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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCEDIMENTO DE INSTALAÇÃO DE RISER FLEXÍVEL CONECTADO A UM MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL ATRAVÉS DE MODELOS TRUNCADOS William Steven Mendez Rodriguez Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientador (es): Fabrício Nogueira Corrêa Mauro Henrique Alves de Lima Jr Rio de Janeiro Dezembro de 2017 iii Rodriguez, William Steven Mendez Simulação Numérica do Procedimento de Instalação de Riser Flexível Conectado a um Módulo de Conexão Vertical através de Modelos Truncados / William Steven Mendez Rodriguez. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2017. XIV, 101 p.: il.; 29.7 cm. Orientadores: Fabrício Nogueira Corrêa Mauro Henrique Alves de Lima Jr Dissertação (mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de Engenharia Civil, 2017. Referências Bibliográficas: p. 93-98. 1. Raio de Curvatura de Vértebra. 2. Riser Flexível. 3. Módulo de Conexão Vertical. 4. Processamento de Imagens. 5. Conexão Vertical Direta. I. Corrêa, Fabrício Nogueira et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título. iv Dedico este trabalho aos meus pais no céu. v AGRADECIMENTOS A minha tia Sandra e avós Isabel e Agustina, pelas orações, paciência e motivações para continuar na luta. Agradeço a Deus por me trazer ao Rio de Janeiro, onde a dor passou, assim o sorriso voltou a minha vida. Quase como um milagre, aprendi que se deve continuar além dos golpes inexplicáveis que se recebem. Que todo tem um grande propósito na vida, e que o sucesso é ir de processo em processo sem perder o entusiasmo. Aos meus orientadores Fabrício e Mauro pelo apoio, paciência, orientação, recomendações e conselhos dados durante meu projeto de pesquisa. A todo o pessoal do LAMCSO (Laboratório de Métodos computacionais e sistemas Offshore) pela ajuda recebida durante o desenvolvimento da minha pesquisa. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte financeiro. William Steven Mendez Rodriguez Dezembro de 2017 vi Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.) SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCEDIMENTO DE INSTALAÇÃO DE RISER FLEXÍVEL CONECTADO A UM MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL ATRAVÉS DE MODELOS TRUNCADOS William Steven Mendez Rodriguez Dezembro/2017 Orientadores: Fabrício Nogueira Corrêa Mauro Henrique Alves de Lima Jr Programa: Engenharia Civil O presente trabalho está relacionado as metodologias de análise e projeto de instalação de equipamentos do tipo Módulo de Conexão Vertical (MCV), no qual é imperativo a utilização de modelos computacionais capazes de representar de forma fidedigna o comportamento das estruturas que compõem o sistema de instalação. Nesse contexto foi proposta uma nova metodologia de análise para simular o procedimento de instalação do MCV através de um modelo truncado, cujo ponto de interrupção está localizado sob a linha flexível. Para tal, foram analisados conjuntos de simulações no software SITUA-Prosim, com o objetivo de verificar se a nova metodologia leva a um ganho computacional significativo, que possa ser utilizada em tempo real em operações de instalação Offshore. vii Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.) NUMERICAL SIMULATION OF THE FLEXIBLE RISER INSTALLATION PROCEDURE CONNECTED TO A MODULE OF VERTICAL CONNECTION THROUGH TRUNCATED MODELS William Steven Mendez Rodriguez December/2017 Advisors: Fabrício Nogueira Corrêa Mauro Henrique Alves de Lima Jr Department: Civil Engineering The present work is related with the analysis methodologies and design of installation of Vertical Connection Module (MCV), in which it is imperative the use of computational models capable of accurately represent the structures behavior of the installation system. In this context, a new methodology was proposed, able to simulate the behavior of the structures trough a truncated model, whose breakpoint is located under the flexible line. For this purpose, was analyzed a set of simulations in SITUA-Prosim software with the tobjective of verify if the new methodology reduces significantly the computational costs, that is relevant for the offshore installation operations. viii ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 1.1 CONTEXTO E MOTIVAÇÃO. .......................................................................................... 1 1.2 OBJETIVO ..................................................................................................................... 3 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ..................................................................................... 4 2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO SUBMARINOS ................................................... 5 2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5 2.2 EQUIPAMENTOS SUBMARINOS ..................................................................................... 7 2.2.1 Cabeça de Poço ..................................................................................................................... 7 2.2.2 Árvore de Natal .................................................................................................................... 9 2.2.3 Manifold ............................................................................................................................. 13 2.2.4 PLET, PLEM e ILS ............................................................................................................ 15 2.3 SISTEMA DE RISERS .................................................................................................... 20 2.3.1 Riser Flexível ...................................................................................................................... 21 2.3.2 Riser Rígido ........................................................................................................................ 24 2.3.3 Riser Híbrido ...................................................................................................................... 25 2.3.4 Flowline .............................................................................................................................. 26 2.3.5 Umbilicais ........................................................................................................................... 26 2.4 –MECANISMOS DE CONTROLE DA CURVATURA ........................................................ 29 2.4.1 Bend Stiffener ..................................................................................................................... 29 2.4.2 Restritor de Curvatura (Vértebra) ....................................................................................... 30 3 INSTALAÇÃO DO MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL ......................... 33 3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 33 3.2 MÓDULO DE CONEXÃO VERTICAL (MCV) ................................................................ 33 3.3 INSTALAÇÃO DE PRIMEIRA EXTREMIDADE. ............................................................... 353.4 INSTALAÇÃO DE SEGUNDA EXTREMIDADE. ............................................................... 37 3.5 LANÇAMENTO DE EQUIPAMENTOS ............................................................................ 38 3.5.1 Sistema de Instalação com Cabo-Guia ............................................................................... 38 3.5.2 Método de Instalação Lay-Away ........................................................................................ 39 3.5.3 Método de Instalação Vertical ............................................................................................ 41 3.5.4 Veículo de Operação Remota (ROV). ................................................................................ 43 4 CRITÉRIOS DE PROJETO E RETROANÁLISE DE CURVATURA ......... 45 4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 45 4.2 CRITÉRIOS DE PROJETO .............................................................................................. 45 4.2.1 Critério normativo .............................................................................................................. 45 ix 4.2.2 Outros critérios ................................................................................................................... 45 4.3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE CURVATURA DA VÉRTEBRA POR IMAGEM. ....... 47 4.3.1 Estado da Arte de Monitoração .......................................................................................... 47 4.3.2 Monitoração com sistema SOIS ......................................................................................... 50 5 METODOLOGIA PROPOSTA DE RETROANÁLISE UTILIZANDO MODELO DE ELEMENTOS FINITOS .................................................................... 53 5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 53 5.2 MODELO COMPLETO .................................................................................................. 54 5.2.1 Simulação Estática .............................................................................................................. 55 5.2.2 Simulação Dinâmica ........................................................................................................... 56 5.2.3 Fluxograma ......................................................................................................................... 57 5.3 MODELO TRUNCADO ................................................................................................. 