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TCC PÓS PRONTO Mônica

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Mônica Battisti 
SÃO MIGUEL DO OESTE – SC
2019
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Mônica Battisti
Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título Educação Infantil e Anos Iniciais.
São Miguel do Oeste - SC
2019
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
Mônica Battisti
RESUMO
O presente artigo tem como finalidade explorar e incentivar o lúdico no processo de ensino e aprendizagem. Essa ferramenta didática que está trazendo inúmeros resultados positivos para o desenvolvimento intelectual da criança. Levando em consideração que os jogos e brincadeiras estão presentes na vida das crianças desde o início dos tempos. Importante destacar que por meio da brincadeira é possível de abordar conteúdos específicos incentivando a criatividade e interesse dos educandos. Nos tempos atuais, a ludicidade vem sendo discutida e avaliada como um tema que é capaz de proporcionar um ensino eficaz através das brincadeiras e jogos como recurso pedagógico, com um ponto de partida capaz de desenvolver a aprendizagem. As brincadeiras direcionadas proporcionam às crianças um ambiente agradável e interessante, possibilitando assim o aprendizado de várias habilidades úteis à sua vida social e afetiva. A ludicidade é de extrema importância para o desenvolvimento integral da criança, pois para ela viver é brincar.
Palavras – chave: Lúdico, aprendizado e educação.
1 INTRODUÇÃO 
O ato de brincar é inerente as crianças, assim ludicidade na educação infantil está cada vez mais à tona, em função das diversas atribuições positivas que a ludicidade traz para o educando. Pelo fato ser um atrativo, as crianças prendem sua atenção no brinquedo e se divertem ao mesmo tempo que aprendem. A atividade lúdica enriquece no educando diversas aptidões, sendo algumas delas a memória, imaginação, atenção, criatividade, entre outras. Além disso, desenvolve um ser social e interativo. 
“É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos” (KISHIMOTO, 1999, p.69). 
	Ao atribuir os brinquedos e brincadeiras no ambiente escolar, de forma correta, o educador adquire um grande aliando no caminho do aprendizado. Em algumas atividades, onde os alunos precisam de mais concentração, pode-se assimilar alguma atividade lúdica, no qual, contribuirá no desenvolvimento intelectual da criança. A quebra de tabus contra o ato lúdico em sala de aula é um dos principais objetivos do ato docente. 
2 A IMPORTÂNCIA DO ATO LÚDICO NO ENSINO E APRENDIZAGEM 
2.1 IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE 
Hoje, o professor, em seu planejamento, deve ter a clareza da importância da ludicidade como recurso pedagógico nas atividades relacionadas à escrita e leitura. Por isso, escolheu-se a temática “A Ludicidade No Processo De Ensino E Aprendizagem. ” Considera-se de grande relevância pesquisar esse tema porque a ludicidade é de suma importância seja no intuito de educar, ensinar, divertindo-se e interagindo com os outros. 
 Nos tempos atuais, a ludicidade vem sendo discutida e avaliada como um tema que é capaz de proporcionar um ensino eficaz através das brincadeiras e jogos como recurso pedagógico, com um ponto de partida capaz de desenvolver a aprendizagem. 
Pensando dessa forma, justifica-se que a ludicidade é fundamental para aprendizagem sem ser só um conteúdo maçante, oportunizando ao aluno vivenciar novas experiências, através de novas maneiras de aprendizagem, pois a criança pode se expressar de formas diferentes e atividades lúdicas podem ser além de um divertimento uma grande aliada para adquirir conhecimento. 
A atividade lúdica é reconhecida como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades, além de trabalhar estas habilidades na criança, ajudará no desenvolvimento da criatividade, na inteligência verbal-linguística, coordenação motora, dentre outras. (ALMEIDA, 2006).
