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DIREITO TRIBUTÁRIO

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2 
 
 
 
CONCEITO, ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS E 
ESTRUTURAÇÃO 
 
 AS PREMISSAS DO CONCEITO DE TRIBUTO 
 
1) CONCEITO 
 
 De acordo com o CTN (Art. 3º): “Tributo é toda PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA 
COMPULSÓRIA, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que NÃO CONSTITUA 
SANSÃO DE ATO ILÍCITO, INSTITUÍDA EM LEI e cobrada mediante ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA”. 
 Existe tributo para que o Estado exista e preste serviços públicos 
 A Lei n. 4.320/1964 assim define “tributo” em seu art. 9º: “Tributo é a receita 
derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, 
as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria 
financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas 
exercidas por essas entidades”. 
 
 
2) TRIBUTO É UMA OBRIGAÇÃO DE PAGAR DINHEIRO 
 
 O tributo é expressado em dinheiro 
 NUNCA bens fungíveis ou infungíveis 
 
3) A ORIGEM ‘EX LEGE’ DA PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA DE PAGAR TRIBUTO 
 
 Tributo nasce da LEI e NÃO como manifestação de vontade dos que ao seu 
pagamento se obrigam 
 Não há manifestação de vontade nem do sujeito passivo, nem do sujeito ativo 
 Sujeito ativo está vinculado, por inflexão legal direta, a cobrar o tributo 
 
4) O TRIBUTO NÃO CONSTITUI SANSÃO DE ATO ILÍCITO 
 
 Tributo não tem como pressuposto um agir ilícito 
 Para surgir como obrigação pode desconsiderar se o ato que configura o seu 
nascimento seja decorrente de um agir lícito ou ilícito 
 Auferir renda = inflexão abstrata normativa = quando ocorre no mundo real = faz 
nascer uma obrigação tributária 
3 
 
 Auferir renda = gera obrigação tributária 
 Se a renda advém de um agir ilícito (venda de drogas), não importa 
 Os tributos podem incidir sobre bens e rendimentos decorrentes de atos ilícitos, 
embora não possam ser utilizados como sanção 
 A obrigação tributária principal pode ser de pagar tributo ou de pagar penalidade 
tributária – assim, há no direito sancionatório tributário a ocorrência de fatos que 
geram obrigações tributárias de pagar multa, contudo, NÃO se pode confundir a 
multa tributária com o tributo: são coisas decorrentes de fatos geradores distintos 
 
5) O TRIBUTO É COBRADO MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE 
VINCULADA 
 
 Se obra o tributo como uma atividade NÃO DISCRICIONÁRIA 
 O fiscal não lhe cobra um tributo porque é um cara do mal, tampouco alivia a 
cobrança por ser um cara do bem 
 Se alguem obtém renda, esse fato gera uma obrigação 
 A obrigação surge, a partir da ocorrência de um fato que é jurídico. Depois de surgida 
a obrigação é que vem a sua formalização, mediante uma ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA 
 Essa formalização, que sucede ao surgimento da obrigação tributária, é chamada de 
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 
 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO: “Compete privativamente à autoridade administrativa 
CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO LANÇAMENTO, assim entendido o 
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do 
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da 
penalidade cabível 
 NEM SEMPRE o tributo será quitado mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada – por exemplo o lançamento por homologação – que consiste na 
possibilidade de o fisco homologar expressamente o lançamento levado a efeito 
totalmente pelo contribuinte – sendo tácita essa homologação, ou seja, transcorridos 
5 anos sem manifestação do fisco, a atividade administrativa plenamente vinculada 
terá sido MERAMENTE potencial e não real 
 
 
 CONCEITO DE TRIBUTO 
 
 Tributos são PRESTAÇÕES EM DINHEIRO, que o Estado, no exercício de seu PODER DE 
IMPÉRIO, EXIGE e DERIVA do patrimônio do contribuinte, com OBJETIVO de obter 
recursos para se viabilizar e cumprir seus fins 
 
 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
1) CRITÉRIO PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
 Art. 4º A NATUREZA JURÍDICA específica do tributo é DETERMINADA PELO FATO 
GERADOR da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
4 
 
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação 
 Embora o CTN afirme que a natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato 
gerador, diante da regulação do tema pela CF/88, podemos afirmar que tão somente 
o fato gerador não é suficiente para determinar a natureza do tributo 
 
2) APRESENTAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS NA CF/88 
 
 CF não traz nenhum dispositivo que diga taxativamente sobre os tributos, mas 
apenas quem é competente para instituir cada um 
 CF: define a competência e apresenta os tributos 
 CF: TODOS os entes federativos PODEM INSTITUIR: impostos, taxas e contribuições 
de melhoria 
- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia 
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, 
decorrente de obras públicas. 
 
 CF: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS somente a UNIÃO poderá instituir 
- Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto 
no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
 CF: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – em regra – somente a UNIÃO. HÁ EXCEÇÕES: ESTADOS, 
MUNICÍPIOS E DF para instituir uma ‘subspécie’ desse tributo 
- Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, 
contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos 
servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas 
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de 
aposentadoria e de pensões. 
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e 
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de 
pensões que supere o salário-mínimo. 
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o 
deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da 
União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. 
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída 
simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará 
por período determinado, contado da data de sua instituição. 
5 
 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o 
caput deste artigo: 
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) 
III – poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita 
bruta ouo valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) 
específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser 
equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
 
 CF: MUNICÍPIO e DF – ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
- Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na 
forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, 
observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da 
contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 
 A CF não cria o tributo, apenas prevê as espécies e suas características, atribuindo a 
COMPETÊNCIA aos entes federativos para que criem o tributo = REGRA: lei ordinária 
= EXCEÇÃO: lei complementar 
 
 Os tributos são (TEORIA PENTAPARTIDA): 
1 – impostos 
2 – taxas 
3 – contribuição de melhoria 
4 – empréstimos compulsórios 
5 – contribuições (parafiscais ou especiais) 
 
 STF: adotou que “contribuição de melhoria” está dentro do gênero “contribuições” 
 
 
A) IMPOSTO: 
 
 Incidem sobre revelações de riquezas do contribuinte 
 Fatos geradores: situações relacionadas ao contribuinte e NÃO ao Estado 
 São tributos NÃO VINCULADOS A QUALQUER ATIVIDADE do poder público 
 CTN: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 Custeio dos serviços públicos universais – ex: varrição de ruas e calçadas (espaços 
públicos, utilizados por todos) – e o seu produto estará dissociado de qualquer órgão, 
fundo ou despesa 
- Art. 167. São vedados: IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou 
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se 
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos 
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos 
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por 
6 
 
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º 
deste artigo; 
 Princípio da NÃO afetação dos impostos: desnecessidade de contraprestação do 
Estado – tributo NÃO vinculado 
 Impostos: EXAÇÕES NÃO VINCULADAS E DE ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA 
 Impostos fiscais: função arrecadatória 
 Impostos extrafiscais: regulador do mercado, como forma de intervenção do Estado 
sobre o domínio econômico – ex: impotação de produtos estrangeiros (II); 
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); operações 
de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imbiliários (IOF) e 
produtos industrializados (IPI) 
 
B) TAXAS 
 
 Tributos cobrados de alguém que fez USO ESPECÍFICO DE UM SERVIÇO ESTATAL 
(serviço singular) 
 Serviço ESPECÍFICO e DIVISÍVEL 
 Utilização pelo contribuinte é efetiva ou potencial = ou o serviço público é prestado 
ao contribuinte ou é posto à disposição deste 
 TRIBUTO VINCULADO a um agir estatal 
 art. 77 do CTN, taxa é o tributo que tem como FATO GERADOR o EXERCÍCIO REGULAR 
DO PODER DE POLÍCIA, ou a UTILIZAÇÃO, ELETIVA OU POTENCIAL, de serviço público 
ESPECÍFICO E DIVISÍVEL, prestado ao contribuinte 
 ESPÉCIES TAXA 
- POLÍCIA: decorre so exercício do poder de polícia 
- SERVIÇO: resultante da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição 
 
 CF/88. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: (...) II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia 
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; (...) § 2º As taxas não poderão 
ter base de cálculo própria de impostos. (...) 
 CTN. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador 
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, 
à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com 
7 
 
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I – utilizados 
pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) 
potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua 
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II – 
específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, 
de utilidade, ou de necessidades públicas; III – divisíveis, quando suscetíveis de 
utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. 
 
