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Anestésicos locais

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CURSO DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
A anestesia local é um procedimento indispensável a qualquer intervenção 
cirúrgica odontológica. Os anestésicos locais são substâncias químicas que 
bloqueiam os potenciais de ação que transmitem os estímulos dolorosos 
temporariamente e, por isso, são tão essenciais durante a abordagem 
cirúrgica. 
Essas substâncias também possuem alguns efeitos colaterais que devem ser 
considerados: 
SNC – podem causar depressão desse sistema. Na presença de 
superdosagem, a primeira manifestação clínica é a convulsão e, por isso, o 
controle da dose é importante. 
Miocárdio e vasodilatação periférica – diminuem a excitabilidade elétrica do 
miocárdio, a velocidade de condução e a força de contração, além de 
produzirem vasodilatação periférica pelo relaxamento da musculatura lisa das 
paredes dos vasos sanguíneos. 
Sistema respiratório: exercem um efeito duplo sobre a respiração. Em níveis 
normais, eles têm ação relaxante direta sobre o músculo liso brônquico, 
enquanto em níveis de superdosagem podem produzir parada respiratória. 
TIPOS DE ANESTÉSICOS LOCAIS: 
Os anestésicos locais podem ser classificados de acordo com a sua função 
orgânica em ésteres do ácido benzoico (1), ésteres do ácido 
paraminobenzoico (2) e amidas (3). Existe uma divisão dos anestésicos: 
 Ésteres (1) → butacaína, cocaína, benzocáina, hexilcaína, piperocaína, 
tetracaína (ésteres somente um 1). 
Ésteres (2) → cloroprocaíana, procaína, propoxicana. 
OBS: os ésteres deixaram de ser utilizados na prática odontológica. 
Amidas (3) → Articaína, bupivacaína, dibucaína, etidocaína, lidocaína, 
mepivacaína, prilocaína, ropivacaína. 
Os anestésicos locais mais utilizados na odontologia são: lidocaína, 
mepivacaína, Articaína, prilocaína e bupivacaína. O anestésico éster que 
segue sendo usado é a benzocáina, que é aplicada de forma tópica. 
BENZOCAÍNA: Utilizada em anestésicos tópicos; toxicidade – por ser um éster, 
apresenta maior risco de reação alérgica. 
LIDOCAÍNA: anestésico local mais seguro, potência e toxicidade 2. 
MEPIVACAÍNA: quando não associada ao vasoconstritor, apresenta menor 
vasodilatação que a lidocaína, potência e toxicidade 2. 
PRILOCAÍNA: utilizada nos casos que vasoconstritores adrenérgicos estão 
contraindicados, potência 2 e toxicidade 1. 
ARTICAÍNA: alternativa ao uso de lidocaína e mepivacaína, potência 1,5 e 
toxicidade 2. 
BUPIVACAÍNA: anestésico local com maior tempo de duração, potência 4 
vezes a da lidocaína e toxicidade 4 vezes menor que a lidocaína. 
POTÊNCIA: 
Refere-se a quantidade de medicamento necessário para produzir um efeito 
(neste caso, anestesia). Maior potência não significa necessariamente que 
uma droga é melhor que a outra, mas sim que precisamos utilizar doses 
maiores do medicamento menos potente para alcançar o mesmo resultado 
que o mais potente. 
O parâmetro para avaliar a potência dos anestésicos locais é feito através da 
comparação com o cloridrato de procaína (1° anestésico local sintético 
injetável). Ou seja, a potência da procaína é 1 e os demais são comparados a 
este valor. Se tiverem valores maiores, significa que precisam de doses 
menores para alcançar o mesmo feito anestésico que a prilocaína. 
E esta é uma característica extremamente importante para o foco desse 
curso: entender a relação de potência de cada anestésico local é essencial 
durante o planejamento pré-operatório. Pois, dependendo da extensão da 
cirurgia, anestésicos mais potentes podem ser utilizados, reduzindo assim a 
quantidade de substância administrada no paciente. 
TOXICIDADE: 
Mede a quão nociva (perigosa) uma substância poderá ser para um 
organismo e, assim como potência, todos anestésicos são comparados a 
prilocaína. Portanto, quanto maior o valor de toxicidade, menor é a 
quantidade de substância administrada no paciente. 
Também é importante o tempo de ação, ou seja, quanto tempo desejamos 
ter efeito anestésico. 
Lidocaína 2% → 5-10 minutos (polpa), 40-120 minutos (tecidos moles). 
Lidocaína 2% + epinefrina 1:50.000 ou 1:100.000 → 60-90 minutos (polpa) 170-
300 minutos (tecidos moles). 
Mepivacaína 3% → 20-40 minutos (polpa) 90-180 minutos (tecidos moles). 