Considerando o que o autor aborda, a atividade lúdica é capaz de contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança. Por esse motivo, compreender que o lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão, é fundamental, pois é dessa maneira que pode aperfeiçoar a verdadeira noção de ludicidade como necessária para que haja o desenvolvimento de todas as capacidades. E a ideia central é que a partir do entendimento sobre ludicidade se busque desenvolver novas estratégias lúdicas para se trabalhar a escrita. É nessa perspectiva que alguns autores comentam sobre como alfabetizar a criança sem ser uma aprendizagem maçante. 
O espaço lúdico não precisa ficar restrito a quadro paredes, ao contrário, deve fluir por todo o ambiente, dentro e fora das classes. Especialmente para as classes de alfabetização, utilizávamos todos os recursos disponíveis tendo a satisfação de ver crianças sendo alfabetizadas de maneira prazerosa. Sem sofrimento. (PINTO, 2003, p.65). 
É um assunto muito perturbador, pois realmente se pode dizer que o aluno precisa mais desse incremento para enriquecer seu aprendizado de forma prazerosa, possibilitando a motivação da criança e, assim, tornando-se indispensável para sua formação. É nesse caminho que se torna uma grande oportunidade de unir a ludicidade e escrita em uma parceria eficaz para o ensino dessa prática social. 
Quando o ambiente é alfabetizador, a criança interage com um ambiente rico, estimulante que a convida a aprender. A sala deve dispor de jogos, brinquedos, som, recursos visuais e principalmente um responsável e preparado para atuar nesse espaço. Se o professor não tiver uma postura interdisciplinar diante do conhecimento nem uma metodologia vai funcionar. (PINTO, 2003, p.66)
O professor deve estar preparado para se desafiar e buscar novas estratégias para que o ensino alcance os objetivos trilhados, pois se a criança interagir com o que está proposto já é um grande avanço e, certamente, motivada, via ludicidade, se apropriará dos mecanismos da escrita com mais facilidade. 
2.2 BRINCAR E APRENDER
As atividades lúdicas não se resumem ao jogo e à brincadeira, mas incluem atividades diferenciadas que possibilitam momentos de prazer, alegria e integração dos envolvidos. Ludicidade forma de fortalecer a criatividade, os conhecimentos, através de jogos e dentre outras brincadeiras diversas. “Proporciona a quem a vivencia instantes de encontro consigo e com o outro, momentos surreais e de realidade e, de redefinição e percepção, momentos de autoconhecimento e de cuidar de si e ter um olhar mais atento com o outro”. (PIAGET,1975, p. 12). 
O intuito é educar, ensinar se divertindo e interagindo com os outros. Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria execução que pode acontecer nos mais diversos espaços (internos e externos).
O espaço lúdico deve causar um impacto em todos que nele entrem. Principalmente a criança deve ser tocada pela alegria, pela curiosidade é um mundo de fantasia, portanto deve estimular o sonhar acordado. É também um espaço para desenvolver competências. A criança, ao brincar, vai treinar suas habilidades. Vai treinar sua capacidade de ganhar e perder, de criar regras e saber respeitá-las. (PINTO, 2003, p.61).
São lúdicas as atividades que propiciam a vivência ampla do aqui, agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite dar início a determinado momento de inserção: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho de recorte e colagem, exercícios de relaxamento e respiração,uma ciranda, movimentos expressivos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. 
Os jogos e as brincadeiras são fontes de felicidade e prazer que se fundamentam no exercício da liberdade e, por isso, representam a conquista de quem pode sonhar sentir, decidir, arquitetar, aventurar e agir, com energia para superar os desafios da brincadeira, recriando o tempo, o lugar e os objetos. Os jogos e as brincadeiras ajudam as crianças a vivenciarem regras preestabelecidas. Elas aprendem a esperar a sua vez e também a ganhar e perder. (NEVES, SANTIAGO, 2003, p.20).
Mais importante, porém, do que o tipo de atividade é a forma como é conduzida e como é experienciada e o porquê de estar sendo realizada.  Através das atividades lúdicas, formam-se conceitos, ideias são selecionadas, estabelecendo relações lógicas e integrando percepções que contribuem de maneira acentuada para que haja a socialização entre os sujeitos que fazem parte do processo. 
