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Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho Aula 4: Saúde ocupacional no ambiente empresarial, acidente de trabalho e doenças ocupacionais Apresentação Nesta aula, serão entendidas as noções de saúde ocupacional no ambiente empresarial e os conceitos legais e preventivos de acidente e da doença do trabalho. Conheceremos, ainda, a conceituação legal de doença pro�ssional, os tipos de responsabilidade referentes à saúde e segurança do trabalho, as responsabilidades do empregador, pro�ssionais do SESMT e empregados, situações de utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) e de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e, por �m, as responsabilidades na sua utilização, apresentando noções de saúde ocupacional no ambiente empresarial. Bons estudos! Objetivos De�nir a importância da liderança nos processos de mudanças de saúde ocupacional e de segurança; Relatar os conceitos legais de saúde e de segurança brasileiras estabelecidas; Discutir a importância do entendimento entre risco e perigo para o controle de riscos no ambiente de trabalho. A Saúde Ocupacional empresarial A Saúde Ocupacional é um ramo da Medicina que tem como �nalidade assegurar boas condições físicas e mentais aos trabalhadores, priorizando sua integridade física e bem-estar. Na aula anterior, foi mostrado que a Saúde Ocupacional é tão importante, que tem uma determinação constitucional (BRASIL, 1978) no seu artigo 7º inciso XXII, considerando que é direito dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Desta maneira, as empresas desenvolvem um conjunto de ações estratégicas no objetivo de assegurar não apenas condições laborais básicas, mas, também, conforto, ergonomia e qualidade de vida dos trabalhadores. (Fonte: Kzenon / Shutterstock) A Saúde Ocupacional não é imprescindível apenas pela obrigatoriedade em lei, mas na sua in�uência no desempenho da organização, desde a sua capacidade produtiva, prestação de serviços e faturamento. Assim, o grande desa�o está no estabelecimento de uma cultura de saúde e�ciente nas organizações, que vá além de um controle de exames de admissão ou se for o caso de demissão, mas no enfrentamento de questões mais elevadas, como a obesidade dos trabalhadores, que costuma ter como uma causa frequente o sedentarismo. Atenção Deve ser lembrado que a obesidade é fator de risco para diversas doenças e tem impacto direto na elevação dos custos operacionais com assistência médica, absenteísmo, turnover e uma série de outros fatores. Ações de promoção à saúde dos trabalhadores Clique no botão acima. Ações de promoção à saúde dos trabalhadores Nas aulas passadas, houve a observação de que é essencial o envolvimento da liderança nas ações de promoção à saúde dos trabalhadores, na medida em que um bom líder inspira sua equipe na adesão e consolidação de uma cultura de saúde. Outro fator importante está no estabelecimento de uma comunicação mais efetiva de promoção de saúde na empresa, que se utilize de uma linguagem mais informal, interativa e amigável para atrair e manter o interesse dos trabalhadores na adoção de um estilo de vida saudável. A implantação de um programa de saúde deve ser encarada como um projeto corporativo e estratégico, e precisa ser realizada a partir de um levantamento detalhado de todas as normas aplicáveis à área de atuação da empresa, além de uma análise técnica para identi�car os riscos, gargalos e as oportunidades de aperfeiçoamento. Exemplo Problemas de obesidade dos colaboradores representam um dos principais contratempos de saúde pública no mundo e têm consequências objetivas nos custos de saúde, ausências do trabalho e perda de produtividade nas empresas. Desta maneira, iniciativas de cuidado à saúde têm sido implementadas para melhorar a qualidade de vida em programas de saúde e bem-estar, que incentivam com benefícios as atividades físicas e que evitam a cirurgia bariátrica. Atualmente, as empresas brasileiras despertaram para a importância da saúde e segurança do trabalho sob um ponto de vista de investimento, pois existem inúmeros casos de organizações que decretaram falência devido às grandes indenizações pagas por doenças e acidentes de trabalho. O cuidado com a segurança e a saúde também está presente nas grandes transformações no mercado de trabalho, com o surgimento das inovações tecnológicas e como observado na quarta onda industrial, em que minimamente deverão existir intervenções humanas no processo de trabalho. Exemplo Previdência Social no Brasil aplica de maneira e�caz as regulamentações sobre empresas que possuem, dentro de seus