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Adriana Leite Martins – Monitoria Morfologia do Corpo Humano I SISTEMA LINFÁTICO • É formado por vasos linfáticos, que transportam um fluido chamado linfa, a partir de uma variedade de estruturas e órgãos, que contêm tecido linfoide, e da medula óssea vermelha, que armazena células que se transformam em linfócitos (glóbulos brancos). • Consiste em um sistema auxiliar de drenagem ao sistema venoso. • O tecido linfático é uma forma especializada de tecido conjuntivo reticular que contém um grande número de linfócitos. • Os nódulos linfáticos são massas de tecido linfático de formato oval que não são encapsuladas. Além disso, nas mucosas associadas ao tecido linfático (como a do trato intestinal, vias respiratórias, trato genitourinário), alguns folículos linfáticos podem ser encontrados isoladamente. • Também podem existir folículos linfáticos agregados em grupamentos em partes específicas do corpo, tal como tonsilas palatinas, intestino delgado e apêndice vermiforme. • Órgãos linfáticos (linfonodos, baço e timo) contêm tecido linfático encapsulado. FUNÇÕES • Drenagem do fluido intersticial: Os vasos linfáticos drenam o fluindo intersticial nos espaços intertissulares. São responsáveis por devolver as proteínas, junto com qualquer fluido não reabsorvido, ao sistema circulatório. • Transporte de lipídios e vitaminas lipossolúveis: Os vasos linfáticos transportam triglicerídeos e algumas proteínas (A, D, E e K) do trato intestinal ao sangue. • Proteção: Os linfócitos, junto aos macrófagos e outras células, protegem o corpo da invasão de corpos estranhos. LINFA • Líquido semelhante ao plasma, em composição, que flui através dos vasos linfáticos. • A principal diferença entre este e o plasma é a quantidade de proteínas presentes, uma vez que a linfa possui menos proteínas, pois a maior parte das moléculas proteicas do plasma não pode ser filtrada através da parede dos capilares. • Quando esse fluido banha as células, é chamado de fluido intersticial. • 85% do fluido contendo proteína filtrada na porção arterial são reabsorvidos na venosa, sendo devolvido de forma direta ao sangue. Os demais 15% retomam ao sangue indiretamente, passando primeiramente ao sistema linfático e, então, ao sangue. CAPILARES E VASOS LINFÁTICOS CAPILARES LINFÁTICOS • Vasos microscópicos nos espaços intercelulares. São encontrados por todo o corpo, com exceção do tecido avascular, sistema nervoso central e medula óssea vermelha. Iniciam-se nos tecidos e são responsáveis por carregar a linfa que se forma no local em direção aos vasos linfáticos, formados a partir da junção destes. São ligeiramente maiores que os capilares sanguíneos e possuem uma estrutura que permite a entrada, mas não a saída, de fluido intersticial. • As células endoteliais que compõem a parede do capilar linfático tem suas extremidades sobrepostas. Quando a pressão é maior no fluido intersticial que na linfa, as células se abrem em um único sentido, permitindo a passagem de fluido Adriana Leite Martins – Monitoria Morfologia do Corpo Humano I para dentro do capilar linfático. Por sua vez, quando a pressão é maior no interior do capilar linfático, as células se aderem mais firmemente e o fluido não retorna ao espaço intersticial. VASOS LINFÁTICOS • Assemelham-se estruturalmente às veias, mas têm paredes mais finas, com mais válvulas e apresentam linfonodos em intervalos variáveis. São formados a partir da união de capilares e drenam a linfa para o ducto torácico ou ducto linfático direito. TECIDO LINFÁTICO LINFONODOS • São órgãos ovais ou em forma de feijão mas, em geral, variam muito em forma, tamanho e coloração. Estão interpostos nos trajetos dos vasos linfáticos e agem como uma barreira ou filtro à penetração de microrganismos, toxinas ou substâncias estranhas na corrente circulatória. Distribuídos por todo o corpo, podem ocorrer em grupos ou isolados. • Na axila e na região inguinal são abundantes, sendo palpáveis, em geral, nesta última. • Cada linfonodo é coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo. Internamente, são divididos em folículos, que são regiões de linfócitos B, linfócitos T e macrófagos. No seu interior, existem ainda canais, chamados de seios linfáticos e fibras reticulares. • Através dos vasos linfáticos aferentes, a linfa adentra o interior do linfonodo, uma vez que estes vasos possuem válvulas unidirecionais para a entrada da linfa. • Uma vez no interior dos linfonodos, a linfa fui através dos seios linfáticos, é filtrada e as fibras reticulares apreendem