Buscar

SÍNDROME DE BURNOUT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SÍNDROME DE BURNOUT 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Síndrome de Burnout é definida por Maslach e Jackson como uma Síndrome 
do meio laboral caracterizada por um processo de resposta de cronificação ao 
estresse ocupacional, quando os métodos de enfrentamento falham ou são 
insuficientes, trazendo consigo consequências negativas tanto no âmbito individual, 
como profissional, familiar e social. É referida como uma síndrome multidimensional 
constituída por exaustão emocional, desumanização e reduzida realização no 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. HISTÓRICO E DEFINIÇÃO 
 
 De acordo com Varella (2014): a síndrome de burnout, ou síndrome do 
esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por 
Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V 
(transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho) da CID10 
(Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde) conforme consta na Portaria nº 1339/99 (BRAS IL,1999). 
 Embora já se venha falando sobre o assunto há décadas, no Brasil as 
discussões em torno da síndrome tornaram-se mais fortes nos últimos anos (ALBERT 
E INSTEIN, 2009). Ainda pouco conhecida, atinge, em média, 4% da população 
economicamente ativa em todo o mundo, sendo mais prevalente por volta dos 40 anos 
e entre as mulheres. Elas são mais pressionadas por razões biológicas, mas também 
por questões sociais, já que geral mente também são cobradas pelo bom 
funcionamento do lar (ALBERT EINSTEIN, 2013). 
As mudanças tecnológicas e o consequente aumento da produtividade e 
lucratividade, trouxeram impactos à saúde do trabalhador, mais notadamente na 
esfera física e psíquica. A síndrome de burnout tem sido apontada na literatura como 
uma nova enfermidade, relacionada às mudanças introduzidas no mundo do trabalho. 
Uma análise demonstrou haver um certo consenso quanto a conceituação do burnout, 
sua forma de manifestar-se e maneiras de prevenir, porém há uma razoável 
diversificação em termos das abordagens teóricas, não parecendo haver uma 
integração entre as mesmas (GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008). 
 
 
O termo burnout tem origem na língua inglesa, a partir da união de dois termos: 
burneout, que respectivamente significam queimar e fora. A união dos termos é melhor 
traduzida por algo como “ser consumido pelo fogo” (FERRAR I, 2014). A partir da 
década de 80, autores como Maslach e Jackson (1981 apud CODO; VASQUES 
MENEZES, 2014) passaram a usar esse termo para designar a síndrome como uma 
reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessivo com 
outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com 
problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, atenção perene; grandes 
responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se 
envolve afetivamente com os seus clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não 
aguenta mais, entra em burnout. 
 
 
A síndrome é entendida como um conceito multidimensional que envolve três 
componentes: 
 Exaustão Emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não 
podem dar mais de si mesmos a nível afetivo. Percebem esgotada a energia e 
os recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os problemas. 
 
 
 Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e 
de cinismo às pessoas destinatárias do trabalho (usuários / clientes) – 
endurecimento afetivo, ‘coisificação’ da relação. Falta de envolvimento pessoal 
no trabalho tendência de uma ‘evolução negativa’ no trabalho, afetando a 
habilidade para realização do trabalho e o atendimento, ou contato com as 
pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização. 
A definição ainda não é um conceito fechado, mas pode ser considerado 
como um estado de exaustão emocional, mental e físico causado pelo estresse 
excessivo e prolongado, ligado ao trabalho (FERRARI, 2014; HELPGUIDE.ORG, 
2014). Ela ocorre quando a pessoa se sente sobrecarregada e incapaz de atender 
às demandas constantes. Como o stress continua, começa a perder o interesse 
ou a motivação que o levou a assumir um determinado papel, de forma que as 
coisas já não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil. O desgaste 
emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa 
(HELPGUIDE.ORG, 2014; CODO; VASQUES-MENEZES, 2014; A 
LBERTEINSTEIN, 2009). 
Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser 
encontrada em qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam 
envolvimento interpessoal direto e intenso em que há impacto na vida de outras 
pessoas. Afeta principalmente, profissionais da área de serviços (educação, saúde, 
assistência social, recursos humanos, a gentes penitenciários, bombeiros, policiais e 
mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o 
transtorno) (ALBERT E INSTEIN, 2009; CODO; VASQUES-MENEZES, 2014). 
Outras características que podem incentivar a síndrome são: idealismo eleva 
do, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez. Em um momento 
inicial, a principal característica é a dedicação extrema à atividade profissional, 
identificada muitas vezes por horas extras em excesso. Para isso, negligencia-se a 
vida pessoal, reduzindo o convívio familiar e o interesse em possíveis hobbies ou 
outras atividades prazerosas, até passar a uma dedicação quase exclusiva ao 
trabalho (ALBERT EINSTEIN, 2013). 
 
