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1- Discorra sobre a importância do "momento de abertura da sucessão" para o Direito, e aponte a sua relação com a regra da saisine; R= O momento da abertura da sucessão é de extrema importância para o Direito. Entende-se que o ponto de partida do Direito Sucessório é a morte, ou seja, a morte vista como fenômeno jurídico (Morte para o Direito chama-se momento da abertura da sucessão). Com a morte, considera-se o fim da pessoa natural, a partir daí o direito regulamenta a herança e a partilha destes bens entre os herdeiros existentes da pessoa falecida. Para o Direito Brasileiro, a morte não é considerada apenas a ruptura de uma vida humana; ela gera efeitos jurídicos importantes. Tal importância pode ser analisada até mesmo pela necessidade de saber exatamente o tempo da morte, como no caso da comoriência, fato este que pode influenciar totalmente no curso do processo. Assim, com a abertura da sucessão, que tem seu início com a morte, a herança do “de cujus”, ou seja, todo seu patrimônio, é transmitido automaticamente aos herdeiros. Isso justifica-se com base no Art. 1.784, que orienta: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. Tal dispositivo segue a lógica da teoria da Saisine, uma vez que justifica teoricamente a transferência desse patrimônio deixado, para os herdeiros. Com base nessa teoria, o que transfere o patrimônio é a morte, e a influência dessa teoria pode ser observada no mencionado artigo do Código Civil. Desse modo, o patrimônio não fica instável, embora permaneça preso dentro de um acervo, até o momento da partilha. 2- Explique a importância da exclusão de herdeiros por indignidade e explique brevemente seu procedimento. R= A importância da exclusão do herdeiro indigno se dá pelo fato de o mesmo ter praticado ato atentatório contra o autor da herança, ou seja, com base na sua conduta criminosa, ofensiva ou reprovável, seria punido com a perda do direito sucessório. Assim, não seria justo que um herdeiro indigno recebesse o mesmo que os outros herdeiros, tendo em vista que este possa ter atentado contra a vida, contra a honra ou contra a liberdade de testar do autor da herança, conforme orienta o art. 1814, do Código Civil. O procedimento de exclusão do herdeiro indigno, será declarada por sentença, conforme previsto no art. 1815, do CC. Nesse caso, é necessário que alguém apresente na justiça uma ação de Exclusão de Herdeiro Indigno, podendo ser promovida por qualquer pessoa interessada. Ainda, o direito de demandar, nesse caso, tem prazo decadencial de quatro anos, contados da abertura da sucessão; caso não seja demandado dentro desse prazo, o direito deixa de existir. Ainda, conforme Jurisprudência do STJ, “O MP, por força do art. 1815, CC, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando à declaração de indignidade de herdeiro ou legatário”, ou seja, caso ninguém requeira, o MP poderá ter legitimidade para requerer. 3- Trate da cessão de direitos hereditários no Direito brasileiro. R= A cessão de direitos hereditários consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou testamentário, pode fazer a outrem, a título gratuito ou oneroso, de todo o quinhão ou parte dele. Tal modalidade encontra respaldo no art.1.793, do Código Civil, que dispõe: Art. 1.793. “O direito a sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública”. Dessa forma, a cessão de direitos hereditários somente pode ser celebrada depois da abertura da sucessão, uma vez que o nosso ordenamento proíbe contrato que tenha por objeto herança de pessoa viva, tornando-se nulo de pleno direito, conforme previsto no art. 456, do Código Civil. Assim, constituem requisitos básicos para a cessão, sendo eles: a) somente após a abertura da sucessão, ou seja, após a morte do autor da herança, pode-se haver a cessão dos respectivos direitos, não podendo ser objeto de cessão, herança de pessoa viva. Ainda, com a abertura da sucessão, permanece até o partilhamento final, o estado de indivisão (um todo unitário). b) b) a cessão deverá revestir-se de forma pública, ou seja, deverá ser feita por escritura pública. Com isso, pode haver a cessão de direitos hereditários a título universal, quando um ou mais co-herdeiros cedem, no todo ou em parte, seu quinhão hereditária, tendo a cessão que incidir sobre a totalidade da herança. E outra, a título singular, que recairá sobre bem certo e determinado da herança, quando a sub-rogação do cessionário relaciona-se somente ao particularmente negociado. Neste primeiro caso, deve atentar-se para o direito de preferência dos outros co-herdeiros. Assim, caso um dos co-herdeiros esteja interessado na cessão, será dado a este a preferência. 4- Explique o instituto da sucessão por estirpe (direito de representação). Ao final, crie um exemplo sobre o tema. R= Na sucessão por estirpe, concorrem descendentes que tenham grau de parentesco diferentes com o “de cujus”, ou seja, pode ser exercido o direito de representação. Assim, as pessoas que já morreram, tem direito hereditário, mas este se dará por meio de representação. Sendo, esse direito de representação, transmitido diretamente para os dependentes, tal interpretação está disposta no art. 1.851 a 1.856, do Código Civil. Exemplo: Riquinho Rico morreu, mas antes de morrer já possuía um filho pré-morto que deixou dois netos para ele. Porém, Riquinho Rico ainda possuía mais dois filhos vivos que herdariam por direito, 33% da herança deixada por este. Já quantos aos netos (filho do filho pré-morto), herdariam por direito de representação (por estirpe), 16,5% dessa mesma herança. 