históricos, registros de acidentes por falta de uma cultura de segurança e saúde do trabalho. A Procuradoria Geral Federal tem processado empresas para obrigar o ressarcimento para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) do pagamento de indenizações, aposentadorias por invalidez e benefícios por acidentes e doenças de trabalho. Isto está levando a grandes mudanças nas organizações, com o objetivo da sua sobrevivência e, justamente, o que tem sido evidenciado, é o engajamento da liderança na mobilização da direção correta para fazer a diferença em segurança e saúde do trabalho. Um papel fundamental do líder está no alinhamento das pessoas com uma boa comunicação, de forma que todos compreendam e se comprometam com esta nova direção. A identi�cação desta mudança fundamental em saúde e em segurança obriga ao líder a sua condução para o alcance de resultados sustentáveis, que levem à sobrevivência e à superação dos concorrentes da organização. Estudos têm sido desenvolvidos sobre liderança em situações de mudanças, e cabe destacar as oito etapas propostas pelo renomado professor John Kotter, da Harvard Business School, para mudanças em qualquer organização: Clique nos botões para ver as informações. Todas as partes interessadas, sejam colaboradores, acionistas etc. devem estar envolvidos e aceitar a necessidade de mudança, pois frequentemente existirão tentativas de retorno às práticas tradicionais e tem sido a etapa mais desa�adora das organizações. 1. De�nir um senso de urgência O grupo de liderança necessita ter poder su�ciente na organização para ser o agente da mudança. Nesta fase, costumam ocorrer falhas no comprometimento das mudanças planejadas. Para tanto, se faz necessário o compromisso de todos comprarem a ideia da mudança e trabalharem como uma equipe no propósito. 2. Forme uma aliança poderosa Devem ser desenvolvidas uma direção e uma estratégia signi�cativas para o auxílio da condução do esforço de mudança, de maneira que todas as partes interessadas reconheçam e tenham o interesse de se adequar à nova situação. 3. Crie uma visão para a mudança Diante da enorme competição interna por comunicação de muitas questões prioritárias, o líder deverá utilizar todos os canais disponíveis para a comunicação de sua nova visão e estratégia. É fundamental direcionar esforços para a comunicação ser realizada aos diferentes níveis da organização, seja pelos canais habitualmente realizados, como palestras, reuniões, comunicados e mensagens eletrônicas, seja pelas atividades do cotidiano com sua integração dos processos diários do negócio. Costuma ser empregado nesta etapa o novo comportamento da mudança, pelo que se denomina liderança pelo exemplo, em que o líder exercerá diariamente no trabalho aquilo que está determinando e sob os olhares dos seus liderados. 4. Invista na comunicação da visão Nesta etapa, todas as barreiras à mudança devem ser removidas, sejam as técnicas ou normativas internas, ou seja, todos os obstáculos precisam ser identi�cados e removidos para incentivar as pessoas a adotar as novas ideias e atividades para alcançar a nova visão. 5. Delegue poder para outras pessoas agirem na visão Devem ser realizadas melhorias de desempenhos mensuráveis e, quando alcançadas, deve ser recompensado o pessoal envolvido e comemorados os objetivos atendidos, para provar que o processo é bené�copara a organização e convencer os céticos de que os esforços valem a pena. 6. Desenvolva no planejamento sucessos de curto prazo A partir da credibilidade alcançada, realize mudanças em sistemas e estruturas de forma mais aprofundada, para ampliar o tamanho e a competência da sua equipe de melhoria, pois somente esta medida será capaz de produzir melhorias contínuas aos processos e projetos de trabalho. 7. Consolide melhorias e incremente mais mudanças O processo de mudança deve ser incorporado nos sistemas formais, integrando a mudança na cultura da empresa. Para tanto, utilize as conexões entre os novos comportamentos da mudança realizada e a melhoria do desempenho resultante, para que todos entendam a correlação e a necessidade da sobrevivência da organização. Desenvolva meios para garantir que seja realizado um bom plano de desenvolvimento e sucessão de liderança, de modo a garantir que todos os resultados alcançados sejam sustentáveis. 