 
 
2. IDENTIFICANDO A SÍNDROME DE BURNOUT 
O termo Burnout é uma composição de burn = queima e out = exterior, 
sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física 
e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço. 
A expressão Burnout em inglês, entretanto, significa aquilo que deixou de 
funcionar por completa falta de energia, por ter sua energia totalmente esgotada, 
metaforicamente, aquilo que chegou ao seu limite máximo (BALLONE, 2009). 
Desde 1974, quando foi realizada a primeira descrição clínica feita por 
Freudenberger, a Síndrome de Burnout vem ganhando atenção dos especialistas 
principalmente após anos de extensos estudos e a confirmação dos efeitos 
causados pela síndrome não só nas vidas particulares dos colaboradores, mas 
também seus impactos nas empresas, que se veem com altos índices de 
absenteísmo, quedas na produtividade e aposentadoria precoce (VIEIRA, 2010). 
Esses dados demonstram uma preocupante realidade. Pois revelam o 
desconhecimento a respeito das consequências que o estresse e a síndrome de 
burnout podem causar não apenas a nível individual (doenças como o 
esgotamento profissional, por exemplo), como também em custos organizacionais, 
tais quais auxílio-doença e acidente, prejuízos devido aumentos de rotatividade e 
absenteísmo, e quedas na produtividade dos funcionários. 
 
 
 
Tudo isso poderia ser evitado ou, ao menos, consideravelmente a amenizado 
com ações conscientes e direcionadas por parte das empresas, que embora 
não possam controlar os fatores externos que prejudicam seus colaboradores, têm 
controle sobre os fatores internos que ela mesma provoca. Então, a fim de guiar ações 
de enfrentamento mais assertivas dentro das empresas e melhorar o entendimento a 
respeito dessa síndrome tão comum é preciso sanar dúvidas atreladas aos conceitos 
de estresse e fatores estressores, diferenciando- os de outros conceitos. 
O esgotamento pessoal, por exemplo, interfere na vida do indivíduo e não 
obrigatoriamente tem relação com o trabalho. Todavia o esgotamento profissional é 
somente ligado a parte laboral do indivíduo e ao estresse ocupacional. 
 
3. CAUSAS 
 
As causas da síndrome de burnout compreendem um quadro multidimensional 
de fatores individuais e ambientais, que estãoligadas a uma percepção de 
desvalorização profissional (FERRARI, 2014). 
O trabalho, que deveria ser uma fonte de alegria e realização, torna-se, cada 
vez mais, um fator de stress (TELES, 1993). Isso significa que não se pode reduzir a 
causa a fatores individuais como a personalidade ou algum tipo de propensão 
genética, apesar destas também influenciarem na incidência da síndrome. O 
ambiente de trabalho e as condições de realização podem também determinar o 
adoecimento ou não do sujeito (FERRARI, 2014). 
 Existem alguns fatores de risco que podem elevar a chance da ocorrência do 
burnout. Esses fatores podem estar no ambiente ou serem características do 
indivíduo. 
 Entre os fatores ambientais, estão: 
 Burocracia 
 Falta de autonomia 
 Normas institucionais rígidas 
 Mudanças organizacionais frequentes 
 
