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Sindrome de Realimentação - resumão por @objetivonutri

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Conceito 
 A síndrome de realimentação caracteriza-se 
por alterações neurológicas, sintomas 
respiratórios, arritmias e falência cardíacas, 
poucos dias após a realimentação. É uma 
complicação ameaçadora à vida, que ocorre 
após jejum prolongado em pacientes 
desnutridos ou após processos catabólicos 
graves. Geralmente ocorre nas primeiras 72 
horas após o início da dieta enteral ou 
parenteral e acomete até um terço dos 
pacientes. 
Fisiopatologia 
O aumento da insulina circulante, em resposta 
a uma carga de glicose elevada, leva as células 
a entrarem em anabolismo, consumindo os íons 
potássio, magnésio e fósforo circulantes. O 
fósforo é o mais importante deles, podendo 
levar à depleção dramática. A depleção da 
tiamina (vitamina B1) piora o metabolismo da 
glicose, aumentando o nível sérico. 
 
 
 
Sinais e Sintomas 
O paciente pode apresentar, entre outros 
sinais e sintomas, edema, quadro de 
insuficiência respiratória, insuficiência cardíaca, 
convulsões, confusão mental, arritmias, coma e 
até morte. 
Manejo 
A prevenção é a melhor forma de manejo. 
Deve-se iniciar com um terço das calorias 
previstas, o incremento em direção à meta 
calórica deve ser lento (uma semana, em 
média), a hidratação deve ser cuidadosa, 
administrar vitaminas do complexo B antes de 
iniciar a NP e corrigir os distúrbios 
hidroeletrolíticos. O tratamento é voltado para 
a correção das deficiências e quadro clínico. 
  Fatores de risco para a doença 
Ter um ou mais dos seguintes: 
 IMC < 16 kg/m2; 
Síndrome de Realimentação 
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 Perda de peso não intencional maior 
que 15% do peso corpóreo entre os 
últimos 3 a 6 meses; 
 Mínima ou nenhuma nutrição por mais de 
10 dias; 
 Baixos níveis de fósforo, potássio e 
magnésio antes da alimentação; 
Dois ou mais dos seguintes: 
 IMC < 18,5 kg/m2; 
 Perda de peso não intencional maior 
que 10% do peso corpóreo entre os 
últimos 3 a 6 meses; 
 Mínima ou nenhuma nutrição por mais de 
5 dias; 
 Histórico de abuso de álcool ou drogas, 
incluindo insulina, quimioterapia, antiácidos 
e diuréticos. 
  Manejo clinico para pacientes com risco 
da Síndrome de Realimentação- VET 
Período Ingestão Calórica 
1º dia IMC <16 E ≥14 
 10kcal/kg/dia 
IMC <14 ou jejum > 15 dias 
 5kcal/kg/dia 
2º ao 4º 
dia 
 + 5 kcal/kg/dia 
 
5º ao 6º 
dia 
 20 a 30 kcal/kg/dia 
 
7º ao 8º 
dia 
 30 kcal/kg/dia ou 
necessidade calórica 
 
Evidências 
A restrição calórica como medida preventiva 
isolada tem sido apontada como ineficaz para 
prevenir a SR- Síndrome de Realimentação, 
podendo até contribuir para atraso na 
recuperação do estado nutrológico dos 
pacientes. Sugere-se também que manter a 
porcentagem da oferta calórica sob a forma 
de carboidrato em menos de 40% pode ser 
mais importante do que realizar a restrição 
calórica. Apesar de toda variedade de 
deficiência vitamínica poder ocorrer, a tiamina 
é a de maior importância em complicações de 
realimentação. A vitamina B1 é co-enzima 
essencial para o metabolismo de aminoácidos 
e hidratos de carbono, dessa forma, a 
reintrodução desses a um organismo em 
depleção de vitamina B1 poderá trazer uma 
série de consequências como Encefalopatia de 
Wernicke (anormalidades oculares, ataxia, 
confusão mental, hipotermia, coma) e 
Síndrome de Korsakoff (amnésia anterógrada, 
retrógrada e confabulação). Outras 
consequências da deficiência de tiamina em 
pacientes realimentados são acidose lática, 
insuficiência cardíaca de alto débito e 
neuropatia periférica sensitivo motora distal 
com predomínio distal. 
Necessidades proteicas 
As necessidades diárias de proteínas devem 
ser de 1,2 a 1,5 g/kg/dia ou 0,17 g de 
nitrogênio/kg/dia, utilizando o peso ideal na 
desnutrição protéico-calórica e o peso 
ajustado nos indivíduos obesos. 
Eletrólitos 
Não é necessário normalizar as alterações 
eletrolíticas antes do início da terapia 
nutrológica, a não ser que sejam graves, como 
fósforo <1 1mg/dL, magnésio <1 1mg/ dL, 
<2,5 mEq/L potássio. Nesse caso corrigir as 
alterações antes de iniciar a terapia 
nutrológica. Se níveis séricos baixos, porém 
superiores aos descritos acima, iniciar 
correção concomitante ao início do suporte 
nutrológica. Dosagem sérica de eletrólitos 
diária até atingir meta calórica, com pronta 
correção das desordens eletrolíticas. Manter 
monitorização do balanço hídrico, peso 
corporal e atenção para sinais/sintomas de 
insuficiência cardíaca e hipervolemia 
Importante considerar 
 Suplementação venosa de vitaminas e 
oligoelementos: iniciar antes de 
começar a TN e manter até atingir o 
7º dia. 
 Hidratação adequada, tendo cuidado 
com a tendência a retenção de sódio 
e água apresentada por esses 
pacientes. 
 Iniciar suplementação basal de potássio, 
fósforo e magnésio, a não ser que 
apresente nível sérico elevado. 
 A introdução da dieta, pode ser 
interpretada pelo corpo como um 
“fator de estresse’’. Processos 
enzimáticos inativos por longos 
períodos são subitamente ativados com 
a chegada de macronutrientes ao 
organismo, dando-se início a uma série 
de reações químicas. 
Obrigada, até a próxima <3 
@objetivonutri

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