Mepivacaína 2% + levonordefrina 1:20.000 → 60-90 minutos (polpa) minutos 
130-300 minutos (tecidos moles). 
Mepivacaína 2% + epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 → 45-60 minutos (polpa) 
120-400 minutos (tecidos moles). 
Prilocaína → 10-60 minutos (polpa) 90-240 minutos (tecidos moles). 
Prilocaína 4% + epinefrina 1:200.000 → 30-90 minutos (polpa) 140-480 minutos 
(tecidos moles). 
Prilocaína 3% + felipressina 0,03UI → 60-90 minutos (polpa) 180-300 minutos 
(tecidos moles). 
Articaína 4% + epinefrina 1:100.000 → 60-75 minutos (polpa) 170-360 minutos 
(tecidos moles). 
Articaína 4% + epinefrina 1:200.000 → 45-60 minutos (polpa) 120-300 minutos 
(tecidos moles). 
Bupivacaína 0,5% + epinefrina 1:200.000 → 90-180 minutos (polpa) 240-600 
minutos (tecidos moles). 
Uma característica que devemos estar atentos durante a escolha do nosso 
anestésico é a de que todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente 
eficazes são vasodilatadores. O grau de vasodilatação pode variar de 
significativo (como no caso da procaína) a mínimo (prilocaína e 
mepivacaína), além de ser modificado de acordo com o local de injeção da 
solução e a resposta individual do paciente. Após a introdução de um 
anestésico local nos tecidos, os vasos sanguíneos (principalmente arteríolas e 
capilares) da área dilatam-se, resultando em um aumento da perfusão/fluxo 
sanguíneo no local. 
O único anestésico local que apresenta característica vasoconstritora é 
cocaína (entretando, sua injeção é contraindicada pois temos disponibilidade 
de anestésicos locais mais eficazes e menos tóxicos). 
Para tanto, substâncias vasoconstritoras passaram a ser adicionadas aos 
tubetes anestésicos, como forma de compensar o prejuízo da vasodilatação e 
os mesmos são descritos a partir de agora. 
VASOCONSTRITORES 
São fármacos adicionados aos tubetes para contrabalançar o efeito 
vasodilatador dos anestésicos. Através dessa contração dos vasos, eles 
controlam a perfusão tecidual/fluxo sanguíneo, ou seja, reduzem o 
sangramento no local da administração, favorecendo assim a hemostasia 
transoperatória. 
Além disso, como os vasoconstritores diminuem o fluxo sanguíneo para o local 
de administração do anestésico, a absorção do anestésico local para o 
sistema cardiovascular torna-se mais lenta, resultando em níveis sanguíneos 
menores dessa substância. Por culpa desta absorção sistêmica reduzida, 
podemos observar dois fatores relevantes da associação dos vasoconstritores 
ao tubete anestésico: 
1. Aumento no tempo de ação da anestesia local. 
2. Diminuição do risco de toxicidade do anestésico. 
O anestésico permanecerá no local desejado por mais tempo, aumentando 
diretamente o tempo de ação destas substâncias e, indiretamente, reduzindo 
o risco de toxicidade, pois como o anestésico não se dissolverá tão rápido, 
não há necessidade de aplicação de maior quantidade da substância, 
evitando sua superdosagem. 
ANESTESIA LOCAL E SUAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Contraindicação: a única contraindicação absoluta é a alergia comprovada 
ao anestésico local. As demais são relativas. 
Interações medicamentosas 
Alguns medicamentos não contraindicam o uso do anestésico local; mas ao 
realizarmos anestesia local em um paciente que utiliza um fármaco específico, 
podemos observar algumas reações. Estas alterações podem variar desde 
uma leve hipotensão até uma parada cardiorrespiratória, dependendo da 
substância e da dose. 
Assim como os anestésicos locais, os vasoconstritores também são substâncias 
capazes de gerarem efeitos adversos. 
Contraindicações 
Absolutas: 
Doenças cardiovasculares – angina estável, infarto do miocárdio recente (há 
menos de 6 meses), cirurgia de revascularizaçãomiocárdica recente, 
acidente vascular cerebral (6 meses), arritmias refratárias, hipertensão arterial 
sistêmica grave não tratada ou não-controlada (pressão arterial sistólica 
acima de 180 mmHg e diastólica acima de 110 mmHg), insuficiência cardíaca 
congestiva intratável ou não-controlada. 
Hipertireoidismo não-controlado – além disso, a adrenalina é contraindicada 
para pacientes que apresentem evidência clínica de hipertireoidismo. 
Diabetes melito não-controlado. 
Feocromocitoma – tumor raro que acomete glândulas. Esse tumor causa um 
aumento nos níveis circulantes de adrenalina e noradrelina e, para evitar, uma 
intoxicação sistêmica por estas substâncias, o uso de anestésicos locais com 
vasoconstritores está contraindicado. 
