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ARTIGO CIVIL EVOLUÇÃO NO CONTRATO DE EMPREITADA NO DIREITO BRASILEIRO

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1 
 
 
 
 
EVOLUÇÃO NO CONTRATO DE EMPREITADA NO DIREITO BRASILEIRO 
Lucas Guimarães Pinto 1; Hugo Guimarães Mól²; Cristiane Xavier 
Figueiredo³. 
 
RESUMO 
O presente artigo visa contribuir para a compreensão além de analisar e discorrer 
sobre a evolução no contrato de empreitada no direito brasileiro, de uma forma bem detalhada 
contendo tópicos exemplificativos e explicativos como, por exemplo, a evolução histórica do 
contrato de empreitada no Brasil, o dever do empreiteiro no contrato de empreitada os 
princípios dos contratos de acordo com o código civil. Contudo, no presente artigo nos 
restringiremos a estudar a evolução do contrato de empreitada no direito brasileiro em sentido 
estrito, abordando suas características e com o objetivo de demonstrar essa evolução 
detalhadamente. 
 
Palavras-chave: Contrato, empreitada, direito brasileiro. 
ABSTRACT 
 
This paper aims to contribute to the understanding, besides analyzing and discussing 
the evolution of the contract in Brazilian law, in a very detailed way containing exemplary and 
explanatory topics such as, for example, the historical evolution of the contract in Brazil, the 
Contractor's duty in the works contract the principles of contracts in accordance with the civil 
code. However, in this article we will restrict ourselves to study the evolution of the contract in 
Brazilian law in the strict sense, addressing its characteristics and aiming to demonstrate this 
evolution in detail. 
 
Keywords: Contract, endeavor, Brazilian law. 
 
 
1- Introdução 
 
 
O contrato de empreitada nada mais é do que aquele contrato no qual 
uma das partes se sujeita á execução de uma obra, mediante remuneração a 
ser paga pelo outro contratante, de acordo com as instruções recebidas e sem 
relação de subordinação. Esta é uma pesquisa que tem por base as principais 
características dos contratos de empreitada no âmbito jurídico, social e 
principalmente na visão do contratado. As demais laudas dessa pesquisa 
sustentam as doutrinas especializadas na matéria com finalidade em 
 
1 Acadêmico do 4º Período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos de 
Teófilo Otoni/MG-e-mail: lucasguimaraesp4@gmail.com 
² Acadêmico do 4º Período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos de 
Teófilo Otoni/MG-e-mail : hugomol2000@yahoo.com 
³Professora do curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo 
Otoni/MG-e-mail: cristianetotoni@yahoo.com.br 
mailto:hugomol2000@yahoo.com
2 
 
 
 
 
esclarecer vários questionamentos que aparecem na execução do contrato de 
empreitada no campo público quanto no privado 
. 
2- Conceito do contrato de empreitada 
 
Do latim placitum, e do francês plaid, preito, homenagem, sujeição e 
dependência, do âmbito dos contratos, a empreitada é um contrato que se 
denomina “locação de serviços”, em que o locador se obriga a fazer ou mandar 
fazer certa obra, mediante retribuição determinada ou proporcional ao trabalho 
executado. O contrato de empreitada conforme se apresenta não se dirige 
2iapenas a coisa corpórea e à construção civil e terraplanagem, podendo ser 
usado em uma obra incorpórea, como por exemplo, a criação intelectual, 
artística e artesanal. Dessa maneira, o objeto do contrato de empreitada, por 
ser um contrato de resultado, pode ser uma obra material ou imaterial4. 
 
“Maria Helena Diniz” se refere ao contrato de 
empreitada deste modo a empreitada ou locação de obra é o 
contrato pelo qual um dos contratantes (empreiteiro) se obriga, 
sem subordinação, a realizar, pessoalmente, ou por meio de 
terceiro, certa obra (p. ex., construção de uma casa, represa ou 
ponte; composição de uma música) para o outro (dono da 
obra), com material próprio ou por este fornecido, mediante 
remuneração determinada ou proporcional ao trabalho 
executado5. 
 
O contrato de empreitada é a formalização da vontade das partes em 
efetuar uma determinada obra com fornecimento de materiais ou não sendo 
uma das partes o executor e a outra o contratante. Por um determinado valor e 
determinada obra, cujas etapas de execução, pagamentos e materiais serão 
previamente reguladas no contrato em cláusulas especificas. 
 
Caio Mário assim descreve o conceito de contrato de empreitada: 
 
Empreitada é o contrato em que uma das 
partes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou 
dependência, a realizar certo trabalho para outro 
(dono da obra), com material próprio ou por este 
fornecido, mediante remuneração global ou 
 
4 MUJALLI. W. B. Sinopse do Código Civil. Obrigações e Contratos. 1° Edição. São Paulo: Suprema. 2002. p.215. 
5 DINIZ. M. H. Código Civil Anotado. 11ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2005. p. 523. 
3 
 
 
 
 
proporcional ao trabalho executado (PEREIRA Caio, 
2018, p. 315). 
 
