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Vinícius Polinski Garcia Medula Espinhal e Meninges 1. Quais as regiões da medula espinhal? Medula significa miolo e indica o que está dentro. A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem entretanto ocupa-lo completamente. Nos homens tem cerca de 45cm e é um pouco menor nas mulheres. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula situa-se em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. A medula espinhal é dividida nas seguintes regiões: Cervical; Torácica; Lombar; Sacral e Coccígea. 2. O que são as intumescências medulares? Quais são? O calibre da medula não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas intumescência. Estas intumescências correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula às grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas a inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. A formação destas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas e que são necessárias a inervação dos membros superiores e inferiores. As intumescências da medula são denominadas intumescência cervical (C4 à T1) e intumescência lombossacral (T11 à L1). 3. Quantos pares nervosos há em cada região medular? Como eles se distribuem? Existem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e, geralmente, 1 coccígeo. Vinícius Polinski Garcia O primeiro par cervical (C1) emerge acima da 1ª vértebra cervical, portanto, entre ela e o osso occipital. Já o 8º par (C8) emerge abaixo da 7ª vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente. 4. O que são e quais são as meninges? Quais as principais características de cada uma das meninges? A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: dura-máter; pia-máter e aracnoide. A dura- máter é a mais espessa, razão pela qual é também chamada paquimeninge. As outras duas constituem a leptomeninge. Dura-máter É a meninge mais externa. É formada por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente. A dura-máter espinhal envolve toda a medula, como se fosse um dedo de luva, o saco dural. Cranialmente, a dura-máter espinhal continua com a dura-máter craniana, caudalmente termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2. Aracnoide Se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter. Pia-máter É a meninge mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco fural e continua caudalmente até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal. Este, ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de uma linha contínua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares, que se inserem firmemente na aracnoide e na dura-máter em pontos que se alternam com a emergência dos nervos espinais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referência em certas cirurgias deste órgão. Vinícius Polinski Garcia 5. Quais as depressões longitudinais medulares observadas anteriormente e posteriormente? O que elas delimitam? A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermediário posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermediário posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. 6. Quais são os espaços meníngicos encefálicos? Qual a localização e o conteúdo de cada um deles? Espaço Localização Conteúdo Epidural (extradural) Entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral Tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno Subdural Espaço virtual entre a dura-máter e a aracnóide Pequena quantidade de líquido (evitar aderência) Subaracnóideo Entre a aracnoide e a pia-máter Líquido cérebro-espinhal (líquor) 7. Quais estruturas são separadas pela foice do cérebro, tenda do cerebelo e foice do cerebelo? Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais pregas são: Foice do Cérebro É um septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios cerebrais. Tenda do Cerebelo Projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. Esta divisão é de grande importância clínica, pois a sintomatologia das afecções supratentoriais (sobretudo os tumores) é muito diferente das infratenoriais. A borda anterior livre da tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. Esta relação tem importância clínica, pois a incisura da tenda pode, em certas circunstâncias, lesar o mesencéfalo e os nervos troclear e oculomotor, que nele se originam. Foice do Cerebelo Pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo, separando os dois hemisférios cerebelares. Vinícius Polinski Garcia Diafragma da Sela Pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária. Por este motivo, quando se retira o encéfalo de um cadáver, esta haste geralmente se rompe, ficando a hipófise dentro da sela túrcica. O diafragma da sela isola e protege a hipófise, mas dificulta consideravelmente a cirurgia da glândula. 8. Cite função atribuídas as meninges encefálicas. As meninges têm importante função de sustentação e proteção mecânica do SNC. 9. Como são formadas as cisternas subaracnóideas e o que elas contêm? A aracnoide justapõe-se à dura-mater e ambas acompanham apenas grosseiramente a superfície do encéfalo. A pia-máter, entretanto, adere intimamente a esta superfície, que acompanha em todos os giros, sulcos e depressões. Desse modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade do espaço subaracnóideo é variável, sendo muito pequena no cume dos giros e grande nas áreas onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana. Formam-se assim, nessas áreas, dilatações do espaço subaracnóideo, as cisternas subaracnóideas, que contém grande quantidade de líquor. Cisterna Magna: ocupa o espaço entre aface inferior do cerebelo e a face dorsal do bulbo e do tecto do III ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnoideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através da abertura mediana. A cisterna magna é a maior e mais importante, sendo às vezes utilizada para obtenção de liquor através de punções. Cisterna Pontina: situada ventralmente a ponte. Cisterna Interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular. Cisterna Quiasmática: situada diante o quiasma óptico. Cisterna Superior: situada dorsalmente ao tecto mesencefálico, entre o cerebelo e o esplênio do corpo caloso. A cisterna superior corresponde, pelo menos em parte, à cisterna ambiens, termo usado pelos clínicos. Vinícius Polinski Garcia Cisterna da Fossa Lateral do Cérebro: corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. 10. Quais são as cavidades ventriculares do encéfalo e com qual região encefálica cada ventrículo relaciona? Existem quatro cavidades no encéfalo revestidas de tecido ependimário, que contém líquor e são chamadas de ventrículos. Ventrículos Laterais Encontram-se nos hemisférios cerebrais e tem forma de ferradura. Os ventrículos laterais esquerdo e direito, são considerados o primeiro e o segundo ventrículos respectivamente. Comunicam-se com o terceiro ventrículo pelos forames interventriculares. Terceiro Ventrículo É uma cavidade do diencéfalo, uma estreita fenda ímpar e mediana, com dimensões nos eixos anteroposterior e vertical maiores que no eixo lateral. Comunica-se com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares e com o quarto ventrículo pelo aqueduto cerebral. Quarto Ventrículo É uma cavidade situada posteriormente à ponte e porção alta do bulbo e anteriormente ao cerebelo. 11. Explique a circulação do líquor. O líquor é produzido nos plexos corioides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Vinícius Polinski Garcia Existem plexos corioides nos ventrículos, sendo que os ventrículos laterais contribuem com maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnoideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnoideas que se projetam para o interior da dura-máter. Como essas granulações predominam no eixo sagital superior, a circulação do liquor se faz de baixo para cima, devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnoideo da medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnoideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. A circulação do líquor é extremamente lenta. Sem dúvida, a produção do liquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são o suficiente para causar sua movimentação. Um outro fator é a pulsação das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão liquórica, possivelmente contribuindo para empurrar o liquor através das granulações aracnoideas.
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