 Assim, as taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
 Taxa: serviço específico e divisível 
 
 Ex: coleta individual de lixo 
 
 SÚMULAS: 
 
- O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. [Súmula 
Vinculante 41.] 
- A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o 
art. 145, II, da CF. [Súmula Vinculante 19.] 
- É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base 
de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural. [Súmula 595/STF] 
 
 NÃO se pode cobrar taxas relativamente aos SERVIÇOS PÚBLICOS GRATUITOS (saúde 
e educação) 
- súmula 12 STF: “A COBRANÇA DE TAXA DE MATRÍCULA NAS UNIVERSIDADES 
PÚBLICAS VIOLA O DISPOSTO NO ART. 206, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.” 
 
 STF = reconheceu a possibilidade de existir o EFEITO CONFISCATÓRIO = quando há 
manifesta desproporção entre o valor da taxa e o custo do serviço prestado, ferindo o 
princípio da capacidade contributiva 
- Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, 
enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a 
relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal 
referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, 
considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de 
cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço 
prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação 
de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os 
fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do 
contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo,hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. Jurisprudência. 
8 
 
Doutrina. (ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-4-2003, 
Plenário, DJ de 20-4-2006.) 
 
 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: pode se aplicar às taxas 
 As taxas NÃO poderão ter BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE IMPOSTOS, pois a base de 
cálculo de uma taxa deve, teoricamente, guardar relação com o custo da atividade 
estatal que constituir o seu fato gerador 
 Entretanto, sobre esse ponto, em fevereiro de 2010, o Supremo Tribunal editou a 
Súmula Vinculante n. 29. É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE 
TAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE DETERMINADO 
IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA. 
- Entendeu o STF – em nome da capacidade contributiva – que, dada a dificuldade de 
estabelecer um salutar valor comutativo entre o custo do serviço e o valor da taxa, 
é razoável utilizar aspectos materiais de impostos a título de parâmetro para calcular 
a taxa. 
- Dessa forma, o tamanho do imóvel (metragem, que é um dos elementos da base 
de cálculo de um imposto – o IPTU, calculado sobre o valor venal) pode servir de 
parâmetro para a fixação da taxa residencial de coleta de resíduos sólidos, pela 
presunção de que um imóvel maior potencialmente gera mais lixo do que um de 
menor metragem. 
 
 A respeito das taxas de polícia relevante destacar a jurisprudência do STF que admite 
a cobrança ainda que não exista a efetiva e concreta fiscalização do contribuinte 
(dispensabilidade da chamada “fiscalização porta a porta”), mas tão somente pela 
existência de aparato fiscal. 
 
- O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de 
polícia daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas 
a estas a prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder 
de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À luz 
da jurisprudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para 
o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e 
fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo 
exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. (...) É constitucional taxa 
de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o 
exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura 
competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao 
Município de Porto Velho/RO (...). [RE 588.322, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-6-2010, 
P, DJE de 3-9-2010, Tema 217.] A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de 
atividades poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, exercida pelo Ibama (Lei 
6.938/1981, art. 17-B, com a redação da Lei 10.165/2000). Tem-se, pois, taxa que 
remunera o exercício do poder de polícia do Estado. Não há invocar o argumento no 
sentido de que a taxa decorrente do poder de polícia fica “restrita aos contribuintes 
cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente visitados pela fiscalização”, por 
isso que, registra Sacha Calmon – parecer, fl. 377 –, essa questão “já foi resolvida, 
pela negativa, pelo STF, que deixou assentada em diversos julgados a suficiência da 
manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento (cf., inter 
plures, RE 116.518 e RE 230.973). Andou bem a Suprema Corte brasileira em não 
9 
 
aferrar-se ao método antiquado da vistoria porta a porta, abrindo as portas do 
Direito às inovações tecnológicas que caracterizam a nossa era”. Destarte, os que 
exercem atividades de impacto ambiental tipificadas na lei sujeitam-se à fiscalização 
do Ibama, pelo que são contribuintes da taxa decorrente dessa fiscalização, 
fiscalização que consubstancia, vale repetir, o poder de polícia estatal. [RE 416.601, 
voto do rel. min. Carlos Velloso, j. 10-8-2005, P, DJ de 30-9-2005.]. No mesmo 
sentido: RE 603.513 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 28-8-2012, 1ª T, DJE de 12-9-2012. 
 
- para os impostos, há vedação específica da sua destinação a fundo ou despesa, ou 
seja, de um lado, o imposto é tributo não vinculado a nenhum agir estatal específico 
dirigido ao contribuinte; de outro, o imposto é tributo não vinculado a nenhum gasto 
específico do Estado, servindo para remunerar os chamados “serviços públicos 
universais”. Por outro lado, as taxas são vinculadas a um agir específico do Estado e 
servem para remunerar os “serviços públicos singulares” (uti singulis). Portanto, a 
vedação do artigo 167, IV, da CF, NÃO alcança as taxas 
 
 DISTINÇÃO TAXA X PREÇO PÚBLICO 
 
- TAXA: sujeita a regime de direito público e, portanto, é uma receita derivada que só 
pode ser instituída e alterada mediante LEI/ cobrança imperativa e independe da 
vontade da parte/ obediência aos princípios constitucionais do direito tributário, como 
a anterioridade clássica e a noventena/ mera disposição do serviço autoriza a cobrança 
 
- PREÇO PÚBLICO: sujeito ao regime de direito privado/ funciona como receita 
originária da exploração pelo Estado de um determinado nicho econômico, cuja 
cobrança tem base jurídica um ato de vontade bilateral que INDEPENDE DE LEI/ 
voluntariedade/ caráter sinalagmático e contraprestativo para a manutenção do 
equilíbrio financeiro do contrato/ legalidade e cobrança não é compulsória/ cobrança 
só se processa mediante o uso efetivo de um serviço, sendo rescindível a qualquer 
momento 
 
- PEDÁGIO: é preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita 
ao princípio da legalidade estrita 
- CUSTAS, TAXA JUDICIÁRIA e EMOLUMENTOS: são TAXAS 
 
C) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
 
 Realizada uma obra pública, da qual decorra particular enriquecimento de 
DETERMINADOS CONTRIBUINTES, estes podem ser chamados ao seu custeio, de 
modo que os RECURSOS sejam aplicados em prestações estatais que favoreçam a 
todos 
 Tributo vinculado a um agir específico do Poder Público: obra pública da qual decorra 
VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA ESPECÍFICA 
 DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA: ou seja, a cobrança só poderá ser POSTERIOR ao agir 
do Estado e à aferição da valorização do imóvel privado 
 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA decorrente da OBRA 
PÚBLICA, sendo a BASE DE CÁLCULO o quantum do acréscimo patrimonial 
10 
 
