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Problema 2: Fechamento Pro���m� 2 – Fec����n�o 2. Explanar a conduta terapê utica e vigilância epidemiológica nos casos das arboviroses prevalentes no Brasil DENGUE REF: DENGUE - diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança (MS). Espectro clínico A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas oligossintomáticas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Três fases clínicas podem ocorrer: febril, crítica e de recuperação. 1. Fas� ���ri�: ● Febre: primeira manifestação, tem duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada à cefaleia, à adinamia, às mialgias, às artralgias e a dor retroorbitária. ● Exantema: está presente em 50% dos casos, do tipo máculo-papular; atinge face, tronco e membros de forma aditiva, plantas de pés e palmas de mãos, podendo apresentar-se sob outras formas com ou sem prurido, frequentemente no desaparecimento da febre. ● Anorexia, náuseas e vômitos podem estar presentes. ● Diarreia: está presente em percentual significativo dos casos, habitualmente não é volumosa, cursando apenas com fezes pastosas numa frequência de três a quatro evacuações por dia, o que facilita o diagnóstico diferencial com gastroenterites de outras causas. Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com melhora do estado geral e retorno do apetite. 2. Fas� ��íti��: Esta fase pode estar presente em alguns pacientes, podendo evoluir para as formas graves e, por esta razão, medidas diferenciadas de manejo clínico e observação devem ser adotadas imediatamente. Tem início com a defervescência da febre (quando a febre baixa), entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, acompanhada do surgimento dos sinais de alarme. a) Dengue com sinais de alarme : Os sinais de alarme devem ser rotineiramente pesquisados e valorizados, bem como os pacientes devem ser orientados a procurar a assistência médica na ocorrência deles. A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma. Os sinais de alarme são: ● Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. ● Vômitos persistentes. ● Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). ● Hipotensão postural e/ou lipotimia. ● Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. ● Sangramento de mucosa. ● Letargia e/ou irritabilidade. ● Aumento progressivo do hematócrito. b) Dengue grave: As formas graves da doença podem manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC). O quadro clínico é semelhante ao observado no comprometimento desses órgãos por outras causas. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o Derrame pleural e ascite podem ser clinicamente detectáveis, em função da intensidade do extravasamento e da quantidade excessiva de fluidos infundidos. O extravasamento plasmático também pode ser percebido pelo aumento do hematócrito, quanto maior sua elevação maior será a gravidade, pela redução dos níveis de albumina e por exames de imagem. c) Choque: O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do extravasamento, o que geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com intervalo entre três a sete dias) de doença, geralmente precedido por sinais de alarme. O período de extravasamento plasmático e choque leva de 24 a 48 horas, devendo a equipe assistencial estar atenta à rápida mudança das alterações hemodinâmicas, conforme a tabela abaixo O choque na dengue é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente ao óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou a sua recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada. O choque prolongado e a consequente hipoperfusão de órgãos resulta no comprometimento progressivo destes, bem como em acidose metabólica e coagulação intravascular disseminada. Isso, por sua vez, pode levar a hemorragias graves, causando diminuição de hematócrito agravando ainda mais o choque. Podem ocorrer alterações cardíacas graves (insuficiência cardíaca e miocardite), manifestando-se com redução de fração de ejeção e choque cardiogênico. Síndrome da angústia respiratória, pneumonites e sobrecargas de volume podem ser a causa do desconforto respiratório. 3. Fas� ����il: Nos pacientes que passaram pela fase crítica haverá reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica. É importante estar atento às possíveis complicações relacionadas à hiper-hidratação. Nesta fase o débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. Alguns pacientes podem apresentar um rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado. Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do curso clínico. Tais infecções em determinados pacientes podem ter um caráter grave, contribuindo para o óbito ATENDIMENTO AO PACIENTE COM DENGUE 1. Ana���s� Pesquisar a presença de febre, referida ou medida, incluindo o dia anterior à consulta. Deve-se pesquisar também: ● Data de início da febre e de outros sintomas. ● Presença de sinais de alarme. ● Alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, gastrite). ● Alterações do estado da consciência: irritabilidade, sonolência, letargia, lipotimias, tontura, convulsão e vertigem. ● Diurese: frequência nas últimas 24 horas, volume e hora da última micção. ● Se existem familiares com dengue ou dengue na comunidade, ou história de viagem recente UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o para áreas endêmicas de dengue (14 dias antes do início dos sintomas). ● Condições preexistentes, tais como lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), adultos maiores de 65 anos, gestante, obesidade, asma, diabetes mellitus, hipertensão etc. 2. Exa�� Físi�� G��al : ● Sinais vitais: temperatura, qualidade de pulso, frequência cardíaca, pressão arterial, pressão de pulso e frequência respiratória PAM; ● Avaliar o estado de consciência com a escala de Glasgow. ● Avaliar o estado de hidratação. ● Avaliar o estado hemodinâmico: pulso e pressão arterial, determinar a pressão arterial média e a pressão de pulso ou pressão diferencial, enchimento capilar. ● Verificar a presença de derrames pleurais, taquipneia, respiração de Kussmaul. ● Pesquisar a presença de dor abdominal, ascite, hepatomegalia. ● Investigar a presença de exantema, petéquias ou sinal de Herman "mar vermelho com ilhas brancas". ● Buscar manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas (prova do laço, que frequentemente é negativa em pessoas obesas e durante o choque). A partir da anamnese, do exame físico e dos resultados laboratoriais (hemograma completo), os médicos devem ser capazes de responder às seguintes perguntas: ➢ É dengue? ➢ Em que fase (febril/crítica/recuperação) o paciente se encontra? ➢ Tem sinais de alarme? ➢ Qual o estado hemodinâmico e de hidratação? Está em choque? ➢ Tem condições preexistentes? ➢ O paciente requer hospitalização? ➢ Em qual grupo de estadiamento (grupos A, B, C ou D) o paciente se encontra? CLASSIFICAÇÃO DE RISCO A classificação de risco do paciente com dengue visa reduzir o tempo de espera no serviço de saúde. Para essa classificação, foram utilizados os critérios da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde e o estadiamento da doença. Os dados de anamnese e exame físico serão usados para fazer esse estadiamento e para orientar as medidas terapêuticas cabíveis. ● Azu�: Grupo A – atendimento de acordo com o horário de chegada ● Ver��: Grupo B– prioridade não-urgente ● Ama����: Grupo C – urgência, atendimento o mais rápido possível ● Ver���h�: Grupo D – emergência, paciente com necessidade de atendimento imediato. O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos (dinâmico e contínuo) e da pronta reposição volêmica. Com isso, torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada de exame físico completo a cada reavaliação do paciente. Fluxograma de atendimento: UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o Grupo A 1. Car����ri��ção: a) Caso suspeito de dengue. b) Ausência de sinais de alarme. c) Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais 2. Con����: ● Exames laboratoriais complementares a critério médico. ● Prescrever paracetamol e/ou dipirona, conforme Anexo E. ● Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides. ● Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral, conforme a seguir: ● Orientar o paciente para: ➢ Não se automedicar. ➢ Procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de alarme ● Agendar o retorno para reavaliação clínica no dia de melhora da febre (possível início da fase crítica); caso não haja defervescência, retornar no quinto dia de doença. ● Notificar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. ● Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. ● Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. Grupo B 1. Car����ri��ção: a) Caso suspeito de dengue. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o b) Ausência de sinais de alarme. c) Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço positiva). d) Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes – menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes). 