 
 Falta de confiança e respeito entre membros da equipe 
 Comunicação ineficiente 
 Acúmulo de tarefas (sobrecarga) 
 Impossibilidade de subir na carreira 
 Ambiente físico insalubre 
 
Problemas de relacionamento com colegas, clientes e chefes, a falta de 
cooperação entre funcionários, de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e 
também de autonomia são grandes causadores do nível máximo de stress. Fortes 
candidatos são aqueles conhecidos como workaholics, que se identificam bastante 
com o trabalho, vivem para ele e têm níveis de exigência muito altos (ALBERT 
EINSTEIN, 2009). 
 
4. DIAGNÓSTICO 
 
A síndrome de Burnout não é o tipo de doença em que os sintomas iniciais vão 
alarmar o indivíduo, uma vez que muitas pessoas acham que se trate de um 
‘simples estresse’, por tanto quando as pessoas portadoras procuram ajuda estresse’, 
por tanto quando as pessoas portadoras procuram ajuda médica os sintomas já se 
encontram avançados. Essa doença só é detectada a partir do momento que o cliente 
passa pelo clínico geral ou um profissional especializado. (BALLONE, 2005). 
Estes profissionais avaliam seus pacientes através da escala LIKERT de a 5, e 
de acordo com as respostas do indivíduo as perguntas da Maslach Burnout Inventory 
(MBI), que é o primeiro instrumento usado para avaliar a incidência da síndrome de 
Burnout, ele é diagnosticado dentro das três fases do Burnout Segundo a escala 
LIKERT a resposta deve ser 1 nunca; 2 algumas vezes ao ano; 3 algumas vezes ao 
mês; 4 algumas vezes na semana e 5 diariamente. (MASLACH, JACKSON, 1981). 
É importante ressaltar que cada item do MBI corresponde a uma das três 
dimensões da síndrome, sendo Exaustão Emocional existem 9 itens (1, 2, 3, 6, 8,13, 
14, 16 e 20) e Despersonalização 5 itens (5, 10, 11, 15 e 22) e Baixa 
 
 
Realização Pessoal 8 itens (4, 7, 9, 12, 17, 18, 19, 21) conforme o Quadro 1. (CODO, 
VASQUES, 1999). 
 
 
Uma vez que a tabela MBI foi respondida, serão somados os pontos das 
respectivas respostas, e de acordo com o resultado obtido o paciente será 
diagnosticado. (MASLACH, JACKSON, 1981). 
 
 
Fonte: Benevides-Pereira (2001) 
 
 
Quadro 2- Resultado da tabela MBI 
 
Níveis 
Exaustão 
emocional 
Despersonalização 
 
Baixa 
realização 
pessoal 
Nível Baixo 0 a 15 0 a 02 0 a 33 
Níveis Médio 16 a 25 03 a 08 34 a 42 
Níveis Alto 26 a 54 09 a 30 43 a 48 
 
 
 
 
 
Fonte: maslach (2001) 
 
 
5. SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT 
A Síndrome de Burnout Envolvem sintomas, físicos, psíquicos, defensivos 
compartimentais. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando 
constantes, podem indicar o início da doença. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). 
 Quadro 1- Variáveis do MBI 
 