58 5.3.1 Simulação Estática .............................................................................................................. 59 5.3.2 Simulação Dinâmica ........................................................................................................... 59 6 ESTUDO DE CASO: MODELO COMPLETO ................................................ 60 6.1 DESCRIÇÃO DO MODELO ........................................................................................... 60 6.1.1 Embarcação de Lançamento ............................................................................................... 61 6.1.2 Dados do Módulo de Conexão Vertical .............................................................................. 63 6.1.3 Riser .................................................................................................................................... 64 6.1.4 Vértebra e Conector de Extremidade .................................................................................. 65 6.1.5 Características da Malha de Elementos Finitos e Parâmetros de Análises ......................... 66 6.1.6 Carregamento Ambiental .................................................................................................... 68 6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 68 6.2.1 Simulação Estática .............................................................................................................. 68 6.2.2 Simulação Dinâmica ........................................................................................................... 70 7 ESTUDO DE CASO: MODELOS TRUNCADOS ............................................ 71 7.1 DESCRIÇÃO DO MODELO ........................................................................................... 71 7.1.1 Pontos de Truncamento ...................................................................................................... 71 7.1.2 Condições de Contorno ...................................................................................................... 73 7.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 74 7.2.1 Simulação Estática .............................................................................................................. 74 7.2.2 Simulação Dinâmica ........................................................................................................... 77 7.2.3 Avaliação de Outros Parâmetros ........................................................................................ 82 8 COMENTÁRIOS FINAIS ................................................................................... 89 8.1 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 89 8.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS. ..................................................................... 92 x 9 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 93 ANEXO A ...................................................................................................................... 99 ANEXO B .................................................................................................................... 100 xi Lista de Figuras Figura 1 - Comparação entre danos ocorridos durante a operação e instalação (PINHO, 2009). ................. 1 Figura 2 – Panorama do Sistema de Instalação de linhas Flexíveis ............................................................. 2 Figura 3 - Sistema de Produção Submarino (BETTERIDGE, 2007) ........................................................... 6 Figura 4 – Sistema de Cabeça de Poço (BAI e BAI, 2005) .......................................................................... 7 Figura 5 Árvore de Natal Molhada com Sistema de Conexão Vertical (LOPES, 2005) .............................. 9 Figura 6 - ANM horizontal e ANM vertical (JUNIOR, 2008) .................................................................. 11 Figura 7 – ANM Vertical, adaptado de (ONESUBSEA) ........................................................................... 12 Figura 8 – ANM Horizontal, adaptado de (ONESUBSEA) ....................................................................... 12 Figura 9 - Subsea Manifold (TREXEC) ..................................................................................................... 13 Figura 10 - Manifold tipo Cluster (GE OIL & GAS) ................................................................................. 14 Figura 11 - PLET com MCV (WEBNORDESTE, 2017) ........................................................................... 15 Figura 12 - Sequência de lançamento de um PLET (HUANG, JI e URIBE, 2009) ................................... 16 Figura 13 - Esquema de um PLEM adaptado de (AHMAD, 2011) ............................................................ 17 Figura 14 - PLEM incorporando um PIG (COLLINS, MORVAN e WHELAN, 2015) ............................ 18 Figura 15 - In-line SLED (KOPP, LIGHT, et al., 2004) ............................................................................ 18 Figura 16 - Lançamento de ILS (HUANG, JI e URIBE, 2009)................................................................. 19 Figura 17 - Sistema de Risers (FERGESTAD e LOTVEIT, 2014). ........................................................... 20 Figura 18 - Seção transversal de riser flexível não-aderente (CLEVELARIO, 2012) ............................... 22 Figura 19 - Configuração de Riser Flexível (TECHNIP, 2011) ................................................................. 23 Figura 20 – Riser rígido com flutuadores (ALMEIDA, 2010) ................................................................... 24 Figura 21 – Riser Hibrido HRT (ABS, 2017) ............................................................................................. 25 Figura 22 – Tipo de flowlines (DA SILVA, 2006). .................................................................................... 26 Figura 23 – Umbilical integrado (MFX) .................................................................................................... 27 Figura 24 - Sistemas de Controle de Arranjos Submarinos ........................................................................ 28 Figura 25 – Enrijecedor à flexão (BMP ENGINEERING) ........................................................................ 29 Figura 26 – Instalação de vértebra em linha flexível (RODRIGUES, 2016)............................................. 30 Figura 27 – Tipos de vértebras (ABCOSUBSEA) ..................................................................................... 31 Figura 28 – Restritor de Curvatura / Vértebra (BALMORAL-GROUP) ................................................... 31 Figura 29 – MCV com formato funnel-up e funnel-down (LOPES, 2005) ................................................ 34 Figura 30 - Verticalização do MCV (JAEYOUNG LEE, 2008) .............................................................. 35 Figura 31 – Aproximação do MCV ao hub do equipamento (JAEYOUNG LEE, 2008) .......................... 36 Figura 32 - MCV conectado no hub do manifold (JAEYOUNG LEE, 2008) .......................................... 36 Figura 33 – CVD em 2ª Extremidade (THORLEY, 2015) ......................................................................... 37 Figura 34 - CVD em 2ª Extremidade adaptado de (RODRIGUES, 2016) ................................................. 38 Figura 35 – Sistema de instalação com cabo-guia (RAMALHO, 2008) .................................................... 39 Figura 36 – Método de instalação Lay-Away (RAMALHO, 2008) ........................................................... 40 Figura 37 – Instalação com Cabo (RAMALHO, 2008) .............................................................................. 41 xii Figura 38 - Instalação com Coluna (RAMALHO, 2008) ........................................................................... 42 Figura 39 – Sistema de ROV, adaptado de (BAI e BAI, 2010) .................................................................. 43 Figura 40 – Exemplo de imagens capturadas por ROV (MACHADO, 2016) ............................................ 47 Figura 41 – LRM no software “CAD” adaptado de (MACHADO, 2016) ................................................. 48 Figura 42 - LCR no software ...................................................................................................................... 48 Figura 43 –Traço de linha de referência sobre a vértebra ........................................................................... 49 Figura 44 – Marcas reflexivas ao longo da linha (SANTOS, VARDARO, et al., 2015) ........................... 50 Figura 45 – Processo de reconstrução 3D do sistema SOIS ....................................................................... 51 Figura 46 – Estimativa da curvatura da linha flexível ao longo do lançamento (SANTOS, VARDARO, et al., 2015) ........................................................................................................................................... 52 Figura 47 – Modelo completo de linha flexível com vértebra e MCV adaptado de (LOPES, 2005) ......... 54 Figura 48 – Equilibrio Estático do Sistema ................................................................................................ 56 Figura 49 – Fluxograma de Análise ........................................................................................................... 57 Figura 50 – Modelo completo de linha flexível com vértebra e MCV adaptado de (LOPES, 2005) ......... 