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Tema 5 Administração na Contemporaneidade

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DESCRIÇÃO
Apresentação de paradigmas para análise da teoria social de Burrell e Morgan; e de estudos de Ann Cunliffe sobre: estruturas e
designs organizacionais, tecnologia, controle e poder, estratégias e cultura organizacional; da gestão como fonte de doença social.
PROPÓSITO
Compreender conceitos e autores importantes para o desenvolvimento do pensamento contemporâneo da Administração e da
gestão de organizações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os paradigmas para análise da teoria social de Burrell e Morgan
MÓDULO 2
Reconhecer as perspectivas organizacionais contemporâneas de Ann Cunliffe
MÓDULO 3
Identificar a perspectiva crítica sobre a administração contemporânea de Vincent de Gaulejac
INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos, diversos estudiosos se debruçaram sobre o objetivo de compreender as organizações e tudo aquilo que as
cercam. Isso acontece porque as organizações são muitas coisas ao mesmo tempo.
Elas são complexas e têm muitas facetas. Além disso, são paradoxais e, por isso, os desafios enfrentados pelos administradores e
diferentes profissionais, muitas vezes, são tão difíceis.
Nesse sentido, é fundamental compreender quais são as teorias que procuram entender ou explicar as organizações. Por exemplo,
para que um administrador possa atingir maior eficácia em seu trabalho, precisa desenvolver a capacidade de ler as organizações
sob diferentes perspectivas. E, além isso, possuir a habilidade de identificar e usar diferentes abordagens para a administração e
organização.
Administradores aptos nessa leitura das organizações têm a capacidade de permanecerem abertos e flexíveis, livres de julgamentos
imediatos, até que surja uma visão mais abrangente da situação.
As coisas ocorrem assim, porque estão inteirados de que, ao abordarem determinadas situações sob ângulos diferentes, é possível
identificar novos pontos de vista. Além disso, uma leitura variada e ampla das situações organizacionais pode criar um conjunto
diversificado de possibilidades de ações.
Com isso em mente, nesse material, vamos conhecer diferentes perspectivas contemporâneas acerca das organizações e suas
complexidades.
MÓDULO 1
 Identificar os paradigmas para análise da teoria social de Burrell e Morgan
A TEORIA SOCIAL
Provavelmente, você já estudou sobre algumas teorias organizacionais, como as clássicas, comportamentais ou sistêmicas. Em
cada uma dessas teorias, um conjunto de pesquisadores assumiu como verdadeiras determinadas premissas.
Segundo Morgan (2005):
PARA ENTENDERMOS A NATUREZA DA ORTODOXIA NA TEORIA DAS
ORGANIZAÇÕES, FAZ-SE NECESSÁRIO ENTENDER O RELACIONAMENTO
ENTRE OS MODOS ESPECÍFICOS DE TEORIZAÇÃO E PESQUISA, E AS
VISÕES DE MUNDO QUE ELES REFLETEM.”
Por isso, é importante compreender a lente teórica utilizada por aquele grupo de pesquisadores para que possamos entender ao
que ela se refere.
A teoria social proposta por Burrell e Morgan (1979) afirma que existem quatro paradigmas-chave. E estes são baseados em
diversos conjuntos de pressupostos de uma metateoria acerca da natureza da ciência social e da sociedade.
Dessa forma, os quatro paradigmas propostos pelos autores são baseados em visões do mundo social respectivamente exclusivas.
Ou seja, cada uma delas se posiciona em seu próprio campo e gera sua análise específica distintiva da vida social.
Quando falamos de paradigmas, devemos compreendê-los como realidades alternativas que guiam nossas ações e pesquisas em
determinados momentos de nossas vidas. Isso faz com que enxerguemos a realidade de outra maneira, ou seja, por meio de outra
lente.
Nesse sentido, paradigmas são modelos ou padrões que servem como referência para explicar ou ensinar a lidar com algum evento
PARADIGMAS PROPOSTOS POR BURREL E MORGAN
Em seu livro Sociological Paradigms and Organisational Analysis, Burrell e Morgan (1979) apresentaram uma estrutura composta de
quatro paradigmas para analisar a teoria social.
Esses 4 modelos são distribuídos entre: funcionalista, interpretativo, estruturalismo radical e humanismo radical. Também estão
representados no quadro 1 os 4 eixos: sociologia da mudança radical e sociologia da regulação social; subjetivo e objetivo.
 Sociologia da mudança radical 
Subjetivo
Humanismo radical Estruturalismo radical
Objetivo
Interpretativo Funcionalista
 Sociologia da regulação social 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro 1. Quatro paradigmas para análise da teoria social. Fonte: Adaptado e traduzido de: BURRELL; MORGAN, 1979.
Em seu estudo, os autores Burrell e Morgan (1979) sobrepunham dois eixos: um representaria os pressupostos metateóricos sobre
a natureza da ciência, opondo a ciência “objetivista” à ciência “subjetivista”; enquanto o outro simbolizaria as premissas
metateóricas sobre a natureza da sociedade, contrastando uma sociologia da “regulação” a uma sociologia da “mudança radical”.
METATEÓRICOS
A metateoria pode ser definida como a área do conhecimento que formula teorias sobre a própria teoria de uma determinada
ciência. É considerada como o equivalente à epistemologia (teoria do conhecimento). A teoria cria postulados e princípios para
uma determinada área do conhecimento e analisa e discute esses postulados.
Os 4 paradigmas são categorizados em função de 4 pressupostos:
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Fonte: Autor/Shutterstock
Ontologia, como é a realidade a ser investigada;
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Fonte: Autor/Shutterstock
Epistemologia, como o conhecimento é obtido;
 
Fonte: Autor/Shutterstock
Natureza humana, relação do ser humano com seu ambiente;
 
Fonte: Autor/Shutterstock
Metodologia, como abordar o objeto de pesquisa.
ONTOLOGIA
Ontologia é a área da Filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da própria realidade.
Esses 4 pressupostos vão definir a natureza da ciência no que se refere aos critérios de objetividade e subjetividade. Nesse sentido,
os autores consideram que diferentes ontologias, epistemologias e modelos de natureza humana levam os cientistas a
metodologias diferentes.
A seguir, vamos explicar os dois eixos e os quatro paradigmas ilustrados no quadro 1:
DOIS EIXOS — QUATRO PARADIGMAS
As expressões “regulação” e “mudança radical”, sugeridas por Burrell e Morgan (1979), podem ser compreendidas como ordem e
conflito, respectivamente. Enquanto a ordem visa a estabilidade, a integração, a coordenação funcional e o consenso; a mudança
radical visa a mudança, o conflito, a desintegração e a coerção.
O eixo da sociologia da mudança radical versus a sociologia da regulação está relacionado com o movimento que vai da ordem ao
conflito.
No caso do eixo da mudança radical
Refere-se à desintegração e coerção, privação, favorecendo a mudança drástica; os conflitos estruturais; o questionamento aos
modos de autoridade e poder, ao contrassenso; a autonomia e as capacidades. A mudança radical está interessada na
emancipação do homem de suas estruturas, ou seja, daquelas que limitam e impedem seu potencial de desenvolvimento.