O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma “atitude” lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva.  (LUCKESI, 2000, p.23). 
 	A ludicidade deve, portanto, permitir que cada um possa se expressar livre e solidariamente. Toda criança que participa de atividades lúdicas adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que proporcionam um forte interesse em aprender e garante o prazer. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. 
Destaca-se que abordar o tema da ludicidade pode contribuir para o desenvolvimento de um processo de ensino aprendizagem mais produtivo e abrangente. O docente, responsável pela sistematização desse processo, pode oportunizar às crianças uma forma dinâmica e prazerosa de aprender, pois, a educação pela via da ludicidade propõe um aprender brincando, inspirando uma concepção de educação para além da instrução, ou seja, para a autonomia do aprendiz. (LUCKESI, 2000, p.40) 
As atividades lúdicas possibilitam inserir novos valores, desenvolvimento pedagógico riquíssimo na busca da valorização do movimento, das relações e da solidariedade. D’Avila (2006, p. 18) destaca que: “O ensino lúdico é aquele em que se inserem conteúdos, métodos criativos e o enlevo em se ensinar e, principalmente, aprender. ”
Tudo o que foi destacando é de suma importância, pois se pôde compreender que a ludicidade não está restrita em um determinado assunto, mas pode abranger várias temáticas que são fundamentais para que haja aprendizado. A ludicidade está presente nas diversas atividades da dinâmica humana. 
2.3 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS 
A Ludicidade é de suma importância para o desenvolvimento da criança. Através das atividades lúdicas propicia que a criança seja livre para criar o seu mundo simbólico e, assim, estimulando o surreal e a imaginação. Conforme relatam Macedo, Petty, Passos (2005, p. 16)
Valorizar o lúdico nos processos de aprendizagem significa, entre outras coisas, considerá-lo na perspectiva das crianças. Para elas apenas o que é lúdico faz sentido. Em atividades necessárias (dormir, comer, beber, tomar banho, fazer xixi), por exemplo, é comum as crianças introduzirem um elemento lúdico e as realizarem agregando elementos. 
  	A importância do lúdico na sala de aula é propiciar um ambiente mais agradável, e isso proporciona às crianças a oportunidade de ser livre para criar e imaginar. Através das brincadeiras, o professor pode observar o desenvolvimento delas, pois o lúdico desenvolve nas crianças habilidades cognitivas, motoras e facilita a aprendizagem. 
O brinquedo é um elemento importante no desenvolvimento da criança, mas depende da sua manipulação pelo adulto pode ser a luz ou sombra: luz, quando usado para facilitar o processo de aprendizagem, para estimular o desenvolvimento físico, para recreação e para aliviar as tensões, sombra, quando é imposto pelo adulto como instrumento de repressão e controle. (PINTO, 2003, p.46)
Afirmam Macedo, Petty, Passos que (2005, p 17) “Através da brincadeira, a criança se apropria da realidade, criando um espaço de aprendizagem em que possam expressar, de modo simbólico, suas fantasias, desejos, medos, sentimentos, sexualidade e agressividade”. Afinal, é um processo espontâneo no qual o professor tem que interagir e estimular, deixando a criança livre para criar e representar o seu mundo simbólico. Através do brincar, o professor consegue identificar várias características da criança, pois enquanto brinca, ela mostra o que sente e até mesmo representa o que presencia. Pensando nessa perspectiva, pode-se dizer que, certamente, vai influenciar para: 
Formar pessoas críticas e criativas, que criem, inventem, descubra, que sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa. (LUCKESI, 2000, p.24).
O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como oportuniza ao educador um olhar mais aguçado para propor suas aulas com mais dinamismo e que sejam prazerosas. O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta. É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade. 