O contrato de empreitada está vinculado principalmente com a 
construção civil, por este motivo sua relevância econômica e jurídica, por ser 
largamente executado no âmbito da construção civil pública e privado, é um 
dos métodos utilizado pelo estado para formalizar e contratar, método esse 
largamente empregado pelo estado para contratar a execução de obras viárias 
dentro das cidades sem ter que dispor de funcionários públicos e equipamentos 
para tais obras, terceirizando todos estes serviços. Além da construção civil, 
pode ser utilizado em execução de outros serviços tais como: pintura de obras 
plásticas; reformas em geral e restauração de prédios e Obras históricas. A 
empreitada é uma obrigação de fazer, mas como a palavra fazer para o Direito 
tem muitos significados, no contrato de empreitada este “fazer” é classificado, 
pois a atividade do empreiteiro deve satisfazer certos critérios. É certo que o 
empreiteiro deve executar um determinado serviço, obedecendo a 
determinados critérios técnicos que decorrem de suas habilidades ou 
obedecendo a técnicas advindas de projetos estipulados previamente pela 
engenharia e arquitetura da obra. É certo que essas habilidades são requisitos 
a cada tipo de empreitada, e a cada tipo de empreiteiro, devendo o dono da 
obra, contratar a mão de obra correta para execução de determinado tipo de 
obra. Esse tipo de habilidade decorre obrigatoriamente de cada tipo de 
empreitada: do artífice, do artesão, da técnica do engenheiro e da criatividade 
do arquiteto, por isso este tipo de empreiteiro é indicado por sua habilidade ou 
renome, mas isso somente não é essencial para contratação, vai depender 
ainda do tipo de obra a ser executada. Além destes requisitos o fator menor 
preço e melhor qualidade da execução da obra serão levados em consideração 
na maioria dos casos. A palavra obra tem sentido que precisa ser esclarecido 
para facilitar a noção de empreitada. Significa todo resultado a se obter pela 
atividade ou pelo trabalho, como a produção ou modificação de coisas, o 
transporte de pessoas ou de mercadorias, a realização de trabalho cientifico ou 
criação de obra artística, material ou imaterial. Nem todas essas atividades 
são, entretanto, objeto da empreitada. Não a desfigura a circunstancia de ter 
como objeto determinado serviço a ser executado em prestações repetidas. A 
4 
 
 
 
 
obra não necessita ser fruto da atividade restrita da parte que se obrigou a 
executa - lá, a menos que o contrato se tenha celebrado intuitu personae, 
desnecessário, igualmente, que tenha organização própria com os meios 
adequados à execução. Qualquer pessoa pode obrigar-se a executar 
determinada obra que não requeira organização de meios, sem que, por essa 
falta, deixe o contrato de ser empreitada. Basta que prometa o resultado de seu 
trabalho. Essa modalidade de contrato tem uma grande importância no mundo 
jurídico, são muitos os fins por ele alcançados. Sobretudo no ramo da 
construção civil de prédios, edifícios e moradias habitacionais em geral,mas 
não é somente este campo que ele alcança, é utilizado também em empreitada 
de escrever uma obra, organizar um evento festivo e já está sendo utilizado 
para elaborar programa de informática em empresas e repartições públicas. 
Possui três elementos essenciais; os sujeitos, o preço e a realização da obra 
para entrega futura.3 
 
3- EVOLUÇÕES HISTÓRICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA NO 
BRASIL 
 
Na história do Brasil esta modalidade de contrato vem sofrendo 
evoluções importantes no decorrer do tempo. Uma sociedade evolui com as 
gerações, o que foi proibido em épocas remotas na atualidade é permitido o 
que era permitido no passado hoje é proibido, mentalidades evoluem, 
tecnologia vem avançando e o Direito tende a acompanhar estas mudanças, 
mesmo que a passos lentos. No Brasil após muitos atrasos e incertezas dos 
governantes da época em 05 de Janeiro de 1916 foi publicada a Lei nº 3.071 
de 1916 surgindo assim o Código Civil de 1916 que trazia em seu bojo o 
contrato de empreitada. Seu texto procurava resolver questões sociológicas, 
jurídicas da relação contratual das partes envolvidas. Não se pode deixar de 
salientar que o Código de 1916 refletia o individualismo que predominava no 
século XIX, influenciado pelos Dogmas do Estado Liberal, que era 
fundamentado e extremamente voltado à liberdade individual contra 
ingerências do poder estatal, Não prevendo a intervenção do estado nas 
relações privadas. Isto gradativamente foi evoluindo devido à necessidade do 
 
3 GOMES. O. Contratos. 21ª Edição. Rio de Janeiro: Forense. 2000. p. 297. 
5 
 
 
 
 
estado em resolver conflitos gerados nas relações contratuais privadas, e esta 
realidade induziu o estado a refletir sobre a liberdade de contratar de maneira 
extravagante, sem limites ou regras de regimento contratual. Surge então a 
necessidade da igualdade dos Direitos e a fundamental Função social dos 
contratos, que antes de qualquer vontade das partes deve constatar a 
finalidade e o objeto contratado, se sua finalidade é estritamente privada e 
abrange toda a sociedade. Antes de qualquer coisa deve se preservar o direito 
coletivo o interesse da sociedade no seu bem comum. O contrato não poderia 
mais ser considerado como absoluto. 
O então Ministro “Moreira Alves” chamado a comentar 
o referido Código relatou que o diploma legal se resumia em 
três palavras; 
 1. Sociedade (ligada a função social); 
 2. Efetividade (ligada à eliminação das solenidades 
inúteis) 
 3. Eticidade (ligada à boa fé)4.4 
 
Então com esta mentalidade os juristas, doutrinadores, especialistas em 
Direito, e legisladores trataram de criar artigos distintos para cada caso 
individualizado as regras dos contratos. Nos dias de hoje com a necessidade 
da sociedade o legislador buscou especificar e classificar as condições e 
regras para o contrato de empreitada dedicando dezesseis artigos para tratar 
especificamente desta matéria. Matéria está atualmente disciplinada nos 
artigos 610 a 626, do Código Civil de 2002. O legislador se apoiou no código 
Civil de XVI onde a Empreitada foi fundada no individualismo para atualizar a 
nova realidade da sociedade em assim surge o novo código Civil de 2002 com 
a principal característica na função social dos contratos. Os legisladores do 
diploma atual procuraram garantir a função social dos contratos, e assim 
atenuar a autonomia da vontade dos contratantes, sem a tal garantia os 
contratantes teriam plena autonomia em estipular cláusulas e regras 
exorbitantes em seus contratos. Deixando assim de fora o interesse da 
coletividade, com este dispositivo de segurança os legisladores restringiram as 
condições contratuais, prevendo que o interesse coletivo é mais importante do 
que o simples interesse privado. 
 