O eixo da regulação
Se refere à estabilidade, integração e a conformidade, o que favorece a continuidade da ordem social integrada e congruente, da
solidariedade e das necessidades de satisfação.
É uma sociologia interessada na necessidade de regulação das ações humanas. Seus questionamentos focam na necessidade de
se entender o motivo que faz com que a sociedade seja mantida como uma entidade em vez de desmoronar. Posto de outro modo,
está interessado em compreender as forças sociais que impedem que a visão hobbesiana se torne realidade.
VISÃO HOBBESIANA
A visão hobbesiana do homem é que ele é um ser mau por natureza. Ele nasce com um único direito natural à vida e fará de
tudo para perpetuá-lo, até mesmo matar aqueles que se colocarem em seu caminho.
Em relação ao eixo objetividade versus subjetividade, quando os autores falam de uma visão objetivista do mundo social, estão se
referindo a uma estrutura concreta. E esta enfatiza a importância de estudara natureza das relações entre os elementos que
constituem aquela estrutura.
O conhecimento do mundo social exige o entendimento da estrutura social com ênfase na análise empírica (por meio da
experiência) de relações concretas em um mundo social externo.
A objetividade é caracterizada por tratar o mundo social exatamente como se fosse natural. Posto de outro modo, os objetivistas
usam o mundo biológico e físico como fonte de analogias para estudar o mundo social, como uma fonte de hipóteses e de insights.
 COMENTÁRIO
Podemos citar as teorias de Taylor e Fayol como fundamentadas em pressupostos objetivistas. Nelas, o mundo das organizações é
tratado como um fenômeno natural, ou seja, é caracterizado por uma realidade concreta que pode ser sistematicamente investigada
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de modo a revelar suas regularidades subjacentes.
Por isso, aos trabalhadores foi atribuído um papel essencialmente passivo e seu comportamento no trabalho era visto como
determinado pela situação em que ele era exposto, e não ao contrário.
Opostamente, a visão subjetiva encara a realidade como uma projeção da imaginação humana. Isso quer dizer que a importância
está na compreensão dos processos pelos quais os seres humanos concretizam sua relação com seu próprio mundo.
 EXEMPLO
Podemos citar as teorias das relações humanas e comportamentais como fundamentadas em pressupostos subjetivistas. Pois estas
defendem que o comportamento humano não pode ser tratado como um fenômeno previsível, como as escolas anteriores
afirmavam. O homem é complexo e dotado de imprevisibilidades, por isso, uma visão mais subjetiva acerca das situações que o
envolvem na organização.
Até aqui, podemos observar que os pressupostos sobre a natureza da ciência estão representados por dois eixos: subjetivo e
objetivo. E que quando relacionados à natureza da sociedade estão divididos entre: regulação e mudança radical, como pode ser
visto no quadro 1.
 ATENÇÃO
Os paradigmas fornecem uma maneira de identificar similaridades básicas e diferenças nos trabalhos dos vários pesquisadores e
em seus quadros de referência. Também oferece um meio de localizar o seu próprio ponto de contato com a teoria social.
Nesse sentido, ele propicia um meio de entender o motivo pelo qual certas teorias e perspectivas podem ser mais atrativas do que
outras. Além disso, como um mapa, serve de ferramenta para estabelecer onde está, esteve e para onde é possível ir no futuro.
Um ponto importante sobre os 4 paradigmas é que eles são mutuamente exclusivos, ou seja, oferecem pontos de vista alternativos
sobre a realidade social.
O PARADIGMA DO HUMANISMO RADICAL
Este paradigma é definido por causa do seu interesse em desenvolver a sociologia da mudança radical a partir de um ponto de vista
subjetivista. Nele, o mundo é visto a partir de uma perspectiva nominalista, antipositivista, voluntarista e ideográfica.
Possui uma visão da sociedade que enfatiza a importância de destruir ou de transcender as limitações dos arranjos sociais
existentes.
NOMINALISTA
Relativo ou pertencente ao nominalismo — doutrina medieval que afirma a irrealidade e o caráter meramente abstrato dos
universais (conceitos, ideias gerais, termos abrangentes), que são, desse modo, caracterizados como nomes, entidades
linguísticas sem existência autônoma ou simples meios convencionais para a compreensão dos objetos singulares.
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ANTIPOSITIVISTA
O antipositivismo se refere a tudo aquilo que é contrário ao paradigma positivista. Ele rejeita o empirismo e a pretensão
positivista que professa a existência de unidade metodológica entre as diferentes ciências.
Aqui, a consciência humana é dominada pelas estruturas ideológicas com as quais interage, sendo responsáveis pelo próprio
indivíduo e sua verdadeira consciência. Esse assunto é tratado pelos teóricos com o intuito de livrar o ser das restrições que os
esquemas sociais colocam sobre o desenvolvimento humano. Portanto, critica-se o estado das coisas.
Além disso, entende a sociedade como anti-humana e busca articular meios para que os indivíduos consigam ultrapassar os
vínculos e as correntes que os prendem aos padrões sociais existentes para, assim, realizarem seu potencial pleno.
 
Fonte: patrice6000/Shutterstock
Esse paradigma enfatiza a mudança radical dos modos de autoridade e poder, da autonomia, potencialidade e privação. A
consciência humana é a principal ênfase do humanismo radical.
 
Tupungato/shutterstock
É por meio dos estudos de Karl Marx que a tradição idealista foi utilizada como base da filosofia social radical. E, a partir disso, é
derivada a inspiração dos estudiosos humanistas radicais. Marx inverteu o quadro de referência refletido no idealismo hegeliano,
forjando, assim, a base do humanismo radical.
 
Stefano Chiacchiarini/shutterstock
Pesquisadores e pensadores — como Luckács e Gramsci — fazem renascer o interesse na interpretação subjetiva da teoria
Marxista. Essa importância foi devolvida pelos membros da Escola de Frankfurt, em especial por Habermas e Marcuse. A filosofia
existencialista de Sartre também pertence a esse paradigma.
É possível perceber que cada um desses pensadores divide um interesse comum pela libertação da consciência e da experiência
de autoridade.
Isso pode ser verificado pelos vários aspectos da superestrutura ideológica do mundo social em que os indivíduos vivem fora de
suas vidas. Eles buscam mudar o mundo social por meio da mudança nos modos de cognição e consciência.
O PARADIGMA DO ESTRUTURALISMO RADICAL
Aqui, os pensadores defendem a sociologia da mudança radical sob o ponto de vista objetivista. Embora esse paradigma possua
muitas similaridades com a teoria funcionalista, este é dirigido para fins fundamentalmente distintos.
O estruturalismo radical busca, como diz o próprio nome, a mudança radical, a autonomia e a potencialidade. E dá ênfase no
conflito estrutural, nos tipos de autoridade, na contradição e na privação do ponto de vista realista, positivista, determinista e
nomotético.

Enquanto o paradigma do humanismo radical manipula sua perspectiva como foco na consciência, o estruturalismo radical se
concentra nas relações estruturais dentro de um mundo social real.
NOMOTÉTICO
Relativo ao método que formula leis gerais para o entendimento de um determinado evento, de uma circunstância ou de um
objeto.
Posto de outro modo, os estruturalistas enfatizam que a mudança radical é construída na verdadeira natureza e estrutura da
sociedade contemporânea. E ainda buscam prover explanações das inter-relações básicas dentro do contexto total das formações
sociais.
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A principal fonte de debate intelectual desse paradigma provém dos trabalhos de Karl Marx, após a “quebra epistemológica” em
seu trabalho. Dentro da teoria social russa, destacam-se os nomes de Plekhanov, Lênin e Bukarin. Há, também, a forte influência
weberiana, por meio dos trabalhos de Darhrendorf e Lockwood, além de outros.
QUEBRA EPISTEMOLÓGICA
Dentro do contexto da sociologia da mudança radical, tem havido uma divisão entre os teóricos que adotam os pontos de vista
subjetivo e objetivo da sociedade. Este debate foi, em grande medida, liderado pela publicação, na França (1966), e na
Inglaterra (1969), do trabalho de Louis Althusser, que chamou a atenção para a “quebra epistemológica” do trabalho de Marx.
Isso enfatizou a polarização dos teóricos marxistas em dois campos: aqueles que ressaltavam os aspectos subjetivos (por
exemplo, Lukács, e a Escola de Frankfurt); e aqueles que advogavam mais abordagens objetivas, tais como as daqueles
associados ao estruturalismo althussiano.
O PARADIGMA INTERPRETATIVO
Este busca entender o mundo como ele é, e esse entendimento social está no nível da experiência subjetiva. Por isso, ele busca
explicação dentro da consciência individual e da subjetividade. Isto é: a partir da perspectiva participante e não do observador da
ação.
É um paradigma nominalista,voluntarista e ideográfico. Por meio dele, é possível ver o mundo social como um processo social que
foi criado pelos indivíduos envolvidos. Nesse sentido, a realidade social não tem existência fora da consciência do indivíduo.
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A sociologia interpretativa procura entender a essência do mundo cotidiano. Ela está envolvida com assuntos relacionados à
natureza do estado das coisas, da ordem social, do consenso, da solidariedade, da atualização da integração e da coesão.
 
Marusya Chaika/shutterstock
Os fundamentos do paradigma interpretativo possuem bases no trabalho de Kant. E, por isso mesmo, refletem a filosofia social, que
enfatiza, essencialmente, a natureza espiritual do mundo social.
 
Marusya Chaika/shutterstock
No princípio, sofreu a influência de neoidealistas, tais como: Dilthey, Weber, Husserl e Schutz. Na sociologia, é possível perceber
quatro grandes correntes: a hermenêutica, a sociologia fenomenológica, a fenomenologia e o solipsismo. Já no contexto da teoria
das organizações, a etnometodologia e o interacionismo simbólico fenomenológico.
Uma fragilidade nos estudos sob essa perspectiva reside no fato de que as premissas do paradigma interpretativo questionam se as
organizações não existem apenas no sentido conceitual.
Portanto, desafia a validade dos pressupostos ontológicos subjacentes às abordagens funcionalistas da sociologia em geral e ao
estudo das organizações em particular.
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ONTOLÓGICOS
Ontologia é a área da filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da própria realidade.
O PARADIGMA FUNCIONALISTA
Este paradigma está relacionado com a sociologia da regulação e versa sobre o sujeito principal de um ponto de vista objetivista. É
caracterizado pelo interesse em fornecer explicações do estado das coisas, da integração social, da ordem social, da necessidade
de satisfação e atualização e da solidariedade. Aborda assuntos sociológicos gerais sob uma perspectiva realista, positivista e
determinista.
É um paradigma voltado para explicações racionais de assuntos sociais. Além de ser muito pragmático em relação à resolução de
problemas e envolvido em prover soluções práticas para eles.
Também se dedica à mudança social, enfatizando a importância de entender a ordem, o equilíbrio e a estabilidade na sociedade e
os meios pelos quais eles podem ser mantidos.
Com origem nas primeiras décadas do século XIX, na França, suas maiores influências são os trabalhos de Augusto Comte, Herbert
Spencer, Emile Durkheim e Valfrido Pareto.
A abordagem funcionalista à ciência social assume que o mundo visto por esse viés é composto de artefatos empíricos. E estes
são, relativamente, concretos e de relações que podem ser identificadas, estudadas e medidas por meio de abordagens derivadas
das ciências naturais.
 
