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Aula 6 ((ffaattoo ttiippiiccoo)) - é o fato humano que encontra correspondência no tipo penal. Conduta Resultado Relação de causalidade Tipicidade - conduta e tipicidade estão presentes em todos os crimes - resultado e relação de causalidade estão presentes somente nos crimes materiais consumados. Crimes de mera conduta, formais ou tentados só possuem conduta e tipicidade. - o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, e exige a produção deste para a consumação. - o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, mas dispensa este último para fins de consumação. - o crime se consuma com a prática da conduta, embora possível o resultado. - ex: extorsão mediante sequestro Aula 6 - é aquele que se esgota com a prática da conduta. O tipo penal não contém resultado naturalístico. ponto comum: se consumam com a prática da conduta. diferenças: nos crimes formais, o resultado naturalístico não é necessário para a consumação, mas pode ocorrer (exaurimento: consumação material do crime formal). Nos crimes de mera conduta, o resultado naturalístico jamais ocorrerá, pois o tipo penal não o prevê. - está presente em todo e qualquer crime. 3.1 Conceito na teoria finalista - conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. - crítica: não explica os crimes culposos, em que o fim é involuntário. 3.2 Características a) não há crime sem conduta: o DP moierno não aimjte os “crjmes ie mera suspejta” - ex: art 25, LCP não foi recepcionado pela CF/88 b) conduta voluntária c) atos projetados no mundo exterior: a cogitação nunca é punível (claustro psíquico) Aula 6 3.3 Formas de conduta - AÇÃO * crime comissivo: o tipo penal descreve uma conduta positiva, um fazer. * vinculada por uma norma proibitiva (sistema de proibição indireta) - OMISSÃO * crime omissivo: o tipo penal descreve uma conduta negativa, um não fazer. * vinculado por uma norma preceptiva: impõe ao sujeito a prática de um determinado comportamento. * a omissão está descrita no próprio tipo penal (ex: omissão de socorro – art. 135, CP) * quanto ao sujeito ativo, são crimes gerais ou comuns, porque podem ser praticados por qualquer pessoa. * não admitem tentativa, porque são crimes unissubsistentes: a conduta é composta de um único ato suficiente para a consumação. * são crimes de mera conduta. * o tipo penal descreve uma ação, mas é a inércia do agente, que descumpre seu dever de agir (art. 13, §2º, CP), que leva à produção do resultado naturalístico. * quanto ao sujeito ativo, são crimes próprios ou especiais, pois só podem ser praticados por quem tem o dever de agir para evitar o resultado. Aula 6 * o sujeito que deveria evitar o injusto é punido com o tipo penal correspondente ao resultado. * admitem tentativa, pois são crimes plurissubsistentes (a conduta é composta de dois ou mais atos que se unem para produzir a consumação). * são crimes materiais: a consumação depende da produção do resultado naturalístico. * são aqueles que possuem uma fase inicial praticada por ação, e uma final praticada por omissão (ex: apropriação de coisa achada – art, 169, p.u, II) a) naturalística: quem se omite, na verdade, está fazendo algo. b) normativa (adotada pelo CP): a omissão não é simplesmente um não fazer, mas não fazer algo que a lei determina que seja feito. 3.4 Exclusão da conduta a) caso fortuito e força maior b) sonambulismo e hipnose c) atos ou movimentos reflexos: reações corporais automáticas que independem da vontade humana. atos habituais: são aqueles que o agente pratica repetidamente, ainda que contrários ao DP. Existe conduta e, portanto, existe crime. ações em curto circuito: derivadas de uma explosão emocional repentina que pode ser controlada pela vontade. Há conduta e crime. Aula 6 d) coação física jrresjstível (“vjs absoluta”): o coagido é corporalmente controlado pelo coator para cometer o crime. Não há vontade nem conduta: fato atípico. coação moral jrresjstível (“vjs relatjva”): o coagido é gravemente ameaçado pelo coator para cometer um crime. Existe vontade, mas ela é viciada pela coação: exclusão da culpabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa. - é a consequência da conduta do agente. 4.1 Espécies a) jurídico/normativo: é a simples violação da norma penal com ataque ao bem jurídico por ela tutelado (existe em todos os crimes). b) material/naturalístico: é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta criminosa. - vínculo entre a conduta do agente e o resultado produzido. - só tem relevância nos crimes materiais. 