 
4 PINTO. A. G. G. Código Civil Brasileiro. Atualizado em 2007. Edição única. São Paulo: Escala. 2007. p. 10 
e 11. 
6 
 
 
 
 
3.2- DEVER DO EMPREITEIRO NO CONTRATO DE EMPREITADA 
 
A obrigação básica do empreiteiro é a de assegurar que a entrega da 
obra seja efetuada no tempo certo e pela forma ajustada no contrato. Se o 
empreiteiro se afastar das instruções recebidas ou das normas técnicas dos 
trabalhos de tal natureza, a lei confere ao “dono” da obra de empreitada duas 
alternativas. Poderá não recebê-la nas condições que se encontram, ou 
acordar com empreiteiro um abatimento no valor que considerar justo pelo não 
cumprimento das normas exigidas em contrato. 
“Walter Brasil Mujalli” relaciona assim, e em resumo, 
pode-se afirmar que a responsabilidade do empreiteiro 
consiste: 
 1. Nos riscos até o momento da entrega da obra, se 
também fornecer os materiais; 
2. No pagamento dos materiais que recebeu, na 
empreitada laboral, se por imperícia os inutilizar; 
3. Na solidez e segurança do trabalho e dos materiais, 
pelo prazo de 55 (cinco) anos, consoante dispõe o artigo 618 do 
Código Civil; 
4. No pagamento dos serviços realizados pelo 
subempreiteiro6. 
 
Decorrem de Lei todas estas obrigações para com empreiteiro, mas o 
bom senso nos leva a acreditar que alguns aspectos e vícios que possam 
surgir no decorrer da execução da obra podem simplesmente serem pactuados 
pelas partes em comum acordo. O empreiteiro não terá interesse em demanda 
judicial, pois para seu negócio isso seria uma péssima propaganda, já o dono 
da obra só será interessante um acordo se este obtiver alguma vantagem 
pecuniária relevante. Isto posto que este meio termo deve-se obedecer com 
serenidade e prever a segurança das instalações, sua qualidade corpórea e ao 
fim que se destina. Na atualidade ocorre muita controvérsia por falta de um 
cronograma de obra em que se especifiquem item a item os tipos de materiais 
a serem usados na referida obra. Como à inúmeras marcas de produtos 
ofertados no mercado, marcas de 1ª linha e de 2ª linha, se confundem, e assim 
se não tiver uma forma de especificar os itens e suas respectivas marcas a 
serem empregados na obra, ficará a critério exclusivo do empreiteiro, empregar 
um material de qualidade garantida. E em hipótese alguma será permitido a 
 
5 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 24. 
6 MUJALLI. W. B. Sinopse do Código Civil. Obrigações e Contratos. 1ª Edição. São Paulo: Suprema. 2002. p. 216 e 217. 
7 
 
 
 
 
este empregar materiais de qualidade duvidosa, e em caso do empreiteiro se 
aproveitar da lacuna do contrato de empreitada (falta de especificação de item) 
estará sujeito a ser interpelado pela má fé e responderá judicialmente. 
A simples fixação de cronograma físico da obra junto do contrato de 
empreitada que indique as especificações técnicas dos materiais a serem 
empregados na obra sanaria vários conflitos. 
Normas técnicas na execução da obra são em sua maioria 
padronizadas, não sendo aí matéria decorrente dos nossos tribunais, o que 
abarrota nossos tribunais são condições gerais dos contratos faltas de 
cumprimento de obrigações elementares do contrato, abusos por ambas as 
partes envolvidas e também materiais fora de padrões e qualidade empregados 
na obra. Garantir a melhor qualidade dos serviços, atendidas as especificações 
e normas técnicas de produção para cada caso, em especial as normas da 
ABNT e INMETRO, assumindo inteira responsabilidade pela plena execução e 
qualidade do objeto da presente licitação. 
 
4- DOS PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS 
 
Contratos típicos são regulados por lei especifica, e possuem todas as 
suas características e requisitos definidos em leis e princípios. Contratos 
atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as, 
suas características e requisitos definidos e regulados na lei. 
 
4.1- PRINCÍPIOS DE DIREITO CIVIL 
 
Para que sejamválidos basta o consenso, que as partes sejam livres e 
capazes e o seu objeto lícito (não contrariem a lei e os bons costumes), 
possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica6· 
 
4.1.1- Princípio da Autonomia da Vontade 
 
Nele se funda a liberdade contratual dos contratantes, consistindo no 
poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de 
 
6 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 113. 
7 MUJALLI. W. B. Sinopse do Código Civil. Obrigações e Contratos. 1ª Edição. São Paulo: Suprema. 2002. p.122. 
8 
 
 
 
 
vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela 
ordem jurídica, onde obedecendo as leis as partes podem dispor o que lhe 
convier. Consiste em prerrogativa conferida aos indivíduos criarem relações na 
orbita do direito, desde que se submetam ás regras impostas pela lei. As partes 
podem, assim, usar da liberdade conferida pela lei, que lhes reconhece o 
direito de contratar livremente. Tradicionalmente, desde o direito romano, as 
pessoas são livres para contratar. Essa liberdade abrange o direito de contratar 
se quiserem com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito de 
contratar e de não contratar, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de 
estabelecer o conteúdo do contrato. O princípio da autonomia da vontade se 
alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes 
de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando 
efeitos tutelados pela ordem jurídica. Têm as partes a faculdade de celebrar ou 
não contratos, sem qualquer interferência do Estado. Podem celebrar contratos 
nominados ou fazer combinações, dando origem a contratos inominados7. 
 