Fonte: dayat banggai/Shutterstock
As teorias funcionalistas rejeitam o uso de analogias mecânicas e biológicas para estudar o mundo social. Por isso, introduzem
ideias que enfatizam a importância de entender o mundo social do ponto de vista dos atores que estão, realmente, engajados no
desempenho das atividades sociais (BURRELL; MORGAN, 1979; MORGAN, 2005).
Falando de forma clara, a formação do paradigma funcionalista pode ser entendida a partir da interação de três correntes de
pensamento: a marxista, o idealismo germânico e o positivismo sociológico. Esta última foi a mais influente.
Na Sociologia, as principais escolas de pensamento que surgem a partir dessas correntes são: o objetivismo, a teoria dos sistemas
sociais, a teoria integrativa e a escola do interacionismo e da teoria da ação social.
No contexto das organizações, as principais correntes que sofrem influência são: o objetivismo, a teoria do sistema social, o
pluralismo, as teorias das disfunções burocráticas e o quadro de referência da ação.
PARA SINTETIZAR
 Sociologia da mudança radical 
Subjetivo Humanismo radical
Busca livrar o ser humano das restrições
sociais, critica o estado das coisas, vê a
sociedade como anti-humana. A partir de
uma perspectiva da ciência social, é
nominalista, voluntarista, ideográfica,
antipositivista, dá ênfase para a dominação,
emancipação, potencialidades e privação.
Estruturalismo radical
Destaca o conflito estrutural, os modos de
dominação, contradições e provações. Da
perspectiva da ciência social, é realista,
positivista, determinista, nomotética.
Defende que os conflitos e as mudanças
geram a autonomia do homem.
Objetivo
Interpretativo
Busca entender o mundo social a partir da
experiência subjetiva do homem. Considera o
indivíduo parte importante no processo de
Funcionalista
 Busca explicar o estado das coisas, da
ordem social, da integração social, da
solidariedade e da necessidade de
construção da teoria. Da perspectiva da
ciência social, é nominalista, antipositivista,
voluntarista e ideográfico. Busca
compreender o estado das coisas, a ordem
social, o consenso, a integração social e a
coesão.
satisfação. Da perspectiva da ciência
social é realista, positivista, determinista e
nomotética. Busca explicações racionais
para o mundo social e utiliza métodos das
ciências naturais para problemas sociais.
 Sociologia da regulação social 
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
De acordo com Morgan (2005), “cada um dos quatro paradigmas define os fundamentos de modos opostos de análise social e
possui implicações radicalmente diferentes para o estudo das organizações”.
Isso ocorre, pois refletem:
[U]MA REDE DE ESCOLAS DE PENSAMENTO RELACIONADAS,
DIFERENCIADAS NA ABORDAGEM E NA PERSPECTIVA, MAS
COMPARTILHANDO SUPOSIÇÕES COMUNS FUNDAMENTAIS SOBRE A
NATUREZA DA REALIDADE DE QUE TRATAM.”
(MORGAN, 2005)
Dessa forma, é importante ressaltar que tais paradigmas não dissipam novas possibilidades. E, tampouco, representam a totalidade
dos paradigmas adotados na produção do conhecimento científico acerca das organizações.
Eles representam a tentativa de estruturar as análises, tanto da produção de conhecimento quanto das posturas adotadas pelos
pesquisadores. Isso em relação às metodologias de produção do conhecimento, o qual é classificado, de acordo com cada
paradigma, como científico.
PARADIGMAS DE BURRELL E MORGAN
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS AUTORES BURRELL E MORGAN PROPUSERAM QUATRO PARADIGMAS PARA ANÁLISE DA TEORIA SOCIAL NAS
ORGANIZAÇÕES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE IDENTIFICA CORRETAMENTE ESTES PARADIGMAS:
A) Humanismo radical, estruturalismo radical, interpretativo e funcionalista.
B) Humanismo radical, estruturalismo funcional, interpretativo e funcionalista.
C) Humanismo funcional, estruturalismo radical, interpretativo e funcionalista.
D) Humanismo funcional, estruturalismo funcional, interpretativo e funcionalista.
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2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE À DEFINIÇÃO DO PARADIGMA DO HUMANISMO RADICAL:
A) O paradigma do humanismo radical é definido a partir de um ponto de vista subjetivista.
B) No paradigma do humanismo radical o mundo é visto a partir de uma perspectiva nomotética.
C) O paradigma do humanismo radical destaca a importância da ruptura com os arranjos sociais existentes.
D) O paradigma do humanismo radical destaca a importância da mudança dos modos de autoridade e poder.
GABARITO
1. Os autores Burrell e Morgan propuseram quatro paradigmas para análise da teoria social nas organizações. Assinale a
alternativa que identifica corretamente estes paradigmas:
A alternativa "A " está correta.
Os quatro paradigmas propostos por Burrell e Morgan são: o humanismo radical, o estruturalismo radical, o interpretativo e o
funcionalista.
2. Assinale a alternativa que NÃO corresponde à definição do paradigma do humanismo radical:
A alternativa "B " está correta.
Neste paradigma, o mundo é visto a partir de uma perspectiva nominalista, ou seja, que compreende a irrealidade e o caráter
abstrato dos conceitos,das ideias gerais e dos termos abrangentes.
MÓDULO 2
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 Reconhecer as perspectivas organizacionais contemporâneas de Ann Cunliffe
A TEORIA ORGANIZACIONAL
É muito comum que organizações pensem que a Teoria Organizacional é uma disciplina teórica e abstrata, quando, na verdade, é o
contrário. Os seus tipos são baseados em estudos do que acontecem nas organizações, para que sejam fundamentadas na prática.
Podemos pensar em inúmeras maneiras pelas quais muitos gerentes usam a teoria da organização todos os dias. A maneira de
organizar o trabalho em seu departamento (divisão do trabalho) e desenvolver a coordenação de um departamento com os outros
(integração).
Além disso, identificamos tal teoria quando criam um ambiente de trabalho que incentive a organização dos seus membros para
trabalharem juntos em busca de metas (cultura organizacional), e assim por diante.
Vamos tratar agora sobre tópicos individuais dos estudos de Ann Cunliffe, que estão interrelacionados quando tratamos de estudos
contemporâneos sobre organizações, como se formassem um quebra-cabeça.
 
Fonte: Traduzido de CUNLIFFE, 2008.
 Figura 1. Teoria das organizações.
ESTRUTURA E DESIGN DA ORGANIZAÇÃO
A diferença entre estrutura organizacional e design organizacional pode ser um tanto confusa em um primeiro momento. Pense nela
como um esqueleto, como uma estrutura representada no organograma.
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ORGANOGRAMA
Organograma é um esquema gráfico que representa a estrutura formal de cargos em uma organização.
 
Fonte: Michael D Brown/shutterstock
O design da organização está relacionado aos vários elementos que compõem a estrutura. Se continuarmos com a metáfora do
corpo humano, podemos pensar que o design corresponderia aos sistemas respiratório, muscular, cardiovascular, entre outros. Pois
são responsáveis por mover as coisas pelo corpo e garantir o seu funcionamento.
Nesse sentido, a estrutura não existe sem o design — e vice-versa — e todos os elementos precisam ser coordenados e devem
trabalhar juntos. Isso seria o desenho organizacional, relacionado com diferentes estruturas organizacionais.
A IMPORTÂNCIA DA ESTRUTURA E DESIGN DA
ORGANIZAÇÃO
A estrutura e o design organizacionais eficazes são aqueles que otimizam o desempenho da organização e de seus membros. Que
garantem que as tarefas, atividades de trabalho e pessoas sejam organizadas de forma que os objetivos sejam alcançados.
Quando falamos de estrutura e design organizacionais eficientes, estamos nos referindo aqueles que usam o tipo e a quantidade de
recursos mais apropriados (por exemplo, dinheiro, materiais, pessoas) para atingir os objetivos.
Por isso, as organizações devem estruturar as tarefas de maneira eficiente e eficaz para garantir que o trabalho seja feito sem
duplicação de esforços. Além disso, devem coordenar as atividades de vários departamentos e unidades para objetivos comuns e
alocar cargos e pessoas para garantir que o trabalho necessário seja feito.
Por fim, precisam esclarecer a autoridade, as funções e as responsabilidades de cada envolvido.
A estrutura e o design da organização também auxiliam no planejamento, na tomada de decisões e minimizam os problemas
relacionados ao trabalho e aos conflitos entre departamentos e funções — devido a objetivos concorrentes ou expectativas de
trabalho pouco claras.
Desse modo, gestores precisam entender como criar uma estrutura organizacional e um design que levem em consideração todas
essas contingências e sejam eficazes e eficientes.
 
