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RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL DE EMPRESA

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RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL DE EMPRESA 
 
ACADÊMICO: HUGO GUIMARÃES MÓL 
Para ter uma boa analise de todos os elementos e requisitos deste procedimento, 
buscamos um conceito, que estabelece o pedido de recuperação extrajudicial como 
procedimento especial, de jurisdição voluntária. 
Fica evidente que a recuperação extrajudicial é um procedimento especial de 
jurisdição voluntária, estabelecido em legislação extravagante, pois se dá a administra-
ção pública de interesses particulares, ante a intervenção do Poder Judiciário em 
negócios jurídicos envolvendo direitos privados, destinado a constituir estado jurídico 
novo, desde que presentes os requisitos expressamente estabelecidos na legislação 
falimentar. 
Desse modo, a recuperação extrajudicial tem como objetivo estabelecer linhas de 
diálogo entre os credores e o devedor, em busca de uma nova situação fático-jurídica, 
que permita a recuperação da empresa de sua crise. A atuação do judiciário nesse 
caso é de mero interventor, auxiliando os interessados a realizarem um novo negócio 
jurídico. 
Uma das inovações trazidas pela Lei nº 11.101/2005 foi a criação do instituto da 
Recuperação Extrajudicial como alternativa para solução de crises da sociedade 
empresária e do empresário. Tem como finalidade buscar a adesão de credores 
previamente selecionados (créditos a vencer em curto prazo, por exemplo) o devedor 
tem a opção de tentar superar a crise renegociando suas dívidas. Trata-se de mais um 
modelo de reestruturação focada no saneamento dos débitos, cujos efeitos alcançam 
um grupo, ou grupos de credores selecionados pelo devedor por impactar, 
pontualmente, na sua situação econômico-financeira. Atendidos requisitos previstos na 
lei, poderá o devedor submeter o plano de recuperação para homologação judicial 
conferindo-lhe maior segurança jurídica. Tal disciplina não exclui, obviamente, a 
possibilidade de negociações privadas (devedor x credores) sem qualquer intervenção 
do Poder Judiciário. 
A doutrina conceitua a Recuperação Extrajudicial como modalidade de ação integrante 
do sistema legal destinado ao saneamento de empresas regulares, que tem por 
objetivo constituir título executivo a partir de sentença homologatória de acordo, 
individual ou por classes de credores, firmado pelo autor com seus credores. 
Trata-se de mecanismo através do qual o empresário buscará diretamente a 
convergência dos seus interesses com os dos credores, em acordo a ser 
instrumentalizado no plano de recuperação que, posteriormente, poderá levar à 
homologação judicial. Além de exigir do devedor o atendimento a determinados 
requisitos, a lei também estabelece certos limites à negociação privada, 
O devedor deverá preencher, cumulativamente, requisitos previstos nos arts. 48 e 161, 
§ 3º, da LRE, quando for levar para homologação judicial o plano aprovado 
extrajudicialmente por seus credores. 
Os requisitos são: estar no exercício regular da atividade há mais de 2 anos; (I) não 
ser falido, e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, 
as responsabilidades daí decorrentes; (II) não ter pedido de recuperação judicial 
pendente; (III) não ter obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de 
recuperação extrajudicial há menos de dois anos; (IV) não ter sido condenado ou não 
ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos 
crimes previstos na lei. 
Deverá, ainda, instruir o pedido de homologação do plano extrajudicial com 
documentos que contenham as condições negociadas com os credores, devidamente 
assinado por todos que a ele aderiram, além de explicitar a sua situação patrimonial. 
Também deverá juntar ao pedido as demonstrações contábeis relativas ao último 
exercício social; a relação nominal completa dos credores com a discriminação da 
origem dos créditos, vencimento, classe dos créditos e valor.

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