 TRIBUTO MORALIZADOR: a obra pública não é feita para beneficiar imóveis, mas sim 
a sociedade como um todo, pois senão seria caso de improbidade e crime. A 
valorização dos imóveis é um efeito COLATERAL ou REFLEXO (INEVITÁVEL) – feita 
para beneficiar a sociedade, mas é cobrado um tributo daqueles que mais se 
beneficiaram com a obra pública 
 
D) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
 
 Gerar recursos para situações de calamidade pública ou guerra externa ou para 
investimento nacional relevante e urgente 
 Arrecadação vinculada 
 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de 
caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, 
III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 LEI COMPLEMENTAR ESPECÍFICA 
 Não passível de criação por outra lei 
 Fato gerador não é especificado, podendo ser vinculado ou não a uma ação do poder 
público 
 Natureza tributária, nascida pela subsunção do fato gerador à hipótese de incidência 
descrita na lei complementar e outra de natureza administrativa, surgida do 
pagamento do crédito pelo contribuinte, impondo ao Estado o dever de restituir o 
valor anteriormente arrecadado e o correspondente direito docontribuinte receber 
 A restituição deve ser em moeda 
 Empréstimo compulsório, ainda que compulsório, continua sendo empréstimo 
 Compulsório = obrigação ex lege e não contratual 
 
E) CONTRIBUIÇÕES 
 
 Tributo no qual a ação estatal não possui referibilidade direta como as taxas, mas 
também não são genéricas (universais) para serem custeadas pelos impostos 
 São medidas com finalidades específicas, dentro da ordem social, custeadas através 
de tributo denominado contribuição 
 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: 
- viabilizar a ação do Estado na entrega de segurança social 
 
 CONTRIBUIÇÕES INTERVENTIVAS: 
- proporcionar condições de o estado heterorregular as atividades econômicas, de 
modo a previnir ou corrigir falhas de mercado 
 
 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
11 
 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de 
lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos 
servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas 
progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de 
aposentadoria e de pensões. 
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e 
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de 
pensões que supere o salário-mínimo. 
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o 
deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da 
União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. 
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída 
simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará 
por período determinado, contado da data de sua instituição. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o 
caput deste artigo: I – NÃO INCIDIRÃO sobre as receitas decorrentes de EXPORTAÇÃO; 
II – INCIDIRÃO também sobre a IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS OU 
SERVIÇOS; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) III – 
poderão ter ALÍQUOTAS: a) AD VALOREM, tendo por base o faturamento, a receita 
bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) 
ESPECÍFICA, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser 
equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. 
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. 
 
 Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma 
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o 
disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a 
que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 
 Não se deve confundir as finalidades das contribuições com o respectivo fato 
gerador, que é a situação definida em lei como necessária e suficiente ao seu 
surgimento 
 
 Algumas contribuições têm por finalidade custear a seguridade social, cujos fatos 
geradores são o pagamento de remuneração pelo trabalho, receita e lucro 
 
 Competência: UNIÃO exclusivamente para a instituição de contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais e 
econômicas. Contempla EXCEÇÕES: 
 
- contribuição de iluminação pública: Municípios e DF 
- contribuição para o regime próprio de previdência dos servidores públicos: União, 
DF, Estados e Municípios 
 
12 
 
 CONSIDERAÇÕES DE QUESTÕES 
 
 A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para 
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo 
como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor 
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 As contribuições para o SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE são tributos instituídos pela 
União e servem para o custeio do “Sistema S”. 
 Súmula Vinculante STF n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, 
de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde 
que não haja integral identidade entre uma base e outra. 
 Súmula Vinculante STF n. 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços 
de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis. 
 Súmula Vinculante STF n. 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro 
pelas seguradoras. 
 Súmula Vinculante STF n. 41: O serviço de iluminação pública não pode ser 
remunerado mediante taxa. 
 Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita 
ao princípio da anterioridade. 
 a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da 
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais 
características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua 
arrecadação 
 CTN, art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei 
e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 Art. 16, CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 Art. 81, CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, 
é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 Art. 77, CTN: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador 
o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de 
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição. 
 CTN, art. 7º: A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de 
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito 
público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. 
 CTN, art. 6º: A atribuição constitucional de competência tributária compreende a 
competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição 
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos 
Municípios, e observado o disposto nesta Lei. 
13 
 
 CTN, art. 5º: Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
 Art. 7º, § 3º: Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de 
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos 
 CF, art. 148: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: (...) II – no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”. 
 CF, art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos: (...) II – taxas, emrazão do exercício do poder de polícia ou pela 
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados 
ao contribuinte ou postos a sua disposição; (...). 
 Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa 
 
 
 TRIBUTO x TRIBUTAÇÃO x DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
A) TRIBUTO: instituto fundamental ou unidade estrutural e funcional básica 
B) TRIBUTAÇÃO: inflexão direta do poder tributário estatal sobre a capacidade 
contributiva que existe na sociedade. Em outras palavras, é o tributo se 
movimentando e cumprindo sua função. Dever fundamental de pagar o tributo e 
dever fundamental de contribuir com a tributação 
C) DIREITO TRIBUTÁRIO: sistema de regras e princípios que regula a incidência do tributo 
(tributação), portanto, o direito tributário regulamenta o modo pelo qual o poder de 
tributar incidirá sobre a sociedade 
 
 TRIBUTAÇÃO 
 
 Tributar significa impor o tributo, como mecanismo de viabilização da existência e do 
agir do Estado – dever fundamental de cada cidadão para com a sociedade 
 É a partir da incidência dos tributos que a sociedade se organiza 
 Só há sociedade se houver a tributação 
 
A) POLÍTICA PÚBLICA TRIBUTÁRIA 
 
 Equalizar o agir do Estado no sentido de derivar recursos da sociedade por meio dos 
tributos 
 É necessário estudar quem, o que e em que intensidade sofrerá a incidência do 
tributo e participará do processo da tributação 
 
B) ISONOMIA TRIBUTÁRIA 
 
 A tributação deve se dar de modo materialmente isonômico 
 
C) MÍNIMO EXISTENCIAL 
 
 A tributação não poderá apanhar as pessoas em uma riqueza que esteja aquém do 
mínimo existencial para a sua sobrevivência 
14 
 
 A tributação da sociedade, para ser justa, não deve retirar de quem já recebe somente 
os recursos mínimos para a sua existência 
 
D) CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
- as pessoas, dentro da sociedade, produzem riqueza e, a partir da riqueza que 
produzem, tem capacidade de produzir mais riqueza 
- quando deriva, por meio dos tributos, parte das riquezas produzidas na 
sociedade, o Estado não pode ser destrutivo, mas construtivo ou indutor de 
produção de mais riqueza 
 
 
 CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
 
 O Estado não pode tributar além de determinado limite, sob pena de sufocar a 
atividade econômica e inviabilizar a continuidade no pagamento de tributos 
 “lei do morcego inteligente”: o mamífero prudente sabe a exata quantidade de 
sangue que pode extrair do boi a cada dia. Essa retirada seria suficiente para suprir 
suas necessidade e a mínima possível para que o boi possa se recompor até a sugada 
do dia vindouro. Se o morcego exceder a tal limite, o boi não irá se restabelecer do 
sangue que lhe foi retirado e terminará morto; sucessivamente faltará alimento 
também ao morcego, tendo o mesmo destino do boi 
 O Estado deve pautar sua arrecadação pela moderação na imposição tributária, 
mediante mecanismos responsáveis que permitam a sobrevivência do particular e do 
desenvolvimento econômico 
 VEDAÇÃO AO CONFISCO: protege o contribuinte e informa um limite ao Estado, além 
do qual há inviabilização da atividade produtiva 
 Até as multas tributárias devem observar o limite do efeito confiscatório 
- STF: inconstitucional e confiscatória a multa tributária no percentual de 25%, vez 
que mais gravosa que a alíquota do próprio tributo 
 A capacidade contributiva começa ALÉM do MÍNIMO NECESSÁRIO à existência 
humana digna e termina AQUÉM do limite destruidor da propriedade – OU SEJA – a 
capacidade contributiva SURGE A PARTIR DO MÍNIMO EXISTENCIAL e TERMINA ONDE 
COMEÇA O EFEITO CONFISCATÓRIO 
 