5- Discorra sobre as razões econômicas e filosóficas que justificam o Direito Sucessório. R= Ao longo de toda a história, a família foi representada pelos laços sanguíneos e de afeto, sendo a prova maior da estabilidade econômica, tendo em vista que sempre buscou-se conquistar riquezas materiais, garantindo patrimônios que seriam necessários à dependência futura, e resguardando a segurança da família e entes afetivos, mesmo depois de sua morte. Com base em toda essa linha familiar, é que se justifica o direito sucessório, uma vez que os cidadãos são motivados ao trabalho pela garantia de que terão riquezas durante a vida, e um dia, mesmo que não estejam mais presentes, poderão repassar todo este para seus herdeiros. O direito sucessório, por trabalhar com as relações jurídicas, e realizar a manutenção dos direitos da personalidade após a morte; garante aos herdeiros o fruto produzido pelos pais durante toda a vida. Essas razões justificam-se pelo fato de o direito sucessório estar bem próximo do sistema capitalista, uma vez que não faria sentido as pessoas trabalharem durante a sua vida toda, se não tivessem a garantia de que seu patrimônio estaria resguardado pelo direito hereditário. Assim, tal fato pode ser representado pela Revolução Russa, que experimentou retirar das pessoas o direito hereditário, fato este que resultou na perda da mão de obra, pois as pessoas não queriam mais trabalhar, tendo em vista que não fazia mais sentido já que todo seu patrimônio acumulado ficaria ao léu, não sendo repassado à sua família. E a lógica do trabalho poderia ser considerada esta, as pessoas trabalham para se sustentarem, e a partir do momento que essas pessoas têm filhos, trabalham para garantir o futuro destes filhos, mesmo após a sua morte. Uma vez que a família é considerada a base da sociedade, deveria estar muito bem fundamentada, daí a necessidade de se garantir constitucionalmente que o fruto do trabalho das pessoas fosse repassada a estas. E isto bem regulado pelo direito sucessório, trazendo o direito hereditário como uma garantia constitucional. Assim, com a morte do titular dos bens, toda a sua herança passa automaticamente para os herdeiros. Discorra sobre a importância do "momento de abertura da sucessão" para o Direito, e aponte a sua relação com a regra da saisine; R= O momento da abertura da sucessãoé de extrema importância para o Direito. Entende-se que o ponto de partida do Direito Sucessório é a morte, ou seja, a morte vista como fenômeno jurídico (Morte para o Direito chama-se momento da abertura da sucessão). Com a morte, considera-se o fim da pessoa natural, a partir daí o direito regulamenta a herança e a partilha destes bens entre os herdeiros existentes da pessoa falecida. Para o Direito Brasileiro, a morte não é considerada apenas a ruptura de uma vida humana; ela gera efeitos jurídicos importantes. Tal importância pode ser analisada até mesmo pela necessidade de saber exatamente o tempo da morte, como no caso da comoriência, fato este que pode influenciar totalmente no curso do processo. Assim, com a abertura da sucessão, que tem seu início com a morte, a herança do “de cujus”, ou seja, todo seu patrimônio, é transmitido automaticamente aos herdeiros. Isso justifica-se com base no Art. 1.784, que orienta: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. Tal dispositivo segue a lógica da teoria da Saisine, uma vez que justifica teoricamente a transferência desse patrimônio deixado, para os herdeiros. Com base nessa teoria, o que transfere o patrimônio é a morte, e a influência dessa teoria pode ser observada no mencionado artigo do Código Civil. Desse modo, o patrimônio não fica instável, embora permaneça preso dentro de um acervo, até o momento da partilha. 1- Explique a importância da exclusão de herdeiros por indignidade e explique brevemente seu procedimento. R= A importância da exclusão do herdeiro indigno se dá pelo fato de o mesmo ter praticado ato atentatório contra o autor da herança, ou seja, com base na sua conduta criminosa, ofensiva ou reprovável, seria punido com a perda do direito sucessório. Assim, não seria justo que um herdeiro indigno recebesse o mesmo que os outros herdeiros, tendo em vista que este possa ter atentado contra a vida, contra a honra ou contra a liberdade de testar do autor da herança, conforme orienta o art. 1814, do Código Civil. O procedimento de exclusão do herdeiro indigno, será declarada por sentença, conforme previsto no art. 1815, do CC. Nesse caso, é necessário que alguém apresente na justiça uma ação de Exclusão de Herdeiro Indigno, podendo ser promovida por qualquer pessoa interessada. Ainda, o direito de demandar, nesse caso, tem prazo decadencial de quatro anos, contados da abertura da sucessão; caso não seja demandado dentro desse prazo, o direito deixa de existir. Ainda, conforme Jurisprudência do STJ, “O MP, por força do art. 1815, CC, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover ação visando à declaração de indignidade de herdeiro ou legatário”, ou seja, caso ninguém requeira, o MP poderá ter legitimidade para requerer. 