60 Figura 51 – Dimensões da embarcação ...................................................................................................... 61 Figura 52 – Módulo de Conexão Vertical (SITUA-Prosim) ...................................................................... 63 Figura 53 – Conector de extremidade (LAMEF, 2014) .............................................................................. 66 Figura 54 – Configuração dos pontos de Truncamento (PT). ..................................................................... 72 Figura 55 – Modelo I .................................................................................................................................. 73 Figura 56 – Modelo II ................................................................................................................................ 73 Figura 57 – Configuração deformada do Equilíbrio Individual (Modelo I) para todos os PTs .................. 75 Figura 58 – Configuração deformada do Equilíbrio Estático (Modelo I) para todos os PTs ...................... 75 Figura 59 – Configuração deformada considerando o Equilíbrio Individual (Modelo II) .......................... 76 Figura 60 – Configuração deformada considerando o Equilíbrio Estático (Modelo II) ............................. 76 Figura 61 – Envoltória de Força Axial (Modelo I) ..................................................................................... 78 Figura 62 - Envoltória de Momento Fletor (Modelo I) .............................................................................. 78 Figura 63 - Envoltória de Raio de Curvatura (Modelo I). .......................................................................... 79 Figura 64 - Envoltória de Força (Modelo II). ............................................................................................. 80 Figura 65 - Envoltória de Momento (Modelo II). ....................................................................................... 81 Figura 66 - Envoltória de Raio de Curvatura (Modelo II) .......................................................................... 81 Figura 67 – Curva de Distorção vs Raio de Curvatura. .............................................................................. 83 Figura 68 – Relação entre Erro na Força Fx e Tempo Computacional (Modelo I). ................................... 87 Figura 69 – Relação entre Erro na Força Fx e Tempo Computacional (Modelo II). .................................. 88 xiii Lista de Tabelas Tabela 1 - Posição do centro de movimento ............................................................................................... 61 Tabela 2 – Características geométricas da embarcação .............................................................................. 62 Tabela 3 – Posição do VLS na embarcação ................................................................................................ 62 Tabela 4 – Pontos de conexão à embarcação .............................................................................................. 62 Tabela 5 – Características do MCV ............................................................................................................ 63 Tabela 6 – Propriedades do riser flexível de 4” .......................................................................................... 64 Tabela 7 – Propriedades da vértebra e conector .........................................................................................65 Tabela 8 – Característica da Malha de Elementos Finitos do conjunto Riser-Vértebra-Conector .............. 67 Tabela 9 – Características da Malha de Elementos Finitos do Cabo .......................................................... 67 Tabela 10 – Casos de carregamentos ambientais........................................................................................ 68 Tabela 11 – Comprimentos do Cabo e Riser .............................................................................................. 69 Tabela 12 – Deslocamentos do MCV após Equilíbrio ............................................................................... 69 Tabela 13 – Raio mínimo de Curvatura – Análise Estática ........................................................................ 69 Tabela 14 - Raio de Curvatura Mínimo – Análise Dinâmica ..................................................................... 70 Tabela 15 – Dados dos pontos de truncamento .......................................................................................... 72 Tabela 16 – Restrições nodais do modelo I ................................................................................................ 73 Tabela 17 – Restrições nodais do modelo II ............................................................................................... 74 Tabela 18 – Distorção vs Raio de Curvatura do Modelo II. ....................................................................... 82 Tabela 19 – Resumo da execução para o Modelo Completo ...................................................................... 84 Tabela 20 - Resumo da execução para o PT-A. .......................................................................................... 84 Tabela 21 - Resumo da execução para o PT-B. .......................................................................................... 85 Tabela 22 - Resumo da execução para o PT-C. .......................................................................................... 85 Tabela 23 - Resumo da execução para o PT-D. .......................................................................................... 86 Tabela 24 - Resumo da execução para o PT-E. .......................................................................................... 86 xiv Lista de Abreviaturas e Símbolos β Ângulo de Curvatura do Modelo I. ���� Ângulo de Curvatura do Modelo II. CVD Conexão Vertical Direta. EE Equilíbrio Estático. EI Equilíbrio Individual. FxC Força Axial do Modelo Completo. FxMPT Força Axial do PT para cada modelo de estudo. Hs Altura significativa de Onda. LCR Linha de Comprimento Real do MCV. LRM Linha representativa do Modelo (Riser-Vertebra-MCV). MCV Modulo de Conexão Vertical PLSV Pipe Laying Support Vessel (Embarcação de lançamento de dutos). PT Ponto de Truncamento. RAO Response Amplitude Operator (Operador de amplitude de Resposta). RCmin Raio Mínimo de Curvatura. Tp Período de Pico. TMS Tether Management System (Sistema de Gestão de Amarra). UEP Unidade Estacionaria de Produção. 1 1 Introdução 1.1 Contexto e Motivação. A demanda por petróleo e gás continua crescendo, impulsionada principalmente pelo aumento do consumo da população no mundo. Ao mesmo tempo, a produção de óleo e gás será reduzida nos próximos anos nos campos existentes em águas rasas. Esses fatos indicam que haverá grande necessidade de novas descobertas em águas profundas e ultra profundas por um longo período, o que significará um aumento considerável na complexidade dos processos e dos métodos de instalação de linhas flexíveis nos campos. Uma das etapas de instalação necessária para a ativação de um sistema de produção de petróleo offshore é a conexão da extremidade da linha de produção à cabeça do poço submarino, através de um equipamento chamado MCV (Módulo de Conexão Vertical). Nesta etapa, aspectos econômicos e ambientais podem ser afetados, uma vez que a instalação da linha é propensa a atrasos. Nesse contexto, a Figura 1, ilustra a comparação percentual da ocorrência de danos em linhas flexíveis durante as fases de instalação e operação, onde destaca-se que, a maioria dos danos ocorrem na instalação da linha. Figura 1 - Comparação entre danos ocorridos durante a operação e instalação (PINHO, 2009). O procedimento de descida do equipamento MCV consiste em descer o módulo de conexão vertical através do pagamento do cabo de aço e do riser/umbilical 2 simultaneamente, o que deve ser feito de forma cautelosa, com a verificação constante do equipamento e das linhas flexíveis (Figura 2), de forma a garantir que o raio mínimo de curvatura para o qual foi projetado a linha não seja atingido, podendo gerar danos. Na atualidade, esta operação é monitorada por ROVs e o processamento das informações e imagens registradas por estes robôs submarinos têm se tornado cada vez mais importante no acompanhamento e/ou fiscalização destas operações. Figura 2 – Panorama do Sistema de Instalação de linhas Flexíveis Cabe mencionar que o processo de instalação das linhas flexíveis demanda experiência dos engenheiros para evitar danos aos equipamentos submarinos. Muitas vezes, é necessário interromper por um período o procedimento de instalação, de modo que, informações obtidas por ROV possam ser avaliadas minuciosamente a bordo do barco de instalação para que novas ações, seja de pagamento ou recolhimento de linha, possam ser aplicadas para a finalização segura do procedimento de instalação. Esta tarefa demanda muito tempo, e as dificuldades aumentam proporcionalmente quanto maior a lâmina d’água, devido à baixa visibilidade, à distorção das imagens captadas, bem como a dificuldade de manter o ROV em uma posição fixa. Neste cenário, se faz imprescindível desenvolver novas ferramentas que auxiliem o engenheiro no procedimento de instalação 3 1.2 Objetivo O objetivo principal consiste em definir uma metodologia de retroanálise do processo de lançamento de linhas flexíveis conectadas a módulos de conexão vertical (MCV) baseado em modelos numéricos de elementos finitos. Pretende-se avaliar se existe a possibilidade de monitorar em tempo real a instalação destes sistemas (linhas + MCV) a partir de modelos numéricos de elementos finitos, onde serão consideradas, dentre outras condições, as séries de movimento medidas na embarcação de lançamento e/ou na região próxima à vértebra, com base em dados registrados por ROV. No primeiro caso, é necessário a modelagem completa da linha flexível, enquanto no segundo, pode-se fazer uso de modelos truncados que represente apenas a configuração final da instalação, nas proximidades do MCV - Vértebra (região de maior curvatura). Neste contexto, serão estudados diferentes pontos de monitoração com o intuito de avaliar se as respostas dos modelos truncados são capazes de representar o mesmo comportamento do modelo completo. Além disso, será verificado o custo computacional do modelo truncado em relação ao modelo completo. 