1) FORMAS DE REALIZAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
 
 CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: margem tributável das pessoas naturais e jurídicas, 
dentro do qual o Estado deriva para si os recursos necessários à organização da vida 
em sociedade 
 A capacidade contributiva delimita e qualifica a tributação 
 TODOS os tributos se submetem à QUALIFICAÇÃO mediante a CAPACIDADE 
CONTRIBUTIVA 
 SEMPRE QUE POSSÍVEL, os impostos e demais espécies tributárias, terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
15 
 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos 
e as atividades econômicas do contribuinte 
 A capacidade contributiva é um metaprincípio de toda tributação 
 Principais formas de se efetivar a capacidade contributiva: 
- imunidade 
- isenção 
- seletividade 
- progressividade 
- proporcionalidade 
 
a) IMUNIDADE 
 
 Constituinte EXCLUI a instituição de um tributo 
 Funciona para o estímulo do desenvolvimento cultural – ex: imunidade que abrange 
livros, jornais, periódicos e papel de impressão 
 Também se relaciona à capacidade contributiva quando excluir, por exemplo, a 
incidência de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos entes políticos, 
pois não ostentam a capacidade para contribuir, na medida em que desempenham 
serviço público, sem qualquer fim lucrativo ou financeiro 
 Da mesma forma, há imunidade do tributo TAXA aos pobres, que não ostentam 
suficiente capacidade contributiva (gratuito para os pobres: registro de nascimento 
e certidão de óbito) 
 
b) ISENÇÃO 
 
 DISPENSA legal de tributo DEVIDO, ou seja, encontra-se no âmbito legal, como forma 
de EXCLUSÃO do crédito tributário 
 É um BENEFÍCIO FISCAL 
 Através da isenção, pode-se prestigiar a capacidade contributiva das mais diversas 
formas, a citar por exemplo, o caso da dispensa legal do pagamento de taxa de 
inscrição em concurso público 
 
c) DIFERENÇA DE IMUNIDADE X ISENÇÃO – A NÃO INCIDÊNCIA PURA E A ALÍQUOTA 
ZERO 
 
 NÃO INCIDÊNCIA: determinado fato da vida escapa à hipótese de incidência tributária 
prevista na lei – ex: uma bicicleta não paga IPVA por não ser veículo automotor. De 
outro lado, um veículo da adm direta da UNIÃO não é cobrado IPVA, pois a CF afastou 
qualquer possibilidade de impostos sobre o ente polícito, por faltar-lhe capacidade 
contributiva (imunidade) 
 ALÍQUOTA ZERO: há fato gerador à hipótese de incidência normativa, mas por uma 
operação matemática relacionada ao aspecto quantitativo ou dimensível do tributo 
(alíquota), o resultado é zero, portanto, não haverá recolhimento 
 
d) SELETIVIDADE 
 
16 
 
 Tributação diferenciada conforme a qualidade do que é objeto da tributação, 
mediante a atribuição de alíquotas diferentes para produtos de menor 
indispensabilidade para a manutenção básica de uma pessoa 
 Ex: a comercialização de um relógio deve sofrer tributação mais acentuada do que a 
de uma lata de leite 
 Pressuposto de que “produtos supérfluos são adquiridos por aqueles com maior 
capacidade contributiva” 
 CF – OBRIGA – IPI – SEJA SELETIVO (art. 153, §3º, I) 
 CF – FACULTA – ICMS – SEJA SELETIVO (art. 155, §2º, III) 
 CF – TIPO e UTILIZAÇÃO de veículo automotor (IPVA) e a LOCALIZAÇÃO e USO do 
imóvel (IPTU) – PODEM ser critério de aplicação da seletividade, em homenagem à 
capacidade contributiva (art. 155, §6º, II, para IPVA e art. 156, §1º, II, para IPTU) 
 
e) PROGRESSIVIDADE 
 
 Impõe tributação mais acentuada quando a base de cálculo for maior 
 Pode ser simples ou gradual: simples quando haja elevação de alíquotas em face do 
aumento da base de cálculo; gradual quando se dê mediante aplicação de alíquotas 
maiores para a parte da base de cálculo que ultrapasse o limite previsto para a 
alíquota inferior 
 STF: possibilidade de alíquotas progressivas para o ITCD 
 CF: IPTU – progressividade fiscal e extrafiscal 
- progressividade fiscal: Artigo 156 da EC 29/2000: § 1º Sem prejuízo da 
progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto 
no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão do valordo imóvel; e II – ter alíquotas 
diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. 
- progressividade extrafiscal: Artigo 156: (COM REDAÇÃO ANTERIOR – DERROGADA 
À EC N. 29/2000) § 1º – O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos 
termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da 
propriedade. 
- Supremo passou a entender que a progressividade para esse imposto real, com 
finalidades não extrafiscais, deveria ser instituída necessariamente após a Emenda 
Constitucional nº 29/200 
- Súmula n. 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes 
da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se 
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. 
- É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de 
transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel. 
- STF: admitiu um sistema progressivo de alíquotas para o imposto sobre a 
transmissão causa mortis e doação – ITCD 
- OU SEJA, o STF ADMITIU a progressividade para um IMPOSTO REAL (ITCD), contudo, 
as súmulas 656 e 668 NÃO estão canceladas e permanecem vigendo, por tratarem de 
tributos diversos 
 
 
 O DEVER FUNDAMENTAL DE PAGAR OS TRIBUTOS NO ESTADO FISCAL 
 
17 
 
 
 Toda pessoa tem o dever de pagar os impostos estabelecidos pela lei para a 
manutenção dos serviços públicos 
 A tributação é dever fundamental, dentro dos parâmetros fixados pelo constituinte, 
além dos quais há proteção ao direito fundamental de pagar tão somente o que é a 
parte justa, de acordo com a capacidade contributiva de cada um 
 
