Buscar

Antibióticos: Sulfonamidas, Quinolonas e Aminoglicosídeos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sulfonamidas, quinolonas e aminoglicosídeos 
Sulfonamidas 
• Primeiro antibiótico descoberto 
• Estrutura orgânicas benzênicas aromáticas sulfatadas com o radical amida. 
o A sulfanilamida deu origem a diversos outros compostos, sendo que nem todos 
apresentaram função antimicrobianas 
• A maioria é relativamente insolúvel em água, mas ao se combinar com o sódio 
apresentam uma maior solubilidade, melhorando as características biológicas 
MECANISMO DE AÇÃO 
• A produção de bases purínicas depende do ácido 
tetrahidrofólico, sendo essencial para a produção de 
proteínas 
• Os seres humanos não são capazes de produzir ácido 
fólico, porém somos capazes de captar essa 
substância no meio extracelular. Já os 
microrganismos produzem seu próprio ácido fólico, 
sendo que não são capazes de absorver do ambiente. 
Dessa forma, temos uma diferença importante entre 
os humanos e bactérias e por isso pode ser foco de 
ação de agente microbiano e é exatamente isso que as 
sulfonamidas fazem 
• Esse agente inibe uma enzima chave na produção de 
ácidos fólicos 
• Foram usadas como monoterapia por muitos anos, 
porém depois de 40 anos de uso indiscriminado 
tivemos um grande aparecimento de resistência → no 
final da década de 60 foi inventada a trimetropina, 
ela atua na mesma via da produção do ácido fólico, 
bloqueando uma enzima, a diidrofolato redutase → dessa forma com a associação desses 
dois antibióticos temos uma inibição dupla. 
o A única questão do trimetropim é que os serem humanos têm a enzima que ele 
inibe, porém o antibiótico apresenta uma afinidade muito maior pela enzima 
bacteriana 
o O uso isolado de um desses antibióticos não é muito eficiente na redução do 
crescimento bacteriano, no entanto com a associação temos uma redução bastante 
significativa. 
APRESENTAÇÃO 
• Aplicação clínica bastante restrita, principalmente devido ao grande aparecimento de 
resistência, além do fato de termos outros agentes antibióticos que são bactericidas e com 
menos toxicidade. Porém, para algumas situações ainda os temos como a primeira 
escolha para o tratamento: 
o Co-trimoxazol (sulfametoxazol + trimetroprina): usado na prevenção de 
pneumonia causada por um fungo pneumocystis carinii ou pneumocystis jiroveci. 
Essa infecção normalmente acomete pacientes imunocomprometidos 
o Sulfadoxina + pirimetamina (fanasulf): Usado na prevenção e tratamento de 
malária e toxoplasmose 
o Sulfassalazina: Usado no tratamento da colite pseudomembranosa e queimaduras. 
Só tem ação tópica intestinal, sendo eficiente no controle dessas bacterianas no 
intestino e de prevenção de infecções nas queimaduras 
ESPECTRO 
• Era bastante amplo, porém com o avanço da resistência o uso ficou muito restrito 
• Em geral só possuem efeito bacteriostático 
FARMACOCINÉTICA 
• Apresentam uma boa absorção, entre 70-100% por via oral 
• Uma vez absorvida se unem variavelmente a proteínas plasmáticas → tem interação com 
a varfarina 
• Bastante lipossolúveis (alto volume de distribuição) → chegam no liquor 
• Sofrem metabolismo hepática (acetilação e glicuronidação) 
• Excreção principalmente renal 
RESISTÊNCIA 
• Principais 
o Mutação da enzima dihidropteroatose sintetase ou aumento na produção de PABA 
o Criação de uma via metabólica alternativa ao ácido fólico 
o Aumento da capacidade de inativar ou destruir a droga 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Reações de hipersensibilidade: principalmente cutâneas e mucosas, sendo o choque 
anafilático é exatamente raro 
• Trastornos hematológicos: neutropenia, linfopenia, relacionados a redução do ácido fólico 
no organismo, já que são células com alto nível de renovação. Esses efeitos são pouco 
frequentes e reversíveis 
• Trato urinário: cristalúria 
• Interações farmacológicas: podem interferir no metabolismo hepático de algumas drogas 
como a fenitoína, além da interação com as proteínas plasmáticas. Dessa forma elas 
podem potencializar os efeitos de outros fármacos. 