2- Trate da cessão de direitos hereditários no Direito brasileiro. R= A cessão de direitos hereditários consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou testamentário, pode fazer a outrem, a título gratuito ou oneroso, de todo o quinhão ou parte dele. Tal modalidade encontra respaldo no art.1.793, do Código Civil, que dispõe: Art. 1.793. “O direito a sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública”. Dessa forma, a cessão de direitos hereditários somente pode ser celebrada depois da abertura da sucessão, uma vez que o nosso ordenamento proíbe contrato que tenha por objeto herança de pessoa viva, tornando-se nulo de pleno direito, conforme previsto no art. 456, do Código Civil. Assim, constituem requisitos básicos para a cessão, sendo eles: a) somente após a abertura da sucessão, ou seja, após a morte do autor da herança, pode-se haver a cessão dos respectivos direitos, não podendo ser objeto de cessão, herança de pessoa viva. Ainda, com a abertura da sucessão, permanece até o partilhamento final, o estado de indivisão (um todo unitário). b) b) a cessão deverá revestir-se de forma pública, ou seja, deverá ser feita por escritura pública. Com isso, pode haver a cessão de direitos hereditários a título universal, quando um ou mais co-herdeiros cedem, no todo ou em parte, seu quinhão hereditária, tendo a cessão que incidir sobre a totalidade da herança. E outra, a título singular, que recairá sobre bem certo e determinado da herança, quando a sub-rogação do cessionário relaciona-se somente ao particularmente negociado. Neste primeiro caso, deve atentar-se para o direito de preferência dos outros co-herdeiros. Assim, caso um dos co-herdeiros esteja interessado na cessão, será dado a este a preferência. 3- Explique o instituto da sucessão por estirpe (direito de representação). Ao final, crie um exemplo sobre o tema. R= Na sucessão por estirpe, concorrem descendentes que tenham grau de parentesco diferentes com o “de cujus”, ou seja, pode ser exercido o direito de representação. Assim, as pessoas que já morreram, tem direito hereditário, mas este se dará por meio de representação. Sendo, esse direito de representação, transmitido diretamente para os dependentes, tal interpretação está disposta no art. 1.851 a 1.856, do Código Civil. Exemplo: Riquinho Rico morreu, mas antes de morrer já possuía um filho pré-morto que deixou dois netos para ele. Porém, Riquinho Rico ainda possuía mais dois filhos vivos que herdariam por direito, 33% da herança deixada por este. Já quantos aos netos (filho do filho pré-morto), herdariam por direito de representação (por estirpe), 16,5% dessa mesma herança. 4- Discorra sobre as razões econômicas e filosóficas que justificam o Direito Sucessório. R= Ao longo de toda a história, a família foi representada pelos laços sanguíneos e de afeto, sendo a prova maior da estabilidade econômica, tendo em vista que sempre buscou-se conquistar riquezas materiais, garantindo patrimônios que seriam necessários à dependência futura, e resguardando a segurança da família e entes afetivos, mesmo depois de sua morte. Com base em toda essa linha familiar, é que se justifica o direito sucessório, uma vez que os cidadãos são motivados ao trabalho pela garantia de que terão riquezas durante a vida, e um dia, mesmo que não estejam mais presentes, poderão repassar todo este para seus herdeiros. O direito sucessório, por trabalhar com as relações jurídicas, e realizar a manutenção dos direitos da personalidade após a morte; garante aos herdeiros o fruto produzido pelos pais durante toda a vida. Essas razões justificam-se pelo fato de o direito sucessório estar bem próximo do sistema capitalista, uma vez que não faria sentido as pessoas trabalharem durante a sua vida toda, se não tivessem a garantia de que seu patrimônio estaria resguardado pelo direito hereditário. Assim, tal fato pode ser representado pela Revolução Russa, que experimentou retirar das pessoas o direito hereditário, fato este que resultou na perda da mão de obra, pois as pessoas não queriam mais trabalhar, tendo em vista que não fazia mais sentido já que todo seu patrimônio acumulado ficaria ao léu, não sendo repassado à sua família. E a lógica do trabalho poderia ser considerada esta, as pessoas trabalham para se sustentarem, e a partir do momento que essas pessoas têm filhos, trabalham para garantir o futuro destes filhos, mesmo após a sua morte. Uma vez que a família é considerada a base da sociedade, deveria estar muito bem fundamentada, daí a necessidade de se garantir constitucionalmente que o fruto do trabalho das pessoas fosse repassada a estas. E isto bem regulado pelo direito sucessório, trazendo o direito hereditário como uma garantia constitucional. Assim, com a morte do titular dos bens, toda a sua herança passa automaticamente para os herdeiros.
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