 
 O DEVER FUNDAMENTAL DE CONTRIBUIR COM A TRIBUTAÇÃO 
 
 
 O Estado possui o dever geral tanto de contribuir com o pagamento do tributo como 
de facilitar a tributação e de agir para minimizar ou evitar o descumprimento das 
prestações tributárias próprias e alheias 
 O dever fundamental de pagar tributo tem como norte a capacidade contributiva, o 
dever de contribuir com a tributação tem como foco a capacidade de colaboração 
 Tem-se em conta, no dever de contribuir, a posição que o terceiro ocupa e o dever 
de todas as pessoas naturais ou jurídicas de participar da construção de uma política 
tributária justa e isonômica 
 Alguns cidadãos estão posicionados em um contexto de extrema facilidade para a 
identificação da ocorrência dos fatos da vida que são capazes de gerar uma obrigação 
tributária 
 Ex: imobiliária – seu empreendimento consiste em agenciar e administrar imóveis de 
terceiros para oferecer a locação. A imobiliária, portanto, coloca-se como 
intermediária entre locadores e locatários; recebe os valores pelo aluguel referentes 
aos imóveis que administra, desconta sua comissão e repassa o restante aos donos 
dos imóveis. Nessa relação, há um fato da vida que gera uma obrigação de pagar 
tributo – e, portanto, traz à tona o dever fundamental concreto de pagar um tributo. 
Esse fato da vida se subsome a uma norma jurídica e gera uma obrigação tributária 
de pagar tributo (fato gerador), e se constituir em “auferir renda” (recebimento do 
aluguel) – quando o dono aufere o aluguel, ele tem o dever de pagar imposto da 
união, mas e a imobiliária? Ela não tem dever de pagar, mas se encontra em uma 
posição de “dedo duro”, informando ao fisco que alguém auferiu renda 
 Não se confunde, portanto, o dever de pagar com o dever de contribuir 
 Surge o dever de contribuir com a tributação, que é de todos, sujeitos passivos de 
tributos ou não 
 Nesse sentido, surgem as obrigações acessórias 
 É perfeitamente possível se impor uma obrigação tributária acessória sem que exista 
uma obrigação principal de pagar tributos 
 O dever de contribuir é autônomo ao dever de pagar 
 
 
 
 
 
 A NORMATIZAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO 
 
18 
 
 O Direito Tributário normatiza não apenas a incidência do tributo, mas toda a 
tributação 
 Disciplina a forma de criação, deveres, sansões, procedimentos para constituição e 
cobrança, etc. 
 CF: está no ápice da regulamentação do Direito Tributário 
 A primeira regulação da tributação encontra-se, portanto, no arquétipo 
constitucional, que se constitui no Sistema Tributário Nacional 
 A Constituição tributária começa no art. 146, da CF 
- Art. 146. Cabe à lei complementar: I – dispor sobre conflitos de competência, em 
matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II – 
regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III – estabelecer normas 
gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de 
tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) 
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado 
tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para 
as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso 
do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 
e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
 O Direito Tributário normatiza a Tributação 
 
 
 IDENTIFICAÇÃO DAS MATERIALIDADES TRIBUTÁVEIS NA 
CONSTITUIÇÃO 
 
 
 A CF nao cria tributos, mas apenas estabelece as materialidades possíveis de serem 
tributadas 
 Ao legislador ordinário compete instituir efetivamente o tributo, dentro das 
materialidades da CF e nos termos do CTN 
 
 
 EXTRAFISCALIDADE E FISCALIDADE 
 
 
 A tributação se volta a custear o chamado “Estado Fiscal” 
 Função extrafiscal: intervenções da União no domínio econômico, por meio dos 
impostos extrafiscais 
 Tributação pode ser utilizada como medida indutiva ou estimuladora 
 Ex: proteção meio ambiente 
 STF: validade de incentivos fiscais concedido a empresas que contratam empregados 
com mais de 40 anos/ desconto de IPVA a condutores sem infrações de trânsito, 
incentivando a serem bons motoristas 
 Pode haver utilização EXTRAfiscal de tributos: 
- nas exceções às anterioridades de exercício e/ou nonagesimal mínima e nas 
atenuações à legalidade relativamente a impostos capazes de atuar como 
19 
 
reguladores da produção de bens (IPI), do comércio internacional (II e IE) e da 
demanda monetária (IOF), atribuindo-se ao Executivo prerrogativas para a ágil 
alteração da legislação respectiva; 
- na previsão de que os impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana 
(IPTU) e territorial rural (ITR) sejam utilizados de modo a induzir o cumprimento da 
função social da propriedade (arts. 170, III, e 182, § 4º, II); 
- na previsão de benefícios fiscais de incentivo regional (art. 151, I); 
- na determinação de estímulo ao cooperativismo (arts. 146, III, c, e 174, §2º); 
- na determinação de tratamento diferenciado e favorecido às micro empresas e às 
empresas de pequeno porte (art. 146, III, d). 
 
 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
 CF não cria tributo, apenas PREVÊ a espécie tributária, atrelando a competência para 
a sua instituição 
 CF NÃO CRIA TRIBUTO 
 COMPETÊNCIA: é dada ao ente pela CF 
 A COMPETÊNCIA é INDELEGÁVEL, salvo DELEGAÇÃO DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
ATIVA – arrecadação ou fiscalização de tributos 
 
1) DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA NA CF 
 
 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia 
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, 
decorrente de obras públicas. 
 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderáinstituir empréstimos 
compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento 
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto 
no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de 
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma 
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o 
disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a 
que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I – importação de produtos 
estrangeiros; II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; III – renda e proventos de qualquer natureza; IV – produtos 
industrializados; V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
20 
 
valores mobiliários; VI – propriedade territorial rural; VII – grandes fortunas, nos 
termos de lei complementar. 
 Art. 154. A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não 
previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato 
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II – na 
iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos 
ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, 
cessadas as causas de sua criação. 
 Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I – 
transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II – operações 
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior; III – propriedade de veículos automotores. 
 Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I – propriedade predial e 
territorial urbana; II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, 
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III – serviços de 
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar. 
 
 ESQUEMA: 
 
MATERIALIDADE/ TRIBUTO COMPETÊNCIA 
Importação – II UNIÃO 
Exportação – IE UNIÃO 
Renda e Proventos – IR UNIÃO 
Operações de crédito – IOF UNIÃO 
Grandes fortunas – IGF UNIÃO 
Propriedade – ITR 
Propriedade – IPVA 
Propriedade – IPTU 
UNIÃO 
ESTADOS 
MUNICÍPIOS 
ITCMD 
ITBI 
ESTADOS 
MUNICÍPIOS 
ICMS ESTADOS 
ICMS (não compreendidos no art. 155) e ISS MUNICÍPIOS 
TAXAS TODOS 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA TODOS 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO UNIÃO 
CONTRIBUIÇÕES UNIÃO 
Contribuição, cobrada de servidores públicos, 
para o custeio, em benefício destes, do regime 
previdenciário de que trata o art. 40 da CF, cuja 
alíquota não será inferior à da contribuição dos 
servidores titulares de cargos efetivos 
da União – Art. 149, §1º 
 
 
ESTADOS, DF e MUNICÍPIOS 
 
COSIP 
DF 
MUNICÍPIOS 
 
 
21 
 
2) COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS, COMUNS e RESIDUAIS 
 
a) PRIVATIVA: 
 
 Atribuída a 1 ente 
 
b) COMUM: 
 
 Todos entes 
 Taxas e contribuições de melhoria 
 
c) RESIDUAL: 
 
 Atribuída à UNIÃO 
 
d) CUMULATIVA: 
 
 Exercida pela UNIÃO nos territórios e o caso do DF 
 Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o 
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; 
ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. 
 