o Entre as interações podemos citar, as sulfoniluréias, anticoagulantes orais, 
fenitoína e fenobarbital 
Associação Efeito 
Sulfonamida + fenitoína Aumento da atividade da 
fenitoína 
Sulfonamida + 
anticoncepcional oral 
(estrogênico) 
Redução do efeito 
anticoncepcional 
Sulfonamida + zidovudina Aumento da toxicidade da 
zidovudina (diminuição da 
depuração) 
Sulfonamida + zidovudina Aumento do efeito 
hipoglicemiante das 
sulfoniluréias 
Sulfonamidas + 
fenilbutazona, probenecida 
ou salicilatos 
Aumento da toxicidade das 
sulfonamidas, menor ligação às 
proteínas plasmáticas 
Sulfonamidas + 
anticoagulantes orais 
Aumento da atividade 
anticoagulante 
 
• Síndrome de stervens-johnson causada por sulfonamidas: quadro mais comum em 
crianças, com presença de eritema e descamação, principalmente em tecido mucoso. 
 
Aminoglicosídeos 
• 1943 → primeiro aminoglicosídeo = estreptomicina 
• Representantes: 
o Neomicina → único dos representantes que apresenta administração via oral, 
porém ela não consegue ser absorvida pelo TGI e, por isso apresenta somente ação 
local, tratando por exemplo colite pseudomembranosa 
o Gentamicina 
o Tobramicina 
o Amicacina 
o Sisomicina 
o Netilmicina 
o Espectinomicina 
o Estreptomicina 
• Tem certa seletividade para os gram – aeróbios 
• Em algumas situações são usados de forma tópica, podendo ser usadas em queimaduras 
para evitar infecções, porém a maioria tem apresentação parenteral, sendo a mais usada 
a gentamicina para prevenção de infecção gram – em ambientes hospitalares 
ESPECTRO 
• Ativo contra a maioria das espécies gram – aeróbicas, sendo muito utilizado contra o 
bacilo da tuberculose (por mais que não seja primeira linha) e infecções por enterococos) 
• Quando se deseja ampliar o espectro se associa-se aos betas lactâmicos 
FARMACOCINÉTICA 
• São fármacos pouquíssimo lipossolúveis, sendo que apresentam carga, dessa forma não 
temos preparativos por VO com ações sistêmicas 
• São administrados por EV, IM e tópica → em vias EV a infusão deve ser lenta devido a 
sua toxicidade (os picos de concentração plasmáticas aumentam a toxicidade) 
• Não se ligam a proteínas plasmáticas e baixa capacidade de atravessar as membranas 
biológicas → normalmente não é metabolizado no fígado, porém como apresentam carga, 
rapidamente são eliminados na urina (pacientes com IR (insuficiência renal) precisam 
ter ajuste de dose) 
• Fármacos com baixo volume de distribuição 
EFEITOS ADVERSOS 
• Margem de segurança estreita 
• Toxicidade frequente e importante → ototoxicidade e nefrotoxicidade (uma vez dentro 
das células levam a estresse oxidativo e causam lesão celular) 
o Importante em pacientes com IR. 
o A ototoxicidade pode ocorrer de forma irreversível ao contrário das lesões renais 
→ em RN nos fazemos os testes da orelhinha para monitorar esses pacientes com 
o objetivo de detectar de forma precoce a ototoxicidade 
o Ototoxicidade → perda das células ciliares, quanto maior a dose maior a perda 
desse tipo celular. 