1900014345 JCCB.1246 – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO 
DE COBRANÇA – CONTRATO DE EMPREITADA – PREÇO 
GLOBAL – Tendo sido o contrato de empreitada firmado por 
preço global, portanto, preço certo e irreajustável, fixado 
antecipadamente pelas partes, e preenchido todos os princípios 
que regem o direito dos contratos, não há se falar em reajuste 
por serviços extras se não foram carreadas para os autos 
provas irrefutáveis de que a alteração no projeto se deu por 
instruções escritas do contratante (art. 1246, código civil/1916), 
devendo, pois, ser fielmente cumprido. Apelação conhecida e 
improvida. (TJGO – AC 87840-8/188 – (200500764080) – 1ª 
C.Cív. – Rel. Des. Luiz Eduardo de Sousa – J. 15.12.2006). 
 
Este princípio veio para formalizar a vontade de duas ou mais pessoas 
transcritas em um contrato, devendo estas se submeter aos limites da lei, não 
inibindo com isso com que estas pessoas ou partes de um contrato estipulem 
de livre vontade cláusulas diversas da lei, desde que obedecidos os limites 
legais. O dono da obra que precisa da mão de obra qualificada para execução 
de serviço especializado contrata com o empreiteiro para diante de 
subordinação ou não executar tal tarefa. 
 
4.1.2- Princípio do Consensualismo 
 
Segundo o qual o simples acordo de duas ou mais vontades basta para 
gerar o contrato válido. De acordo com o princípio do consensualismo, basta, 
 
7 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 41. 
8 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p.46. 
9 
 
 
 
 
para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao 
formalismo e ao simbolismo que vigoravam em tempos primitivos. Decorre ele 
da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo de 
vontades, independentemente da entrega da coisa. Por sua vez, obtempera 
Carlos Alberto Bittar que, “sendo o contrato corolário natural” da liberdade e 
relacionado à força disciplinadora reconhecida à vontade humana, tem-se que 
as pessoas gozam da faculdade de vincular-se pelo simples consenso, 
fundadas, ademais, no princípio ético do respeito à palavra dada e na 
confiança recíproca que as leva a contratar. As partes podem celebrar o 
contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos 
em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma 
escrita, pública ou particular (CC art. I 07). O consensualismo, portanto, é a 
regra, e o formalismo, a exceção8. 
6046493 JCCB. 1242 JCCB.1243 – CONTRATO DE 
EMPREITADA – RELAÇÃO DE EMPREGO – ARTIGOS 1.242 E 1.243 DO 
CÓDIGO CIVIL DE 1916 – O elemento identificador do contrato de 
empreitada é a prestação do serviço delimitada por um fim 
determinado, previamente especificado pelas partes e subordinado 
unicamente à obtenção do resultado. Por outro lado, exigir do 
empreiteiro cumprir a execução da obra de acordo com as instruções 
recebidas, ou de acordo com as regras que devam comandar a sua 
realização, não desnatura a natureza civil da relação, conforme 
decorre da própria previsão legal identificada nos artigos 1.242 e 
1.243 do Código Civil de 1916. (TRT 09ª R. – Proc. 21789-2001- 004-
09-00-8 – (22083-2003) – Relª Juíza Sueli Gil El Rafihi – DJPR 
10.10.2003) 
O princípio do consensualismo rege que basta a vontade simples de 
duas ou mais partes para que se estabeleça o contrato de empreitada. 
Podendo ser escrito ou verbalmente formalizado. Ex. quando uma dona de 
casa chama o bombeiro (encanador) para consertar a parte hidráulica da casa, 
e com ele acerta preço e condições de pagamento, ela esta formulando um 
contrato de empreitada verbal. 
 
4.1.3- Princípio da Obrigatoriedade da Convenção 
 
Pelo qual as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente 
cumpridas 
 
8 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 46. 
9 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 47. 
10 
 
 
 
 
(pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra o 
inadimplente, ou seja, se uma das partes não cumprir o acordo poderá sofrer 
sanções que lhe causariam a perda de patrimônio. 
Estrutura-se, basicamente, a doutrina dos contratos nos princípios da 
autonomia da vontade e da obrigatoriedade do contrato. As partes podem, 
assim, se compor, e, se assim o fizerem, obrigam-se a cumprir o ajuste. A força 
vinculada do contrato, desejada pelos contratantes, é, por sua vez, assegurada 
pela ordem jurídica, que é o elemento essencial do mesmo: (pacta sunt 
servanda). Quem, por sua vez, assume livremente, pelo contrato, uma 
obrigação cria uma expectativa no meio social, que a ordem jurídica deve 
garantir. “O propósito de se obrigar, envolvendo uma espontânea restrição da 
liberdade individua, provoca consequências que afetam o equilíbrio da 
sociedade”. No princípio da obrigatoriedade de convenção rege o que for 
acordado deverá ser cumprido integralmente, se o que foi estabelecido entre as 
partes não for integralmente cumprido, qualquer das partes que deixe de 
executar sua função estará sujeito as sanções estipuladas em lei. 
 