8. Torne a mudança parte da cultura organizacional Os resultados de doenças e acidentes ocorridos em uma organização devem ser mais bem estudados do ponto de vista das causas básicas que os ocasionaram, sob risco de novos eventos ocorrerem sem que tenham sido devidamente controlados. Assim, as etapas apresentadas representam um grande valor aos líderes que perseguem a melhoria contínua de seus processos de gestão de riscos no trabalho e conhecem as responsabilidades de saúde e segurança dos seus colaboradores. Atividade 1. Analise o texto Caso de bom desempenho em segurança do trabalho. Após a leitura do texto, identi�que: a. Uma das oito etapas de liderança em situações de mudança que realizaram bem e explique o motivo. b. Uma das oito etapas de liderança em situações de mudança que realizaram mal e explique o motivo. Diferenças conceituais entre perigo e risco Uma questão técnica importante a ser elucidada diz respeito à diferença entre perigo e risco, que será abordada em seguida. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Conceito de perigo É uma ou mais condição que tem o potencial de causar ou contribuir para que um evento ou risco ocorra. No caso especí�co da segurança do trabalho, temos o entendimento de que seria uma fonte geradora capaz de causar lesões em pessoas ou danos materiais. Conceito de risco É a probabilidade de um dado evento ocorrer, seja ele uma ameaça, quando negativo (e vimos isto no caso de agentes nocivos na aula 2), ou uma oportunidade, quando for positivo. No caso particular da segurança no trabalho, temos um entendimento de que o risco seria uma resultante da exposição a um determinado perigo. Existem cinco categorias de riscos: Físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Assim, entendendo que, qualquer perigo, representado por um objeto, ou condição, ou efeito, com potencial de causar danos presentes em uma atividade, de uma forma conjunta, leva à probabilidade da ocorrência de um acidente. Desta maneira, exempli�cando uma situação de que exista uma: javascript:void(0); 1 Ação/Atividade Atravessar uma rua. 2 Perigo Condução de veículos em alta velocidade, condução de veículos sem manutenção adequada por pessoas, falta de respeito na condução dos veículos, entre outros. 3 Risco Atropelamento, queda, atingimento, entre outros. Atenção Como observação importante, deve ser manifesto que o risco será maior ou menor a partir da escolha da maneira como a pessoa determinar realizar a travessia. O risco e o perigo sempre vão existir juntos. Quando o perigo está presente, o risco passa a existir, e o risco só existe quando o perigo está presente. Desta maneira, a gestão da prevenção deve agir nos perigos para evitar ou minimizar os riscos, pois é a falta de controle dos perigos que faz com que o risco tenha uma maior chance de ocorrer. Isto determina que deverão ser mais bem trabalhados os perigos, de maneira a serem: Mitigados, prevenidos, analisados, mensurados e corrigidos. Existem duas maneiras de ser realizado um gerenciamento de perigos: 1 Utilizando a prevenção Conjunto de medidas ou preparação antecipada de algo que tem objetivo de bloquear uma ocorrência. De uma forma exempli�cada, pode ser citado o treinamento. Este emprega pelo conhecimento a importância de seguir os procedimentos estabelecidos, evitando o aparecimento de riscos. 2 Utilizando a mitigação Ações ou controles que têm objetivo de reduzir ou minimizar os danos de um evento ou a ação de algo. Como exemplo, pode ser citada a utilização de um capacete de segurança (equipamento de proteção individual), que não evita o impacto de um objeto contra a cabeça de alguém, mas minimizará os danos contra a cabeça. Atividade 2. Os perigos se apresentam como situações potenciais para acontecer uma lesão em algum colaborador. Contudo, tal lesão só acontecerá se houver uma proximidade do trabalhador da fonte de perigo, ou seja, existe o aparecimento do risco nesta aproximação. A partir destes conceitos, identi�que, abaixo, se as situações apresentadas são representadas como risco ou perigo. Situação: Um operador sem habilitação conduzia uma empilhadeira em uma empresa. Esta situação representaria um risco ou um perigo? Conceitos legais de saúde e segurança do trabalho A legislação brasileira de saúde e segurança não foi uma questão conquistada de uma forma espontânea aos trabalhadores junto às organizações em nossa sociedade. Uma das maiores garantias que devem ser mencionadas está na seguridade social dos trabalhadores, uma das proteções sociais mais necessárias, devido à exposição das pessoas às condições do trabalho que podem gerar acidentes e doenças do trabalho. (Fonte: kurhan / Shutterstock) Isto gera um benefício de uma renda mensal em situações de afastamento do trabalho superiores a 15 dias, através de um seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador e conforme texto constitucional (BRASIL, 2018 ), no seu artigo 7º inciso XXVIII: Sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Está determinada no texto constitucional uma responsabilização objetiva do empregador nas questões de saúde e segurança dos seus colaboradores. A legislação previdenciária ressalta, ainda, nos artigos abaixo, mais uma vez, a responsabilidade do empregador: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online "Artigo 342 do Decreto No 3.048/1999 Determina que: O pagamento pela Previdência Social, das prestações decorrentes do acidente, a que se refere o artigo 336, não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. Artigo 338 do Decreto No 3.048/1999 Determina que: A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e saúde do trabalhador. Em seguida, no seu parágrafo único: É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e dos produtos a manipular. Artigo 341 do Decreto No 3.048/1999 Determina que: Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis. Artigo 343 do Decreto No 3.048/1999 Determina que: Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho." - BRASIL, 2018 O Novo Código Civil Brasileiro, por sua vez, também assegura penalidades ao empregador em Segurança e Saúde no Trabalho, nos seus seguintes artigos: "Artigo 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Artigo 927: Aquele que, por ato ilícito (artigos 186/187), causar dano a outrem, �ca obrigado a repará-lo. Parágrafo único – Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especi�cados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos deoutrem. Artigo 949: No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas de tratamento e dos lucros cessantes até ao �m da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Artigo 950: Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou pro�ssão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao �m da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Artigo 951: O disposto nos artigos 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade pro�ssional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho." - BRASIL, 2003 O Código Penal Brasileiro também dispõe de artigos que impõem uma responsabilidade pessoal aos dirigentes das empresas que gerem riscos para os trabalhadores, como está estabelecida a sua natureza nos artigos: "Artigo 129: Lesão corporal, de natureza leve e grave; incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias; incapacidade permanente para o trabalho; perigo de vida; debilidade de membro, sentido ou função; deformidade permanente. Artigo 132: Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente." - BRASIL, 2018 Além disto, esta responsabilização dos empregadores foi ressaltada na Norma Regulamentadora de Número 1, na qual o texto determinou em 1.7, que caberá a eles: "a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; c) Informar aos trabalhadores: I- Os riscos pro�ssionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II- Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III- Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV- Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a �scalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; e) Determinar os procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho." - BRASIL, 2018 Nesta mesma Norma Regulamentadora de Número 1, está determinado em 1.8 que o empregado terá como responsabilidade: "a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; b) Usar o EPI fornecido pelo empregador; c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras- NR; d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras- NR; 1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injusti�cada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior." - BRASIL, 2018 No entendimento do conceito legal de acidente, existe a seguinte de�nição no artigo 19 da Lei nº 8.213/91: É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Similarmente, por determinação legal, as doenças pro�ssionais e/ou ocupacionais equiparam-se aos acidentes de trabalho, em conformidade com os incisos do artigo 20 da Lei nº 8.213/91, que as conceitua: Clique nos botões para ver as informações. Assim entendida, a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Doença pro�ssional Assim entendida, a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Doença do trabalho Na �nalidade de tornar o processo de segurança mais amplo e robusto, algumas empresas adotam o conceito prevencionista de acidente de trabalho na sua gestão de segurança do trabalho, porque este determina que acidente do trabalho pode ser de�nido como uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil ou lesões aos trabalhadores e/ou danos materiais. Observe que o conceito prevencionista determina acidente do trabalho, mesmo sem a ocorrência de lesões ou danos materiais, diferente do conceito legal de acidente, que de maneira objetiva já determina expressamente que tem que ocorrer lesões para ser um acidente. Os valores de uma cultura organizacional são construídos a partir de uma preocupação com a saúde de seus colaboradores. Desta maneira, empresas que tratem os acidentes do ponto de vista prevencionista demostram que todo evento de segurança será analisado e estudado como se houvesse a ocorrência de um acidente, o que seria uma excelente barreira prevencionista para situações mais graves. Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho– NR4 A Norma Regulamentadora (NR) No 4 estabeleceu que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deverão manter, obrigatoriamente, os chamados Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, conhecidos como SESMT, com a �nalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A composição e o dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vinculam-se à graduação da exposição do risco da atividade principal e ao seu número total de empregados do estabelecimento, constantes nos Quadros I e II na NR 4. Desta maneira, os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho podem ser compostos por médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar ou técnico em enfermagem do trabalho, obedecido o que está especi�cado no Quadro II da NR-04. O que cabe ao SESMT de acordo com o item 4.12 da NR4? Clique no botão acima. O que cabe ao SESMT de acordo com o item 4.12 da NR4? Caberá ao SESMT: “a) Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; b) Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual-EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; c) Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a"; d) Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; e) Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5; f) Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalhoe doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente; g) Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; h) Analisar e registrar em documento(s) especí�co(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); i) Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do Ministério do Trabalho; j) Manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não inferior a 5 (cinco) anos; l) As atividades dos pro�ssionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.” (BRASIL, 2005) Uma questão importante a ser destacada é o importante papel do setor de Recursos Humanos (RH) com a saúde e segurança dos colaboradores, porque cabe a ele a capacitação técnica para promover o esclarecimento dos riscos nos ambientes de trabalho e sua identi�cação nas tarefas desenvolvidas. O RH poderá realizar até mesmo o monitoramento da aplicação das normas regulamentadoras no ambiente empresarial e, com base nos resultados alcançados, promover treinamentos contínuos para a equipe de colaboradores, no intuito de fortalecer o conhecimento de todo o público interno quanto às exigências legais e prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 3. Analise a a�rmativa a seguir, indicando se está certa ou errada. Justi�que sua resposta. “Os conceitos legais e prevencionistas de acidente de trabalho são idênticos, inexistindo uma razão que os diferencie”. 4. Analise a a�rmativa a seguir, indicando se está certa ou errada. Justi�que sua resposta. “Todas as empresas públicas e privadas devem constituir um Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho”.Referências CÓDIGO Penal Brasileiro. São Paulo: JuriSearch, 2019. FISCHER, Georg et al. Gestão da qualidade: Segurança do trabalho e gestão ambiental. Tradução: Ingeborg Sell. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2009. NOVO Código Civil Brasileiro. 3. ed. rev. & amp. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. RIGOTTO, Raquel Maria. Saúde Ambiental & Saúde dos Trabalhadores. In: Rev. Bras. Epidemiol. v. 6, n. 4, 2003. Disponível em: http ://www .scielo .br /pdf /rbepid /v6n4 /13 .pdf. Acesso em: 3 set. 2019. SABATOVSKI, Emilio; FONTOURA, Iara P. Legislação Previdenciária. Curitiba: Juruá, 2014. SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito internacional do trabalho. 3. ed. atual. São Paulo: Ltr, 2000. Próxima aula Os demais conceitos das Normas Regulamentadoras; As formas de prevenção de acidentes de trabalho e suas consequências. Explore mais javascript:void(0); p Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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