4 1.3 Estrutura da dissertação Inicialmente, o capitulo 2 apresenta uma descrição dos equipamentos submarinos utilizados para a exploração de petróleo offshore. Apresenta-se no capítulo 3, os conceitos básicos sobre sistemas de conexão vertical direta e alguns equipamentos importantes nos processos de lançamento e instalação de linhas flexíveis em águas profundas e ultra profundas. No capítulo 4 serão descritos os critérios de projeto considerados nesta dissertação e suas respectivas particularidades. Além disso, será abordada uma metodologia de cálculo do raio de curvatura mínimo nos lançamentos de linhas flexíveis, a qual vem sendo utilizada na indústria offshore. Do mesmo modo, é apresentado um sistema de avaliação do raio de curvatura da vértebra por imagem em tempo real. No capítulo 5 será desenvolvido um dos objetivosda presente dissertação, sendo proposta a metodologia de retroanálise utilizando o método de elementos finitos. Na seção 5.2, descreve-se o primeiro modelo, no qual são feitas análises estáticas e dinâmicas para avaliar o comportamento do sistema acoplado à embarcação durante o lançamento de uma linha flexível conectada a um módulo de conexão vertical. Na seção 5.3 apresenta- se a metodologia empregada para a construção do modelo truncado, a partir do modelo descrito inicialmente. Neste contexto, análises estáticas e dinâmicas são feitas com o intuito de avaliar o comportamento entre os dois modelos. No capítulo 6, são expostos os resultados das análises do sistema completo apresentado na seção 5.2, com suas devidas considerações. O estudo de caso é descrito no capítulo 7, em que um sistema de lançamento de riser flexível representativo da realidade é analisado conforme a metodologia proposta na seção 5.3. No capítulo 8 apontam-se as conclusões finais do estudo com base nos resultados obtidos e sugestões para trabalhos futuros. Por fim, no capítulo 9 é apresentada a bibliografia utilizada neste trabalho. 5 2 Sistemas de Produção Submarinos 2.1 Introdução A indústria offshore teve seu nascimento entre os anos 1930 e 1950 na Venezuela e no Golfo do México, respectivamente. Desde o início dos anos 50, as companhias norte americanas de petróleo que atuavam no Golfo do México desenvolviam tecnologia para exploração offshore. A partir de então, a exploração começou a se expandir para o Mar do Norte que, a partir da década de 70, passou a rivalizar com o Golfo do México em ordem de importância para o volume de investimentos, formando os primeiros grupos de empresas na segmentação offshore, entre elas a Shell, Exxon, Texaco e AGIP (NETO e COSTA, 2007). O desenvolvimento da produção offshore no Brasil, chegou em 1953, com a criação da Petrobras, a qual aprimorou as pesquisas em tecnologia para perfurações em águas rasas, mediante o uso de plataformas fixas. Tal desenvolvimento foi fundamental culminando na primeira descoberta de petróleo no mar, no campo de Guaricema em Sergipe, numa lamina d’água de 30 metros. Já o primeiro marco de exploração em águas profundas foi no campo de Garoupa em 1974, numa profundidade de 115 metros. Com a redução das reservas em águas rasas e, as descobertas de campos de petróleo em águas cada vez mais profundas, tornou-se necessária a adequação de todos os processos e equipamentos envolvidos, para impulsionar esta nova fase da exploração offshore. Devido a isto, surgiu o sistema de produção submarino, o qual levaria a cabo todas as funções de completação de poço de forma antecipada, onde a maioria dos equipamentos de controle, outrora sob a plataforma, passariam a posicionar-se dentro da água. A exploração em lâminas d’água mais profundas estabeleceu que mais poços fossem completados através de equipamentos de controle alocados no fundo do mar, permitindo que os fluidos produzidos fossem enviados para uma instalação de processamento por meio de um sistema de produção offshore. Os sistemas de produção são responsáveis pela interface entre os poços submarinos e a unidade estacionária de produção (UEP) e apresentam as seguintes funções: 6 Produção: Levar óleo e gás do poço para a UEP. Proteção: Diminuir o impacto nas válvulas e equipamentos que bloqueiam o fluxo. Injeção: Transportar gás ou água para o reservatório. Figura 3 - Sistema de Produção Submarino (BETTERIDGE, 2007) A arquitetura dos sistemas de produção submarinos, ilustrados na Figura 3, são geralmente compostos pela união de equipamentos submarinos, interligações submarinas, linhas de fluxo, assim como acessórios de operação e controle, os quais permitem o escoamento dos fluidos. Os elementos de um sistema submarino podem ser configurados de muitas formas, de acordo com os requerimentos específicos do campo e as estratégias da operação do mesmo. Entre as configurações mais comuns que existem estão os poços satélites, dois ou mais poços encadeados compartilhando um flowline em comum, dois ou mais poços conectados individualmente a um manifold tipo cluster, e muitos poços conectados diretamente a um manifold tipo template. 7 2.2 Equipamentos Submarinos Os equipamentos submarinos são fundamentais na produção de petróleo e gás nos sistemas offshore, pois viabilizam o controle, conexão e distribuição da produção para outras estruturas submarinas. 2.2.1 Cabeça de Poço As cabeças de poço atuam como a principal barreira de pressão para um poço submarino, caracterizam-se por interligar o poço com a árvore de natal, fornecendo uma interface segura de suporte e vedação para os revestimentos e tubulações durante as operações de produção, além de, prover suporte para o Blow Out Preventer (BOP) durante as operações de perfuração, por conseguinte, tornam-se muito importante na segurança dos campos offshore. Figura 4 – Sistema de Cabeça de Poço (BAI e BAI, 2005) Segundo (API, 2015), os sistemas de cabeça de poço incorporam perfis internos para suportar os revestimentos (Casing Strings), além disso, integram facilidades de orientação, suporte mecânico e conexão dos sistemas utilizados para perfurar e completar um poço. Um sistema típico de cabeça de poço é constituído principalmente pelos seguintes componentes (vide Figura 4): 8 Base guia temporária (TBG): conhecida como a base de perfuração, fornece um ponto de referência controlado para a elevação da cabeça do poço, atuando como um suporte nas operações de perfuração. Base guia permanente (PGB): conhecida como a base de fluxo ou base de produção, contendo instalações para orientar os equipamentos de perfuração e completação como BOP e árvore de produção. Cabeça de alojamento de alta pressão (Wellhead Housing): possui perfis internos os quais suportam os anéis de revestimento e tubulações, e permitem a fixação de equipamentos como BOP e árvores. Alojamento de baixa pressão (Conductor Housing): constitui o ponto inicial para a ancoragem ao fundo do mar, incorporando um ombro interno para o alojamento de alta pressão, além de instalações externas que permitem a fixação do PGB. Tampa de abandono temporária (TAC): Necessária para vedar o poço depois de finalizadas as operações de completação, fornecendo intervalos de tempos para abandonos temporários do poço. Suspensor da coluna de revestimento (Casing Hanger): Equipamento conectado na parte superior de uma coluna de revestimento ou de produção com a finalidade de suportar seu peso, transferindo-o para a cabeça de poço. Existem dois tipos de cabeças de poço, os quais diferenciam-se pela lâmina de água e o tipo de plataforma: Subsea: Caracteriza-se por ter uma estrutura simples, com poucos anéis de revestimento, geralmente é usada em operações de plataformas flutuantes que contemplem uma lâmina d’água de profundidade considerável. Mudline: Caracteriza-se por ter uma estrutura mais complexa, com múltiplos revestimentos. Inicialmente foi usada em operações de plataformas fixas que comtemplavam lâminas d’água pouca profundas; hoje em dia estão sendo usadas em operações com TLPs (Tension Leg Platforms) devido ao fato de serem estruturas apoiadas no fundo do mar, submetidas, portanto à tração vertical. 