SB1 Sinto-me emocionalmente esgotado (a) com o meu trabalho. 
SB2 Sinto-me esgotado (a) no final de um dia de trabalho. 
SB3 
Sinto-me cansado (a) quando me levanto pela manhã e preciso encarar 
outro dia de trabalho. 
SB4 Posso entender com facilidade o que sentem as pessoas. 
SB5 Creio que trato algumas pessoas como se fossem objetos. 
SB6 Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço. 
SB7 Lido eficazmente com o problema das pessoas. 
SB8 Meu trabalho deixa-me exausto (a). 
SB9 
Sinto que através do meu trabalho influencio positivamente na vida dos 
outros. 
SB10 Tenho me tornado mais insensível com as pessoas. 
SB11 
Preocupa-me o fato de que este trabalho esteja me endurecendo 
emocionalmente. 
SB12 Sinto-me com muita vitalidade. 
SB13 Sinto-me frustrado (a) com meu trabalho. 
SB14 Creio que estou trabalhando em demasia 
SB15 
Não me preocupo realmente com o que ocorre às pessoas a que 
atendo. 
SB16 Trabalhar diretamente com as pessoas causa-me estresse. 
SB17 Posso criar facilmente uma atmosfera relaxada para as pessoas. 
SB18 
Sinto-me estimulado (a) depois de trabalhar em contato com as 
pessoas. 
SB19 Tenho conseguido muitas realizações em minha profissão. 
SB20 Sinto-me no limite de minhas possibilidades. 
SB21 
Sinto que sei tratar de forma adequada os problemas emocionais no 
meu trabalho 
SB22 
Sinto que as pessoas culpam-me de algum modo pelos seus 
problemas. 
 
 
 
 
 
5.1 Sintomas Físicos: 
 Fadiga constante e progressiva: a sensação de falta de energia, vazio interno, é o 
sintoma mais citado na literatura e pela maioria das pessoas acometidas pelo Burnout. 
Muitas vezes as pessoas relatam que, mesmo depois de uma noite de sono, acordam 
cansadas e sem ânimo para nada. 
 Dores musculares ou osteomusculares: as mais frequentes são dores na nuca e 
ombros. As dores na coluna (cervicais e lombares) também possuem alta incidência. 
Por vezes, o profissional se vê “travado” por dias. 
 Distúrbios do sono: apesar do cansaço e da sensação de peso nas pálpebras, a 
pessoa não consegue conciliar o sono ou dorme imediatamente, acordando poucas 
horas depois e permanecendo desperta apesar do cansaço. 
 Sono agitado, pesadelos. 
 Cefaléias, enxaquecas: em geral, as dores de cabeça são do tipo tensional. Há 
relatos desde latejar das têmporas, até dores persistentes e intensas em que a pessoa 
não suporta nem um mínimo de som ou qualquer fio de luz. 
 Perturbações gastrointestinais: podem ter intensidade que vai desde uma 
“queimação” estomacal, gastrites, podendo evoluir até mesmo a uma úlcera. 
 
 
 Náuseas, diarreias e vômitos são citados na literatura. Em algumas pessoas 
observa-se perda do apetite, levando a emagrecimento significativo, enquanto em 
outras há aumento no consumo de alimentos, consequência oposta. 
 Imunodeficiência: diminuição da capacidade de resistência física, acarretando 
resfriados ou gripes constantes, afecções na pele como pruridos, alergias, herpes, 
queda de cabelo, aparecimento ou aumento de cabelos brancos. 
 Transtornos cardiovasculares: nesse item, há relatos desde hipertensão arterial, 
palpitações, insuficiência cardiorrespiratória, até mesmo infartos e embolias. 
 Distúrbios do sistema respiratório: dificuldade para respirar, suspiros profundos, 
bronquite, asma. 
 Disfunções sexuais: diminuição do desejo sexual, dores nas relações e anorgasmia 
(no caso das mulheres), ejaculação precoce ou impotência (nos homens). 
 Alterações menstruais nas mulheres: atraso ou até mesmo suspensão da 
menstruação. 
5.2 Sintomas Psíquicos 
 Falta de atenção, de concentração: a pessoa denota dificuldade de ater-se no que 
está fazendo. Parece estar sempre “distante”. Por vezes, sua atenção é seletiva, isto 
é, mostra-se distraída, sem interesse, concentrando-se por alguns instantes quando 
o assunto ou acontecimento tenha alguma importância pessoal, voltando ao estado 
anterior em seguida. 
 Alterações de memória: tanto evocativa como fixação.Apresenta lapsos de 
memória; muitas vezes para de realizar uma atividade que estava em curso por não 
saber mais por que a realizava, precisando retornar ao local ou momento anterior para 
tentar recordar-se. “O que foi mesmo que eu vim fazer aqui?” 
 Lentificação do pensamento: os processos mentais tornam-se mais lentos, assim 
como o tempo de resposta do organismo. 
 Sentimento de alienação: a pessoa sente-se distante do ambiente e das pessoas 
que a rodeiam, como se nada tivesse a ver com ela, como se as coisas fossem irreais. 
 