 
 REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 
 A participação na arrecadação tributária é sempre do ente menor em relação ao ente 
maior 
 ESTADOS e MUNICÍPIOS participam da arrecadação de tributos de competência da 
UNIÃO 
 MUNICÍPIOS participam da arrecadação de impostos de competência dos ESTADOS 
 
1) REPARTIÇÃO DIRETA e INDIRETA 
 
 DIRETA: Recursos são imediatamente destinados ao outro ente federativo (vai direto 
pra União) 
 INDIRETA: os valores primeiramente transitam por um fundo (FPE – Fundo de 
Participação dos Estados) e FPM (Fundo de Participação dos Municípios), para depois 
serem destinados aos entes federativos (primeiro vai pro Município ou Estado, pra 
depois ir pra União) 
 
 
 
2) EC 42 
 
 Antes da EC/42, apenas os tributos da espécie IMPOSTOS eram repartidos 
 Após a EC/42, passou a prever a possibilidade de participação na receita tributária de 
uma espécie de contribuição interventiva: CIDE- Combustíveis 
22 
 
 APENAS IMPOSTOS têm seu produto tributário repartido, EXCETO: CIDE (também 
repartido) 
 A previsão de que o produto de determinado imposto será repartido não afeta o 
exercício da competência tributária 
 
3) ESQUEMA DE REPARTIÇÃO DO TRIBUTO 
 
TRIBUTO DESTINAÇÃO 
IOF OURO I – 30% para o Estado, o Distrito Federal ou o 
Território, conforme a origem 
II – 70% para o Município de origem. 
IMPOSTO DE RENDA: 
Imposto da União sobre 
renda e proventos de 
qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, 
a qualquer título, por 
Estados, DF e Municípios, 
suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem 
e mantiverem. 
Produto integral da arrecadação destina-se 
aos Estados, DF e Municípios 
*Súmula 447/STJ Os Estados e o Distrito Federal 
são partes legítimas na ação de restituição de 
imposto de renda retido na fonte proposta por 
seus servidores. 
 
 
 
IMPOSTO RESIDUAL 20% para ESTADOS e DF 
ITR Regra: 50% do produto da arrecadação pertence 
ao Município relativamente aos imóveis neles 
situados. Opção do art. 153, §4º, III: 100%, quando 
o ITR for fiscalizado e cobrado pelos Municípios 
que assim optarem, na forma da lei, desde que 
não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
IPVA 50% do produto arrecadado pertence ao 
Município em relação aos veículos licenciados em 
seus territórios 
ICMS 20% do produto da arrecadação aos Municípios, 
do seguinte modo: I – três quartos, no mínimo, na 
proporção do valor adicionado nas operações 
relativas à circulação de mercadorias e nas 
prestações de serviços, realizadas em seus 
territórios; II – até um quarto, de acordo com o 
que dispuser lei estadual ou, no caso dos 
Territórios, lei federal. 
IPI 10% do produto arrecadado aos Estados e ao DF, 
proporcionalmente ao valor das respectivas 
exportações de produtos industrializados. 
* Desse montante, os Estados entregarão 25% 
aos Municípios. 
23 
 
CIDE COMBUSTÍVEIS 29% do produto arrecadado aos Estados e o 
Distrito Federal, distribuídos na forma da lei e 
observada a destinação específica dos recursos. * 
Desse montante, os Estados entregarão 25% 
aos Municípios. 
 
 
 PRECEDENTES RELEVANTES ACERCA DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS 
TRIBUTÁRIAS 
 
 
 STF: CONSTITUCIONAL concessão de INCENTIVOS, BENEFÍCIOS e ISENÇÕES FISCAIS 
relativos aos IMPOSTOS DE RENDA e IPI por parte da UNIÃO em relação ao FUNDO 
DE PARTICIPAÇÃO DE MUNICÍPIOS e respectivas quotas devidas às Municipialidades 
 STF: o REPASSE das cotas referentes ao produto da arrecadação tributária que 
pertence a outro ente não pode sofrer indevido obstáculo criado a partir de condição 
prevista em programa fiscal – o repasse de quota constitucionalmente devida aos 
Municípios nãopode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal 
de âmbito estadual 
 TEMA 572 Repercussão Geral do STF: a VEXATA QUAESTIO, cinge-se à DEFINIÇÃO 
para julgar a controvérsia quanto ao IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE do art. 
157, I, da CF: “pertence aos Estados e DF o produto da arrecadação do IR da união” 
– NÃO HÁ INTERESSE DA UNIÃO, MOTIVO PELO QUAL PREVALECE A COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA COMUM 
 SÚMULA 447 STJ: os ESTADOS e o DF são partes LEGÍTIMAS na AÇÃO DE RESTITUIÇÃO 
DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTA PROPOSTA POR SEUS SERVIDORES 
 
FAZER EXERCÍCIOS ( ) 
LEI SECA ( ) 
LER MATERIAL ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO NA CF E AS 
LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR – 
PRINCÍPIOS 
 
 
 AS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
 
1) LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
 
 
1.1) PRINCÍPIOS CONSTITUICIONAIS TRIBUTÁRIOS: O PERCURSO A SER TRILHADO 
PELO ENTE TRIBUTANTE 
 
 
A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 Necessidade de lei para autorizar a oneração e desoneração tributária 
 Alguns casos, a CF autoriza que o PODER EXECUTIVO incremente ou reduza a carga 
tributária SEM NECESSIDADE de lei: 
 
 MITIGAÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 FIXAÇÃO DO PRAZO PARA PAGAMENTO DO TRIBUTO PODE SER FEITA POR ATO 
INFRALEGAL 
- Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o 
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o 
sujeito passivo notificado do lançamento. Parágrafo único. A legislação tributária 
pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que 
estabeleça. 
- quando o CTN diz que o “tempo do pagamento” do tributo vem em regra fixado 
pela “legislação tributária” ou será de 30 dias, ele PERMITE que DECRETOS e ATOS 
INFRALEGAIS fixem prazos para o pagamento do tributo 
- Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
- STF: DATA DE RECOLHIMENTO de tributo NÃO se encontra sujeita à lei formal (lei 
tributária) 
 
 CRIAÇÃO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS TRIBUTÁRIAS PODE SER FEITA POR ATO 
INFRALEGAL 
- obrigações acessórias: fazer ou não fazer (não é obrigação de dar dinheiro) 
25 
 
- obrigações acessórias são autônomas em relação às principais (ex: caso da 
imobiliária ser obrigada a prestar informações relativas às rendas de alugueis dos 
donos de imóveis) 
- obrigações principais (tributo ou multa) somente podem ser instituídas por lei 
- a obrigação acessória decorre da legislação tributária, de modo que podem ser 
instituídas por atos infralegais, como decretos ou atos complementares 
- caso haja descumprimento de obrigação acessória: CONVERTE-SE em principal 
(multa) 
- para a CONVERSÃO da acessória em principal (multa), depende de LEI 
 
 A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO TRIBUTO PODE SER FEITA POR ATO INFRALEGAL 
- a MERA atualização monetária do tributo, geralmente de sua base de cálculo, pode 
ser feita por ato infracional, DESDE QUE observados os ÍNDICES OFICIAIS DE 
RECOMPOSIÇÃO DA MOEDA 
- STJ: é DEFESO (proibido), ao MUNICÍPIO, atualizar IPTU, mediante decreto, em 
percentual SUPERIOR ao índice oficial de correção monetária 
- STJ: é INCONSTITUCIONAL a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido 
formal, VEDADA a atualização, por ato do executivo, em percentual superior aos 
índices oficiais 
- somente LEI pode estabelecer MAJORAÇÃO de tributos 
- NÃO constitui majoração a atualização do valor monetário da base de cálculo 
- Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I – a instituição de tributos, ou a sua 
extinção; II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III – a definição do fato gerador da obrigação tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V – a cominação de penalidades para as 
ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, 
ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º Equipara-se à majoração do tributo 
a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. § 2º 
Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, 
a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
 
 A MAJORAÇÃO OU REDUÇÃO DAS ALÍQUOTAS DO II, IE, IPI, IOF PODE SER FEITA POR 
DECRETO PRESIDENCIAL OU PORTARIA DO MINISTRO DA ECONOMIA 
- utilização extrafiscal de tributos: alguns tributos podem interferir na economia 
- a tributação de II,IE e IOF é extremamente sensível aos interesses geopolíticos 
brasileiros 
- CF permite ao poder executivo, através de decreto do presidente ou portaria do 
ministro da economia, a majoração ou redução das alíquotas do II, IE, IPI e IOF 
 