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
Para fazer isso, eles precisam ser capazes de analisar sua própria organização e seu ambiente, determinar o design mais
adequado, implementar, monitorar e revisar continuamente a estrutura e o design para garantir que permaneçam eficazes.
TECNOLOGIA
Quando pensamos em tecnologia, geralmente associamos ao computador. No entanto, há décadas, pesquisadores sobre
organizações estiveram interessados em entender como os diferentes tipos de tecnologia impactam a estrutura e o design da
organização.
Os primeiros estudos estão concentrados em tecnologias de manufatura e serviços, enquanto nas últimas décadas surgiram
trabalhos em novas tecnologias (computadores, microeletrônica, entre outros).
O desempenho bem-sucedido e a manutenção da competitividade da empresa dependem de usar uma tecnologia de ponta para
melhorar a eficiência, a produtividade, o serviço e a qualidade. Possuindo o intuito de inovação e alinhamento com a tecnologia.
Portanto, a tecnologia é muito importante, porque tem impacto no desempenho organizacional de várias maneiras.
DEFINIÇÕES
Tecnologia é um conceito amplo e se refere a equipamentos, processos de trabalho, técnicas, conhecimentos, habilidades e
atividades usados para converter matérias-primas em produto acabado.
Se analisarmos sob o prisma de sistemas, tecnologia é o meio pelo qual os insumos são transformados em produtos.
Cada organização utiliza alguma forma de tecnologia, seja uma fábrica, uma empresa de software, um hospital ou uma
universidade. A tecnologia também é usada em diferentes níveis: o organizacional (entrada → processo de transformação → saída),
departamental / unidade / função (um departamento de acidentes e emergências, um departamento de relações públicas) e
individual (especialização).
CULTURA DA ORGANIZAÇÃO
A cultura da organização pode ser um tópico difícil de entender, porque ela não é algo tangível. É expressa de muitas maneiras e
tem uma grande influência sobre como os funcionários se comportam, realizam seu trabalho e interagem com as pessoas dentro e
fora da organização.
Nós experimentamos a cultura organizacional todos os dias no ambiente de trabalho, mas, provavelmente, não pensamos sobre
isso. Afinal, é uma parte tida como certa da vida organizacional. Reflita sobre a cultura como a personalidade da organização: os
valores, as crenças e a forma como os funcionários agem, entre outros aspectos.
O QUE É CULTURA ORGANIZACIONAL?
RESPOSTA
RESPOSTA
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A cultura tem sido um tópico de estudo nas ciências sociais. Os estudiosos da cultura organizacional utilizam métodos de
pesquisa etnográficos, em que passam um tempo “vivendo” na organização.
Dessa forma, observam reuniões, entrevistam funcionários, discutem questões etc., para tentar identificar suposições, valores
e práticas comuns que influenciam a maneira como as coisas são feitas em uma organização.
PESQUISA ETNOGRÁFICOS
A pesquisa ou os métodos de pesquisa etnográficos são áreas do estudo social com aplicações em antropologia, ciências
sociais, política e cultura.
É utilizada para coletar dados e realizar estudo de um determinado grupo social e compreender tradições, crenças, costumes
e até mesmo nações. Além disso, tenta entender como essas variáveis se modificam e se alteram entre as gerações.
Observe que esse é um exemplo de trabalho dentro do paradigma interpretativista de Burrell e Morgan (1979).
Então, que aspectos da cultura organizacional os etnógrafos estariam estudando e por quê? Estarão apenas observando e
coletando dados ou perguntando aos membros da organização sobre várias experiências e significados?
1. O conjunto básico de suposições, crenças ou significados aceitos
subjacentes à maneira como as coisas são feitas.
2. A linguagem usada e as histórias contadas
por membros da organização.
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3. Os valores subjacentes às ações e decisões. 4. Ritos e cerimônias, formas comuns de atuar
e estudar.
5. As normas ou regras não escritas que orientam o comportamento. 6. Artefatos e símbolos.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Na lista acima, vemos um conjunto de elementos que compõem a cultura organizacional e que são estudados pelos etnógrafos.
Eles estudam como cada um deles revela a cultura da organização.
 EXEMPLO
Como artefatos e símbolos utilizados na decoração de uma empresarevelam sua cultura? A utilização de quadros religiosos é um
tipo de artefato ou símbolo que representa uma cultura religiosa daquela organização.
Se você considerar esta lista, pode perceber que, à medida que se move das suposições para os artefatos, os aspectos da cultura
se tornam mais observáveis.
Você pode não ser capaz de identificar imediatamente as suposições na organização em que você trabalha. E isso porque, muitas
vezes, elas não são expressas explicitamente.
Entretanto, se você olhar ao redor do prédio da organização, provavelmente pode identificar símbolos, tais como: o tipo de
decoração, o logo da empresa, o papel timbrado, entre outros aspectos.
 SAIBA MAIS
Acesse os sites de organizações, como Wal-Mart, Apple e IBM, e olhe para os valores, a visão, os símbolos, as histórias e assim
por diante. Ao final, você poderá dizer muito sobre a cultura dessas empresas.
AMBIENTE E ESTRATÉGIA
O ambiente organizacional costuma ser definido como as forças gerais ou elementos existentes fora da organização, mas que
podem ter influência em sua sobrevivência e operação. A estratégia é o plano, as decisões e as ações são identificadas como
necessárias para atingir os objetivos organizacionais.
O MEIO AMBIENTE: CONCEITOS-CHAVE
A organização realiza suas atividades em um domínio que faz parte de um ambiente físico, político, econômico mais amplo. O
domínio é a parte do ambiente com a qual a organização interage regularmente e tem alguma influência sobre, por exemplo,
produtos, fornecedores, clientes.
Para sobreviver, gestores e tomadores de decisão nas organizações precisam monitorar o meio ambiente (abrangência de limites) e
tomar medidas para proteger a organização das incertezas ambientais.
O ambiente ao redor da organização pode influenciar a sua sobrevivência, criando incerteza e exigindo que ela se adapte às
demandas em mudança e complexidade crescentes.
Uma empresa tenta atingir seus objetivos e lidar com as demandas ambientais por meio de sua organização ou estratégia de
negócios. No entanto, nem todos os gestores e tomadores de decisão perceberão o ambiente ao redor e o grau de incerteza da
mesma maneira.
Isso pode estar relacionado à quantidade de informações que eles possuem sobre o meio ambiente. Por isso, quando têm poucas
informações, esse universo é visto como incerto e imprevisível.
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: CONCEITOS-CHAVE
Estratégia é uma disciplina totalmente separada dentro do campo de estudos organizacionais. A estratégia de negócios de uma
organização deve definir a sua direção, identificar como ela gerenciará as demandas do ambiente, além de ser responsável por
determinar os processos organizacionais internos e as práticas necessárias para atingir os objetivos.
Uma estratégia eficaz também utilizará e desenvolverá as competências essenciais da organização (habilidades, conhecimentos,
recursos), a fim de cumprir seus objetivos.
A determinação da estratégia organizacional envolve a análise da relação entre a organização e o seu ambiente. E, também, uma
avaliação ambiental das demandas, oportunidades e ameaças, além de uma apreciação interna de metas, pontos fortes e fracos da
organização — uma análise SWOT (matriz que analisa os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças).
Michael Porter, importante pesquisador da área de estratégia organizacional, identificou três estratégias competitivas. Ele
argumentou que as empresas precisavam adotar a estratégia que lhes proporcionasse a melhor vantagem estratégica (POTER,
2004).
Veja, a seguir, quais são elas:
LIDERANÇA DE BAIXO CUSTO
Competir por custos mais baixos. Por exemplo: a cia. aérea norte-americana Southwest Airline concorre oferecendo passagens
baixas, pontuais e seguras. Eles mantêm os custos baixos por não oferecerem voos para grandes aeroportos, usando uma
abordagem de vaivém (ou seja, os aviões pousam nos aeroportos para pegar os passageiros).
Alguns passageiros permanecem no avião, nesses aeroportos, para chegarem ao seu destino. As refeições oferecidas são simples.
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DIFERENCIAÇÃO
Oferecer um serviço ou produto único para se diferenciar de outras organizações. Por exemplo: a Jaguar diferencia seus carros dos
outros por sua longa ancestralidade, conforto de alta classe, imagem poderosa e elegante, e ênfase na qualidade artesanal dos
seus veículos.
FOCO
Foco em um grupo de clientes ou região geográfica selecionados. O foco pode ser em baixo custo ou em diferenciação. Por
exemplo: os supermercados especializados em produtos diet para pessoas diabéticas possuem um arranjo físico semelhante a um
supermercado tradicional, mas todos os produtos são sem açúcar. Os preços são mais altos do que em qualquer outro
supermercado convencional, mas o público-alvo diabético encontra produtos com grande variedade.
A maneira como os gerentes percebem o meio ambiente e o grau de incerteza influenciarão a estratégia. Os gestores não tentarão
apenas influenciar e controlar os recursos em seu domínio ambiental, mas também tentarão minimizar os custos associados ao
gerenciamento das trocas.
PODER, CONFLITO ORGANIZACIONAL E CONTROLE
Agora abordaremos os tópicos de poder, conflito organizacional e controle. Cada um faz parte da vida organizacional cotidiana.
Portanto, é importante compreender as maneiras pelas quais o poder pode ser exercido de forma eficaz e adequada, como
implementar controles que medem o desempenho, mas também motivam os funcionários, e como gerenciar conflitos de forma
eficaz.
Vejamos, a seguir, a definição de cada um desses conceitos:
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PODER
CONFLITO ORGANIZACIONAL
CONTROLE
Poder: quando uma pessoa ou grupo pode influenciar outros a fazerem algo que, de outra forma, não faria.
Conflito organizacional: quando dois ou mais grupos de indivíduos competem ou lutam para alcançar seus objetivos sobre os
outros.
Controle: implantar mecanismos para garantir que o desempenho atenda aos objetivos e padrões estabelecidos.
PODER, CONFLITO E CONTROLE: CONCEITOS-CHAVE
Poder
Geralmente, assumimos que poder é uma prerrogativa do gestor e está ligado à autoridade formal e nível hierárquico. O controle é,
portanto, um aspecto aceitável e legítimo da posição de um gestor, isso porque ele possui algo que torna outras pessoas
dependentes dele. E é justamente essa dependência que lhe dá poder.
 