 
 Sentimento de solidão: muitas vezes decorrentes do traço anterior, a pessoa sente-
se só, não compreendida pelos demais. 
 Impaciência: há uma constante pressão no que se refere ao tempo, sentindo que 
este é sempre menor do que gostaria. Torna-se intransigente com atrasos, esperar 
passa a ser insuportável. 
 Sentimento de impotência: há a sensação de que nada pode fazer para alterar a 
atual situação, sentindo-se vítima de uma conjuntura superior às suas capacidades. 
 Labilidade emocional: presença de mudanças bruscas do humor. Em um momento 
pode estar bem, rindo, passando a um estado de tristeza ou agressividade em poucos 
minutos, por vezes sem motivo manifesto ou diante de um acontecimento 
aparentemente insignificante. 
 Dificuldade de auto aceitação, baixa autoestima: a imagem idealizada e a observada 
em si mesmo encontram-se distantes. Sente que a percepção de si e seus ideais estão 
longe do que vem apresentando, trazendo uma sensação de insuficiência, de 
fracasso, levando a uma deteriorização de sua autoimagem. 
 Astenia, desânimo, disforia, depressão: realizar uma atividade, mesmo que de pouca 
monta, é sempre custosa. Suas reações tardam mais que o habitual. Há decréscimo 
do estado de ânimo, perda do entusiasmo, levando à disforia que, sem a devida 
intervenção, pode evoluir para uma depressão. 
 Desconfiança, paranóia: sentimento de não poder contar com os demais, que as 
pessoas se aproveitam de si e de seu trabalho, recebendo muito pouco ou nada em 
troca. Por vezes, a desconfiança se acentua levando à paranóia, crendo que os 
demais armam situações premeditadas apenas para prejudicá-lo intencionalmente. 
 
5.3 Sintomas Comportamentais 
 
 Negligencia ou escrúpulo excessivo: como reflete dificuldade de atenção, pode vir a 
descuidar-se em suas atividades ocupacionais, podendo causar ou ser vítima de 
 
 
acidentes. Outros, por sentir essa dificuldade, passam a ter uma atuação mais 
detalhista, acarretando lentidão nas atividades. Pode haver também a tendência a 
voltar a rever várias vezes o que já foi realizado. 
 Irritabilidade: revela pouca tolerância para com os demais, perdendo muito 
rapidamente a paciência. Tal atitude é até natural, considerando que esta conduta 
tende a aumentar em pessoas que dormem mal. 
 Incremento da agressividade: denota dificuldade em se conter, passando facilmente 
a comportamentos hostis, destrutivos, mesmo que o acontecimento desencadeante 
não seja de grande monta. 
 Incapacidade para relaxar: apresenta constante tônus muscular, rigidez. Inclusive 
em situações prazerosas, está sempre alerta, como se a qualquer momento algo 
pudesse acontecer. Não consegue desfrutar de momentos de lazer, de férias. Mesmo 
que se proponha a descansar, sente como se não pudesse parar o curso do 
pensamento, como se seu cérebro estivesse em constante atividade. 
 Dificuldade na aceitação de mudanças: denota dificuldade em aceitar e se adaptar 
a novas situações, pois isto demandaria um investimento de energia d e que não mais 
dispõe. O comportamento, desta forma, torna-se mais rígido, estereotipado. 
 Perda de iniciativa: também decorre do citado acima, a pessoa dá preferência às 
situações rotineiras, conhecidas que lhe exigiriam o dispêndio de doses extras de 
energia, seja esta mental ou física. 
 Aumento do consumo de substâncias: há uma tendência ao incremento no consumo 
de bebidas alcoólicas ou mesmo “cafezinho”, por vezes, fumo, tranquilizantes, 
substâncias lícitas ou até mesmo ilícitas. A farmacodependência não deve ser 
desprezada em casos de estresse e Burnout. 
 Comportamento de alto risco: pode vir a buscar atividades de alto risco, procurando 
sobressair-se ou demonstrar coragem, como forma de minimizar o sentimento de 
insuficiência. Alguns autores salientam tratar-se de manifestação inconsciente no 
intuito de dar fim à vida, que vem sendo sentida como tão adversa. 
 