9 2.2.2 Árvore de Natal A árvore de natal é um equipamento instalado sobre a cabeça do poço, composta principalmente por conectores e válvulas operadas remotamente, que apresentam a função de controle dos fluxos de óleo, gás e água extraídos ou injetados nos poços. É projetada para suportar tanto as altas pressões hidrostáticas e baixas temperaturas do ambiente marinho, quanto as elevadas pressões e temperaturas do poço. Figura 5 Árvore de Natal Molhada com Sistema de Conexão Vertical (LOPES, 2005) Conforme a configuração ou completaçãode um poço, as árvores podem ser do tipo seca ou molhada (ANM). A seca é quando a instalação da estrutura é feita no topo do riser na plataforma, e a molhada (Figura 5) quando é instalada no fundo do mar, sobre a cabeça do poço. Em profundidades de até 300 metros a instalação da ANM pode ser feita por mergulhadores, já em águas profundas e ultra profundas é necessário a utilização de um veículo submarino operado remotamente (ROV). Os principais componentes na estrutura de uma árvore de natal são: Base adaptadora de produção (BAP); permite a orientação da ANM na cabeça do poço, além de alojar o suspensor de coluna e, suportar as linhas de fluxo. Suspensor de coluna de produção e ou injeção (Tubing Hanger); suporta o peso da coluna de produção, outorga vedação ao anular da árvore situado entre o revestimento e a coluna. Além disto, permite o monitoramento da temperatura e pressão de fundo, assim como, o controle da válvula de segurança de superfície. Módulo de conexão vertical (MCV); permite a conexão entre a linha flexível com a ANM, facilitando a logística operacional das embarcações de lançamento. 10 Corpo da árvore propriamente dita, conformada por um conjunto de válvulas de bloqueio hidráulicas ou remotas, as quais são apresentadas a seguir: Válvula Mestra de Produção (PMV): sua função é abrir o fechar o diâmetro principal de contenção dos fluxos. Válvula lateral de Produção (PWV): controla o fluxo na linha de produção. Válvula mestre do anular (AMV): fecha ou abre o furo anular. Válvula lateral de acesso ao anular (AWV): fornece monitoramento, além de alívio da pressão entre o suspensor de coluna e a tampa da árvore. Válvula de Isolação da produção (Swab): isola a produção entre o poço e a linha de fluxo, facilitando as operações dentro da ANM. Válvula Crossover (XOV): permite a interligação entre a coluna de produção e o espaço anular, os quais normalmente estão asilados. Importante nas operações de limpeza das linhas, permitindo a passagem dos PIGs. Capa da árvore (Tree Cap): sua função é certamente de proteção, já que possui uma cobertura superior que atua como barreira contra os agentes marinhos, tipo corrosão, detritos, ou objetos que podem cair acidentalmente das embarcações. É responsável por facilitar a interligação poço-embarcação, quando se faz necessária uma intervenção na ANM. 11 Tipos de árvores de Natal Molhadas (ANM). As árvores de natal molhadas podem ser classificadas quanto à disposição das válvulas em verticais (Dual Bore Tree) ou horizontais. Figura 6 - ANM horizontal e ANM vertical (JUNIOR, 2008) De acordo com (BAI e BAI, 2005) existem dois fatores decisivos na escolha do tipo de ANM: custo e peso/dimensões. O custo de uma ANMH é muito superior ao de uma ANMV, por conseguinte, a primeira tende a ser utilizada apenas nos casos em que as intervenções no poço são frequentes, devido às facilidades operacionais. Por outro lado, limitações de carga e movimentação dos equipamentos podem inviabilizar o uso das verticais, dado que são maiores e mais pesadas que as horizontais. Árvore de Natal Molhada Vertical (ANMV) A árvore de natal molhada é vertical quando as válvulas são configuradas verticalmente, acima do suspensor de coluna (Figura 6), ou seja, as válvulas são alinhadas dentro do corpo da árvore, no furo de produção. Isto em parte é uma desvantagem quando comparada às ANMH, uma vez que em operações de reparo e manutenção dos poços é necessário a retirada da árvore para ter acesso ao espaço anular. Na Figura 7 é apresentada uma árvore de natal molhada vertical (ANMV). Este tipo de árvores é mais frequente em reservatórios simples, ou quando a frequência de recuperação do tubing por workover é baixa. 12 Figura 7 – ANM Vertical, adaptado de (ONESUBSEA) Árvore de Natal Molhada Horizontal (ANMH) Uma árvore de natal molhada é horizontal quando o tubing hanger é instalado dentro da cabeça de poço, ou seja, em baixo da árvore, desta forma o fluido da produção passa do suspensor da coluna para a linha de produção (flowline), através das válvulas montadas horizontalmente. Figura 8 – ANM Horizontal, adaptado de (ONESUBSEA) As ANMH caracterizam-se por fazerem uso da BAP, uma vez que o suspensor de coluna desvia o fluxo de produção para a lateral, possibilitando a retirada da coluna sem necessidade de retirar o corpo da árvore. Uma grande vantagem é que o tamanho do corpo da árvore é reduzido, assim como o peso dos equipamentos (bloco de válvulas eliminado), o que leva a uma redução de custos de fabricação, no entanto, os custos de substituição comparados com as ANMV são muito altos. 13 2.2.3 Manifold Os manifolds (Figura 9) são parte integrante de muitos arranjos submarinos, e caracterizam-se principalmente por controlar a passagem da produção, recebendo o óleo das árvores de natal e agrupando-o em um mesmo coletor, antes de direcioná-lo através de uma linha de produção para a plataforma. Este equipamento rígido é instalado no solo marinho, sendo responsável pela otimização do arranjo submarino e pelo aumento considerável na produtividade de unidades de produção, já que permite a diminuição do número de linhas e o consequente aumento da capacidade de controle, produção ou injeção em cada uma das linhas a ele conectada (LAI, 2009). Figura 9 - Subsea Manifold (TREXEC) As estruturas dos manifolds podem variar bastante dependendo principalmente do tipo de tarefas a executar, entretanto apresentam os mesmos equipamentos: tubulações (coleta, injeção, teste e exportação), medidores de fluxo, diferentes tipos de válvulas (controle de escoamento e bloqueio), sistemas de monitoramento, controle e interconexão com os sistemas de produção na superfície. Segundo (BAI e BAI, 2005) algumas das funções e propósitos dos manifolds submarinos podem ser resumidos da seguinte forma: Fornecer uma interface entre o duto de produção e o poço. Coletar os fluidos produzidos a partir de poços submarinos individuais. Distribuir os fluidos de produção, injetar gás e injetar produtos químicos e fluidos de controle. Distribuir sistemas elétricos e hidráulicos. Suportar os hubs dos pipelines e umbilicais. 14 Fornecer pontos de elevação para o sistema de coleta durante a instalação e recuperação. Fornece uma plataforma de suporte para as intervenções remotas durante as operações dos ROVs. De forma mais objetiva e simplificada, as funções de produção de óleo e injeção de água e gás-lift, podem estar contidas num mesmo equipamento, onde são agrupados os fluidos dos poços, são otimizadas as linhas conectadas à plataforma, por conseguinte, são reduzidos os comprimentos de dutos, trazendo certas vantagens no âmbito econômico (menos custos de investimento), e no âmbito técnico (mais espaço na plataforma e menor peso dos risers a suportar). Figura 10 - Manifold tipo Cluster (GE OIL & GAS) Basicamente, existem três tipos de configuração de manifolds (KIRKLAND, 1996), que podem ser construídos em função do tamanho do campo, especificações do projeto e parâmetros do reservatório. O manifold tipo cluster (Figura 10) destaca-se pelo fato de ter componentes em sua estrutura que permitem uma maior independência dos sistemas de poço. Os poços são situados em torno da estrutura e são conectados através de jumpers. Isso permite um caminho de vazamento de potencial extra para cada poço, posto que, os poços podem ser perfurados antes ou durante a instalação da estrutura. Os manifolds tipo modular são semelhantes ao tipo cluster, não obstante, caracterizam-se por ter maior flexibilidade, pois possuem partes removíveis em sua estrutura que facilitam a interligação de poços no sistema de produção. Já o manifold tipo template é uma estrutura muito maior, devido em parte por estar composta do sistema TFL(Through Flowlines) que recebe diretamente as cabeças de poços direcionais, permitindo que os poços sejam conectados à estrutura do manifold, centralizando os processos. 15 No momento da expansão de um campo, o manifold permite isolar os poços existentes enquanto são perfurados os novos poços, além de possibilitar o reparo ou intervenção de outras estruturas quando o fluxo do sistema é redirecionado. 2.2.4 PLET, PLEM e ILS PLET (Pipeline End Termination) Os PLETs caracterizam-se por ser equipamentos que facilitam a instalação das linhas submarinhas, flexibilizando a logística de lançamento, reduzindo as cargas nas embarcações. Neste contexto, na Figura 11, é apresentado um PLET com mandril conectado a um MCV, o qual serve como ponto de conexão futura para um jumper ou duto flexível. Figura 11 - PLET com MCV (WEBNORDESTE, 2017) Geralmente os PLETs são compostos por um sistema de varandas (mudmat) e por um garfo de instalação. O quadro da estrutura ou corpo do PLET é o responsável por suportar as tubulações e alguns componentes como hub, válvulas, e painéis de interface com o ROV; as varandas são as responsáveis pela estabilidade do PLET no leito marinho; o garfo estabiliza o PLET durante a descida e garante que a sua movimentação ao longo do lançamento esteja dentro das tolerâncias permissíveis de instalação. A Figura 12 ilustra uma sequência de lançamento de um PLET conectado a um flowline, cujo lançamento é feito através de uma rampa na embarcação e apoiado por um cabo (A&R) de abandono e recuperação. No começo da descida, o PLET é levantado pelo guindaste principal da grua, até alcançar uma posição vertical, a qual é necessária para que o ângulo de lançamento do PLET não ultrapasse o raio mínimo de curvatura do flowline instalado na sua extremidade (HUANG, JI e URIBE, 2009). 