A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, a criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades. (LUCKESI, 2000, p.24) 
O papel do educador é intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidade. Suas atividades visam sempre um resultado e uma ação dirigida para a busca de finalidades pedagógicas. 
2.4 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E CRIANÇA 
 A infância corresponde a um período especial, que requer atenção, onde a criança enfrentará vários desafios e as ações que ocorrem devem estar entrelaçadas, articulando o educar e o cuidar. Por isso, a rotina é a caixa de surpresa dessas instituições de ensino. Dessa forma, pode-se dizer que a rotina é uma prática com diferentes ações que ocorrem em nosso cotidiano. Ela possibilita que a criança se oriente na relação ao espaço e ao tempo, podendo dar sugestões e propor mudanças.
	Assim, percebe-se a importância da rotina na organização das atividades diárias e com o intuito de promover a segurança e a autonomia das crianças. Todas as atividades desenvolvidas, com horários e espaços definidos, devem ser percebidas como favorecimento do trabalho pedagógico e das necessidades da criança.
A criança é um ser histórico e social, uma cidadã de direitos e deveres que se forma e é formada pelas diferentes linguagens. Segundo Redin, (2007, p. 15), “Na mentalidade da maioria dos adultos a criança é um ser que pouco ou nada tem a dizer. Para ser acreditada é preciso, inclusive, passar antes pela escola.”
Pode-se observar que a maioria dos educadores ainda comunga desta concepção de criança, mas retratando sobre esse assunto percebe-se que é dever da escola repensar o conceito de infância e criança, sabendo distinguir e pensar em uma perspectiva de uma educação emancipadora, crítica e social, onde a criança é um sujeito histórico e social e ser de direitos.
Para Platão, em um dos seus conceitos a criança era como um ser inferior sendo, então, a infância uma fase da vida inferior à vida adulta.
[...] entre todas as criaturas selvagens, a criança é a mais intratável; pelo próprio fato dessa fonte de razão que nela existe ainda ser indisciplinada, a criança é uma criatura traiçoeira,astuciosa e sumamente insolente, diante do que tem que ser atada, por assim dizer, por múltiplas rédeas [...] (PLATÃO, 2010, p. 302).
Nesse contexto de inferioridade, a criança é colocada pelo autor, como algo parecido com um animal selvagem, em que essas significações se comparam a algo que necessita de doma. Claro que nessa época a criança era propriamente preparada para exercer funções políticas e politizar os povos, como um objeto que pode ser moldado para esses fins desde sua infância, assim uma visão de infância enquanto possibilidades.
Kuhlmann (2010, p. 30) firma:
	
É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos sobre essa fase da vida. É preciso conhecer as representações de infância e considerar as crianças concretas, localizá-las como produtoras da história.
Nesse sentido, o autor apresenta a infância como uma etapa importante e todas as suas aprendizagens e descobertas nesse período de criança são fundamentais para a formação da sua história e não apenas o que os adultos querem que ela seja, ou o molde que eles querem que ela se encaixe, pois considerando a criança como seres concretos com capacidades de formação de seus próprios conceitos de suas possibilidades.
Com um pensamento parecido, Kramer (2006, p. 14) argumenta que:
A inserção concreta das crianças e seus papéis variam com as formas de organização da sociedade. Assim, a ideia de infância não existiu sempre da mesma maneira. Ao contrário, a noção de infância surgiu com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudavam a inserção e o papel social da criança na comunidade. 
	
Assim se percebe que com o passar do tempo o conceito de infância foi se modificando, adequando à importância que ela tem. Kramer (1999, p. 272), em outra obra, diz que “[...] as crianças como cidadãs, pessoas que produzem cultura e são nela produzidas, que possuem um olhar crítico que vira pelo avesso a ordem das coisas subvertendo essa ordem.” Então a autora tem defendido uma concepção que reconhece o que é específico da infância, que é o poder de imaginação, fantasia e criação.