 
 Suicídio: existe maior incidência de casos de suicídios entre profissionais da área da 
saúde do que na população em geral. 
 
5.4 Sintomas Defensivos 
 Tendência ao isolamento: um tanto pela sensação de fracasso, pela não-aceitação 
da situação como esta vem se apresentando e, por outro, pelo sentimento de que os 
outros (clientes, colegas) é que são os responsáveis pela atual circunstância, a pessoa 
tende a distanciar-se dos demais, como forma de minimizar a influência destes e a 
percepção de insuficiência. 
 Sentimento de onipotência: ainda para tentar compensar a sensação de frustração 
e incapacidade, alguns reagem passando a imagem de auto-suficiência. Pode ser 
também, como salienta Freudenberger (1974), uma reação ao sentimento de 
paranóia. 
 Perda do interesse pelo trabalho ou até pelo lazer: toda a demanda de energia 
passa a ser custosa, principalmente, quando se atribui a esta a dificuldade que vem 
sentindo, quando se imputa a determinado contexto (trabalho) a manifestação da 
sintomatologia apresentada. 
 Absentismo: as faltas, justificadas ou não, passam a ser uma trégua, uma 
possibilidade de alívio na tentativa de minimização dos transtornos sentidos. 
 Ímpetos de abandonar o trabalho: a intenção de abandonar o trabalho ou mudar de 
atividade passa a ser uma alternativa cada vez mais cogitada, o que vem a se 
concretizar em alguns casos. 
 Ironia, cinismo: é frequente o aparecimento de atitudes de ironia e cinismo tanto para 
os colegas como em relação às pessoas a que o profissional presta serviços. Funciona 
como uma “válvula de escape” de seus sentimentos de insatisfação e hostilidade para 
com os demais, na medida em que atribui aos outros a sensação de mal-estar que 
vem experimentando em seu trabalho. Uma pessoa com SB não necessariamente 
deva vir a denotar todos esses sintomas. O grau, o tipo e o número de manifestações 
apresentadas dependerá da configuração apresentada de fatores individuais (como 
 
 
predisposição genética, experiências sócio-educacionais), fatores ambientais (locais 
de trabalho ou cidades com maior incidência de poluição, por exemplo) e a etapa em 
que a pessoa se encontre no processo de desenvolvimento da síndrome. 
Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar 
com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo 
passageiro. Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é 
fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal. (VOLNI 
KUROWSKI, 2010/2011). 
 
6. TRATAMENTO 
 
Para um tratamento eficaz, é importante ressaltar a relevância de um 
diagnóstico realizado de maneira competente, para que não se cometam erros, como 
a confusão entre burnout e depressão, bastante comum nos estágios iniciais, pela 
similaridade de sintomas (FERRARI, 2014). O ideal é procurar um especialista no 
tema e fazer exames psicológicos. 
Para sua detecção, deve -se fazer um exame minucioso e analisar se os 
problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão. É 
necessário avaliar se é o ambiente profissional que causa o stress ou se são as 
atitudes da própria pessoa que passam a ser o estopim (ALBERTEINSTEIN, 2009). 
Assim como a grande maioria dos casos d e adoecimento psicológico com 
consequências de somatização (são os problemas de saúde que ocorrem devido a 
causas mentais e emocionais),o tratamento da síndrome de burnout deve 
compreender uma estratégia multidisciplinar: farmacológico, psicoterapêutico e 
médico (FERRARI, 2014). 
 Com relação ao uso de medicamentos, o tratamento normalmente associa -se 
a antidepressivos e ansiolíticos (FERRAR I, 2014). Os mais utilizados são os 
antidepressivos, que tendem a diminuir a sensação de inferioridade e de 
incapacidade, que são os principais sintomas manifestados pelos portadores da 
síndrome de burnout (FRAZÃO, 2014). 
 