 A REDUÇÃO OU O RESTABELECIMENTO DAS ALÍQUOTAS DA CIDE – COMBUSTÍVEIS 
PODE SER FEITA POR DECRETO PRESIDENCIAL OU PORTARIA DO MINISTRO DA 
ECONOMIA 
- Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
26 
 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
- CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) sobr eos combustíveis 
(há outras CIDEs), pode ter a REDUÇÃO ou RESTABELECIMENTO de suas alíquotas 
feitos por DECRETO ou PORTARIA 
- APENAS da CIDE – COMBUSTÍVEIS 
- RESTABELECER não é alterar, ou seja, não podem ser MAJORADAS, mas podem 
VOLTAR ao que era antes de uma redução 
- II, IE, IPI e IOF: podem ser ALTERADAS as alíquotas dentro dos limites 
- CIDE – Combustíveis: REDUÇÃO ou RESTABELECIMENTO somente 
 
 DEFINIÇÃO DAS ALÍQUOTAS DO ICMS – COMBUSTÍVEL É FEITA MEDIANTE 
DELIBERAÇÃO DOS ESTADOS E DF 
- ICMS – Combustível: a fixação de alíquota é feita mediante deliberação dos Estados 
e DF – “alíquota deliberativa” 
- as suas alíquotas serão fixadas em comum acordo entre os entes federativos 
estatais 
 
 NORMA TRIBUTÁRIA EM BRANCO 
- alguns dos elementos do tipo tributário foram expressamente delegados à 
complementação por ato infralegal 
- poderia a lei fazer isso? SIM, desde que haja parâmetros, como um teto para as 
alíquotas 
- STF: NÃO viola a legalidade tributária a LEI que, PRESCREVENDO O TETO, possibilita 
ATO NORMATIVO INFRALEGAL fixar o valor de taxa em proporção razoável com os 
custos da atuação estatal 
- STF: se o legislador fizer uma delegação SEM QUALQUER parâmetro, NÃO HAVERÁ 
CONSTITUCIONALIDADE na delegação legal 
 
 
B) IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA 
 
 Não existe exceção à irretroatividade tributária 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] III — cobrar tributos: a) 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado; [...] 
 Não há tributo sem lei anterior que o preveja 
 A lei que revoga um tributo, ou reduz uma alíquota não retroage: assim, se no dia X 
foi realizado o Fato Gerador, não interessa se alguns dias depois o tributo foi 
revogado ou diminuiu, o tributo será pago da mesma forma, ainda que 
posteriormente revogado ou reduzido 
 Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros 
e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas 
nãoesteja completa nos termos do artigo 116. (...) 
27 
 
 Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e 
existentes os seus efeitos: I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em 
que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos 
que normalmente lhe são próprios; II – tratando-se de situação jurídica, desde o 
momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do 
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
 Isso ocorre porque o tributo não é retribuição sancionatória 
 DIFERENTE ocorre com o direito sancionatório tributário: a lei posterior retroagirá 
para beneficiar o infrator 
 Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos 
dispositivos interpretados; II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) 
quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário 
a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e 
não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine 
penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
 
C) ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA OU PRINCÍPIO DA EFICÁCIA DIFERIDA 
 
 É um prazo para que os contribuintes possam se preparar para receber a tributação 
 Também chamado de princípio da carência tributária 
 
 ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO: 
- Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III – cobrar tributos: (...) 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
- o CONTRIBUINTE só estará sujeito, à MAJORAÇÃO de tributos, às leis publicadas ATÉ 
DE DEZEMBRO DO ANO ANTERIOR 
 
 ANTERIORIDADE NONAGESIMAL: 
- Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III – cobrar tributos: (...) 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
- Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais: (...) § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só 
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que 
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, 
“b”. 
28 
 
- garante ao contribuinte o interstício de NO MÍNIMO 90 DIAS entre a PUBLICAÇÃO 
da lei INSTITUIDORA ou MAJORADORA e a sua INCIDÊNCIA apta a gerar obrigações 
tributárias 
- se a lei REDUZ o tributo, tem aplicação IMEDIATA e NÃO precisa aguardar os 90 dias 
- uma lei que institui um benefício fiscal pode ESTABELECER um período de VACATIO 
LEGIS 
- se o legislador resolve aprovar uma REDUÇÃO, embora não obrigue a observar os 
90 dias no mínimo, ele pode estabelecer, por lei, quando é que começará a valer 
depois de publicada a redução 
- é de NO MÍNIMO 90 dias, mas pode estabelecer prazo MAIOR 
 
 SÚM. 50 STF: Norma legal que ALTERA o PRAZO de PAGAMENTO da obrigação 
tributária NÃO se sujeita ao princípio da anterioridade 
 Contribuições sociais da seguridade social PODEM ser exigidas após decorridos 90 
dias da publicação que tiver INSTITUÍDO ou MODIFICADO, posto que EXCLUÍDAS do 
regime dos tributos 
 
 EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA 
 
EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE ANUAL 
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO II 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO IE 
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS IOF 
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA IEG 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIA CALAMIDADE PÚBLICA OU GUERRA 
CIDE COMBUSTÍVEL 
ICMS COMBUSTÍVEL 
 
 
EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL 
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO II 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO IE 
IMPOSTO DE RENDA IR 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS IOF 
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA IEG 
IMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO CALAMIDADE PÚBLICA OU GUERRA 
ALTERAÇÕES NA BASE DE CÁLCULO DO IPTU e IPVA 
 
 
EXCEÇÕES ÀS DUAS (ANUAL E NONAGESIMAL) 
II 
IE 
IOF 
IEG 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
 
29 
 
 
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (EXIGIDOS APÓS 90 DIAS), PORÉM NÃO EXIGIDOS 
ANTERIORIDADE ANUAL 
IPI 
CIDE COMBUSTÍVEL 
ICMS COMBUSTÍVEL 
 
ANTERIORIDADE ANUAL (EXIGIDOS A PARTIR DE 1º JANEIRO DO ANO SEGUINTE), PORÉM NÃO 
EXIGIDO ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (INDEPENDE DA DATA DO AUMENTO – 90 DIAS) 
IR 
ALTERAÇÕES BASE DE CÁLCULO DO IPTU e IPVA 
 
 
 A REVOGAÇÃO DAS ISENÇÕES 
 
 A isenção é considerada uma dispensa legal de um tributo devido 
 O que aconteceria se o legislador revogar a isenção, restabelecendo a incidência 
tributária? Essa revogação tem o mesmo efeito da instituição do tributo? 
- ANTES: revogação de uma isenção não significava a instituição do tributo, 
permitindo sua cobrança de modo imediato 
- HOJE: a revogação da isenção, DEVE se submeter ao princípio da não surpresa 
(princípio da anterioridade ou da eficácia tributária diferida 
 A postergação de hipótese de redução de imposto NÃO se equipara a aumento do 
tributo, pelo que NÃO atrai a incidência da ANTERIORIDADE NONAGESIMAL 
 
 
D) ISONOMIA TRIBUTÁRIA 
 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) II – instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida 
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 LIMITAÇÃO ao poder de tributar vinculada à ideia de justiça tributária, vedando 
tratamento desigual entre contribuintes em situação equivalente 
 A isonomia não impede a “discriminação positiva”, que tenha por finalidade alcançar 
um resultado materialmente isonômico 
 