Fonte: Jacob Lund/Shutterstock
O poder pode vir de diversas fontes, tais como:
FORMAL
Formal: que é o poder legítimo com base no cargo, posição na hierarquia, autoridade definida e controle sobre a tomada de
decisões.
PESSOAL
Pessoal: com base no carisma e personalidade de uma pessoa.
EXPERIÊNCIA OU CONHECIMENTO
Experiência ou conhecimento:, quando uma pessoa ou departamento possui a experiência ou o conhecimento necessário para a
organização.
COERCITIVO
Coercitivo: quando uma pessoa tem a capacidade de aplicar sanções ou punições.
INFORMAÇÕES
Informações: quando tem acesso e a capacidade de coletar, analisar e usar informações para fins de tomada de decisão e controle
entre outras fontes.
 
Fonte: fizkes/shutterstock
Conflito organizacional
O conflito é inevitável nas organizações, porque várias partes interessadas têm objetivos diferentes, por exemplo: os acionistas
querem maximizar os lucros, os contadores querem medir e controlar os custos, e os funcionários querem fazer um trabalho
interessante e/ou maximizar seus salários.
A maioria dos livros que tratam sobre esse tema concorda que o conflito pode ser contraproducente em termos de desviar o esforço
das metas. Porém, se administrado de forma eficaz, pode ser benéfico para levar à criatividade e à mudança.
Do ponto de vista de um gestor, é importante ser capaz de antecipar o potencial de conflito, entender como evitá-lo e reconhecer
quando ele pode levar à mudança. A chave é reconhecer o conflito em cada estágio e gerenciá-lo de maneira adequada.
 
Fonte: NicoElNino/shutterstock
Controle
A estrutura organizacional, o design e atecnologia tratam de controlar trabalho, recursos e informações. Ao passo que a cultura
organizacional trata do controle do comportamento e das ações das pessoas.
As organizações desejam aumentar seu controle sobre o ambiente, desenvolvendo uma estratégia eficaz e maneiras de gerenciar
as demandas ambientais (por exemplo, dependência de recursos, extensão de limites e atividades de proteção).
Existem diferentes tipos de controle, tais como:
Controle
estratégico
Dos recursos de uma organização;
Controle
operacional
Sobre o trabalho e o desempenho;
Controles de
saída
Que mensuram os resultados das metas de produção, vendas, padrões de qualidade;
Controle
comportamental
Que mede o comportamento como capacidade de resposta aos clientes;
Controles
burocráticos
Que buscam definir e monitorar tarefas, metas, descrições de cargos, responsabilidades, regras e
procedimentos, e metas de produção, por meio de supervisão rigorosa;
Controles de
mercado
Com base na ideia de que a eficiência está relacionada à capacidade de uma organização de
permanecer competitiva em preços;
Controle de clã
Que é uma forma de controle por meio da cultura organizacional baseada na socialização dos
membros da organização, para que se comprometam com a missão, visão, valores e normas da
organização.
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INOVAÇÃO, MUDANÇA E APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL
A inovação na forma de novos produtos e serviços, tecnologias, equipamentos e processos de trabalho é necessária para que uma
organização possa competir. E, portanto, é uma parte essencial da mudança.
E o aprendizado organizacional está relacionado ao modo como as organizações capturam, criam e usam o conhecimento para
ajudá-las a se adaptar às mudanças. Você precisará entender os motivos pelos quais mudança, inovação e aprendizado
organizacional são importantes.
Vamos ver, então, a definição de cada um desses conceitos:
INOVAÇÃO
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Desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologia, processos de trabalho, mercados e estruturas, e projetos organizacionais.
MUDANÇA ORGANIZACIONAL
De um estado atual para um estado desejado. Pode ser revolucionária ou evolucionária, planejada ou emergente, radical ou
incremental.
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
Melhorar a capacidade da organização, das equipes e dos funcionários individuais de adquirir e criar novos conhecimentos para
melhorar o desempenho organizacional.
EMERGENTE, RADICAL OU INCREMENTAL
Mudança emergente é a que ocorre de baixo para cima. Muitas vezes, adaptando-se aos problemas ou questões que
surgem.
A mudança radical envolve uma grande mudança na forma de pensar, resultando na reinvenção do modo que a estrutura,
cultura, prestação de serviços se constituem. Por exemplo: passando de uma estrutura funcional para uma estrutura matricial,
como na expansão da Apple, de computadores pessoais a entretenimento (iPod, iTunes). Frequentemente, envolve toda a
organização.
Mudança incremental é aproveitar a situação atual para introduzir mudanças por meio de uma série de etapas. Por exemplo:
melhorar um produto. Frequentemente, envolve parte da organização.
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INOVAÇÃO, MUDANÇA E APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL: CONCEITOS-CHAVE
 
Fonte: rarrarorro/shutterstock
Inovação
A inovação deve ser pensada como uma estratégia deliberada de mudança, pois envolve o desenvolvimento (ou a compra) de
novos produtos e processos como meio de tornar a organização mais competitiva, eficaz e eficiente.
Isso, obviamente, resultará em mudanças — não apenas em termos de introdução de novos produtos ou tecnologia, mas tornando
obsoletos os antigos.
A inovação pode ser crucial para ajudar uma organização a gerenciar ou responder às mudanças em seu ambiente. Exemplos de
empresas conhecidas como inovadores são: a Apple, a Google, a 3M, a Toyota e a Microsoft.
A inovação pode ser de suma importância para criar e manter a vantagem competitiva de uma organização, bem como contribuir
para o crescimento econômico em geral.
 
Fonte: Stock-Asso/shutterstock
Mudança organizacional
A mudança pode não envolver, necessariamente, inovação no sentido de novos produtos e processos (ou seja, mudança radical),
mas modificações nas formas existentes de fazer as coisas em um nível mais incremental. Os gestores precisam estar cientes de
quando a mudança é necessária.
Embora existam muitas forças do ambiente externo, também podem existir forças internas para mudança (problemas, mudanças de
liderança, inovação e mudanças que surgem à medida que os funcionários fazem seu trabalho). Ao implementarem mudanças em
um nível organizacional, de grupo ou individual, os gestores precisam pensar as possíveis resistências à mudança.
Eles precisam identificá-las, minimizar as forças de resistência e aproveitar as forças propulsoras como meio de facilitar a mudança.
A mudança pode gerar resistência por muitos motivos, incluindo:
Poder reduzido e status de grupos e indivíduos;
Lealdade a um departamento ou unidade particular;
Estrutura burocrática formal (funções específicas, regras, procedimentos);
Cultura organizacional (valores, normas, práticas);
Quebra de grupos de trabalho;
Processos individuais e de grupo (normas, rotinas, insegurança, não aceitação do objetivo da mudança).
Aprendizagem organizacional
É, usualmente, definida como um processo de geração e aplicação de novos conhecimentos como forma de melhorar o
desempenho organizacional e aumentar a competitividade. Isso envolve aprendizagem em relação a estratégia, sistemas,
processos e pessoas.
A aprendizagem organizacional é baseada na ideia de que o aprendizado é influenciado pela capacidade da organização de utilizar
os conhecimentos externos e internos dos seus membros para gerar novos conhecimentos; de compreender e aplicar
conhecimentos; e de aprender com a experiência.
 