4.1.4- Princípio da Relatividade dos Efeitos do Negócio Jurídico 
Contratual 
 
Visto que não aproveita nem prejudica terceiros, vinculando 
exclusivamente as partes que nele intervierem, isso e a proteção necessária a 
terceiros da relação, evitando assim prejuízos eventualmente causados a 
sujeitos fora da relação. Contém a ideia de que os efeitos do contrato só se 
manifestam entre as partes contratantes, não aproveitando nem prejudicando 
terceiros. Esse princípio representa um elemento de segurança, pois dispõe 
que ninguém pode se sujeitar a uma norma ou convenção da qual não 
participou. O princípio consagra, ainda, a ideia de que pelo contratoas partes 
podem dispor livremente em relação a suas cláusulas e condições, desde que 
lícito o seu objeto, e não vedado por lei. O que foi pactuado no contrato se 
torna obrigatório entre as partes contratantes pelo vinculo jurídico obrigacional, 
que vai gerar uma espécie de “lei privada” entre as partes. “Pacta sunt 
servanda”, expressão que diz que os pactos devem ser obedecidos. Funda-se 
tal princípio na idéia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação 
às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu 
11 
 
 
 
 
conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio. Mostra-se ele coerente 
com o modelo clássico de contrato, que objetivava exclusivamente a satisfação 
das necessidades individuais e que, portanto, só produzia efeitos entre aqueles 
que o haviam celebrado, mediante acordo de vontades. Em razão desse perfil, 
não se poderia conceber que o ajuste estendesse os seus efeitos a terceiros, 
vinculando-os à convenção. Essa a situação delineada no artigo 928 do Código 
Civil de 1916, que prescrevia: "A obrigação, não sendo pessoalíssimos, opera 
assim entre as partes, como entre seus herdeiros". Desse modo, a obrigação, 
não sendo personalíssima, operava somente entre as partes e seus 
sucessores, a título universal ou singular. Só a obrigação personalíssima não 
vinculava os sucessores. Este princípio veio para proteger terceiros envolvidos 
na relação, limitando o alcance e efeitos do contrato de empreitada a 
simplesmente as duas partes envolvidas. 
 
4.1.5- Princípio da Boa Fé 
 
Segundo ele, o sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre 
a intenção inferida da declaração de vontade das partes, este princípio esta 
relacionado à que se espera que as partes estejam agindo e agiram dentro do 
esperado na relação contratual evitando assim aborrecimentos posteriores. O 
princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só 
durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do 
contrato. Guarda relação com o princípio de direito segundo o qual ninguém 
pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao juiz que presuma a boa-
fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provida por quem a alega. Deve este, ao 
julgar demanda na qual se discuta a relação contratual, dar por pressuposta a 
boa-fé objetiva, que impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com 
retidão, ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do 
homem comuns atendidos as peculiaridades dos usos e costumes do lugar. No 
que se refere aos princípios que norteiam os contratos todos tem funções de 
impor regulamentos para ambas às partes relacionadas na transação 
contratual e tem o condão da censura de possíveis abusos inerentes das 
relações contratuais. São dispositivos com finalidades distintas para regular e 
12 
 
 
 
 
orientar na elaboração contratual de empreitada, dão segurança jurídica e 
formalidade. 
 
5- DOS CONTRATOS DE EMPREITADA 
 
A empreitada pode ser caracterizada somente de mão de obra, 
conhecida como empreitada de lavor ou labor, ou pode o contrato prever o 
fornecimento de materiais conjuntamente com sua aplicação na obra este 
denominado empreitada mista. As duas se distinguem no aspecto da 
responsabilidade civil, que pode decorrer da execução de um ou de outro 
contrato. 
 
5.1- CONTRATOS DE EMPREITADA COM ENTE PRIVADO 
 
Se a empreitada é unicamente exclusiva de lavor (mão de obra), simples 
fornecimento da mão de obra e a coisa, sem culpa do empreiteiro, vierem a 
perecer antes da entrega da obra, quem sofre os prejuízos é o dono da obra, 
pois nesses casos os riscos correm por conta deste último. Se o empreiteiro 
fornece também o material, além do serviço de mão de obra, os riscos do 
perecimento, ou da destruição da obra, até a data da entrega, correm por 
contra e exclusiva responsabilidade do empreiteiro9. 
A importância dessa discriminação assume singular relevância para o 
Direito no tema das construções. Distinguem-se então duas modalidades: 
contrato de empreitada propriamente dito e contrato de empreitada sob 
administração. 
Nesta, incumbem ao proprietário o fornecimento dos materiais e o 
pagamento da mão de obra, à medida que os trabalhos se desenvolvem; ao 
empreiteiro, a quem tocam a direção e fiscalização cabem a remuneração 
determinada, em regra, certa porcentagem sobre o valor global das somas 
despendidas pelo dono da obra. Já na que tudo é de responsabilidade do 
empreiteiro; materiais, mão de obra, direção e supervisão; o preço ajustado 
entre os contratantes deverá cobrir todas essas atividades e despesas; o 
empreiteiro não fará jus a nenhum acréscimo, ainda que o material encareça 
 
9 MUJALLI. W. B. Sinopse do Código Civil. Obrigações e Contratos. 1ª Edição. São Paulo: Suprema. 2002. p. 215. 
10 MONTEIRO. W. B. Curso de Direito Civil. 20ª Edição. São Paulo: Saraiva. 1985. p. 196. 
13 
 
 
 
 
ou suba o salário dos empregados, sendo inadmissível a invocação da cláusula 
rebus sic stantibus para isentá-lo de suas obrigações assumidas; ele só tem 
direito a acréscimo se houver alteração no cronograma físico da obra, 
alterando assim o contratado do inicial da obra10. 
 
5.2- Principais Características dos Contratos de Empreitada 
 
A empreitada é contrato bilateral ou sinalagmático, pois gera obrigações 
recíprocas para as partes: a realização e entrega da obra, para o empreiteiro, e 
o pagamento do preço, para o proprietário. É consensual porque se aperfeiçoa 
com o acordo de vontades, independentemente de tradição, não exigindo ainda 
forma especial para a sua validade. A forma é livre, em regra. É, também, 
comutativo, uma vez que cada parte pode antever os ônus e vantagens dela 
advindos. Cada parte recebe da outra prestação equivalente à sua, podendo 
vislumbrar, desde logo, essa equivalência. É, ainda, oneroso, pois ambas as 
partes obtêm um proveito, ao qual corresponde um sacrifício. A onerosidade é 
da essência da empreitada, seja em dinheiro, seja em outra espécie, e 
característica que a distingue da doação. O contrato de empreitada é cumprido 
mediante uma série de atos concatenados, necessitando de certo espaço de 
tempo para a sua conclusão. Sob esse aspecto, pode ser considerado de trato 
sucessivo. Todavia, como tem por objeto a realização de determinada obra, é 
normalmente contrato de execução única, embora não se desnature como 
assinala (Orlando Gomes), se tem como objeto prestações periódicas, como 
sucede quando o empreiteiro se obriga a executar a obra por unidades 
autônomas. 
 