Hipersensibilidade a sulfitos – os sulfitos são encontrados em todos anestubes 
que contenham vasoconstritores, pois ele atua como antioxidante para esta 
substância. Portanto, pacientes que apresentam hipersensibilidade ou alergia 
a sulfitos não poderão receber anestesia local associada ao uso de 
vasoconstritores. 
Relativas 
Doença cardiovascular significativa (ASA III-IV): não utilizar altas 
concentrações de vasoconstritores (como a adrenalina em fios retratores ou 
grandes quantidades de tubetes anestésicos, seguindo a orientação abaixo). 
Diabetes: a adrenalina deve ser evitada, mesmo que utilizada em pacientes 
com a doença compensada. A adrenalina provoca a quebra de glicogênio 
em glicose, podendo resultar em hiperglicemia. Por isso, tende-se a escolher a 
prilocaína com felipressina ou mepivacaína sem vasoconstritor. 
Gravidez: a administração de felipressina está absolutamente contraindicada 
devido as ações ocitócicas (aumento das contrações uterinas) deste 
vasoconstritor. Também, deve-se evitar o uso de noradrenalina, pois a mesma 
possui um risco de diminuição da irrigação placentária. A adrenalina 
apresenta os mesmos efeitos que a noradrenalina, mas apenas se usada em 
altas doses. Em função disso, recomenda-se seguir a orientação do quadro. 
DICA (quadro) 
Nas contraindicações relativas descritas acimas e nas interações 
medicamentosas que serão relatadas abaixo, indica-se o uso cauteloso do 
vasoconstritor. 
Mas afinal de contas, como posso utilizar uma dose cautelosa de 
vasoconstritor? 
A recomendação é sempre utilizar a menor dose possível. 
 Além disso, podemos seguir a seguinte referência de quantidade de 
vasoconstritor por consulta: 
✓ Doses inferiores a 0,04mg de epinefrina: 
- 4 tubetes com solução 1:200.000 
- 2,2 tubetes de adrenalina 1:100.000 
- 1 tubete de adrenalina 1:50.000 
✓ Doses inferiores a 0,2mg de levonordefrina 
- 2 tubetes com solução 1:20.000 
ESCOLHA DO ANESTÉSICO E CÁLCULO DE DOSE ANESTÉSICA 
Após todas estas colocações, afinal: 
Como selecionar o anestésico local? 
1. Duração do controle da dor necessária. 
2. Necessidade de controle analgésico pós-operatório. 
3. Possibilidade de automutilação pós-operatória. 
4. Necessidade de hemostasia. 
5. Contraindicação relativa a alguma droga. 
6. Condição clínica do paciente. 
Resumo para auxílio na seleção do anestésico local 
PACIENTE HÍGIDO: 
Procedimentos clínicos e cirúrgicos 
- Lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 
- Mepivacaína com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 
- Articaína 4% com adrenalina 1:200.000 
PACIENTE COM CONTRAINDICAÇÃO RELATIVA ou QUE FAÇA USO DE 
ALGUMA MEDICAÇÃO QUE NECESSITE DE DOSE CONTROLADA DE 
VASOCONSTRITOR: 
Procedimentos clínicos 
- Prilocaína 3% com felipressina 0,03 
- Mepivacaína 3% 
Procedimentos cirúrgicos 
- Lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 
- Mepivacaína com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 
→ Lembrando que algumas condições contraindicam a administração de 
uma substância específica e, por isso, a importância dos quadros descritos 
na apostila. 
Após selecionado o anestésico e vasoconstritor, devemos calcular qual é a 
dose máxima permitida destas substâncias para cada paciente. 
PASSO A PASSO DO CÁLCULO 
A) Calcular a dose máxima de anestésico local (mg/kg) para o paciente. 
B) Observar a quantidade máxima de tubetes para o anestésico local. 
C) Observar a quantidade máxima de tubetes para o vasoconstritor. 
 → O menor valor dos três itens será o valor máximo de tubetes para o 
paciente. 
COPIAR QUADROS 
Exemplos: 
Lidocaína 2% + adrenalina a 1:100.000 
Paciente ASA 1 de 60 kg. 
Anestésico local: 
1. Dose máxima da solução anestésica (lidocaína) = 7,0mg/kg = 7,0mg x 
60kg = 420mg. 
Quantidade de mg em 1 tubete: 36mg. 
420mg/36mg = 11,6 tubetes. 
 
2. Dose máxima de tubetes de solução anestésica (lidocaína): 13 tubetes. 
Vasoconstritor: 
3. Valores máximos para vasoconstritor. 
Neste caso (adrenalina 1:100.000 em paciente ASA 1): 11,1 tubetes. 
→ Como foi dito, o menor valor entre os três será utilizado, então 11,1 tubetes.

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