16 Figura 12 - Sequência de lançamento de um PLET (HUANG, JI e URIBE, 2009) Na Figura 12(a) observa-se como o guincho (whipline) da grua de lançamento é conectado na brida do PLET, por conseguinte, desde a Figura 12(b) até a Figura 12(f) ilustra-se o processo no qual o PLET alcançará uma posição horizontal à medida em que o mesmo está descendo. Uma vez atingida esta posição, na Figura 12(g) o sistema de varandas (mudmat) é aberto e preparado para a aterragem no leito marinho. Na Figura 12(h) o PLET pousa na sua posição final, nesta etapa são feitos os testes de inclinação e posição. Finalmente o cabo A&R é desconectado e posteriormente recuperado. 17 PLEM (Pipeline End Manifold) O PLEM é um equipamento que permite a simplificação de um arranjo submarino, uma vez que coleta e divide o fluxo produzido em múltiplas rotas, facilitando a otimização da produção, por conseguinte, a redução de custos. Em campos pequenos, os PLEMs são instalados diretamente na extremidade dos dutos de produção, onde sua função é juntar duas ou mais tubulações procedentes de outras estruturas submarinas ou de poços satélites. Em algumas ocasiões são utilizados para interligar linhas de exportação de óleo ou gás a uma mono-bóia ou planta onshore. Figura 13 - Esquema de um PLEM adaptado de (AHMAD, 2011) Uma das vantagens dos PLEMs, é permitir uma ampla flexibilidade operacional nos campos, os quais podem ser empregados na interconexão entre novos equipamentos submarinos e um arranjo submarino existente. Na Figura 13 ilustra-se um PLEM projetado para asilar poços permitindo efetuar futuras operações, tanto de reparação como de expansão. Quando é necessária uma intervenção em um ou dois poços existentes, o PLEM permite redirecionar o fluxo sem necessidade de deter as operações de produção. Na Figura 14 observa-se como um PLEM pode desempenhar um papel muito importante na limpeza e monitoração das tubulações, posto que, permite a incorporação de válvulas direcionais, as quais possibilitam a adaptação dos PIGs (Pipeline Instrument Gauge). 18 Figura 14 - PLEM incorporando um PIG (COLLINS, MORVAN e WHELAN, 2015) A base destes equipamentos (PLET, PLEM, SLED), além de seu próprio peso, deve suportar as cargas provenientes das linhas e as cargas de instalação das futuras conexões. Desta forma, existe uma grande variedade de combinações de ações para os cálculos das fundações destes equipamentos, já que são submetidos aos mais variados tipos de carregamentos, podem possuir duas ou mais saídas, podem ser instalados em solos arenosos, siltosos ou argilosos, além de sofrerem com as diferentes inclinações do leito oceânico (SCHMID, 2009). ILS (In-Line SLED) Os sistemas em linha (In-line SLED) surgiram como uma alternativa para evitar a instalação de PLEMs no meio das tubulações, favorecendo em grande parte o ganho de tempo e custos na logística de uma futura expansão de um campo. Figura 15 - In-line SLED (KOPP, LIGHT, et al., 2004) Na Figura 15, pode-se observar um ILS composto por tubulações em cada uma das suas extremidades, válvulas e painéis de interface com o ROV, assim com um hub 19 que serve como ponto de conexão para o jumper, quando fosse necessário conectar um novo poço perto do mesmo. Os ILSs variam em complexidade de um único hub com válvula de isolamento manual, para múltiplos hubs com válvulas de alivio e injeção química, assim como facilidades que permitem o lançamento de PIGs. De acordo com o tipo de tubulação presente no arranjo submarino, os ILS podem ser facilmente instalados e acoplados dentro da arquitetura do mesmo, uma vez que as tubulações em cada uma das suas extremidades permitem a soldagem na tubulação existente. Figura 16 - Lançamento de ILS (HUANG, JI e URIBE, 2009) Na Figura 16(a) observa-se o ILS com dois flowlines nas suas extremidades, disposto na mesa de trabalho do navio de lançamento, a Figura 16(b) ilustra a descida da estrutura, na Figura 16(c) o sistema de varandas (Mudmat) do ILS é aberto e preparado para a aterragem no leito marinho. Na Figura 16(d) o ILS pousa na sua posição final, nesta etapa são feitos os testes de inclinação e posição. 20 2.3 Sistema de Risers Este sistema basicamente é responsável por interligar os diversos tipos de sistemas flutuantes com os arranjos submarinos, sendo fundamental na exploração e produção de petróleo. Os sistemas de risers (Figura 17), caracterizam-se por apresentar um trecho suspenso sujeito a diversos tipos de carregamentos e esforços. As diferentes cargas atuantes nas tubulações submarinas são classificadas em: cargas funcionais (pressão interna e externa, forças térmicas, peso do duto e forças residuais e de lançamento), cargas ambientais (de onda, de corrente e vão livre em solos irregulares e de instabilidade no solo) e cargas acidentais (impacto de âncora, impactos de queda de objetos, impactos devido à pesca de fundo, impactos de embarcações, etc.) (SOLANO, 2001). Figura 17 - Sistema de Risers (FERGESTAD e LOTVEIT, 2014). Os sistemas de escoamento são compostos por risers e flowlines, sendo os primeiros os responsáveis pelo escoamento vertical dos fluidos (óleo, gás ou água, químicos) e são projetados para resistir as cargas dinâmicas do mar. Os Flowlines estão localizados sob o leito marinho e são os responsáveis pelo escoamento horizontal dos fluidos, são projetados para suportar as cargas estáticas e as altas pressões hidrostáticas. Uma das formas de classificação dos risers é norteada pela sua finalidade: Risers de Perfuração: Sua função é de proteger e guiar a coluna de perfuração. Risers de Completação: Sua função é colocar o poço em produção. 21 Riser de Produção: Sua função é transportar o óleo do poço e levá-lo para os sistemas de separação na superfície. Riser de Exportação: Sua função é conduzir os fluidos produzidos de uma UEP a outra, ou em alguns casos para terra. Riser de Injeção: Sua função é injetar água ou gás dentro do reservatório,com o objetivo de melhorar o desempenho do reservatório e do campo. 2.3.1 Riser Flexível Um riser flexível caracteriza-se por ser uma estrutura de baixa rigidez à flexão composta de uma superposição de múltiplas camadas (metálicas e poliméricas), configuradas de forma independente. As camadas metálicas espiraladas são responsáveis pela resistência estrutural do riser flexível, já camadas poliméricas cumprem a função de isolamento térmico, além de reduzir o atrito entre camadas ajudando na resistência final da estrutura. As principais vantagens dos risers flexíveis incluem pré-fabricação sem juntas de campo e com características de fluxo aprimoradas; armazenamento em longos comprimentos em bobinas; baixa rigidez à flexão, por conseguinte, menores raios de curvatura admissíveis; boas propriedades de isolamento e corrosão; facilidade de transporte e, velocidade de instalação, portanto, custos reduzidos; pouca ou quase nula manutenção durante a vida útil. De acordo com (FERGESTAD e LOTVEIT, 2014), os risers flexíveis podem ser divididos em duas grandes classes: Riser com camadas aderentes (Bonded): São risers construídos mediante um processo de vulcanização no qual uma estrutura metálica é integrada com materiais poliméricos, impossibilitando assim, o deslizamento das camadas. Riser com camadas não-aderentes (Unbonded): São risers que possuem em sua composição camadas separadas entre si, permitindo a movimentação entre as mesmas. Na Figura 18 é apresentada uma seção transversal de um riser flexível não- aderente, com uma pequena descrição da sua composição em camadas. 22 Figura 18 - Seção transversal de riser flexível não-aderente (CLEVELARIO, 2012) De acordo com (FERGESTAD e LOTVEIT, 2014), assim como (BAI e BAI, 2005), cada camada pode ser definida da seguinte forma: Carcaça (Carcass): é a camada mais interna do riser, cujas funções são resistir a compressão mecânica radial e evitar o colapso da estrutura, devido à pressão externa. Uma função adicional é fornecer proteção durante a passagem de PIGs. Camada interna de pressão (Internal Pressure): cumpre a função de assegurar a estanqueidade interna do riser. Quando necessário esta camada pode fornecer isolamento térmico evitando que o fluido resfrie. Armadura de pressão (Pressure Armor): Possui conformação helicoidal formada por fios de aço espiralados, os quais cumprem a função de resistir às pressões internas, às compressões mecânicas radiais e ao colapso hidrostático. Camadas anti-desgaste (Anti-wear): são fitas poliméricas enroladas entre as camadas metálicas, as quais impedem que os fios se afastem da configuração predefinida do riser, reduzindo assim, o atrito e desgaste. Armaduras de tração (Tensile Armor): Geralmente estas camadas helicoidais são cruzadas em pares e usadas para suportar o peso de todas as camadas do riser. Cumprem a função de resistir aos esforços axiais, além de transmiti-los para o navio através de sua extremidade (End Fitting). Capa externa (Outer Sheath): Garante a estanqueidade do riser, protegendo as camadas dos agentes externos, tais como a entrada de água de mar e oxigênio no espaço anular do duto, além disso atua como barreira contra danos mecânicos causados durante a instalação, ou por objetos que podem cair sobre a estrutura. 