E a escola entra com um papel importante nesse processo das concepções da infância, o de facilitar as possibilidades para que a criança possa ser criança de verdade e assim dando-lhe todas as oportunidades de poder criar esse universo infantil, pelo qual a criança torna-se o que ela desejar e começa a visualizar o mundo real transformando-o em mundo imaginário, conforme a sua vontade. 
“O espaço lúdico deve causar um impacto em todos que nele entrem. Principalmente a criança deve ser tocada pela alegria, pela curiosidade- é um mundo de fantasia, portanto deve estimular o sonhar acordado[...]” (PINTO, 2003 p.59).
Para instigar a imaginação da criança é preciso que o professor faça intervenções pedagógicas, utilizando suas práticas adequadamente. Para isso, terá que possibilitar ao aluno a livre escolha de materiais que lhe chamem a atenção e despertem e a curiosidade.
“As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais” (BITTENCOURT E FERREIRA, 2002 p.11).
De acordo com os autores a influência do lúdico é fundamental para o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, pois como já foi dito, incluir esse tipo de modo de ensino, além de possibilitar novas práticas pedagógicas, contribui também com o processo de socialização e evolução cognitiva do educando.
2.5 ESTRATÉGIAS LÚDICAS DE SE TRABALHAR A ESCRITA E LEITURA
Por esse caminho, o presente trabalho foi proposto no sentido de avaliar a eficácia de se desenvolver atividades lúdicas para desenvolver nos alunos o gosto de escrever, pois, observa-se que as crianças, em geral, são submetidas à aprendizagem da escrita em momentos em que não se encontram em condições psicológicas de realizar as atividades com sucesso. Com base nesta consideração, propor o trabalho com o lúdico como uma das alternativas pedagógicas para motivar os alunos a comunicar-se por escrito, de forma espontânea, sem levar em consideração, neste momento, a questão gramatical e ortográfica. 
Na educação, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento e, para isso, precisa estar preparado. 
Buscando estratégias que contemplem a ludicidade e a escrita como grande parceria pode se dizer que:
Os jogos e brinquedos são reconhecidos como meios de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, de forma a estimular, na criança, a curiosidade, a observação, a intuição, a atividade, favorecendo seu desenvolvimento pela experiência. Esse interesse e essa valorização do brincar na educação não são recentes; sua importância foi demonstrada já na educação grego romana. (MACEDO, PETTY, PASSOS, 2005, p.56).
Atualmente, tem-se falado muito sobre a importância dos jogos e brinquedos para estimular o processo de aquisição do conhecimento na criança. A aprendizagem é tão importante quanto o desenvolvimento social e, o jogo, neste sentido, constitui uma ferramenta pedagógica fundamental. Mais ainda, o jogo pode ser um instrumento de alegria. ”Uma criança que joga antes de tudo o faz porque se diverte, mas dessa diversão emerge a aprendizagem e a maneira como o professor, após o jogo, trabalhar suas regras pode ensinar-lhe esquemas de relações interpessoais e de convívios éticos. (ANTUNES, 2003, p.14)
Dessa forma, o lúdico trabalhado cria possibilidades de interagir com os alunos, de modo a contribuir no avanço da leitura e, mais especificamente, da escrita. 
 Até um tempo atrás, o lúdico pertencia à educação infantil, hoje, sabe-se que não é mais privilégio somente da educação infantil. Cada vez mais há um grande incentivo para que os professores utilizem o lúdico em suas aulas. A principio a escrita precisa ter um objetivo, uma finalidade, ou seja, é preciso ter sentido para que a criança escreva. Não se deve escrever somente para o professor ou para preencher o tempo. O uso de jogos e brincadeiras é uma forma de despertar o gosto pelas atividades diárias de sala de aula e melhorar a estima. (KATO, 2005, p. 117).
Para facilitar o aprendizado para aqueles que apresentam dificuldades com a modalidade escrita da língua materna, poderão ser propostas atividades lúdicas como um caminho de desenvolvimento do gosto pela escrita. Jogo como estratégia de ação para a produção escrita. 
