. O nome escolhido assemelha-se a sobrenaturalismo, o que nos é um tanto icônico, pois a premissa surrealista desconsidera o sobrenatural e volta-se ao materialismo.
	O próprio T.Tzara por um tempo, uniu-se ao surrealismo frente a perspectiva de derrota. Além deste, cita-se como importantes nomes surrealista, o próprio fundador A.Breton, L. Aragon, A. Artaud, Ph. Soupault, J. Prévert e B. Péret. (TRINGALI, 1990).
	Os surrealistas, apesar de discretamente, preocupam-se com o crescimento do movimento, este é outro ponto de divergência entre estes e os dadaístas. No âmbito literário, pode-se destacar muitos nomes dentre eles Jarry e Rimbaud; O fundador do movimento, entretanto, cita como contribuição, o Marquês de Sade e Lautréamont.
	Enquanto movimento artístico, o surrealismo se propõe a um movimento com contribuição psicológica caracterizada como revolução, pois a finalidade da arte, seria a realização dos desejos por meio das fantasias, desejos esses que se encontram recalcados, mostrando-se através das expressões artísticas, como forma de “vencer” a censura imposta. (SANTOS, 2002).
1.2 O MOVIMENTO DO SURREALISMO
	As obras surrealistas para Breton, não são automaticamente explicadas, elas partem de um caráter subjetivo, caracterizando-a como enigmática, porem que pode ser explicada, tal qual como realismo, é sua característica. Ou seja, Brenton afirma que “a arte surrealista perderia o encanto se fosse explicada, negando radicalmente as descrições pormenorizadas dos romances clássicos”. (LUCINDA; ALVARENGA, 2007, p.7).
	E nessas enigmáticas obras adentrando a fantasia, o público também é chamado para participar, colocando as próprias visões nas arestas deixadas pelo artista, fazendo criar juntamente com o autor algo do inconsciente onde é difícil de ser acessado sem as barras do superego, para que estes vislumbradores pudessem de alguma maneira ter outra visão da própria realidade, fazendo assim um ser mais reflexivo e crítico. (LUCINDA; ALVARENGA, 2007). Desse modo podemos afirmar que a arte surrealista põe em cheque o que é culturalmente aceito pela população, existe a crítica voltado a própria cultura, onde a finalidade dessa arte (ou vertente escrachadamente política) é sinalizar as pessoas para a necessidade de ultrapassar os conceitos pré-concebidos no que cerne a “realidade”, onde “ [...] o pragmatismo da vida moderna burguesa impelia o homem a aceitar”. (LUCINDA; ALVARENGA, 2007, p.8).
A arte surrealista se coloca antes como uma crítica da cultura, no sentido de alertar para a necessidade de superar um conceito estreito de realidade que Os surrealistas provocam a reflexão quando conseguem provocar, impactar, desconcertar o espectador. (LUCINDA; ALVARENGA, 2007, p.8).
	A partir desse entendimento também é possível associar o surrealismo as ideias freudianas sobre os sonhos e o inconsciente, onde se é possível entende-lo apenas com uma análise do que é mostrado. (LUCINDA; ALVARENGA, 2007).
	Nesse chamado Romantismo revolucionário, o surrealismo pode ser entendido a mais do que é manifesto, o óbvio, a clareza aparente, pois é uma arte, ou seja, parte da cultura, no qual vai contra a civilização capitalista, se guiando através de estimas pré-capitalistas: “que aspira antes de tudo a uma utopia revolucionária nova desde Rousseau e Fourier até os surrealistas e os situacionistas”. (LÖWY, 2002, p.15).
1.2.1 Estética e poética
	O surrealismo se compões por três fontes de base: a psicanálise de Freud, o marxismo e o ocultismo. (TRINGALI, 1990). Não adentraremos sobre essas três áreas por fugir da proposta inicial que é apresentar de modo conciso neste tópico sobre a questão estética e poética do surrealismo.
	Os surrealistas entendem que para surgir artes surrealistas necessita da atuação do psiquismo onde o inconsciente é a chave, assim podemos dizer que é através da associação livre: “Deixa-se que o pensamento se associe sem nenhuma espécie de censura”. (TRINGALI, 1990, p.48). 
Na verdade, mantém-se um vivo interesse por tudo que se assemelhe ao sonho: o devaneio ou sonho acordado, as criações fantásticas. A linguagem livre de controle se assemelha ao sonho, daí o entusiasmo pela linguagem infantil, pela linguagem dos primitivos e, sobretudo, pela linguagem dos loucos, por quem os surrealistas devotam uma especial dedicação. (TRINGALI, 1990, p.49).
	