23 Configuração de Riser Flexível Segundo (BAI e BAI, 2005), a configuração do riser está vinculada diretamente aos requerimentos da produção e com as condições ambientais especificas do campo. Por conseguinte, deve-se realizar análises do comportamento do sistema levando em consideração alguns fatores de viabilidade técnica e econômica, tais como: Comportamento global e geometria, integridade estrutural, rigidez e continuidade, propriedades transversais, meios de apoio, materiais e, um dos mais importantes os custos. Figura 19 - Configuração de Riser Flexível (TECHNIP, 2011) Os risers flexíveis podem ser instalados em diversas configurações, como ilustrado na Figura 19. As seis primeiras configurações (Lazy Wave, Steep Wave, Piliant Wave, Steep S, Free Hanging, Lazy S) são as mais comuns no mercado. No entanto, na atualidade, existem outras configurações alternativas além das mencionadas: Camel S, Fixed S, Modified Reverse Piliant Wave. 24 2.3.2 Riser Rígido Os risers rígidos, geralmente de aço, são compostos por tubos de aproximadamente 12 metros de comprimento, unidos mediante um processo de soldagem. São estruturas com grande rigidez à flexão e resistência a cargas radiais e axiais. Em comparação com os risers flexíveis, os risers rígidos podem ser construídos com diâmetros maiores e apresentam menor custo de produção. Os risers rígidos são normalmente utilizados em atividades de perfuração e produção, e quando empregado em águas profundas, torna-se necessário a utilização de flutuadores (Vide Figura 20) para aumentar o empuxo da estrutura, reduzindo assim o peso da linha. Figura 20 – Riser rígido com flutuadores (ALMEIDA, 2010) 25 2.3.3 Riser Híbrido Os risers híbridos são compostos pela combinação de dois tipos de risers (Flexíveis e Rígidos) com estruturas diferentes. Este tipo de configuração surgiu devido aos elevados custos envolvidos na produção, transporte e instalação de risers flexíveis de grandes diâmetros, normalmente utilizados em águas profundas e ultra profundas. Segundo KEPRATE (2014), um riser híbrido (Figura 21) pode ser definido como uma montagem de uma seção superior flexível e uma seção inferior rígida com uma interface de boia ou tanque flutuante entre as duas seções. O trecho flexível é conectado ao navio de produção, enquanto a seção rígida é configurada verticalmente desde o fundo do mar até uma boia na parte superior, a qual cumpre a função de mantê-lo tracionando. Conforme o mesmo autor, existe três tipos de risers híbridos: Riser Tower (HRT), Single Hybrid Riser (SHR), Riser com Boia de sub-superficie (BSR). Figura 21 – Riser Hibrido HRT (ABS, 2017) No sistema híbrido os risers rígidos aliviam o peso total do sistema, enquanto os risers flexíveis em catenária apresentam um excelente comportamento dinâmico quando submetidos a movimentos excessivos dos navios. Tal comportamento confere uma maior durabilidade as estruturas que compõem o sistema, uma vez que os movimentos recebidos no topo do riser não são transmitidos diretamente de uma seção a outra. Assim os risers híbridos reúnem as vantagens das linhas rígidas e flexíveis em um único sistema. 26 Uma vantagem adicional é que os risers híbridos favorecem a logística das instalações, graças a suas propriedades de desacoplamento, as quais permitem, por exemplo, que a plataforma se desconecte da boia e recupere os jumpers flexíveis, ou que o sistema de produção seja previamente instalado antes da chegada da plataforma. 2.3.4 Flowline Conforme MACHADO (2016), pode-se chamar de flowline (Figura 22) toda tubulação destinada ao transporte de fluidos em grandes distâncias horizontais, e conectadas a equipamentos submarinos tipo manifold, árvore de natal, PLEM, PLET e/ou riser. As ligações entre manifold, plataforma ou PLEM são chamadas de interfield lines, e loading lines quando a ligação é entre plataformas e quadros de boias ou mono-bóias. Por se encontrar em águas profundas e ultra profundas apoiados sob o leito marinho, as solicitações cíclicas são quase nulas, sendo as maiores solicitações observadas durante a fase de instalação. Figura 22 – Tipo de flowlines (DA SILVA, 2006). 2.3.5 Umbilicais Umbilicais podem ser definidos como um conjunto de mecanismos de controle para equipamentos submarinos reunidos numa única estrutura flexível. Os umbilicais podem conduzir elementos de controle elétrico, hidráulico, fluidos químicos ou uma combinação de todos esses. Os umbilicais, de certo modo, podem ser classificadosem dinâmicos ou estáticos, dependendo da localização do sistema de controle submarino no campo. São chamados estáticos quando interligam o UTA (Umbilical Termination Assembly) com qualquer 27 equipamento, e dinâmicos quando interligam o UTA diretamente com o sistema de produção na superfície. Figura 23 – Umbilical integrado (MFX) Conforme FOGG (2011), as funções primárias dos umbilicais (Figura 23) são: fornecimento de energia elétrica para bombeamento/processamento submarino; sistema de controle hidráulico; sistema de controle elétrico; dados e comunicação (Fibra ótica); transporte de fluidos tais como: gás para re-injeção e químicos para a otimização do escoamento, principalmente inibidores de hidratos. Sistemas de controle Os sistemas de controle são um grupo de ferramentas e equipamentos os quais fornecem todo tipo de comunicação operativa entre os equipamentos no fundo do mar e a plataforma na superfície. São configurados de acordo com as necessidades dos campos offshore, executando funções principalmente de abertura e fechamento de válvulas. No entanto, também são os responsáveis pelos controles de monitoramento, instrumentação, medição (fluxo, pressão, temperatura), injeção de químicos, energia hidráulica e/ou elétrica. A Figura 24, ilustra um fluxograma no qual são resumidos os elementos típicos e fundamentais dos sistemas de controle. Na primeira parte do fluxograma são definidos os 3 tipos de sistemas dos quais, conforme (BAI e BAI, 2010), os sistemas hidráulicos diretos evoluíram para sistemas pilotados e sequenciados para proporcionar um tempo de resposta melhor, diminuir os custos nos umbilicais a utilizar, e permitir laços de distância maiores entre equipamentos 28 no leito marinho. Na atualidade a maioria dos arranjos submarinos usa o sistema de controle multiplexado. Na segunda parte do fluxograma são descritos os dois tipos de sistemas de controle, o primeiro corresponde aos equipamentos de controle na superfície, enquanto o segundo corresponde aos equipamentos de controle no fundo do mar. Figura 24 - Sistemas de Controle de Arranjos Submarinos Controle de superfície Os sistemas de controle de superfície podem ser de certa forma chamados de cérebro das operações de produção, já que os equipamentos configurados nele, são os responsáveis pela maioria dos processos e controles necessários para o bom desenvolvimento dos campos. Dentre dos sistemas superficiais encontram-se: Estação de controle mestra - ou - Master Control Station (MCS). Conjunto de terminação umbilical de superfície (TUTA). Unidade Elétrica de Potência (EPU). Unidade Hidráulica de Potência (HPU). Unidade de Injeção Química (CIU). Controle de fundo do mar Os sistemas de controle de fundo de mar representam um conjunto de blocos de construção submarinos que simplificam as operações de campo. Dentre dos sistemas submarinos encontram-se: 29 Estação de Controle Mestra - ou - Master Control Station (SCM). Unidade de Distribuição Submarina (SDU). Conjunto de terminação umbilical submarina (SUTA). 2.4 –Mecanismos de Controle da Curvatura 2.4.1 Bend Stiffener Os enrijecedores à flexão (Bend Stiffener) surgiram como uma medida de segurança para os pontos de conexão linha-plataforma, devido às grandes deformações experimentadas nestas áreas de fixação, onde os limites dos esforços, tensões e raios de curvaturas permitidos nas linhas poderiam ser infringidos facilmente. Segundo (LI, 2015), os enrijecedores à flexão são estruturas poliméricas com formato cônico que são adicionados à linha flexível nas suas conexões superiores para melhorar a rigidez da linha, podendo limitar a curvatura dos risers flexíveis, protegendo- os contra a flexão excessiva (overbending) e acumulação de danos causados por fadiga. Figura 25 – Enrijecedor à flexão (BMP ENGINEERING) Segundo (FERGESTAD e LOTVEIT, 2014), os enrijecedores à flexão podem ter um tamanho grande, vários metros de comprimento e mais de 1,5 m de diâmetro na base com um peso superior a 1,5 tonelada. Na Figura 25 pode-se observar a forma cônica do enrijecedor de curvatura conectado à plataforma, cujo objetivo é proporcionar uma variação gradual da rigidez à flexão, de forma a garantir que o raio de curvatura da linha não viole o valor limite. 30 2.4.2 Restritor de Curvatura (Vértebra) O restritor de curvatura (Figura 26), corresponde a uma estrutura auxiliar utilizada para proteger linhas flexíveis (umbilicais e riser) de curvaturas excessivas durante a fase de instalação ou operação. A proteção é acionada de forma abrupta assim que o raio de curvatura da linha atinge o limite do restritor, uma vez que os elementos intertravados fazem contato mecânico travando a vértebra. Cada elemento da vértebra é projetado com certa flexibilidade para permitir um movimento de desvio de pequena variação angular e fazer o bloqueio para um raio de curvatura mínimo (MBR), impedindo assim a flexão excessiva e danos subsequentes nas estruturas das linhas flexíveis. Figura 26 – Instalação de vértebra em linha flexível (RODRIGUES, 2016) Normalmente as vértebras são instaladas sempre após os conectores nas extremidades das linhas, no entanto, dependendo do tipo de configuração adoptada no campo, as vértebras podem ser configuradas em pontos críticos (interface rígida-flexível) dos sistemas de riser, de modo que, o raio mínimo de curvatura para o qual foi construída a linha não seja ultrapassado. Na Figura 27 são apresentados os três tipos de vértebras que podem ser instalados ao longo das linhas flexíveis. A vértebra plástica feita de material polimérico, a vértebra rígida geralmente de aço e, a vértebra hibrida, a qual junta as vantagens e propriedades 31 tanto do polímero quanto do aço. As vantagens dos polímeros com respeito ao aço são: pouco peso e ausência de corrosão. Figura 27 – Tipos de vértebras (ABCOSUBSEA) Na Figura 28 pode-se observar duas etapas do comportamento dos elementos interligados das vértebras, os quais reagem quando submetidos a uma carga extrema. Na primeira fase o comportamento da vértebra muda de estático para dinâmico, isto acontece quando os elementos que compõem as vértebras sofrem movimento relativo entre si, por conseguinte, apresenta-se um raio de curvatura suave. Este raio é em proporções mais ou menos igual ao raio de curvatura mínimo da linha flexível e ocorre pela transmissão de carga da linha para a vértebra. Na segunda fase, a vértebra bloqueia-se e começa a presentar esforços consideráveis na sua região mais próxima do contato da linha com a estrutura rígida (equipamento), ou seja, no ponto crítico (vermelho). Figura 28 – Restritor de Curvatura / Vértebra (BALMORAL-GROUP) 32 O raio de bloqueio projetado para as vértebras, seria de certa forma a última fase ou etapa crítica no comportamento das mesmas, porque uma vez ultrapassado o raio, o travamento da vértebra ocorreria, e deixaria de cumprir com as suas funções de proteção e, por conseguinte, danos nas linhas por excesso de flexão (overbending) ocorreriam. 