• Evitar uso com diuréticos de alça → aumenta a toxicidade do medicamento 
• Predomínio de ototoxicidade: aminicaina, Canamicina e neomicina 
• Predomínio de toxicidade vestibular: estreptomicina e gentamicina → temos 
mecanismos de compensação, então o paciente compensa a perda de cílios do aparelho 
vestibular 
• Predomínio da nefrotoxicidade: neomicina, tobramicina e gentamicina 
o Predispõem a aumentos plasmáticos dos aminoglicosídeos → aumento da 
ototoxicidade 
• Quando associado a bloqueadores musculares podem aumentar o tempo de bloqueio 
dificultando a reversão da anestesia 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Produção de proteínas anômalas ou inibição da síntese → inibição irreversível da síntese 
proteíca, se liga ao componente 30s do RNA mensageiro 
• Dependente de transporte de O2 
• Essencialmente bactericidas 
RESISTÊNCIA 
• Normalmente se dá por: 
o produção deenzimas que inativam o antibiótico 
o desenvolvimento de inibição do sistema de transporte membranar 
o Perda de afinidade para o ribossomo 
Quinolonas 
• 1962 → ácido nalidixico 
• Fluorquinolonas → 1980 
• Apresentação 
o Norfloxacina: VO 
o Ciprofloxacina: VO → ITU (infecção do trato urinário) e sinusite bacterianas 
o Pefloxacina: EV ou VO 
o Ofloxacina: VO 
o Lomefloxacina: VO 
o Levofloxacina: VO ou EV 
o Trovafloxacina: VO ou EV 
APLICAÇÕES 
• Carbúnculo (Antraxx): devido a bacillus anthracis 
• Gonorreia 
• ITU mais graves 
• Infecções respiratórias com pseudomonas aeruginosa 
• Otite externa por pseudomonas aeruginosa 
• Osteomielite por bacilo Gram- 
• Prostatite bacteriana 
• Cervicite (infecção do colo do útero) por bactérias 
ESPECTRO 
• Bacilos aeróbicos gram -, incluindo aqueles resistentes a penicilinas, cefalosporinas e 
aminoglicosídeos apresentam alta susceptibilidade as quinolonas. 
• Os gram – entéricos são muito susceptíveis a sua ação 
• São ativas inclusive contra pseudomonas 
• Não são muito ativos contra Gram+ e microrganismos anaeróbios 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Redução a multiplicação da bactéria → bacteriostático 
• O DNA está muito enovelado, porém para a transcrição é necessário realizar o 
desenovelamento → as quinolonas se ligam a DNA girasse bacteriana, impedindo o 
desenovelamento do DNA, impedindo a duplicação 
FARMACOCINÉTICA 
• Metabolismo predominantemente hepático (p450) e excreção renal 
• São bastante permeáveis aos tecidos, porém a maioria não atravessa a barreira 
hematocefálica, com exceção de perfloxacina e ofloxacina 
• Concentram-se nos rins, pulmões, próstata e fagócitos 
• Pelo fato de possuírem flúor tem tendência a se ligarem ao cálcio, magnésio e alumínio, 
por isso não devem ser administradas com hidróxido de alumínio, calcio e magnésio, já 
que formariam complexos entre as quinolonas e os cátions bivalentes que seriam 
fracamente absorvidos 
• Característica importante: podem interferir na farmacocinética de outros agentes com a 
teofilina (broncodilatador, não muito usado), predispõem um atraso do metabolismo da 
teofilina e levam a reações adversar como convulsões, tremores, entre outros. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Hipersensibilidade ocorre em menos de 1% dos pacientes 
• Por produzir erosão das cartilagens → está contraindicado em pacientes pediátricos 
• Sintomas gastrointestinais: náuseas, vômitos e anorexia 
• Sintomas do SNC: cefaléia 
• Outros efeitos: inibição das enzimas hepáticas a curto prazo e elevação a longo prazo 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
• Aumentam os níveis séricos de aminofilina 
• Aumentam a concentração dos anticoagulantes orais

Outros materiais