	E assim através desse inconsciente que produz, sem tentar modificar os conteúdos.
	Os surrealistas valorizam o valor simbólico, o significado, aquilo que para nós está nos dado através do inconsciente, para que através do manifesto dele podemos nos manifestar: “A composição surrealista explora o conteúdo, é figurativa, não brinca, fazendo da arte um instrumento de libertação psíquica”. (TRINGALI, 1990, p.50; HELLMANN, 2012).
	O surrealismo é misterioso, de difícil compreensão, no qual necessita de interpretações para ir além do que é mostrado, do manifesto: 
“No fundo, todo texto surrealista traduz de modo velado, um desejo reprimido. A arte surrealista se reveste sempre de símbolos que pertencem à vivência do indivíduo ou fazem parte do repertório coletivo”. (TRINGALI, 1990, p.52).
	Vale destacar que o surrealismo abarca pinturas, obras literárias, poemas e também cinegrafia, porém, é na linguagem verbal que se acha dois usos, o tradicional, voltado ao cotidiano, utilitário, algo mais consciente e controlado e também o uso particular, incontrolado, sem censura, do inconsciente, sendo esta caracterizada como função surrealista de linguagem.
	O surrealismo também se caracteriza como contrário a razão e ridiculariza aquela pretensão da racionalidade de controlar tudo, sendo assim é mais voltado ao irracional, não se realizando nada sem ser conduzidopelo inconsciente. E, dentro desse meio, Salvador Dali diz que o surrealista, o artista, deixa de ser indiferente para se tornar ativo, um provocador e um crítico. (TRINGALI, 1990; HELLMANN, 2012).
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Érika Pinto de; PONGE, Robert Charles. André Breton e os primórdios do surrealismo. Contingentia. Porto Alegre. Vol. 3, n. 2 (nov. 2008), p. 277-284, 2008. Acesso em: 28 de nov. 2019. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/20843/000720013.pdf >.
HELLMANN, Risolete Maria. A trajetória da arte surrealista. Revista Nupem, v. 4, n. 6, p. 119-131, 2012. Acesso em: 28 de nov. 2019. Disponível em: < http://revistanupem.unespar.edu.br/index.php/nupem/article/view/101 >.
LÖWY, Michael. A estrela da manhã - Surrealismo e marxismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
LUCINDA, Tatiana Vieira; ALVARENGA, Nilson Assunção. Um Cão Andaluz: lógica onírica, surrealismo e crítica da cultura. In: Intercom–Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação: 12. º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sudeste. 2007.
RUZZA, Antônio. Dadaísmo e Surrealismo: uma experiência no cinema. Revista Lumen-ISSN: 2447-8717, v. 1, n. 2, 2016. Acesso em: 28 de nov. 2019. Disponível em: < http://www.periodicos.unifai.edu.br/index.php/lumen/article/view/36 >.
SANTOS, Lúcia Grossi dos. A experiência surrealista da linguagem: Breton e a psicanálise. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 229-247, Dec. 2002. Acesso em: 28 Nov. 2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982002000200003&lng=en&nrm=iso>. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982002000200003.
TRINGALI, Dante. Dadaísmo e surrealismo. ITINERÁRIOS–Revista de Literatura, 1990. Acesso em 23 de nov. 2019. Disponível em: < https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&ved=2ahUKEwiD_O2GqonmAhVTIbkGHZZ9AgYQFjAHegQIARAC&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.fclar.unesp.br%2Fitinerarios%2Farticle%2FviewFile%2F1236%2F1004&usg=AOvVaw3_Dmk8oITtylT5n0bBMDFh >.
 
O 
SURGIMENTO DO SURREALISMO
 
Autora: Letícia 
Santana
 
 
 
 
O surrealismo, originou
-
se de outro movimento artístico, o dadaísmo
 
que teve
 
como líder de movimento, T. Tzara, que 
se pautava
 
de grandes espetáculos e não os 
eram discretos
 
e 
que fazia parte 
André Breton, escritor 
e na fundação do surrealismo 
escrevera o 
livro Manifesto do 
S
urrealismo 
de 
1924
.
 
(TRINGALI, 1990
; 
RUZZA, 2016
).
 
 
Houve
 
a criação de duas frentes, que não se constituíam como oposta em 
ideias, mas que não partilhavam completamente das partes dos pressupostos 
dadaístas.
 
A parte ortodoxia do movimento, era representado por T. Tzara e F. 
Picabia; a outra parte era composta A.
 
Breton e seus companheiros. Os “não 
ortodoxos” do movimento, distinguiam
-
se por apesar de aceitarem as críticas dirigidas 
a civilização ocidental, não faziam eternas as 
negatividades em si mesmo. 
 