5.3- Principais Atribuições dos Contratos de Empreitada 
 
O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela "só com seu 
trabalho" 
(empreitada de mão de obra ou de lavor), ou "com ele e os materiais" 
(empreitada mista), consoante dispõe o artigo 610 do Código Civil. No primeiro 
caso, assume ele apenas obrigação de fazer, consistente em executar o 
serviço, cabendo ao proprietário fornecer materiais; no segundo, obriga se não 
só a realizar um trabalho de qualidade (obligatio infaciendo), mas também a 
14 
 
 
 
 
dar, consistente em fornecer os materiais. Diferentes são os efeitos das 
aludidas modalidades, especialmente no tocante aos riscos. Em ambas, o 
critério adotado é o da perda da coisa pelo dono (res perit domino). Na 
primeira, se a coisa perece, antes da entrega e sem culpa do empreiteiro, 
quem sofre a perda é o dono da obra, por conta de quem correm os riscos. 
Dispõe, com efeito, o artigo 612 do Código Civil que, "se o empreiteiro só 
forneceu mão de obra, todos os Riscos em que não tiver culpa correrão por 
conta do dono". E não havendo, também, "mora do dono", o empreiteiro perde 
a retribuição (repartem-se, assim, os prejuízos, não havendo culpa de qualquer 
dos contratantes). Entretanto, o empreiteiro fará jus à remuneração, se provar 
"que a perda resultoude defeito dos materiais e que em tempo reclamara 
contra a sua quantidade ou qualidade" (CC artigo 613). 10Na empreitada 
também de materiais, denominada mista, os riscos correm por conta do 
empreiteiro, "até o momento da entrega da obra", salvo se o dono "estiver em 
mora de receber" (CC artigo 611). Neste último caso, os riscos dividem-se 
entre as duas partes. Distinguem-se ainda, no diversificado mundo das 
construções, duas outras espécies: contrato de empreitada propriamente dito e 
contrato de empreitada sob administração.Denomina-se construção sob 
administração, segundo (Helly Lopes Meirelles), o contrato "em que o 
construtor se encarrega da execução de um projeto, mediante remuneração 
fixa ou percentual sobre o custo da obra, correndo por conta do proprietário os 
encargos econômicos do empreendimento". A obra é impulsionada à medida 
que o dono oferece os recursos necessários. Na empreitada propriamente dita, 
diferentemente, o construtor-empreiteiro assume os encargos técnicos da obra 
e também os riscos econômicos, e ainda custeia a construção por preço fixado 
de início, que não pode ser reajustado ainda que o material encareça e 
aumente o salário dos empregados. Embora o Código Civil não regulamente o 
contrato de construção por administração, aplicam-se lhe, subsidiariamente, as 
regras sobre a empreitada. Os riscos correm por conta do dono da obra, a 
menos que seja provada a culpa do construtor. A Lei nº. 4.591/64, que trata 
dos condomínios em edificação e incorporação imobiliária, prevê a construção 
 
10 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 370 e 
371. 
15 
 
 
 
 
pelo regime de administração, também chamado "a preço de custo", no qual 
será de responsabilidade do proprietário ou adquirente o custo integral da obra 
observado os requisitos estabelecidos no artigo 58. Malgrado a parte da 
referida lei concernente ao condomínio em edificação tenha sido absorvida pelo 
novo Código Civil, que a disciplinou-nos artigos 1.331 a 1.358 sob o título "Do 
Condomínio Edilício" permanecem em vigor a atinente às incorporações. Ainda 
em atenção ao preço, a empreitada pode ser convencionada a preço fixo ou 
global e a preço por medida ou por etapas. Na primeira, a preço fixo ou global, 
a obra é ajustada por preço invariável, fixado antecipadamente pelas partes e 
inacessível de alteração, para mais ou para menos. O preço engloba toda a 
obra e, por essa razão, é de extrema relevância, para garantia, tanto do 
proprietário como do empreiteiro, a confecção de um memorial descritivo, 
especificando detalhadamente os serviços a serem realizados e a qualidade do 
material a ser utilizado. 
 
5.4- Fiscalização e Recebimento da Obra 
 
Dispõe o artigo 614 do Código Civil que, "se a obra constar de partes 
distintas, ou for de natureza das que se determina por medida, o empreiteiro 
terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em 
que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada'`. 
Pode ser convencionada a entrega da obra por partes ou só depois de 
concluída. Se o dono a recebe e paga o que lhe foi entregue, presume-se 
verificado e em ordem, pois segundo o §1º do supra transcrito artigo 614, "tudo 
o que se pagou presume-se verificado". Mas poderá enjeitá-la, se o empreiteiro 
se afastou das instruções recebidas ou das regras técnicas em trabalhos de tal 
natureza, ou recebê-Ia com abatimento no preço. O empreiteiro responde, 
assim, pela perfeição da obra. Dai a importância do ato verificatorio, pois 
"recebida a obra como boa e perfeita, nenhuma reclamação poderá ser 
posteriormente formulada por quem encomendou, a menos que se trate de 
vícios ocultos ou redibitórios, que evidentemente não ficarão cobertos pelo 
simples ato de recebimento``'. Proclama, com efeito, o artigo 615 do mesmo 
diploma que, “concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, 
o dono é obrigado a recebê-la”. “Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se 
16 
 
 
 
 
afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas 
em trabalhos de tal natureza”. Acrescenta o artigo 616 que, “no caso da 
segunda parte do artigo”. “Antecedente, pode quem encomendou a obra, em 
vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço”. De nada adiantará o 
empreiteiro alegar que a sua menção foi obter coisa melhor, pois o credor de 
coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa 
(Código Civil, artigo 313). Estatui ainda o §2º do mencionado artigo 614 do 
Código Civil: "O que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a 
contar da medição, não forem: denunciados os VÍCIOS ou defeitos pelo dono 
da obra ou por quem estiver Incumbido da sua fiscalização”. 
 
