Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina de Anatomia Topográfica Roteiro Prático - Região da Cabeça (comparativo entre as espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção com a observação do aspecto geral da região (coloração das mucosas, presença de secreções, assimetrias das faces, etc.) das narinas, olhos, cavidade oral e orelhas externas. Palpação dos linfonodos mandibulares, parotídeos e retrofaríngeos (forma, tamanho, consistência, sensibilidade), tomada da pulsação da artéria maxilar em eqüino/bovino. Realize no animal vivo. Observem e identifiquem no esqueleto craniano das diversas espécies os constituintes ósseos, verificando os forames supra, infraorbitário e o mentoniano, a órbita, além dos músculos da região. É possível ocorrer nas diversas estruturas desta região processos patológicos de ordem geral, tais sejam lesões cutâneas, inflamatórias, tumorais, principalmente obstruções de ductos das glândulas salivares por cistos salivares levando à formação de sialocele (rânula)/tumores). Nevralgia originada por traumas ou agentes físicos e químicos ocasionando a Paralisia Facial, observada pela assimetria facial, dificuldade de deglutição, com o alimento retido na cavidade oral. Observe e palpe os forames infraorbitários e mentonianos, os quais são usados na infiltração de anestésico local em patologias que envolvam a cavidade bucal, pálpebra superior, lábios e pavilhão auricular (orelha externa). Artéria e Veia facial/maxilar (tomada de pulsação no eqüino e bovino). Abra a cavidade oral e identifique os elementos estruturais de dentes, língua, palato, gengiva e os ductos das glândulas salivares (papila parotídea e a carúncula sublingual). Procedimento de Dissecção Incisão e rebatimento da pele Incisão e rebatimento da camada cutânea (tela subcutânea), com exposição do músculo cutâneo (platisma) Dissecção do plano profundo com exposição das seguintes estruturas: Identificar: ⚫ os músculos da mastigação (masseter, frontal, temporal, bucinador, orbiculares, etc.), parótido auricular; ⚫ as glândulas salivares (parótida, mandibular, sublingual, zigomática, bucais); ⚫ ducto de glândulas salivares (parotídeo), trajeto e abertura na papila parotídea (3º e 4º PMs-cão/gato 2ºPMs); ⚫ os linfonodos (parotídeos e mandibulares); ⚫ veia (tronco) linguofacial/ veia e artéria maxilar (veia jugular externa); ⚫ nervo bucal (ramo dorsal, ventral e comunicante); ⚫ Em um crânio observe os forames supra e infraorbitário, e na mandíbula os forames mentonianos Atividade prática Aluna: Juliana Sá Vitor O texto acima servirá de base orientativa para a complementação prática sobre a anatomia da cabeça. 1. Observe a imagem e identifique as estruturas ósseas enumeradas que compõem a cavidade orbitária, o ouvido médio, base do crânio, narinas articulação temporomandibular, os forames (16, 28). Indique os vários tipos de dentes e como ocorre o processo de inserção. Indique aplicabilidade médico-cirúrgica das estruturas identificadas. 1. Dentes incisivos superiores. 2. Dente canino superior. 3. Dente pré-molar superior. 4. Dente pré-molar superior. 5. Dente molar superior. 6. Dentes incisivos inferiores. 7. Dente canino inferior. 8. Dente pré-molar inferior. 9. Dente molar inferior. 10. Processo zigomático (osso frontal). 11. Arco zigomático. 12. Processo zigomático (osso temporal). 13. Fossa lacrimal. 14. Órbita do olho. 15. Fossa canina. 16. Forame infraorbitário. 17. Linha temporal. 18. Crista orbitotemporal. 19. ? 20. Crista temporal. 21. Forame supramastoideo. 22. Forame estilomastoideo. 23. Poro acústico externo. 24. Côndilo occipital. 25. Processo retroarticular. 26. Bula timpânica. 27. Processo paracondilar. 28. Forame mentoniano. 29. Processo coronóide da mandíbula. 30. ? 31. ? 32. Processo condilar. 33. Processo angular. DENTES: Cada espécie apresenta sua dentição característica quanto à forma e quantidade de dentes. Os dentes se desenvolvem de forma diferente em cada região da boca conforme seu uso e são divididos em: incisivos, caninos, pré-molares e molares. A dentição dos animais domésticos é difiodonte, o que significa que os primeiros dentes a nascer são substituídos por um conjunto único de dentes em animais mais velhos. APLICABILIDADE MÉDICO-CIRÚRGICA: As regiões da cabeça desempenham um papel importante na prática clinica diária, principalmente porque muitas estruturas e órgãos essenciais se encontram nessa região. O encéfalo, os órgãos sensoriais e os pares de nervos cranianos reagem a doenças com diversos sintomas, cujas consequências afetam não apenas a própria cabeça, mas todo o animal, podendo levar a problemas de comportamento. 2. Observe a imagem esquemática das estruturas anatômicas superficiais da face do cão, conforme legenda ao lado e os números correspondentes, pinte utilizando lápis coloridos. Adicione informações referente a topografia, função das glândulas salivares e ductos, nervos, vasos arteriais, venosos e os linfonodos. . 