 
Em um contexto histórico, i
númeras interferências humanas
 
com fins à 
violência ocorreram, guerras, revolução, tais como a Revolução Russa de Outubro, e 
a capacidade humana de reconstrução foi posta em prática, o mundo estava a 
reerguer
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se, e a visão que desvalorização do dadaísmo persistia. Este é o ponto de 
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ergência entre A. Breton e seus companheiros, que insistiam em aprofundamentos 
que libertassem o homem deste “fardo”. 
 
(TRINGALI, 1990)
 
 
As diferenças entre A. Breton, aqui representante surrealista e T.Tzara, 
dadaísta, tornam
-
se mais evidentes na ocasião 
em que M. Barres, escritor, tido como 
exemplo de falsos burgueses, passava por um processo simulado, e enquanto A.
 
Breton, pautado de um valor humanitário preocupa
-
se, T.Tzara, desprendidamente
 
era indiferente 
a situação
. (PONGE, 2008
).
 
 
O momento final 
de rompimento entre ambos
 
os companheiros, faz saída de 
André Breton do Dadaísmo, a criação do surrealismo e a publicação do Manifesto do 
surrealismo em 1924. Assim, o
 
movimento surrealista enquanto escola, tem como 
data de surgimento o lançamento do prime
iro manifesto de A.
 
Breton, em 1924 até 
delongando
-
se até o início da Segunda Guerra Mundial. 
(HELLMANN, 2012). 
Os 
lançamentos de manifestos posteriores, segundo e terceiro, são respectivamente em 
1930 e 1942.
 
 
O surrealismo tem seu início na literatura, e
xpandindo
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se de forma possível, as 
demais artes. A escola no início teve seu nome cogitado entre “Surrealismo” ou 
“Supernaturalismo”, tendo o primeiro prevalecido. O nome escolhido assemelha
-
se a 
 
O SURGIMENTO DO SURREALISMO 
Autora: Letícia Santana 
 
 O surrealismo, originou-se de outro movimento artístico, o dadaísmo que teve 
como líder de movimento, T. Tzara, que se pautava de grandes espetáculos e não os 
eram discretos e que fazia parte André Breton, escritor e na fundação do surrealismo 
escrevera o livro Manifesto do Surrealismo de 1924. (TRINGALI, 1990; RUZZA, 2016). 
 Houve a criação de duas frentes, que não se constituíam como oposta em 
ideias, mas que não partilhavam completamente das partes dos pressupostos 
dadaístas. A parte ortodoxia do movimento, era representado por T. Tzara e F. 
Picabia; a outra parte era composta A. Breton e seus companheiros. Os “não 
ortodoxos” do movimento, distinguiam-se por apesar de aceitarem as críticas dirigidas 
a civilização ocidental, não faziam eternas as negatividades em si mesmo. 
 Em um contexto histórico, inúmeras interferências humanas com fins à 
violência ocorreram, guerras, revolução, tais como a Revolução Russa de Outubro, e 
a capacidade humana de reconstrução foi posta em prática, o mundo estava a 
reerguer-se, e a visão que desvalorização do dadaísmo persistia. Este é o ponto de 
divergência entre A. Breton e seus companheiros, que insistiam em aprofundamentos 
que libertassem o homem deste “fardo”. (TRINGALI, 1990) 
 As diferenças entre A. Breton, aqui representante surrealista e T.Tzara, 
dadaísta, tornam-se mais evidentes na ocasião em que M. Barres, escritor, tido como 
exemplo de falsos burgueses, passava por um processo simulado, e enquanto A. 
Breton, pautado de um valor humanitário preocupa-se, T.Tzara, desprendidamente 
era indiferente a situação. (PONGE, 2008). 
 O momento final de rompimento entre ambos os companheiros, faz saída de 
André Breton do Dadaísmo, a criação do surrealismo e a publicação do Manifesto do 
surrealismo em 1924. Assim, o movimento surrealista enquanto escola, tem como 
data de surgimento o lançamento do primeiro manifesto de A. Breton, em 1924 até 
delongando-se até o início da Segunda Guerra Mundial. (HELLMANN, 2012). Os 
lançamentos de manifestos posteriores, segundo e terceiro, são respectivamente em 
1930 e 1942. 
 O surrealismo tem seu início na literatura, expandindo-se de forma possível, as 
demais artes. A escola no início teve seu nome cogitado entre “Surrealismo” ou 
“Supernaturalismo”, tendo o primeiro prevalecido. O nome escolhido assemelha-se a

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