5.1 Teorias Aula 6 a) equivalência dos antecedentes/conditio sine qua non (adotada como regra geral pelo CP – art. 13, caput) - causa é todo acontecimento que contribui de qualquer forma para a produção do resultado naturalístico. - para identificar a causa, emprega-se o método da eliminação hipotética (Thyrén). De acordo com esse critério, depois que o crime foi praticado, volta-se imaginariamente no tempo e hipoteticamente eliminam-se os acontecimentos. ↳ se a eliminação de um acontecimento resulta no desaparecimento do crime: o acontecimento é causa do crime. ↳ se a eliminação de um acontecimento NÃO resulta no desaparecimento do crime: o acontecimento não é causa do crime. crítica: a teorja levarja ao “regressus ai jnfjnjtum”. No entanto, trata-se de uma crítica inválida. a relação de causalidade não se esgota na mera causalidade física, pois ela também depende da causalidade psíquica, representada pelo dolo e pela culpa. b) causalidade adequada (adotada como exceção pelo CP – art. 13, §1º) - causa é o acontecimento que concorre para o resultado de forma eficaz, eficácia esta extraída de acordo com o juízo estatístico. Só leva em consideração aquelas que além de indispensáveis, sejam idôneas à produção do resultado. c) imputação objetiva (Claus Roxin) - trabalha com a idéia de risco proibido: somente se pode imputar o resultado ao agente se ele criou um risco proibido ao bem jurídico ou se ele aumentou um risco proibido já existente. Aula 6 § º ↳ - o dispositivo se aplica somente aos crimes omissivos impróprios, porque os tipos são praticados por ação, mas quem se omite tem o dever de agir para evitar o resultado. - nos crimes omissivos próprios, a omissão é sempre penalmente relevante, pois ela está descrita no próprio tipo penal. ↳ - o CP adota um critério legal para a definição do dever de agir: as hipóteses estão expressamente previstas na lei. - alguns países adotam um critério judicial ou misto. ↳ a) “quem tenha por lej obrjgação ie cujiaio, proteção ou vjgjlâncja” - prevê o dever legal: é aquele imposto pela lei a determinadas pessoas (ex: pais, policiais) b) “ie outra forma, assumju a responsabjljiaie ie jmpeijr o resultaio” - qualquer outra forma diversa da lei - prevê a figura do garantidor (ex: salva-vidas, cuidador) - a posição de garante pode, ou não, derivar de um contrato (deve ser interpretada da forma mais ampla possível) Aula 6 c) “com seu comportamento anterjor, crjou o rjsco ia ocorrêncja io resultaio” - prevê a figura da ingerência: quem cria uma situação de perigo tem a obrigação de impedir o resultado. ↳ - não basta o dever de agir, é necessário avaliar se no caso concreto o agente podia agir. - algumas pessoas possuem a obrigação de enfrentar situações perigosas, mas a lei não pode exigir, de quem quer que seja, atitudes heróicas. - concorrência de causas: existe mais de uma causa contribuindo para a produção do resultado final. - são aquelas que precisam da conduta do agente para produzir o resultado final. * não excluem a relação de causalidade: o agente responde normalmente pelo resultado final. - são aquelas capazes, por si sós, de produziro resultado. Aula 6 concausas absolutamente independentes - são desvinculadas da conduta do agente, não tendo origem nesta. Não se inserem na linha de desdobramento natural da conduta do agente. * rompem o nexo causal: o agente só responde pelos atos que praticou, e não pelo resultado final. preexistentes (estado anterior): antecedem a conduta do agente (ex: veneno) concomitantes: ocorrem simultaneamente à conduta do agente (ex: raio) supervenientes: posteriores à conduta do agente (ex: desabamento) concausas relativamente independentes - possuem alguma ligação com a conduta do agente, tendo origem nesta. - são causas que se somam e conduzem ao resultado. - somente se manifestam em razão da conduta do agente. preexistentes: ex – hemofilia -> relativa, pois só se manifesta em razão do ferimento. * não rompem o nexo causal: o agente responde pelo resultado final. Aplica-se a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES. concomitantes: ex – vítima que é alvejada e morre de frio * não rompem o nexo causal. Aula 6 supervenientes: art. 13, §1º ↳ se não produzem, por si sós, o resultado: não rompem o nexo causal – aplica-se a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES (ex: imperícia médica e infecção hospitalar) ↳ se produzem, por si sós, o resultado: rompem o nexo causal – aplica-se a TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: o agente só responde pelos atos praticados. (ex. acidente ambulância) * se o resultado foge da linha de desdobramento natural da conduta inicial do agente ele responde somente pelos atos que praticou. * a causa é identificada por meio do brocardo “ji quoi plerum que accjijt” (aquilo que normalmente acontece)
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