2. Con����: a) Solicitar exames complementares: ● Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes. ● Colher amostra no momento do atendimento. ● Liberar o resultado em até duas horas, ou no máximo quatro horas. ● Avaliar a hemoconcentração (parâmetros, Anexo D). ● Outros exames deverão ser solicitados de acordo com a condição clínica associada ou a critério médico. b) O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o resultado dos exames. c) Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado dos exames. d) Prescrever paracetamol e/ou dipirona conforme Anexo E. e) Seguir conduta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais: ● Paciente com hematócrito normal: ➢ Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária. ➢ Agendar o retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação clínica e laboratorial diária, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de alarme. ➢ Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repouso e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de alarme. ➢ Preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. » Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. ● Paciente com surgimento de sinais de alarme: ➢ Seguir conduta do grupo C. f) Notificar o caso. g) Os Exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica. Grupo C 1. Car����ri��ção: a) Caso suspeito de dengue. b) Presença de algum sinal de alarme. ● Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. ● Vômitos persistentes. ● Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). ● Hipotensão postural e/ou lipotímia. ● Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. ● Sangramento de mucosa. ● Letargia e/ou irritabilidade. ● Aumento progressivo do hematócrito. 2. Con����: a) Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção, independente do nível UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares conforme segue: ● Reposição volêmica com 10 ml/kg de soro fisiológico na primeira hora. ● Devem permanecer em acompanhamento em leito de internação até estabilização – mínimo 48 horas. b) Realizar exames complementares obrigatórios: ● Hemograma completo. ● Dosagem de albumina sérica e transaminases. c) Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. d) Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. e) Proceder a reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1 ml/kg/h) após uma hora, manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na segunda hora, até a avaliação do hematócrito que deverá ocorrer em duas horas (após a etapa de reposição volêmica). Sendo o total máximo de cada fase de expansão 20 ml/kg em duas horas, para garantir administração gradativa e monitorada. f) Se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos, repetir a fase de expansão até três vezes. Seguir a orientação de reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese) após uma hora, e de hematócrito em duas horas (após conclusão de cada etapa). g) Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, iniciar a fase de manutenção: ● Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase. ● Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro glicosado. Ob�e�v�ção 1: Se não houver melhora clínica e laboratorial conduzir como grupo D. Ob�e�v�ção 2: Pacientes do grupo C precisam de avaliação contínua, se necessário pela equipe de Enfermagem. Na presença de qualquer sinal de agravamento ou choque a reavaliação médica deve ser imediata. h) Exames para confirmação de dengue são obrigatórios para os pacientes do grupo C, mas não são essenciais para conduta clínica. Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames, atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para realização da sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou PCR (até o quinto dia de doença). i) Prescrever paracetamol e/ou dipirona, conforme Anexo E. j) Notificar o caso. k) Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue orientação conforme grupo B. l) Preencher cartão de acompanhamento. m) Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e sobre a importância do retorno para reavaliação clínica. Os pacientes do Grupo C devem permanecer em leito de internação até UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o estabilização e critérios de alta, por um período mínimo de 48 horas. Grupo D 1. Car����ri��ção; a) Caso suspeito de dengue. b) Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. Os sinais de choque são: ● Taquicardia. ● Extremidades distais frias ● Pulso fraco e filiforme. ● Enchimento capilar lento (>2 segundos). ● Pressão arterial convergente (<20 mm Hg). ● Taquipneia.● Oliguria (< 1,5 ml/kg/h ). ● Hipotensão arterial (fase tardia do choque). ● Cianose (fase tardia do choque). 