E) VEDAÇÃO AO CONFISCO 
 
 A tributação deve evitar tributar ABAIXO dos valores essenciais à garantia do mínimo 
existencial e respeitar o limite do efeito confiscatório 
 Efeito de confisco é o que a CF veda 
 O tributo não pode incidir de modo que impeça que a atividade produtiva da 
sociedade gere mais e mais riquezas, sufocando-a e implicando, em um espaço de 
30 
 
tempo ou de imediato, à completa deterioração do patrimônio e da capacidade de 
produzir 
 O Estado não pode tributar além de determinado limite, sob pena de sufocar a 
atividade econômica e inviabilizar a continuidade no pagamento de tributos 
 
 
F) PROIBIÇÃO DE LIMITAÇÕES AO TRÁFEGO POR MEIO DE TRIBUTOS 
INTERESTADUAIS E INTERMUNICIAIS 
 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) V – estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público; 
 Impede a instituição de tributos de passagem e de importação e exportação 
interestaduais e intermunicipais, SALVO pedágio 
 Pedagio não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público 
 
G) GARANTIAS DA FEDERAÇÃO: PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS DE PROTEÇÃO 
FEDERATIVA 
 
 VEDAÇÃO À UNIÃO: 
- Art. 151. É vedado à União: I – instituir tributoque não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao 
Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento 
socioeconômico entre as diferentes regiões do País; II – tributar a renda das 
obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem 
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis 
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III – instituir 
isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
- LIMITAÇÕES ao poder de tributar da união: a uniformidade geográfica, a vedação 
da tributação diferenciada da renda das obrigações das dívidas públicas e da 
remuneração dos servidores e a vedação das isenções heterônomas 
 
 VEDAÇÃO AOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS 
- Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer 
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua 
procedência ou destino. 
 
FAZER EXERCÍCIOS ( ) 
LEI SECA ( ) 
LER MATERIAL ( ) 
 
 
 
 
31 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO NA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL: AS LIMITAÇÕES AO PODER DE 
TRIBUTAR – IMUNIDADES 
 
 
 
1) CONCEITO DE IMUNIDADE 
 
 São regras constitucionais que proíbem a tributação de determinadas pessoas, 
operações, objetos ou de outras demonstrações de riqueza, negando, portanto, a 
competência tributária 
 
2) IMUNIDADE, ISENÇÃO, ALÍQUOTA ZERO e NÃO INCIDÊNCIA 
 
 IMUNIDADE: NORMA do CONSTITUINTE, contida no desenho tributário da CF 
- escolha protetiva constitucional, conforme um valor eleito como digno de estímulo 
ou salvaguarda 
- delimitação constitucional da competência tributária 
- sede CONSTITUCIONAL 
 
 ISENÇÃO: NORMA do LEGISLADOR, veiculada em LEI COMPLEMENTAR OU 
ORDINÁRIA, contida na avaliação da capacidade contributiva, conveniência e justiça 
tributária em concreto 
- chamada de dispensa legal de um tributo devido 
- é causa de EXCLUSÃO do crédito tributário 
- exige lei específica para a sua instituição 
- dosagem da capacidade contribuinte ou de conveniência de uma política tributária 
- benefício fiscal 
- benefício legal – causa de exclusão do crédito tributário 
 
 NÃO INCIDÊNCIA: constatação de que um fato da vida não se amolda ao tipo 
tributário 
- exame de incidência do próprio tributo sobre a realidade posta 
- a incidência confronta norma e fato, enquanto a imunidade decota as possibilidades 
institutas de um tributo e a isenção dispensa legalmente do pagamento de um 
tributo devido 
- quando há não incidência, o tributo não será NUNCA devido, independentemente 
de imunidade ou isenção 
 
 ALÍQUOTA ZERO: é um benefício fiscal que causa um resultado de valor “zero reais” 
a ser pago de tributo 
- há toda a incidência tributária, o fato se amolda à norma, surge a obrigação 
tributária, MAS na apuração da matéria tributável o RESULTADO será de “zero tributo 
32 
 
a ser pago”, pois a alíquota será de 0% e, ao incidir sobre a base de cálculo, resultará 
no não pagamento do tributo 
 
3) AS IMUNIDADES DO ARTIGO 150, DA CF 
 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir IMPOSTOS 
sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e 
o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais 
produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros 
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes 
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação 
industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
 IMUNIDADE RECÍPROCA: é vedado instituir IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou 
serviços uns dos outros – EXTENSIVO às autarquias e fundações públicas 
 As TAXAS são tributos diversos dos impostos e não estão abrangidas pela imunidade 
tributária 
 IMUNIDADES SUBJETIVAS (em favor da pessoa): alínea “a”, “b” e “c”- entes políticos, 
templos e partidos políticos e entidades educacionais sem fins lucrativos 
 IMUNIDADES OBJETIVAS (em favor de bem ou operação): alínea “d” – imunidade 
cultural 
 
4) IMUNIDADE E OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
 
 A obrigação tributária tem 3 objetos: 
- obrigação principal de pagar tributo: pagamento do tributo 
- obrigação principal de pagar tributo: pagamento da multa tributária 
- obrigação acessória: fazer ou não fazer 
 As obrigações acessórias são autônomas em relação às principais, de modo que, por 
exemplo, a imobiliária seja obrigada a prestar informações relativas às rendas de 
alugueis que são repassadas aos donos de imóveis alugados, mesmo sem realizar o 
fato gerador do tributo 
 O gozo da imunidade NÃO dispensa o contribuinte do cumprimento das obrigações 
acessórias, nem da sujeição à fiscalização tributária 
 Assim, caso haja imunidade ou isenção a alguma entidade, lhe poserão ser exigidas 
as obrigações tributárias acessórias, que são autônomas 
 Um ente imune jamais será CONTRIBUINTE, mas pode SER ELEITO COMO 
RESPONSÁVEL e ocupar o polo passivo de uma obrigação tributária principal 
 Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação 
principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador; II – responsável, quando, sem 
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa 
de lei. 
33 
 
 
5) IMUNIDADES SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS? 
 
 DIREITO DE PETIÇÃO aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder/ obtenção de CERTIDÕES em repartições públicas, 
para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal – SÃO 
CLÁUSULAS PÉTRAS – IMUNIDADE DE TAXAS – DIREITO E GARANTIAS INDIVIDUAIS 
 Imunidade tributária RECÍPROCA – é CLÁUSULA PÉTREA – Garantia da Federação 
 Pode ser suprimida uma imunidade constitucional? SIM 
 Nem toda imunidade é cláusula pétrea 
 
6) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA 
 
 Cláusula pétrea 
 Aplicabilidade para TODOS OS IMPOSTOS, inclusive IOF 
 Extensiva às autarquias e fundações 
 STF tem admitido extensão da imunidade recíproca às sociedades de economia mista 
e empresas públicas 
- STF: entende que a sociedade de economia mista prestadora de serviço de água e 
esgoto é abrangida pela imunidade recíproca 
- STF: as sociedades de economia mista prestadora de ações e serviços de saúde, cujo 
capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária 
- STF: Correios possui imunidade recíproca – alcança o IPTU/ ICMS 
- PETROBRAS: STF definiu ser irrelevante para a definição da aplicabilidade da 
imunidade recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não 
sujeita a monopólio estatal – NÃO SE APLICA À PETROBRÁS 
- STF: incide IPTU de imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa 
jurídica de direito privado, devedora de tributo 
- STF: Caixa de Assistência dos Advogados e a OAB são imunes 
 O alcance da imunidade pressupõe o exame de: 
a) Caracterização econômica da atividade 
b) Risco à concorrência e à livre iniciativa 
c) Riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica 
 
 
7) IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO 
 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias

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