 
A psicoterapia é determinante, pois o terapeuta ajuda o paciente a ultrapassar 
as crises, através da orientação do indivíduo e de sua família, potencializa os efeitos 
do uso de medicamentos através da ressignificação e da retomada dos sentidos da 
história de vida do sujeito. As terapias podem ser em grupos, incluindo aulas de dança 
e teatro que proporcionam ao indivíduo a troca de experiências, o autoconhecimento, 
maior segurança e o convívio social. 
 
 
 
Além desses, o acompanhamento médico e a alteração de hábitos são 
dimensões importantes, como atividade física regular e exercícios de relaxamento, os 
quais também ajudam a controlar os sintomas (FRAZÃO, 2014; FERRARI, 2014; 
VARELLA, 2014). 
Para Helpguideorg (2014), o processo de tratamento do burnout pode ser 
resumido de acordo com a abordagem “Três R”: 
a) Reconhecer: prestar atenção aos sinais de alerta da síndrome; 
b) Reverter: desfazer o dano por meio do gerenciamento dos sintomas e busca de 
apoio; 
c) Resiliência: construção da capacidade de resistência ao stress por meio do cuidado 
da saúde física e emocional. 
 
 
 
 
7. MEDIDAS PREVENTIVAS 
 
As medidas preventivas relacionadas ao burnout, assim como o tratamento, 
precisam ser abordadas como problemas coletivos e organizacionais e não como um 
problema individual. 
Desta forma, podem ser categorizadas em três grupos principais: estratégias 
individuais, estratégias grupais e estratégias organizacionais (A LENCAR et al., 20 13; 
GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008). 
 As estratégias individuais, de modo geral, referem -se à formação em 
resolução de problemas, assertividade, e gestão do tempo de maneira eficaz, 
formação e capacitação profissional, ou seja, tornar-se sempre competente no 
trabalho, estabelecer parâmetros, objetivos, participar de programas de combate ao 
stress (G IL-MONTE, 200 3 apud ALENCAR et al., 2013; GRANGEIRO; ALENCAR; 
BARRETO, 2008). 
 
 
 
 
 
 Algumas outras medidas mais específicas podem ser consideradas, conforme 
Varella (2014) e Helpguide.org (2014): 
a) Não usar a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos 
e não desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem 
ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout; 
b) Conscientizar-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar 
as crises de ansiedade e depressão não são um bom remédio para resolver o 
problema; 
c) Avaliar quanto as condições de trabalho estão interferindo na qual idade de 
vida e prejudicando a saúde física e mental. Avaliar também a possibilidade de propor 
nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais; 
d) Começar o dia com um ritual de relaxamento, ao invés de saltar da cama 
assim que acordar, passar pelo menos quinze minutos meditando, escrevendo em um 
diário, fazendo alongamentos suaves, ou ler algo inspirador; 
e) Adotar uma alimentação saudável e hábitos de sono, quando o indivíduo 
come direito e descansa bastante, se tem a energia e resiliência para lidar com 
dificuldades e exigências da vida; 
f) Estabelecer limites, não sobrecarregar-se. Aprender a dizer “não” 
lembrando que dizer "não" permite que a pessoa diga "sim" par a as coisas que 
realmente quer fazer; 
g) Fazer uma pausa diária de tecnologia. Definir uma hora todos os dias para 
se desligar completamente. Deixar de lado o computador portátil, desligar o telefone 
e interromper a verificação de e-mail; 
h) Alimentar o lado criativo. Criatividade é um poderoso antídoto para burnout. 
Experimentar algo novo, iniciar um projeto divertido, ou retomar um passatempo 
favorito. Escolher as atividades que nada têm a ver com o trabalho; 
i) Aprender a gerir o stress. Quando se está a caminho do burnout, a pessoa 
pode se sentir impotente. Aprender a gerir o stress pode ajudar a recuperar o 
equilíbrio; 
 