5.5- Responsabilidade do Contratado 
 
A responsabilidade do empreiteiro pode ser analisada sob os seguintes 
Aspectos: 
a) quanto aos riscos da obra; 
b) quanto à solidez e segurança dos edifícios e outras construções 
consideráveis; 
c) quanto à perfeição da obra; 
d) quanto à responsabilidade pelo custo dos materiais; 
e) quanto aos danos causados a terceiros. 
 
No tocante aos riscos da obra, se a empreitada é apenas de lavor, todos 
aqueles em que o empreiteiro não tiver culpa correm "por conta do dono" 
(Código Civil, artigo. 612). Desse modo, se a coisa perece antes da entrega, 
sem culpa daquele, quem sofre o prejuízo é o dono da obra. Todavia, o 
empreiteiro perderá a retribuição, "se não provar que a perda resultou de 
defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou 
qualidade" (Código Civil, artigo 613). 
Se não lograr se desincumbir desse pesado ônus, haverá repartição dos 
prejuízos, não havendo culpa de qualquer dos contraentes. 
No entanto, quando o empreiteiro fornece também os materiais, "correm 
por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra" (Código Civil, artigo 
611), visto que, neste caso, é ele o proprietário da coisa perecida. (Como se 
17 
 
 
 
 
observa nada mais fez a lei do que adotar, nas duas espécies de empreitada, a 
regra geral segundo a qual a coisa perece para o dono res perit domina). 
SILVIO RODRIGUES resume didaticamente as aludidas hipóteses: 
a) se a empreitada for unicamente de lavor, o dono da obra sofre o 
prejuízo pelo seu perecimento e o empreiteiro perde a retribuição; 
b) se a empreitada for de lavor e materiais, os prejuízos são sofridos 
pelo empreiteiro, exceto em caso de mora do dono da obra, caso em que este 
responde pelo prejuízo (Código Civil, artigo 611).11 
 
5.6- Responsabilidade do Contratante 
 
A principal obrigação do dono da obra é efetuar o pagamento do preço, 
visto que a empreitada, sendo contrato sinalagmático, gera obrigações para 
ambos os contratantes. Trata-se de obrigação fundamental, cuja falta pode 
importar na resolução do contrato, com perdas e danos; na suspensão da 
execução, mediante a arguição da exceptio non adimpleti contractus; na sua 
cobrança executiva, se o contrato preencher os requisitos de título executivo 
extrajudicial; ou no direito de retenção. A empreitada, como dito anteriormente, 
pode ser ajustada a preço fixo ou global (marché à forjait) ou por medida ou 
etapas (marché sur devis). O dono da obra é obrigado ao preço ajustado, sem 
majoração, salvo estipulação em contrário. Nas épocas de inflação elevada 
costuma-se convencionar a atualização monetária da contraprestação, como 
forma de proteger o empreiteiro da desvalorização da moeda e instabilidade do 
preço dos materiais. Sem cláusula de reajustamento, o preço torna-se 
insuscetível de variação, ainda que os salários ou dos materiais aumente. Se 
as partes não tiverem ajustado o preço e inexistir tarifa preestabelecida, caberá 
estimá-lo por arbitramento judicial ou extrajudicial, "levados em conta os usose 
costumes, bem como outros fatores, de tal forma que a obra seja avaliada 
como um complexo, e não em razão da unidade de trabalho utilizado". 
 
6- Extinção do Contrato de Empreitada 
 
 
11 GONÇALVES. C. R. Direito Civil Brasileiro 3. Contratos e Atos Unilaterais. 7ª Edição. São Paulo: Saraiva. 2010. p. 374 e 
375. 
18 
 
 
 
 
A execução é o modo normal de extinção da empreitada. Aceita a obra e 
pago o preço, estão cumpridas as obrigações a que deu nascimento. Desata-
se, em consequência, o laço que unia as partes. Resolve-se o contrato, se um 
dos contratantes deixa de cumprir qualquer das obrigações contraídas. 
Prometendo o dono da obra, efetuar pagamentos antecipados, dará lugar à 
resolução do contrato se não cumprir o prometido. Se o empreiteiro não 
entregar a obra no prazo estipulado, o dono da obra não está obrigado a 
recebê-la posteriormente, a menos que tenha admitido a possibilidade, 
pactuando multa a ser paga pelo empreiteiro se afastou das inscrições 
recebidas e dos planos estabelecidos, ou das regras técnicas em trabalhos de 
tal natureza, mas, nesse caso, a resolução não é consequência necessária, 
pois a parte que encomendou a obra pode preferir recebê-la com abatimento 
de preço. Perecendo a coisa por força maior ou caso fortuito, extingue-se o 
contrato por impossibilidade de execução. Nessa hipótese, aplicam-se as 
regras concernentes aos riscos. Se no curso da obra vier a falecer o 
empreiteiro o contrato não se extingue, somente se for contrato na modalidade 
(intuitu personae), ou seja, somente o empreiteiro tinha capacidade de 
formalizar aquele tipo de serviço com aquela qualidade especifica.12 
 
7- AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO CONTRATO DE EMPREITADA NO 
ÂMBITO PÚBLICO E PRIVADO. 
 