corpos estranhos, que são destruídos através de três mecanismos: fagocitose, a partir de macrófagos; liberação de substâncias antimicrobianas, pelos linfócitos T; produção de anticorpos, a partir dos plasmócitos oriundos dos linfócitos B. • Através dos vasos linfáticos eferentes, a linfa deixa o linfonodo, uma vez que estes vasos possuem válvulas unidirecionais para a saída a linfa. • A localização dos linfonodos e a direção do fluxo da linfa são importantes para o diagnóstico e o prognóstico da disseminação de um câncer através de metástases. TONSILAS • São grupos de folículos linfáticos grandes arranjados em forma de anel na junção da cavidade da boca e faringe e da cavidade do nariz e faringe. Dessa forma, participam da resposta imune a substâncias que são ingeridas ou inaladas, contendo linfócitos T e B. • São elas: tonsila faríngea (ou adenoide, quando inflamada), na parede posterior da parte nasal da faringe; tonsila palatina, no fundo da boca; e tonsila lingual, na base da língua. Adriana Leite Martins – Monitoria Morfologia do Corpo Humano I BAÇO • Órgão linfóide, oval, situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma, no nível das 9ª, 10ª e 11ª costelas. • Representa a maior massa individual de tecido linfático do corpo. É coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo denso. • Apresenta uma face diafragmática, relacionada com o diafragma, e uma face visceral, voltada para as vísceras abdominais. Nesta, verifica-se a presença do hilo, porta de entrada para vasos e nervos. • Ele contém plasmócitos, linfócitos e macrófagos. • Não apresenta vasos linfáticos aferentes ou seios linfáticos, logo, não drena a linfa. Entretanto, contém espaços para o armazenamento de sangue, uma de suas principais funções. • É o local de transformação de linfócitos B em plasmócitos produtores de anticorpos. Além disso, sus células também fagocitam substâncias desnecessárias ao corpo. • Durante o desenvolvimento fetal inicial, participa da formação de células sanguíneas. TIMO • Órgão linfóide bilobado, formado por massa irregular, situado em parte no tórax e em parte na porção inferior do pescoço. • A porção torácica fica atrás do esterno e a cervical, anteriormente e dos lados da traqueia. • O timo é grande nas crianças e alcança seu desenvolvimento máximo na puberdade, quando passa a regredir e seu tecido é substituído por tecido adiposo e conjuntivo, embora suas células permaneçam funcionantes. • Internamente, consiste em linfócitos T, macrófagos e células epiteliais que produzem hormônios. Dentre estes hormônios, destacam-se a timosina e timopoietina, que promovem a proliferação e maturação dos linfócitos T, os quais são distribuídos pelo timo a outros órgãos linfáticos. CIRCULAÇÃO LINFÁTICA • A linfa flui dos capilares linfáticos aos vasos linfáticos e através dos linfonodos. Os vasos eferentes do linfonodo permitem sua passagem a outros linfonodos. Até que esses vasos se unem em cadeia, ao final, para formar os troncoslinfáticos. • Os troncos linfáticos transferem sua linfa a ductos, sendo estes, o ducto torácico e o ducto linfático direito. • O ducto torácico recebe linfa do lado esquerdo da cabeça, pescoço e tórax, membro superior esquerdo, todo o corpo abaixo das costelas. Drena sua linfa na junção da veia jugular interna esquerda e veia subclávia esquerda. • Já o ducto linfático direito drena linfa do lado superior do corpo. Esvazia sua linfa na junção da veia jugular interna direita e veia subclávia direita. • Uma vez drenada, o fluxo se repete. Adriana Leite Martins – Monitoria Morfologia do Corpo Humano I • Esse fluxo até as veias subclávias é mantido primariamente pela ação de ordenha dos músculos estriados esqueléticos, uma vez que essas contrações comprimem os vasos linfáticos e forçam a linfa em direção às veias. • Além disso, os movimentos respiratórios também ajudam na manutenção desse fluxo, pois criam uma diferença de pressão entre as duas terminações do sistema linfático, fluindo da região abdominal, de maior pressão, para a região torácica, de menor pressão. • O edema, que consiste no acúmulo de fluido intersticial nos espaços tissulares, pode ser causado por uma obstrução, pela produção excessiva de linfa, aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos ou, ainda, aumento da pressão intracapilar. REFERÊNCIAS TORTORA, GERARD G. CORPO HUMANO: Fundamentos da Anatomia e Fisiologia. 4. ed. [S. l.]: ELSEVIER, 2012. DANGELO & FATTINI. ANATOMIA HUMANA: Sistêmica e Segmentar. 3. ed. ATHENEU, 2011.
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