Fonte: JosephDavis/Shutterstock
Existem várias abordagens para a aprendizagem organizacional, algumas se concentram nos sistemas e processos de
aprendizagem de uma organização. Outras se concentram no desenvolvimento da aprendizagem individual a fim de realizar uma
vinculação desta com a organização.
PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS DE ANN CUNLIFFE
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. É UMA ESTRATÉGIA CONSTRUÍDA A PARTIR DA IDEIA DE SATISFAÇÃO DE UM MERCADO-ALVO PARTICULAR,
ATENDENDO ÀS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DAQUELES CLIENTES. ESTA ESTRATÉGIA RESIDE NA PREMISSA DE
QUE A EMPRESA PODE SERVIR A SEU MERCADO-ALVO RESTRITO DE MANEIRA MAIS EFICAZ E/OU EFICIENTE DO QUE
OUTRAS EMPRESAS QUE TENTAM SERVIR UM MERCADO AMPLO.
O TEXTO SE REFERE A UMA DAS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS PROPOSTAS POR MICHAEL PORTER. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A ESTRATÉGIA DE LIDERANÇA EXPLICITADA NO TEXTO ACIMA:
A) Estratégia de liderança em baixo custo.
B) Estratégia de liderança com foco.
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C) Estratégia de liderança em diferenciação.
D) Estratégia de liderança por conveniência.
2. A CULTURA DE UMA ORGANIZAÇÃO PODE SER PENSADA COMO A SUA PERSONALIDADE, COMPOSTA POR SEUS
VALORES, CRENÇAS E A FORMA COMO OS FUNCIONÁRIOS AGEM. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO
CORRESPONDE A ELEMENTOS QUE COMPÕEM A CULTURA ORGANIZACIONAL:
A) As histórias contadas pelos funcionários.
B) Ritos e cerimônias.
C) Os meios de produção utilizados.
D) Artefatos e símbolos.
GABARITO
1. É uma estratégia construída a partir da ideia de satisfação de um mercado-alvo particular, atendendo às necessidades
específicas daqueles clientes. Esta estratégia reside na premissa de que a empresa pode servir a seu mercado-alvo restrito
de maneira mais eficaz e/ou eficiente do que outras empresas que tentam servir um mercado amplo.
O texto se refere a uma das estratégias competitivas propostas por Michael Porter. Assinale a alternativa que corresponde
a estratégia de liderança explicitada no texto acima:
A alternativa "C " está correta.
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A estratégia de liderança em diferenciação busca desenvolver produtos e serviços únicos, diferentes e exclusivos para seus
clientes. Isso torna o que a empresa oferece diferente dos concorrentes que atuam em mercados genéricos, como um
supermercado que possui uma seção para venda de roupas (atuação genérica) e uma loja especializada em roupas (atuação
específica).
2. A cultura de uma organização pode ser pensada como a sua personalidade, composta por seus valores, crenças e a
forma como os funcionários agem. Assinale a alternativa que não corresponde a elementos que compõem a cultura
organizacional:
A alternativa "C " está correta.
Os meios de produção utilizados pela empresa não compõem o conjunto de elementos da cultura organizacional. Eles fazem parte
do seu processo de gestão.
MÓDULO 3
 Identificar a perspectiva crítica sobre a administração contemporânea de Vincent de Gaulejac
A ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA DE VINCENT DE
GAULEJAC
VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU O QUE É A GESTÃO?
RESPOSTA
RESPOSTA
É uma palavra que você, com certeza, já ouviu muito, mas, provavelmente, não parou para pensar no que significa. Se você
buscar a sua definição convencional vai encontrar respostas como a de um conjunto de técnicas destinadas a racionalizar e
otimizar o funcionamento das organizações.
Quando tratamos de gestão a partir desta definição, estamos falando de diversos aspectos, tais como: práticas de direção das
empresas que definem orientações estratégicas; discursos sobre os modos de organizar a produção, de ordenar o tempo e o
espaço e de pensar a empresa como uma organização racional.
Por fim, ainda podemos incluir nessa lista: técnicas, processos, dispositivos que conciliam as atividades, fixam os lugares, as
funções e os estatutos e definem regras de funcionamento.
 SAIBA MAIS
No livro A gestão como doença social, o sociólogo francês Vincent de Gaulejac (2007) afirma que, se refletirmos sobre os aspectos
que cercam a definição da gestão, chegaremos a uma conclusão: que ela é, definitivamente, um sistema de organização do poder.
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Esse conceito pode parecer neutro, mas temos que compreender suas bases e características, pois vem evoluindo ao longo do
tempo.
A gestão possui uma aparência objetiva, operatória e pragmática. No entanto, ela é gerencialista (aquela que surge da necessidade
de superação do modelo burocrático de administração pública com foco nos procedimentos e passa a ter foco nos resultados).
Essa visão é uma ideologia que transforma as atividades humanas em indicadores de desempenhos. E estes são transformados em
custos ou em benefícios para as organizações.
Por isso, vamos tratar, agora, sobre tópicos individuais dos estudos de Vincent de Gaulejac, pois abrangem, de forma crítica, as
implicações da gestão na contemporaneidade.
O GERENCIAMENTO ENTRE O CAPITAL E O TRABALHO
A contradição capital/trabalho é fortemente interiorizada pelos gestores. Isso porque, de um lado, ele possui identificação e
responsabilidade com o interesse da empresa — lógica do lucro, que é relacionada às normas e aos valores do capitalismo. E, por
outro, possui uma condição salarial que está suscetível às eventualidades da carreira, ao risco de ser demitido, à pressão do
trabalho e à obtenção das metas.
 
Fonte: Onchira Wongsiri/Shutterstock
Por meio do gerenciamento, a organização consegue conciliar diferentes elementos para que a produção aconteça e possa
continuar viva no mercado. Esta ação de gerenciar tem como função produzir um sistema que combine elementos distintos, como
as matérias-primas, a tecnologia, o capital, o trabalho, as regras e os procedimentos.
Além disso, produz conciliações entre esses elementos, favorecendo a integração entre lógicas funcionais possivelmente
contraditórias.
A função da gestão coloca o gestor no centro da tensão existente entre as exigências de lucro (acionistas e proprietários), a
adaptação às exigências do mercado (“o cliente é o rei”) e a melhoria das condições de trabalho para toda a equipe.
O modelo de produção e gestão de Henry Ford buscou conciliar esses três elementos da seguinte forma: modelando um sistema de
produção em massa que beneficiasse os trabalhadores e consumidores a partir da redução do preço de produção do seu produto.
Isso gerava um aumento nas remunerações de proprietários e trabalhadores, ao assegurar a alta contínua dos lucros.
 
Fonte: iku4/Shutterstock
 VOCÊ SABIA
Na ideologia gerencialista, as pessoas são vistas como seres racionais, ou seja, que possuem comportamento previsível, deixando
e lado a subjetividade individual, otimizando suas opções e programando sua existência.
Nessa lógica, exclui-se aquilo que não é racional. Por isso, aquilo que é emocional, afetivo e subjetivo, é visto como não confiável
na ideologia gerencialista. Quando pensamos no ensino da gestão e da economia, percebemos que os problemas sociais e
humanos parecem ter sido reduzidos a números e fórmulas matemáticas.
No lugar de medir os fenômenos para compreendê-los, o intuito é compreender apenas aquilo que pode ser mensurado.
Nesse sentido, pesquisas que buscam aprofundar questões sociais e subjetivas perdem espaço, a menos que sejam úteis como
solução operacional. Pois o pensamento é considerado algo inútil se não puder contribuir para a eficiência da organização.
O ser humano é tratado como um recurso da empresa (departamento de RH — recursos humanos), enquanto a gestão se tornou
uma ciência em prol do capitalismo. Ainda na contemporaneidade, vemos que o objetivo é racionalizar a produção com menor custo
para beneficiar o aumento dos lucros e atender às necessidades dos consumidores.
 
Fonte: Syda Productions/Shutterstock
Para esse último fim, muitas organizações ignoram custos, tais como: a degradação constante do meio ambiente, a pressão que o
trabalhador sofre, o trabalho escravo em suas diversas formas e a exclusão daqueles que não podem ter acesso a esses bens de
consumo.
 
Fonte: Margo D'Heygere/Agence Alter
Gaulejac crítica os paradigmas que fundamentam a gestão, como o objetivista — que afirma ser possível medir e calcular o
pensamento humano; o funcionalista — que defende que a organização é como um dado; e o economista — que reduz o homem a
um recurso da empresa.
Quando uma pessoa inicia o seu trabalho em uma determinada organização, ela é submetida à gestão e deve adaptar-se ao tempo
do trabalho previamente determinado, tal como às necessidades produtivas e financeiras da organização.
Isso quer dizer que o trabalhador deve se adaptar à empresa e quase nunca o contrário.
A OBSESSÃO PELA RENTABILIDADE FINANCEIRA
Quando a lógica financeira assume o controle sobre a da produção, as relações de poder nas organizações se modificam. Os
funcionários são considerados um custo que deve ser reduzido de qualquer modo. Ou seja, tornam-se uma variável de ajustamento,
que deve ser flexibilizada ao máximo, a fim de se adaptar às exigências do mercado.

