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INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL

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INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL	
1. Código Comercial de 1850 e a Teoria dos Atos de Comércio
- O Código Comercial de 1850 adotava a “Teoria dos Atos de Comércio”. De origem francesa, a teoria propunha uma divisão tripartite, que sequer entrou completamente em vigor, pois mesmo antes da vigência do CCom1850, a parte das quebras foi revogada pelo Decreto 7.661/45. 
Atualmente, o Decreto 7.661/45 também foi revogado pela Lei de Recuperação Judicial e Falências (Lei 11.101/05). 
Parte I – Do Comércio em Geral 
Parte II – Do Comércio Marítimo 
Parte III – Das Quebras 
- A primeira parte, que trata do comércio em geral, cuidava da figura do comerciante e da sociedade comercial. O comerciante era a Pessoa Natural que organizava os fatores de produção para o exercício de atividade empresária, ao passo que a sociedade comercial era composta por duas ou mais pessoas, que se aproveitavam da estrutura ficcional da Pessoa Jurídica para isolar seu patrimônio pessoal, separando-o dos negócios. 
- Para encaixar-se nos conceitos de comerciante e de sociedade comercial, ambos precisavam praticar, com habitualidade (finalidade lucrativa), os chamados ato de comércio. Todavia, o Código Comercial não elencava quais eram os atos de comércio. Coube ao Regulamento nº 737/1850 listar quais eram esses atos em seu Art. 19.
- Pela leitura do dispositivo é possível notar que as espécies de atividade que poderiam ser registradas como sociedade comercial eram restritas. Uma prestadora de serviços, por exemplo, não poderia ser registrada como sociedade comercial, mas apenas como uma sociedade de natureza civil. 
Logo, as regras do Direito Comercial não poderiam incidir sobre ela. O maior problema nesse sentido era que tais sociedades ficavam privadas do benefício da falência/concordata, cuja lei se aplicava apenas às sociedades de natureza comercial. 
2. Código Civil de 2002 e a “Teoria Da Empresa” 
- Com a evolução da atividade empresária, o rol do Decreto nº 737 tornou-se insuficiente. Exemplo disso são as atividades das imobiliárias (compra e venda de bens imóveis) e das prestadoras de serviços. Por não estarem no rol dos atos de comércio, estas atividades não podiam ser tidas como atos de comércio aptos a qualificar quem as praticava como comerciante ou sociedade comercial. 
- A insuficiência do conceito levou a substituição da Teoria dos Atos de Comércio pela teoria italiana da Empresa no âmbito do CC-16, o qual revogou a parte primeira do CCom de 1850. Com a alteração, o CCom passou a regular (e ainda regula) apenas os tópicos relacionados ao comércio marítimo. 
- Após a adoção da teoria da empresa, as figuras do comerciante e da sociedade comercial foram substituídas pelas figuras do empresário individual e da sociedade empresária. 
	QUESTÃO DE PROVA
(TJMG/2012) Com a vigência do Novo Código Civil, à luz do artigo 966, é correto afirmar que o Direito brasileiro concluiu a transição para a 
(A) “teoria da empresa”, de matriz francesa. 
(B) “teoria da empresa”, de matriz italiana. 
(C) “teoria dos atos de comércio”, de matriz francesa. 
(D) “teoria dos atos de comércio”, de matriz italiana. 
GABARITO: letra B 
3. Empresário 
3.1 Incidência do Conceito de Empresário 
- O conceito de empresário tem uma destinação específica, podendo incidir tanto sobre a Pessoa Natural/Física (empresário individual), quanto sobre a Pessoa Jurídica (sociedade empresária ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI). 
· Só tem essas 2 opções no direito brasileiro:
· 
	PESSOA FÍSICA
	PESSOA JURÍDICA
	- EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
	- SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
	
	- EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA)
Obs: a sociedade empresária limitada unipessoal é um tipo de sociedade empresária.
· OBS.: o empresário individual é Pessoa Natural e não Pessoa Jurídica. Porém, possui CNPJ para ter o mesmo tratamento que uma Pessoa Jurídica. Se assim não fosse, a Pessoa Física que fosse empresária individual seria prejudicada ao concorrer com as demais empresas que, embora pertencentes ao mesmo ramo, são constituídas na forma de sociedade empresária. Ilustrativo nesse sentido é a disparidade entre as alíquotas do I.R para a Pessoa Física (27,5%) e para a Pessoa Jurídica (15%). 
3.2 Conceito De Empresário 
- O Art. 966 do CC dispõe sobre o conceito de empresário [e de empresa], o qual se aplica tanto a Pessoa Física quanto a Pessoa Jurídica. 
Art. 966 do CC: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços [parte final é o conceito de empresa].
ELEMENTOS: 
a) PROFISSIONALMENTE 
b) ATIVIDADE ECONÔMICA 
c) ORGANIZADA 
d) PARA A PRODUÇÃO/CIRCULAÇÃO DE BENS/SERVIÇOS 
A) PROFISSIONALMENTE: ao colocar o exercício profissional como requisito, o legislador deseja expressar que é necessária habitualidade para que a pessoa seja tida como empresária. Ou seja, não pode ser uma atividade esporádica ou eventual (ex.: compra e venda de um carro, festa promovida para comemorar um acontecimento específico, dentre outras atividades de caráter apenas episódico). A atividade deve ser tomada pela pessoa como uma verdadeira profissão. 
B) ATIVIDADE ECONÔMICA: em linhas gerais, é sinônimo de atividade lucrativa. O empresário, diferente de outras organizações como as associações, busca lucrar com a organização dos fatores de produção. Não é relevante para preencher esse requisito que o lucro aconteça de fato, mas apenas que ele seja tido como finalidade. 
C) ORGANIZADA: a atividade empresarial organizada é a articulação harmoniosa dos quatro fatores de produção: (i) mão de obra; (ii) matéria prima (insumos), (iii) capital e (iv) tecnologia. 
D) PRODUÇÃO OU CIRCULAÇÃO DE BENS / SERVIÇOS: a produção e a circulação apresentam-se como o processo que transforma os insumos em produtos (bens e serviços). Exemplo (produção de bens): fábrica de móveis planejados. Exemplo (produção de serviços): atividade bancária. Exemplo (circulação de serviços): agência de turismo que realiza a circulação de serviços de transporte aéreo; de hospedagem, dentre outros. 
	QUESTÃO DE PROVA
(TJ RS 2018) - O artigo 966 do Código Civil define como empresário aquele que exerce: 
(a) atividade profissional econômica organizada com a finalidade de produção ou circulação de bens ou de serviços. 
(TJPI – 2012 – JUIZ) Com relação ao empresário, assinale a opção correta: 
b) Não é considerada empresária a pessoa que organiza episodicamente a produção de certa mercadoria, ainda que destinada à venda no mercado. 
(CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz) Assinale a opção correta referente ao direito de empresa. 
c) De acordo com o Código Civil, considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Segundo a doutrina, organização é entendida como a cumulação necessária de capital, mão de obra, insumos e tecnologia. 
3.3 Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário 
Nomenclatura (Art. 982, CC):
▪ Se pessoa física: profissional liberal/autônomo. 
▪ Se pessoa jurídica: sociedade simples ou EIRELI simples (está é + importante nos concursos de cartório).
. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Obs.: o método usado pelo legislador é de exclusão.
a) Profissão intelectual 
científica, empresária ou artística
- Em um primeiro momento, a atividade intelectual não pode ser tida como empresária. A única exceção são as situações em que o exercício da profissão constitui elemento de empresa (Art. 966, Parágrafo único do CC).	
· Caráter personalista da atividade intelectual: as atividades intelectuais são prestadas de forma pessoal, e, ainda que contenha auxiliares ou colaboradores, o personalismo prevalece. Por isso, mesmo nestes casos, a sociedade não será empresária, mas simples. 
· Papel secundário do elemento “organização”: a profissão intelectuala exclusão do caráter empresário decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades. 
• Quando ocorre elemento de empresa? 
a) quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo (amplo), próprio da atividade empresarial. 
Exemplo.: dois sócios são veterinários e montam uma sociedade. A sociedade dos veterinários será uma sociedade simples, dado que a atividade do veterinário é uma atividade intelectual/científica. No entanto, se essa clínica veterinária for acompanhada de um pet-shop, a atividade de natureza empresarial contamina a atividade não-empresarial, ficando esta última integrada a primeira e fazendo da clínica veterinária uma sociedade empresária. 
b) quando o serviço não se caracteriza personalíssimo, tendo em vista um cliente individualizado, mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta. Será considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de pessoas contratadas a seu serviço. 
Exemplo¹.: o fotógrafo que monta um estúdio fotográfico, no qual profissionais são contratados para exercer a atividade-fim de natureza artística-intelectual pode ser considerado empresário. 
Exemplo².: uma pessoa que não entende nada de odontologia pode abrir uma franquia odontológica e contratar dentistas para realizar os atendimentos.
ENUNCIADO 194 DO CJF: “Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores da produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.”
b) Sociedade de advogados:
- Por força do próprio Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), a sociedade de advogados não tem natureza jurídica de sociedade empresária, sendo, na maioria das vezes, uma sociedade simples.
c) Exercente de atividade rural sem registro na junta comercial:
- Aquele que explora a atividade rural só será considerado empresário se tiver registro na junta comercial (Art. 971, CC).
d) Sociedade Cooperativa:
- A Sociedade Cooperativa, embora registrada na junta comercial, tem natureza de sociedade simples (art.982, parágrafo único, CC).
4. Empresa 
• É a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Trata-se de algo abstrato. 
Já o empresário é aquele que explora a atividade de empresa.
Art. 1.142 do CC: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
ATENÇÃO: empresário é quem exerce a empresa de modo profissional. Por isso, não podemos confundir empresa com sociedade empresária (pessoa jurídica que tem por objeto o exercício de uma empresa).

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