33 3 Instalação do Módulo de Conexão Vertical 3.1 Introdução O Módulo de Conexão Vertical (MCV) é bastante utilizado para conectar linhas flexíveis com equipamentos submarinos tipo manifolds, árvores de natal, PLEM ou PLET. A instalação do MCV é realizada por uma embarcação com auxílio de um veículo controlado remotamente (Remotely Operated Vehicles – ROV). A Conexão Vertical Direta (CVD) pode ser classificada em 1ª e 2ª extremidade (seções 3.3 e 3.4), os quais diferenciam-se simplesmente pela ordem de conexão dos equipamentos, antes ou após o lançamento da linha sobre o leito marinho. Neste capítulo serão abordados alguns conceitos básicos sobre os sistemas de conexão vertical direta e alguns equipamentos importantes nos processosde lançamento e instalação de linhas flexíveis em águas profundas e ultra profundas. 3.2 Módulo de Conexão Vertical (MCV) O MCV caracteriza-se por ser um equipamento de vital importância para a ligação das linhas flexíveis nos equipamentos submarinos. Sua função principal é facilitar a conexão entre o poço e a linha de produção, possibilitando o escoamento dos fluidos. De acordo com LOPES (2005) e SCHIMIDT (2016), o MCV é composto por: Flange Rotativo (swivel): Componente de ligação da linha com o MCV cuja função principal é permitir a livre rotação da extremidade da linha diminuindo os esforços de torque. Pescoço de Ganso (goosenek): Cumpre a função de suportar todos os esforços impostos no MCV durante a instalação e conectar a linha flexível através do seu flange ao conector. Painel de ROV: é um painel de controle localizado no MCV necessário para as operações do ROVs. Conector: O qual é o responsável pelo travamento entre o MCV e o mandril, e a energização dos selos de vedação. 34 Sistema Soft landing: Possibilita que o assentamento final do MCV seja suavizado, evitando danos nos elementos de vedação da interface entre o conector do MCV e o Mandril. Figura 29 – MCV com formato funnel-up e funnel-down (LOPES, 2005) A instalação do módulo de conexão vertical (MCV) é sempre feita por uma embarcação (Pipe Laying Support Vessel - PLSV) com auxílio de guindastes e veículo controlado remotamente (Remotely Operated Vehicles – ROV), resultando em uma operação controlada. O processo inicia na embarcação com a instalação do MCV à linha flexível, posteriormente lança-se efetivamente o sistema na água, e finaliza com a conexão do MCV no hub da BAP. Após a conexão, o ROV conecta-se no painel do MCV para suavizar o assentamento ao ativar o Soft landing e posteriormente acionar os selos de vedação. 35 3.3 Instalação de Primeira extremidade. A conexão vertical direta de primeira extremidade (CVD de 1ª extremidade), normalmente acontece quando a conexão do MCV no equipamento submarino é feita antes do lançamento da linha sobre o leito marinho. Para realizar uma CVD de 1ª extremidade, precisa-se inicialmente posicionar o MCV na mesa de trabalho da embarcação PLSV, onde deverá efetuar-se o respetivo acoplamento à extremidade da linha flexível e, realizar os testes de conexão necessários. Posteriormente se dá início ao outboarding1 do conjunto (MCV + linha flexível), nesta etapa os tensionadores serão os responsáveis por suportar toda a carga, devido ao fato de grande parte da linha ainda se encontrar armazenada na embarcação. Vale ressaltar que as cargas são diretamente proporcionais ao peso da linha por metro e à profundidade da lamina d’água. Figura 30 - Verticalização do MCV (JAEYOUNG LEE, 2008) Conforme é apresentado na Figura 30, no momento em que o MCV se aproxima do equipamento submarino a ser conectado, o ROV conecta o cabo do guindaste com a lingada no MCV, com o objetivo de realizar a verticalização do equipamento e transferir parte da carga para o guindaste. Algumas vezes são utilizadas boias para aliviar o peso da linha, viabilizando o procedimento de verticalização. A Figura 31 ilustra a aproximação do MCV ao hub do equipamento submarino. Nesta etapa, o cabo do guindaste conectado ao MCV ajudará no controle e compensação de heave, necessários para facilitar o alinhamento e a configuração em catenária da linha antes da instalação final. 1 Outboarding: Operação que consiste em colocar para fora do navio a extremidade da linha. 36 Figura 31 – Aproximação do MCV ao hub do equipamento (JAEYOUNG LEE, 2008) Após a verticalização, se dá início à etapa mais crítica de uma conexão vertical direta de 1ª extremidade (parte dos estudos desta dissertação), a qual ocorre na região que precede a conexão no equipamento. Nesta região, existe o maior risco da estrutura atingir o raio mínimo de curvatura, devido ao peso total da linha, vértebra, conector e MCV juntos. Figura 32 - MCV conectado no hub do manifold (JAEYOUNG LEE, 2008) De acordo com THORLEY (2015), após a descida do módulo de conexão vertical conectado à extremidade da linha, a configuração para a instalação deve ser atendida de forma a manter um alinhamento entre o ponto que ocorrerá a conexão no hub da BAP e o módulo de conexão vertical. Este alinhamento deve ser tal que o ângulo de pescoço de ganso do MCV chegue a 60º, valor ótimo observado em análises realizadas em outros trabalhos, com a tolerância de∓ 1º. 37 3.4 Instalação de segunda extremidade. A CVD de 2ª extremidade (Figura 33), normalmente acontece quando a conexão do MCV no equipamento submarino é feita após o lançamento da linha sobre o leito marinho. De acordo com DA SILVA (2006), a CVD de 2ª extremidade inicia quando a primeira extremidade da linha flexível é devidamente instalada na plataforma de produção, e a outra extremidade da linha será conectada ao MCV na mesa de trabalho da embarcação de lançamento (Pipe Laying Support Vessel – PLSV). Em seguida, a PLSV se afasta em direção ao equipamento submarino “pagando linha” (termo usado pelos engenheiros que significa que a embarcação vai aos poucos liberando linha flexível), até chegar ao local aonde se encontra o manifold, PLET ou PLEM. Figura 33 – CVD em 2ª Extremidade (THORLEY, 2015) No momento prévio à instalação, o PLSV ativa o posicionamento dinâmico do navio, conecta o cabo do guincho A&R (Abandonment & Recovery) ao laço do módulo de conexão vertical e realiza o outboarding do equipamento conectado à segunda extremidade da linha. Toda a descida do equipamento é realizada com a carga sendo suportada pelo guincho do PLSV. Da mesma maneira que ocorre na CVD de 1ª extremidade, no momento em que o MCV chega próximo ao fundo, o ROV conecta o cabo do guindaste a lingada montada no equipamento, e assim, transfere-se toda a carga para o guindaste do PLSV (COSTA, 2015). 38 Figura 34 - CVD em 2ª Extremidade adaptado de (RODRIGUES, 2016) Após a conexão do guindaste no MCV, e conforme é apresentado na Figura 34, o ROV conecta um cabo do guincho A&R ao laço da linha flexível que pousa sobre o leito marinho, para levanta-a e criar uma corcova no trecho final da mesma. Esta corcova pode ser controlada lançando e recolhendo o cabo do guincho, e se faz necessária para garantir o MBR na linha, permitir a verticalização do MCV e facilitar a conexão final no hub do equipamento submarino. 3.5 Lançamento de Equipamentos 3.5.1 Sistema de Instalação com Cabo-Guia Conforme ilustra-se na Figura 35, o sistema de instalação com cabo guia (guidelines) é aquele no qual são empregados cabos guias conectando a plataforma ancorada à cabeça de poço. De acordo com (RAMALHO, 2008), o sistema é composto por quatro cabos dispostos nos cantos de uma base instalada no fundo do mar, os quais são estendidos até a superfície e conectados ao sistema de compensador de movimentos da plataforma, mantendo uma tensão constante nos cabos. 39 Figura 35 – Sistema de instalação com cabo-guia (RAMALHO, 2008) Segundo (CERQUEIRA, 1998), com o aumento da lâmina d’água e a utilização de plataformas semissubmersíveis com sistema DP (Dinamic Position), se inviabilizou o uso de sistema de cabo-guia, pois no caso de uma perda de posição, a plataforma ficaria ancorada no equipamento submarino e fatalmente causaria danos ao mesmo. Por esse e outros motivos as plataformas DP não foram concebidas para viabilizar o uso de cabo- guia. 3.5.2 Método de Instalação Lay-Away O método de instalação Lay-Away surgiu devido às necessidades de instalar ANM sem cabo guia (guidelineless) em laminas d’água cada vez mais profundas, mediante o uso de plataformas com sistemas de posicionamentos dinâmico. Neste método a ANM e suas respectivas
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