A ampla concorrência no mercado e a sua globalização colocam em questão os modos de regulação econômica até então
dominados pelo Estado/Nação. A mescla das telecomunicações com a informática introduz uma ditadura do tempo real e a
necessidade de respostas imediatas às exigências dos mercados financeiros.
Nesse sentido, a adaptabilidade, flexibilidade, e capacidade de reação se tornam as palavras de ordem para um gerenciamento
de qualidade dos recursos humanos nas organizações.
Nesse contexto de concorrência esmagadora, as respostas imediatas constituem uma regra de sobrevivência. E,
consequentemente, a generalização das ações simultâneas, a redução permanente dos prazos e a aceleração contínua do ritmo de
trabalho.
Isso ocorre porque o desempenho e a rentabilidade são medidos em curto prazo, colocando o sistema de produção em permanente
tensão. São exigidos atrasos zero, tempo exato, fluxos tensos e gerenciamento imediato.Fonte: Overearth/Shutterstock
Posto de outro modo, é necessário fazer sempre mais, melhor e mais rapidamente, com os mesmos meios e até com menos
efetivos.
De acordo com Gaulejac:
O HUMANO SE TORNA UM CAPITAL QUE CONVÉM TORNAR PRODUTIVO”.
(GAULEJAC, 2007)
Nesse sentido, a determinação é atingir o sucesso econômico e pessoal. Isso faz com que o ser humano se transforme em recursos
materiais e técnicos a favor do capitalismo e do enriquecimento dos acionistas e proprietários.
Como consequência, as relações sociais se tornam mercantis e não há espaço para a subjetividade dos indivíduos, posto que esta
não pode ser medida, sendo, assim, desconsiderada.
Essa dinâmica das empresas distingue os ganhadores e os perdedores. Contudo, mesmo para aqueles que estão do lado dos
vencedores, existe a constante pressão por ganhar mais, pois nunca se atinge a estabilidade do pódio.
Uma vez atingido esse lugar no pódio, ele deve continuar vencendo as próximas provas. Isso porque seu desempenho anterior é
passado, e é necessário seguir se superando cada vez mais.
Nesse game, todos os trabalhadores ocupam lugares de vencedores ou perdedores em algum momento, menos a empresa, que
consegue se sustentar, segura de sua permanência.
 
Fonte: Abert/Shutterstock
No livro Gestão como doença social, Gaulejac (2007) aborda a questão da aderência da ideologia gerencialista pelas diversas
organizações, como as famílias e o Estado. Para ele, o objetivo da família e do Estado é o de produzir indivíduos empregáveis no
mercado de trabalho.
Tanto pais quanto escolas estão empenhados em preparar os jovens para sua carreira profissional e se esquecem de prepará-lo
para viver em sociedade.
 COMENTÁRIO
Quantas vezes você já ouviu a frase “estude para ser alguém na vida”? Você já refletiu sobre o significado dela? Os jovens se
preparam no ensino médio para prestar vestibular com o intuito de ingressar em uma universidade, para que possam ter uma
formação útil ao mercado de trabalho. E, consequentemente, para que possam sobreviver da venda do seu poder produtivo, seja
intelectual ou material.
 
Gorodenkoff/shutterstock
Aqueles que desejam seguir o caminho da arte, por exemplo, sofrem com perguntas sobre como vão ganhar dinheiro para se
sustentar e sobreviver. Isso reflete a lógica do capital e da rentabilidade financeira que enfrentamos.
 
puhhha/shutterstock
Ou seja, você deve trabalhar em algo que lhe dê dinheiro e no qual seja o melhor, não importa se isso lhe trará felicidade. Afinal, se
você tiver dinheiro, ele lhe proporcionará essa tal felicidade.
Como já dizia o famoso slogan da operadora de cartão de crédito Mastercard “Existem coisas que o dinheiro não compra. Para
todas as outras, existe Mastercard”. Você já refletiu sobre quais são essas coisas que o dinheiro não compra?
A lógica capitalista prega que o dinheiro basta para trazer felicidade. E, por isso, você deve se esforçar ao máximo para conquistá-
lo, entregando o que você tem de melhor para uma organização.
O FARDO DO SUCESSO GARANTIDO — O “CULTO AOS
CAMPEÕES”
Para Gaulejac (2007), em uma sociedade gerenciada, o sucesso se torna um valor deteriorado, pois todos desejam ser vitoriosos.
Entretanto, essa competição que visa a melhor colocação é baseada na ilusão do sucesso.
Vejam, por exemplo, o reconhecimento e a remuneração de artistas e jogadores de futebol em comparação com os pesquisadores,
médicos, professores e outros profissionais que não costumam ser reconhecidos como modelo de sucesso nesta sociedade.
As empresas movimentam o mundo com uma força impressionante. Por isso, elas possuem o poder de significar um objeto de
desejo, um lugar da socialização e do amor das pessoas. Além disso, estimulam um desejo de autoafirmação no subconsciente dos
indivíduos, fazendo com que se mantenham em suas próprias armadilhas de onipotência e carência de amor.
Esse desejo pelo sucesso e autoafirmação impulsiona o indivíduo a querer ser o melhor, e isso nem sempre é positivo.
 EXEMPLO
Como exemplo, podemos citar o filme Gattaca – a experiência genética (1997), em que o personagem principal, Vincent Freeman,
tem como imagem de sucesso pessoal estar dentro de uma espaçonave buscando sentido para a sua vida.
Por isso, ele vai trabalhar na empresa Gattaca, para que possa concretizar seu sonho de ir ao espaço.
Ele percebeu desde criança que só poderia concretizar seu sonho sendo um funcionário de uma empresa que atuasse nessa área.
Nesse sentido, o desejo dele, e de muitos de nós, é depositado em uma organização para que possa ser concretizado. E todas as
nossas ações são voltadas para que sejamos aceitos nesse grupo.
Por isso, no contexto da Gestão como doença social de Gaulejac, existe uma regra: “ou ganha, ou desaparece” (GAULEJAC, 2007).
No filme Gattaca, o personagem Jerome era visto como um campeão, por isso era reconhecido pela sua comunidade.
Entretanto, ele ficou paralítico após um acidente, fazendo com se tornasse invisível onde antes era símbolo. Agora, ele não estava
mais competindo para ser vitorioso com os demais indivíduos na empresa.
A DOMINAÇÃO DAS MULTINACIONAIS
Existem empresas que possuem poder econômico maior do que o produto interno bruto (PIB) de países inteiros, ou equivalente a
ele. É o caso da Microsoft e da Apple, que valem mais do que o PIB do Brasil. A influência dessas empresas na globalização é
exercida por causa do seu poder econômico. Além, é claro, do lobbying ativo sobre as políticas dos governos e das instituições
internacionais.
LOBBYING
Lobby é a atividade de influência de um grupo organizado com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do Poder
Público. Especialmente do poder legislativo, para causas ou objetivos defendidos pelo grupo por meio de um intermediário.
O PODER DAS MULTINACIONAIS
CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
O PODER DAS MULTINACIONAIS
O poder das multinacionais está na aliança entre os seus gestores, que fazem opções estratégicas e entre os acionistas que
esperam dividendos. As decisões tomadas pela empresa não fazem parte do debate público, embora afetem a sociedade.
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CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Por outro lado, os políticos podem tentar gerir suas consequências, lutar pelo respeito aos direitos dos indivíduos. Mas, por vezes,
eles são impotentes para controlá-las.
No capitalismo contemporâneo, o indivíduo é autossuficiente por causa da sua inteligência, da ciência, da razão e da invenção. Ou
seja, muitos abandonaram a religião, tradição e criaram um vazio ético e moral.
Isso porque a ciência e a razão lhe concedeu poder. Agora, o indivíduo não domina mais apenas os elementos da natureza e os
meios de produção, ele sabe sobre tudo, pode tudo, ao passo que é escravo de si mesmo.
Isso mostra que a ciência, da forma como tem sido conduzida, não se traduz, necessariamente, em progresso, e que o
desenvolvimento material não se traduz em desenvolvimento social e espiritual.
Ao que parece, o uso da ciência tem prejudicado a questão social, desumanizando as relações sociais e transformando pessoas em
objetos e propriedades de outras pessoas.
A GESTÃO COMO FONTE DE DOENÇA SOCIAL
O mundo organizacional tem caminhado no sentido de gerar cada vez mais sofrimento e individualismo dos trabalhadores. Gaulejac
afirma que esse sofrimento se origina na cultura do alto desempenho, da competição generalizada nas empresas, que gera o
esgotamento profissional, o estresse e um constante estado de pressão.
Isso acontece porque não apenas a força de trabalho está a serviço do capital, mas as cidades, a política, a família, as relações
sociais, as instituições, a sexualidade e até o ego dos indivíduos, agora, são objetos do gerencialismo. 
 