É importante, então, que em todo o momento em que o professor oferece atividades lúdicas, tenha claro o que cada atividade vai contribuir no processo de ensino e aprendizagem que a criança se encontra. O educador precisa de embasamento teórico suficiente para poder interferir, analisar e tirar conclusões para, assim, melhorar a sua prática pedagógica. 
Cada criança é diferente, é única. Portanto, é importante que os professores façam uma investigação da vida de seus alunos, para conhecer a realidade dos mesmos, facilitando, dessa forma, a aprendizagem das crianças e conhecendo suas preferências e gostos. Barbosa (1991, p. 136) mostra como o professor pode retirar o aluno de sua realidade, levando-o a um mundo de imaginações:
O adulto mediador da leitura é intérprete de um mundo repleto de aventuras que permitem à criança alargar as fronteiras do seu próprio mundo. Com o apoio do adulto, ela descobre que a leitura lhe permite viver experiências pouco comuns no seu cotidiano; a trama do texto permite-lhe experimentar sentimentos de alegria, tristeza, medo, angústia, encantamento. (BARBOSA 1991, p. 136).
Ao ler livros, a criança desperta sua imaginação, criatividade e ainda o hábito pela leitura e favorece o campo linguístico da criança, escreve melhor. O professor deve levar seus alunos à biblioteca, frequentemente,trazer às aulas diversos materiais de leitura, livros, jornais, revistas, gibis, poemas, entre outros gêneros. É necessário, também, que ele seja criativo, elabore novas atividades para incentivar a leitura, inove e que utilize várias estratégias, preferencialmente formas prazerosas, podendo ser: brincadeiras, jogos, diversão, pois se sabe que a criança aprende com maior facilidade e vontade quando inserida ao lúdico.
 Na escola, o brincar pode ser dirigido, livre ou exploratório: o essencial é que ele faça a criança avançar do ponto em que está no momento em sua aprendizagem, criando condições para a ampliação e revisão de seus conhecimentos. (MOYLES, 2001. p.181).
Dessa maneira, o lúdico torna-se essencial no desenvolvimento da criança, pois no brincar não se aprende somente conteúdos, mas se aprende para a vida. Nesse sentido, a escola também deve prepara-se para oferecer condições e espaço para o desenvolvimento das atividades lúdicas. “Formar leitores é algo que requer condições favoráveis, não só em relação aos recursos materiais disponíveis, mas, principalmente, em relação ao uso que se faz deles nas práticas de leitura. ” (BRASIL, PCN, 1998, p.71).
Para contribuir na formação de crianças leitoras, o professor deve proporcionar livros que correspondam com a realidade e a idade das crianças, incentivar, planejar e procurar sempre novas alternativas que contribuam na leitura e escrita da criança.
E, ainda, conforme Bozza (2009, p.53):
Formar leitores e uma estratégia concreta de luta conta a barbárie! Ler é sinônimo de informação e formação. Não ler e codinome para alienação. Não ler é estar à mercê da voz de outrem. É tomar para si os valores que os outros construíram. É reproduzir uma lógica que poderia ser diferente se houvesse poder de análise mais profunda da realidade. BOZZA (2009, p.53):
Formar leitores é muito mais do que apenas alfabetizar e ensinar a ler. É desenvolver a capacidade de análise crítica da realidade, a criatividade e, acima de tudo, é informação. Conforme Freire (1997), [...] o ato de ler não se esgota da decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra [...] 
Logo, ler não é só decodificar a palavra ou decifra-la, é sim compreendê-la em todo o seu significado. As atividades lúdicas devem ocupar um espaço primordial na construção do conhecimento, entendo que o professor é a figura fundamental para que isso aconteça, criando espaços e oferecendo matérias para o aprendizado do aluno de forma lúdica e criativa.