 
j) Tomar posições proativas ao invés de uma abordagem passiva para 
problemas no local de trabalho. A pessoa se sente menos impotente, caso a mesma 
afirme -se e expresse suas necessidades. Caso o indivíduo não tenha a autoridade 
ou recursos para resolver o problema, deve-se conversar com um superior; 
k) Esclarecer a descrição do trabalho. Perguntar ao chefe a descrição 
atualizada de deveres e responsabilidades do cargo. Apontar as funções exercidas 
que não estão de acordo com a descrição do trabalho; 
l) Caso o aparecimento da síndrome pareça inevitável, deve-se fazer uma 
ruptura completa do trabalho. Sair de férias ou utilizar os dias de afastamento para 
recarregar as baterias e ter perspectiva. 
 As estratégias grupais consistem em buscar o apoio grupal juntamente com os 
colegas e supervisores. Deste modo, os indivíduos melhoram as suas capacidades, 
obtêm novas informações e apoio emocional ou outro tipo de ajuda (SHINN; MORCH, 
1983 apud GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008; ALENCAR et al., 2013). 
Já as organizacionais, são de extrema importância pois o problema está no 
contexto laboral, compreendem relacionar as estratégias individuais e grupais para 
que estas sejam eficazes no contexto organizacional. Melhorar o clima organizacional, 
através de programas de socialização para prevenir o choque com a realidade e 
implantação de sistemas de avaliação que concedam aos profissionais um papel ativo 
e de participação nas decisões laborais. 
Proporcionar condições de trabalho atrativas e gratificantes, modificar os 
métodos de prestação de cuidados, reconhecer a necessidade de educação 
permanente e investir no aperfeiçoamento profissional (por exemplo, formação em 
assertividade), dar suporte social às equipes e fomentar a sua participação nas 
decisões, entre outros (GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008; ALENCAR et al., 
2013). Entretanto, Phillips (1984 apud GRANGEIRO; ALENCAR; BARRETO, 2008) 
assevera que a primeira medida para evitar a síndrome de burnout é conhecer suas 
manifestações. 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
O alto nível de exigência e a grande competitividade no mercado de trabalho 
propicia maior vulnerabilidade aos trabalhadores, tornando-os mais exigentes e 
inseguros em suas profissões favorecendo o aumento da incidência da síndrome de 
burnout. 
A ausência de conhecimento permite que os sintomas do burnout muitas vezes 
nem seja percebido, resultando em graves consequências ao trabalhador não 
somente no âmbito profissional, afetando também sua vida pessoal. 
Desta forma evita-se o agravamento dos sintomas e possibilita maior eficácia 
no tratamento, reduzindo a ausência do funcionário no trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALBERT EINSTEIN. Entenda a síndrome de burnout. 2013. Disponível em: 
<http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/entenda-a-sindrome-
de-burnout.aspx>. Acesso em: 20 mai. 2021. 
ALBERT EINSTEIN. Síndrome de Burnout. 2009. Disponível em: 
<http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/sindrome-de-
burnout.aspx>. Acesso em: 20 mai. 2021. 
FERRARI, Juliana Spinelli. Síndrome de Burnout. 2014. Disponível em: 
<http://www.brasilescola.com/psicologia/sindrome-burnout.htm>. Acesso em: 20 mai. 
2021. 
VIEIRA, I. Conceito(s) de burnout: questões atuais da pesquisa e a contribuição 
da clínica. Rev. bras. saúde ocup, São Paulo, v. 35, n. 122, p. 269-276, 2010. 
MASLACH, C; JACKSON,S. Estresse e a síndrome de burnout: um estudo com 
professores do Ensino Fundamental II de uma escola particular do estado de São 
Paulo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 
2014.

Outros materiais