Tornam-se capitais gerenciados para a produtividade, baseados em custo/benefício, contribuindo com a lógica positivista, utilitarista
e quantitativista das organizações.
Esse tipo de gestão é difícil de ser contestada, pois os conflitos ocasionados por ela existem no nível psicológico individual,como a
insegurança, o sofrimento psíquico, o esgotamento profissional, a depressão nervosa e a ansiedade.
Esse tipo de gestão é difícil de ser contestada, pois os conflitos ocasionados por ela existem no nível psicológico individual, como a
insegurança, o sofrimento psíquico, o esgotamento profissional, a depressão nervosa e a ansiedade.
 ATENÇÃO
Por isso, ao analisar essas questões, Gaulejac afirma que quando se desenvolve o sofrimento no trabalho em forma de estresse,
assédio de diversas formas, depressão e sofrimento psíquico, a gestão da empresa deve ser questionada. Pois é em razão da
pressão coletiva que os indivíduos tendem a agir defensivamente.
Por isso, é importante que a empresa pense em formas de recuperação do sentido de viver dos indivíduos, que recuperem o valor
da existência humana, da solidariedade e do respeito para com as pessoas e com a natureza.
Trata-se, basicamente, de transformar o indivíduo visto como recurso em sujeito. Deixando de lado o utilitarismo em prol da sua
singularidade, ligado aos outros em um desejo de realização.
Não é possível que o ser humano trabalhe e viva sem dar sentido à sua existência e ações. De acordo com a ontologia humana, a
ordem simbólica é a expressão dessa necessidade, que pode ser percebida pelo desenvolvimento da linguagem, de símbolos e de
referências necessárias à vida social, pois permitem que o indivíduo se comunique e elabore questões subjetivas da vida.
Uma gestão funcional, de fato, não deve gerar subjetividades que levam ao sofrimento humano. Pois deve ser coerente com essa
ontologia, entre o que é prescrito e o trabalho real, entre o capital e o que ele compra, combinando valor de uso, valor de troca e
valor simbólico.
Por isso, Gaulejac (2007) aponta que a economia solidária é uma forma de equilibrar a economia com o social e o político. Segundo
ele, para que:
[A] ECONOMIA NÃO SE DESENVOLVA CONTRA A SOCIEDADE, CONVÉM
RECONSIDERAR A RELAÇÃO COM A RIQUEZA E RENOVAR OS TERMOS DE
UM CONTRATO SOCIAL EM NÍVEL MUNDIAL QUE NÃO SEJA DOMINADO
POR CONSIDERAÇÕES PRODUTIVISTAS, MAS POR PREOCUPAÇÕES
POLÍTICAS E EXISTENCIAIS [...] A GESTÃO DEVE VISAR A ORGANIZAÇÃO
COMO MICROSSOCIEDADES, CUJO FUNCIONAMENTO REMETA TANTO À
GESTÃO COMO À ANTROPOLOGIA; CONSIDERAR O HOMEM COMO UM
SUJEITO, MAIS QUE UM RECURSO; ANALISAR A EMPRESA COMO UMA
INSTITUIÇÃO SOCIAL E NÃO UM ORGANISMO COM FINALIDADE
ESTRITAMENTE ECONÔMICA; RECONSIDERAR A IMPORTÂNCIA DO DOM
PARA O FUNDAMENTO DAQUILO QUE ‘FAZ SOCIEDADE’; CONSTRUIR UMA
ECONOMIA MAIS SOLIDÁRIA E PREOCUPADA COM O LAÇO SOCIAL.”
(GAULEJAC, 2007)
Quando a gestão acontece dessa forma, a ciência e a pesquisa são postas a serviço do bem comum no lugar de critérios de
utilidade e lucratividade. O objetivo é o bem-estar coletivo e que a realidade possa ser compreendida e dominada com a condição
de que se possa medi-la.
Nesse sentido, a compreensão de gestão deve ser realizada por modelos teóricos inspirados nas ciências sociais. Pois a finalidade
da empresa não será exclusivamente econômica ou financeira, mas também humana e social.
Assim, o trabalho não seria considerado apenas pela perspectiva da produção e seus resultados, mas também do sentido da
atividade, da subjetividade dos indivíduos e da vivência, que são variáveis tão importantes quanto a produção e a rentabilidade.
Apenas dessa forma a gestão poderá recuperar a confiança perdida, trazendo mais sentido e menos banalidade, mais compreensão
e menos determinação, mais análise qualitativa e menos medida quantitativa.
Considerando a capacidade reflexiva e decisória dos indivíduos, que necessitam dar sentido às suas ações e em si mesmo, e não
podem viver apenas em função da acumulação de riqueza material.
Por fim, embora Gaulejac (2007) adote uma linha de crítica sobre a gestão, ele enfatiza que a “gestão não é um mal em si”. O que
ele defende é a substituição do que caracteriza como “gestão de recursos humanos” por uma “gestão humana de recursos”,
para que seja possível construir “outro mundo possível”.
PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE A ADMINISTRAÇÃO
CONTEMPORÂNEA DE VINCENT DE GAULEJAC
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. GAULEJAC, EM SEU LIVRO, SUGERE UMA FORMA DE EQUILIBRAR A ECONOMIA COM O SOCIAL E O POLÍTICO.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À SUGESTÃO DO AUTOR:
A) Uma economia mais criativa.
B) Uma economia mais compartilhada.
C) Uma economia mais social.
D) Uma economia mais solidária.
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2. OBSERVE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR:
I. A FUNÇÃO DO GERENCIAMENTO É A PRODUÇÃO DE UM MÉTODO QUE CONCILIE MATÉRIAS-PRIMAS, TECNOLOGIA,
CAPITAL, TRABALHO, REGRAS E PROCEDIMENTOS DE UMA ORGANIZAÇÃO.
PORQUE
II. A CONCILIAÇÃO DE DIFERENTES ELEMENTOS PERMITE QUE A PRODUÇÃO ACONTEÇA E A ORGANIZAÇÃO POSSA
CONTINUAR VIVA NO MERCADO.
AGORA, AVALIE AS AFIRMATIVAS E A RELAÇÃO PROPOSTA ENTRE ELAS.
A) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
B) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
C) A afirmação I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A afirmação I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
GABARITO
1. Gaulejac, em seu livro, sugere uma forma de equilibrar a economia com o social e o político. Assinale a alternativa que
corresponde à sugestão do autor:
A alternativa "D " está correta.
De acordo com os pensamentos de Gaulejac, para que a economia não se desenvolva contra a sociedade, é necessário repensar a
importância do dinheiro e estabelecer um contrato social que não seja pautado na produtividade, mas na subjetividade de cada
indivíduo. Por isso, é necessário construir uma economia que seja solidária e movida pelo laço social.
2. Observe as afirmativas a seguir:
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I. A função do gerenciamento é a produção de um método que concilie matérias-primas, tecnologia, capital, trabalho,
regras e procedimentos de uma organização.
PORQUE
II. A conciliação de diferentes elementos permite que a produção aconteça e a organização possa continuar viva no
mercado.
Agora, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas.
A alternativa "B " está correta.
O gerenciamento tem como objetivo a conciliação de diversos elementos organizacionais, citados na afirmativa I desta questão.
Com esse gerenciamento, espera-se que seja possível produzir produtos ou serviços, e que a empresa continue atuando no
mercado.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos módulos, foi possível conhecer os paradigmas utilizados para a análise da teoria social, conforme os estudos de
Burrell e Morgan. Esses autores trataram dos paradigmas do humanismo radical, do estruturalismo radical, do interpretativo e do
funcionalista, sob as dimensões da sociologia da mudança radical e da sociologia da regulação social.
Além disso, também vimos os pensamentos que se tornaram relevantes para a administração contemporânea de acordo com os
estudos de Ann Cunliffe, abordados em diversos tópicos, que vão desde a estrutura e o design funcional até a inovação e a
tecnologia nas organizações.
Ainda identificamos a crítica social que Gaulejac faz à ideologia gerencialista, as grandes multinacionais e a gestão centrada no
desempenho e na produtividade.
O autor propõe, então, a economia solidária como forma de equilibrar a economia com o social e o político, no intuito de minimizar
os efeitos nocivos aos indivíduos gerados pela gestão.
Por fim, esperamos que este material possa ter contribuído para a sua formação profissional.
REFERÊNCIAS
BURRELL, G.; MORGAN, G. Sociological paradigms and organizational analysis: elements of the sociology of corporate life.
Londres: Heinemann, 1979.
CALDAS, M. Paradigmas em estudos organizacionais: uma introdução à série. In: RAE, v. 45, n. 1, 2005.
CUNLIFFE, A. L. Crafting qualitative research: Morgan and Smircich 30 years on. In: OrganizationalResearch Methods, v. 14, n.
4, pp. 647-673, 2011.
CUNLIFFE, A. L. Organization theory. Londres: SAGE, 2008.
GAULEJAC, V. Gestão como doença social. Rio de Janeiro: Ideias Letras, 2007.
HATCH, M. J.; CUNLIFFE, Ann L. Organization theory: moerns, symbolic and postmoderm perspectives. 3. ed. Oxford, 2013.
MORGAN, G. Imagens da organização. Trad. Geni G. Goldschmit. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MORGAN, G. Paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças na teoria das organizações. In: Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 45, n. 1, pp. 58-71, [1980] 2005.
PORTER, M. Estratégia competitiva. São Paulo: Elsevier Brasil, 2004.
EXPLORE+
Assista ao filme norte-americano Gattaca — a experiência genética, de 1997, com direção Andrew Niccol, para observar alguns
conceitos que vimos neste tema empregados na narrativa cinematográfica.
CONTEUDISTA
Prof.ª Dr.ª Aline dos Santos Barbosa
 CURRÍCULO LATTES
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