3 = linfonodo facial 7 = ramos do nervo facial 8 = ducto parotideo 9 = glândulas salivares bucais 10 = linfonodos mandibulares 11 = veia linguofacial 12 = glândula mandibular 13 = glândula parótida 15 = veia maxilar 17 = veia jugular externa As glândulas parótida e mandibular e os linfonodos mandibulares podem ser palpados caudais à mandíbula. A glândula mandibular é envolvida pelas veias maxilar e linguofacial, as quais se juntam para formar a veia jugular externa. O ducto parotídeo cruza o masseter, medianamente entre dois ramos do nervo facial; pode eventualmente ser palpado antes de sua passagem profunda aos nervos comunicantes e os vasos faciais para abrir-se na cavidade da bochecha. Os lóbulos acessórios da glândula parótida podem acompanhar o ducto. A extremidade desse ducto é ocasionalmente transplantada para o saco conjuntival quando o fluxo lacrimal é insuficiente para manter a conjuntiva úmida. FUNÇÃO: As glândulas salivares maiores (parótida, mandibular e sublingual) produzem saliva; a qual é transportada até a boca pelos ductos excretores específicos de cada glândula (GIOSO, 2003). A função dos nervos é garantir a comunicação entre o sistema nervoso central e os órgãos efetores e de sensibilidade. Vasos sanguíneos são estruturas tubulares por onde o sangue circula, presentes em todo o organismo. Esses vasos formam um grande sistema de tubos que garantem que o sangue bombeado pelo coração siga em direção ao corpo e posteriormente retorne ao coração. Os linfonodos (gânglios linfáticos) são pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções atacando e destruindo germes que são transportados pelo líquido linfático. 13 = linfonodo parotideo 18 = linfonodo retrofaríngeo 19 = nervo facial 3. Observe a imagem e identifique as estruturas de número 7 e 2. Indique topografia e função, além de possibilidades clínicas. Número 7 = glândula lacrimal A glândula lacrimal é achatada, lobulada e possui aproximadamente 12-15 mm de largura. Localiza-se entre o bulbo do olho e o ligamento orbital, dorsal ao ângulo lateral do olho. Sua função é produzir o fluido lacrimal para a lubrificação e limpeza do globo ocular. Número 2 = glândula zigomática A glândula zigomática, também conhecida como orbitária, é ovoide e irregular, relacionando-se aos músculos masséter e temporal e ao arco zigomático (WIGGS & LOBPRISE, 1997; ANDRADE et al., 2011). Sua função é produzir uma secreção mucosa.POSSIBILIDADES CLÍNICAS: Caso sobre afecção relacionada a glândula zigomática: A sialocele orbitária é uma afecção rara em cães, caracterizada por acúmulo de saliva no espaço orbitário, e que se manifesta com alterações oculares como exoftalmia, estrabismo e protrusão da terceira pálpebra. A glândula zigomática relaciona-se anatomicamente com os músculos masseter, temporal e com o assoalho da órbita, e cães com sialocele zigomática comumente manifestam coleção de saliva no espaço orbitário (GELATT & WHITLEY, 2011; DIAS et al., 2013). Os sinais clínicos observados em cães com sialocele zigomática envolvem o aumento de volume periorbitário, estrabismo divergente, exoftalmia, protrusão da terceira pálpebra e neuropatia óptica (MCGILL et al., 2009; CLARKE & L’EPLATTENIER, 2010; DIAS et al., 2013). 4. Observe a Imagem e comente sobre as estruturas anatômicas. Quais métodos de estudo estão sendo aplicados nesta análise. Função das estruturas. As estruturas anatômicas observadas são: 1. Pálpebra inferior 2. Pálpebra superior com cílios 3. Prega semilunar da conjuntiva (terceira pálpebra) Está sendo feito um exame físico com palpação e inspeção. As pálpebras são pregas musculofibrosas que podem cobrir a face anterior do bulbo do olho para bloquear luminosidade, proteger a córnea e ajudar a manter a córnea úmida. A abertura entre as pálpebras superior e inferior é controlada pelos músculos palpebrais. Uma proeminência mucosa, a carúncula lacrimal, está presente no ângulo medial do olho. No cão, uma glândula lacrimal do tamanho de uma ervilha se posiciona abaixo dela. 5. Seguindo a questão de número 2. Aplique informações que diferenciam a face do bovino e do cão. Diferença em relação as glândulas salivares: As glândulas salivares menores da bochecha formam grupos maiores ventral e dorsalmente. Nos cães, essa última é denominada glândula zigomática, devido à sua posição. Os ruminantes apresentam um outro grupo médio de glândulas da bochecha. REFERÊNCIAS LIMA, Aline Maria Vasconcelos et al. SIALOCELE ORBITÁRIA EM CÃO PIT BULL – RELATO DE CASO. 2015. 8 f. Tese (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2015. DIAS, Fernanda Gosuen Gonçalves et al. MUCOCELE EM CÃES. 2013. 10 f. Tese (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade de Franca, São Paulo, Sp, Brasil, 2013. KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. 6a ed, São Paulo: Artmed, 2016. DYCE, K. M.; WENSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de anatomia veterinária. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Compartilhar