À escola, como espaço socializador do conhecimento, fica com a tarefa primordial de garantir aos seus alunos o aprendizado da leitura, devendo fazer circular em seu meio uma diversidade de materiais, com conteúdo ricos e variados, que promovam a formação de leitores livres. Concebe-se, assim, a prática da leitura não somente como habilidade linguística, mas como um processo de descoberta e de atribuição de sentidos que venha a possibilitar a interação leitor-mundo, um leitor ativo no mundo.
O podemos concluir que a influência do lúdico, seja ela por meio de brinquedos ou brincadeiras contribui significativamente com o desempenho pessoal e intelectual da criança, tornando o ambiente escolar um local agradável e divertido.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O Presente artigo possibilitou a percepção de como atribuir o ato lúdico no ambiente escolar, e como ele é importante para o desenvolvimento do educando. Podemos destacar ainda, que ao estimular as crianças com atividades lúdicas é possível aumentar significativamente aprendizado. Esta pesquisa visou apresentar a importância das brincadeiras lúdicas na aprendizagem, onde partiu de uma pesquisa bibliográfica, permitindo analisar o assunto em questão por meio de registros tal como: autores em livros, artigos, revistas e internet.
Dessa forma, podemos destacar ainda que o pedagogo deve sempre estar atento com as mudanças cotidianas, e buscar evoluir cada vez mais, não se deve acomodar com a rotina escolar, mas sim aprimorar suas técnicas de aprendizado. A utilização de métodos criativos de ensino nas aulas, faz com que os alunos tenham gosto pelo aprendizado. Os jogos também devem ser inseridos pelo professor o qual também deve interagir com as crianças, podendo ajudá-las a entender e ter uma melhor compreensão de mundo.
O brinquedo desempenha um papel importante. Ao promover uma situação imaginativa por meio da atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais. As atividades lúdicas proporcionam uma serie de aspectos que contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. É através das mesmas que a criança aprende e vivencia a experiência de pertencer a um grupo, construindo assim, sua identidade cultural. 
Deste modo os brinquedos e as brincadeiras integram em um leque de experiências vividas, onde não devem ser encarados pelos professores e adultos como um passa tempo, uma forma de distrair as crianças, mais sim no desenvolvimento da construção sobre o mundo.
Um ponto significativo que esteve presente em discussões, conforme autores, foi o grande benefício e contribuição que as brincadeiras lúdicas proporcionam, desde benefícios motor, cognitivo e sócio afetivo, até o bem-estar psicológico. 
Contudo, pode-se concluir que o brincar no desenvolvimento da criança é a base para o conhecimento do mundo, sendo que estabelece relações sociais, constrói conhecimentos (cognitivos e motores) assim tendo como resultado o desenvolvimento integral da criança.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. A educação lúdica; técnicas e jogos pedagógicos. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1987.
ANTUNES, Celso. O Jogo e a Educação Infantil. Riu de Janeiro: Vozes, 2003, 4ª edição.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e Por força: Rotinas na Educação Infantil. 2. ed. Porto Alegre: Artmede, 2007.
BITTENCOURT, Glaucimar Rodrigues. FERREIRA, Mariana Denise Moura. A importância do lúdico na alfabetização.. Belém, PA: 2002. TCC (graduação em Pedagogia) - Universidade da Amazônia, Belém, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quatro ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo, ed. Córtex, 2006.
KISHIMOTO, TizukoMorchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1996. 
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7.ed.. São Paulo: Cortez, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos (org.) Ludopedagogia – Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000.
MACEDO, Lino; PETTY, Ana Lucia Sícoli, PASSOS, Norimar Christe. O jogo e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na Educação Infantil. Maria Veronese Veríssimo Veronese (Trad.). Porto Alegre: Artmed, 2001.
PINTO, M. A infância como construção social. In: _____, SARMENTO, M. J. As crianças: contextos e identidades. Braga: Centro de Estudos da Criança da Universidade do Minho, 1997.
PINTO, Marly Rondan. Formação e aprendizagem no espaço lúdico. Ed. 2. São Paulo: Arte e ciências, 2003.
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