Devem obedecer rigorosamente às condições estabelecidas no bojo do 
contrato de empreitada formalizado pelas partes envolvidas na relação. O 
contrato que envolve o estado e um terceiro em relação contratual será regido 
por lei especifica cuja lei determina fases de execução, condições para receber 
pelos serviços prestados, através de medições periódicas, fiscalização do 
estado nas fases de execução da obra e principalmente a condição de que o 
empreiteiro para receber e entregar a obra terá que estar regularmente 
cadastrado e com seus tributos em dia e se sujeitar a todas as especificações 
do edital da obra. Contrato sinalagmático, a empreitada origina direitos e 
obrigações interdependentes para o empreiteiro e o dono da obra, que o 
esquema legal define na sua tipicidade. Devem ser examinados 
 
12 GOMES. O. Contratos. 11ª Edição. Rio de Janeiro: Forense. 2000. p. 303 e 304. 
19 
 
 
 
 
separadamente e sucessivamente. A principal obrigação do empreiteiro 
consiste na execução da obra conforme as instruções recebidas ou as regras 
técnicas que se devem observar em sua realização. Necessário que a entregue 
com as qualidades prometidas, sem defeitos. Caso contrário, pode o dono 
enjeitá-la ou se, prefere, recebê-la com abatimento no preço. Não obstante ser 
esta, entre nós, a alternativa legal, algumas legislações asseguram-lhe o direito 
de exigir que o empreiteiro corrija ou sane o defeito. Tal pretensão é 
admissível, mesmo no silêncio da lei, como exigência preliminar da redução do 
preço ou da indenização, se o empreiteiro recebeu os materiais. No que tange 
as leis, doutrinas e jurisprudências seguem algumas das principais diferenças 
dentre os contratos de empreitada com ente público e privado. 
 
8- CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Trata-se de um estudo embasado em Leis, jurisprudências e doutrinas, e 
teve sua inspiração no ramo de trabalho da empresa que trabalho atualmente. 
O contrato de empreitada exerce grande influencia no mercado financeiro do 
nosso país nas relações de emprego e comercio em geral. Tratando-se de um 
contrato de formatação diversa, ou seja, a cada tipo de obra a ser executado 
torna obrigatório a elaboração das condições para execução do contrato. 
Todos os contratos públicos de empreitada que podemos ver em execução no 
Brasil está politicamente correto, má ao examinar projetos, planilhas 
orçamentárias e a obra em loco se percebem a olho nu suas falhas e a 
impossibilidade de se apurar valores antecipados para execução de tal obra 
por este motivo se concluem que todo o contrato de empreitada seja ente 
publico ou privado terá que se optar pelo bom senso para se conseguir concluir 
o contratado. A empreitada se justifica quando se tratar de execução de obra 
certa, que não corresponda a qualquer das atividades empreendidas pela 
empresa contratante. A locação de serviços de outra empresa deve ser 
admitida apenas para misteres que não se enquadrem entre as atividades 
necessárias permanentes ao empreendimento econômico da locatária e cujas 
condições especiais de execução justifiquem o apelo à sociedades civis ou 
comerciais especializadas. Tanto na empreitada de obra, como na locação de 
serviços. A comparação do conteúdo das regras de direito contratual público 
20 
 
 
 
 
denominadas de cláusulas exorbitantes - com as regras de direito contratual 
privado demonstra substancial similitude entre elas, salvo raras exceções, a 
afastar qualquer diferenciação de regime jurídico com base nas regras. O 
exame dos princípios clássicos vetores das relações jurídicas contratuais de 
direito privado e das relações jurídicas contratuais de direito público, para além 
de oferecem inadequada interpretação no atual Estado Constitucional, 
conformam-se em uma unidade não substancialmente distinta quando lidas sob 
as lentes dos direitos fundamentais. Vale dizer aqui o mesmo que em relação 
às regras, os princípios possuem forte semelhança, pelo que perdem também 
sua função de definir qual o regime aplicável.13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 13. Ed. 
Brasília: 
Senado Federal, 2000. 
BRASIL. Lei nº 8.666/93. Lei das Licitações e Contratos Públicos 
Brasília. 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 0144943-69.2004.8.19.0001, 
da 10ª 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 0144943-69.2004.8.19.0001, 
da 10ª 
Câmera Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, 25 Ago. 2011- p. 17, Ago. 2011. 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 87840-8/188 – 
(200500764080), da 1ª Câmera Civil do Tribunal de Justiça do Estado de 
Goiás, Goiás, 15 Dez. 2006. 
 
13 SILVEIRA. M. A. K. Contrato Público Privado. Interseção entre Direito Público e Privado no estado Constitucional. 
(Publicado na revista eletrônica Júris Síntese Nº 95 em Maio/Jun de 2012. 
21 
 
 
 
 
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho. Resp. nº 21789-2001-004-09-
00-8- (22083- 2003), da 9ª Região do Tribunal Regional do Estado do Paraná, 
Paraná, 10 Out. 2003. 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 7756, da 2ª Câmera Civil do 
Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, Tocantins, 03 Set. 2010- p. 9. Set. 
2010. 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 0144943-69.2004.8.19.0001, 
da 10ª 
Câmera Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, 25 Ago. 2011- p. 17, Ago. 2011. 
BRASIL. Tribunal de Justiça. Acórdão nº 0144943-69.2004.8.19.0001, 
da 10ª 
Câmera Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, 25 Ago. 2011- p. 17, Ago. 2011. 
DINIZ. M. H. Código Civil Anotado. 11ª Ed. São Paulo: 2005. 
 
 
 
i 
	RESUMO
	ABSTRACT

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