2. Con����: Deve-se fazer a Reposição volêmica (adultos e crianças): ● Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica: 20 ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares. ● Caso necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica (ver Tabela 1, item 2 – Espectro clínico). ● Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. Estes pacientes necessitam ser continuamente monitorados. ● Repetir fase de expansão até três vezes. Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de expansão do grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo. ● Estes pacientes devem permanecer em acompanhamento em leito de UTI até estabilização (mínimo 48 horas), e após estabilização permanecer em leito de internação. a) Realizar exames complementares obrigatórios: ● Hemograma completo. ● Dosagem de albumina sérica e transaminases. b) Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. ● O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. c) Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: ● glicemia ● ureia ● creatinina ● eletrólitos ● gasometria ● TPAE ● ecocardiograma. d) Exames para confirmação de dengue são obrigatórios, mas não são essenciais para conduta clínica. ● Na primeira coleta de sangue, solicitar realização destes exames, atentando para a necessidade de acondicionamento adequado: -20ºC para realização da sorologia (após o quinto dia) e -70ºC para realização do isolamento viral ou PCR (até o quinto dia de doença). e) Acompanhamento em leito de terapia intensiva. f) No caso de resposta inadequada, caracterizada pela persistência do choque, deve-se avaliar: UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o ● Se o hematócrito estiver em ascensão, após a reposição volêmica adequada – utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1 g/kg); preparar solução de albumina a 5% (para cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 75 ml de SF a 0,9%); na falta desta, usar coloides sintéticos, 10 ml/kg/hora. ● Se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque – investigar hemorragias e avaliar a coagulação. ● Na presença de hemorragia, transfundir concentrado de hemácias (10 a 15 ml/kg/dia). ● Na presença de coagulopatias avaliar necessidade de uso de plasma fresco (10 ml/kg), vitamina K endovenosa e crioprecipitado (1 U para cada 5-10 kg). ● Considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: sangramento persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores de coagulação e do choque, e com trombocitopenia e INR maior que 1,5 vezes o valor normal. g) Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, ausência de sangramentos, mas com o surgimento de outros sinais de gravidade, observar: ● Sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca congestiva e investigar hiperhidratação. ● Deve-se tratar com diminuição importante da infusão de líquido, uso de diuréticos e drogas inotrópicas, quando necessário. h) A infusão de líquidos deve ser interrompida ou reduzida à velocidade mínima necessária se: ● Houver término do extravasamento plasmático; ● Normalização da pressão arterial, do pulso e da perfusão periférica; ● Diminuição do hematócrito, na ausência de sangramento; ● Diurese normalizada; ● Resolução dos sintomas abdominais. i) Notificar o caso. j) Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue orientação conforme grupo B. k) Preencher cartão de acompanhamento. l) Orientar o retorno após a alta. Considerações importantes para os grupos C e D Deve-se: ➢ Oferecer O2 em todas as situações de choque (cateter, máscara, Cpap nasal, ventilação não invasiva, ventilação mecânica), definindo a escolha em função da tolerância e da gravidade. ➢ Pacientes dos grupos C e D podem apresentar edema subcutâneo generalizado e derrames cavitários, pela perda capilar, que não significa, a princípio, hiper-hidratação, e que pode aumentar após hidratação satisfatória; o acompanhamento da reposição volêmica é feita pelo hematócrito, diurese e sinais vitais. ➢ Evitar procedimentos invasivos desnecessários, toracocentese, paracentese, pericardiocentese; no tratamento do choque compensado é aceitável catéter periférico de grande calibre; nas formas iniciais de reanimação o acesso venoso deve ser obtido o mais rapidamente possível. ➢ A via intraóssea em crianças pode ser escolha para administração de líquidos e medicamentos durante a RCP ou tratamento do choque descompensado, se o acesso vascular não for rapidamente conseguido; no contexto de parada cardíaca ou respiratória, quando não se estabelece a via aérea por intubação orotraqueal, por excessivo sangramento de vias aéreas, o uso de máscara laríngea pode ser uma alternativa. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o ➢ Monitoração hemodinâmica minimamente invasiva, como oximetria de pulso, é desejável, mas em pacientes graves, descompensados, de difícil manuseio, os benefícios de monitoração invasiva como PAM, PVC, Svc02 podem suplantar os riscos. ➢ O choque com disfunção miocárdica pode necessitar de inotrópicos; tanto na fase de extravasamento como na fase de reabsorção plasmática, lembrar que, na primeira fase, necessita reposição hídrica e, na segunda fase, há restrição hídrica. ➢ Dose das drogas inotrópicas ❖ Dopamina: 5-10 microgramas/kg/min. ❖ Dobutamina: 5-20 microgramas/kg/min. ❖ Milrinona: 0,5 a -0,8 microgramas/kg/min. Outros distúrbios eletrolíticos e metabólicos que podem exigir correção específica Em crianças, os distúrbios mais frequentes a serem corrigidos são: Hiponatremia: corrigir após tratar a desidratação ou choque, quando sódio (Na) menor que 120 mEq/l ou na presença de sintomas neurológicos. Após correção, dosar sódio sérico. Hipocalemia: corrigir via endovenosa em casos graves e com potássio sérico menor que 2,5 mEq/l. Usar a fórmula de correção: 0,2 a 0,4 mEq/ kg/h na concentração máxima de 4 mEq/100 ml de solução. Acidose metabólica: deve-se corrigir primeiramente o estado de desidratação ou choque. Só administrar bicarbonato em valores abaixo a 10 e ou ph <7,20. Em pacientes adultos com choque que não respondem a duas etapas de expansão e atendidos em unidades que não dispõem de gasometria, a acidose metabólica poderá ser minimizada com a infusão de 40 ml de bicarbonato de sódio 8,4%, durante a terceira tentativa de expansão. Indicações para internação hospitalar ● Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou comprometimento grave de órgão (grupos C e D). ● Recusa na ingestão de alimentos e líquidos. ● Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade. ● Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde. ● Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc. ● Outras situações a critério clínico. Critérios de alta hospitalar Os pacientes precisam preencher todos os seis critérios a seguir: ● Estabilização hemodinâmica durante 48 horas. ● Ausência de febre por 48 horas. ● Melhora visível do quadro clínico. ● Hematócrito normal e estável por 24 horas. ● Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm³ Vigilância em Saúde e Classificação de caso TODO CASO SUSPEITO DEVE SER NOTIFICADO À VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA!!! ➔ Cas� ���pe��� �e d����e: Pessoa que viva em área onde se registram casos de dengue, ou que tenha viajado nos últimos14 dias para área com ocorrência de transmissão de dengue (ou presença de Ae. aegypti). Deve apresentar febre, usualmente entre dois e sete dias, e duas ou mais das seguintes manifestações: ● Náusea, vômitos. ● Exantema. ● Mialgias, artralgia. ● Cefaleia, dor retro-orbital. ● Petéquias. ● Prova do laço positiva. ● Leucopenia. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o Também pode ser considerado caso suspeito toda criança proveniente de (ou residente em) área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre dois e sete dias, e sem foco de infecção aparente. ➔ Cas� ���pe��� �e d����e c�� ��na�� �� al����: É todo caso de dengue que, no período de defervescência da febre, apresenta um ou mais dos seguintes sinais de alarme: ● Dor abdominal intensa e contínua, ou dor a palpação do abdome. ● Vômitos persistentes. ● Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico). ● Sangramento de mucosa. ● Letargia ou irritabilidade. ● Hipotensão postural e/ou lipotimia. ● Hepatomegalia maior do que 2 cm. ● Aumento progressivo do hematócrito ➔ Cas� ���pe��� �e d����e g����: É todo caso de dengue que apresenta um ou mais dos resultados a seguir. ● Choque devido ao extravasamento grave de plasma evidenciado por taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar igual ou maior a 3 segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente ≤20 mmHg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com insuficiência respiratória. ● Sangramento grave, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena, metrorragia volumosa, sangramento do sistema nervoso central). ● Comprometimento grave de órgãos, tais como: dano hepático importante (AST/ALT>1.000), sistema nervoso central (alteração da consciência), coração (miocardite) ou outros órgãos. ➔ Confi���d�: É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente (sorologia IgM, NS1, teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno-histoquimica). No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita por meio de critério clínico-epidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial. Os casos graves devem ser preferencialmente confirmados por laboratório (sorologia IgM, NS1 teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno- -histoquímica). Na impossibilidade de realização de confirmação laboratorial específica, considerar confirmação por vínculo epidemiológico com um caso confirmado laboratorialmente. ➔ Cas� ���ca���d�: Todo caso suspeito de dengue que possui um ou mais dos critérios a seguir: ● Diagnóstico laboratorial negativo (sorologia IgM). Deve-se confirmar se as amostras foram coletadas no período adequado. ● Tenha diagnóstico laboratorial de outra entidade clínica. ● Seja um caso sem exame laboratorial, cujas investigações clínica e epidemiológica são compatíveis com outras doenças. ZIKA Como a gente já sabe, o tratamento da zika é sintomático com uso de paracetamol e dipirona. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outras drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus. A SVS/MS informa que mesmo após a identificação do vírus Zika no país, há regiões do país com ocorrência simultânea de casos de dengue e chikungunya, que, por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico. O planejamento reprodutivo de qualidade é muito importante devido aos casos de crianças com microcefalia e assim, é preciso discutir com a futura mãe os riscos da infecção durante a gestação. Esse processo é feito na atenção básica. Mas em época de fatos como o que está ocorrendo - a infecção por vírus Zika - Como orientar a população? A decisão de engravidar ou não depende somente da pessoa ou casal, cabe ao profissional somente esclarecer sobre a situação da existência do risco e, sobretudo, discutir as medidas de proteção individual e coletiva para evitar o contato com o vetor e estimular a realização do pré-natal. Além disso, é preciso identificar gestantes que não passaram por um planejamento. A gestante com exantema deve ser acompanhada no pré-natal de baixo risco, a infecção pelo vírus Zika não é condição para encaminhamento para o serviço de pré-natal de alto risco, salvo se ocorrerem agravos que justifiquem tal ação. A gestante deverá ser encaminhada ao pré-natal de alto risco somente se apresentar agravos indicados no Protocolo de Saúde da Mulher. São considerados agravos na gestação indicativos de encaminhamento ao pré-natal de alto risco: É fundamental informar a mãe e sua família que a confirmação de infecção pelo vírus Zika nesse período não é sinônimo de presença de microcefalia no concepto. A confirmação da infecção pelo vírus Zika ou a presença de microcefalia no concepto não são indicações para parto cesariana, devendo-se indicar o parto normal e proporcionar condições para o parto humanizado de acordo com as diretrizes vigentes. A indicação pelo parto cesariana somente quando houver risco à gestante ou ao feto. VIGILÂNCIA EM SAÚDE A doença zika passou a ser de notificação compulsória a partir de fevereiro de 2016. Os casos suspeitos em gestantes e os óbitos são de notificação compulsória imediata (em até 24 horas). As gestantes serão notificadas também no RESP (Registro de Eventos de Saúde Pública). Todos os casos suspeitos devem ser notificados no SINAN. Considera-se casos suspeitos: Pacientes que apresentem exantema máculopapular UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o pruriginoso, acompanhado de pelo menos DOIS dos seguintes sinais e sintomas: ● Febre OU ● Hiperemia conjuntival sem secreção ou prurido OU, ● Poliartralgia OU, ● Edema periarticular. Os casos confirmados são definidos como casos suspeitos + positividade no isolamento viral, RT-PCR ou sorologia IgM. Recomenda-se coletar amostras (até o 5º dia) para confirmação laboratorial dos primeiros casos e de 100% das gestantes que atendam a definição de caso, 100% manifestações neurológicas com infecção viral prévia e óbitos. CHIKUNGUNYA No resumo passado falei um pouco das manifestações típicas da chikungunya, mas essa condição também apresenta formas atípicas que caracterizam maior gravidade. Essa forma atípica não apresenta febre e nem dor articular e podem ser causadas pelo efeito direto do vírus, pela resposta imunológica ou pela toxicidade a medicamentos. Todo paciente que apresentar sinais clínicos e/ou laboratoriais em que há necessidade de internação em terapia intensiva ou risco de morte deve ser considerado como forma grave da doença As formas graves da infecção pelo CHIKV acometem, com maior frequência, pacientes com comorbidades (história de convulsão febril, diabetes, asma, insuficiência cardíaca, alcoolismo, doenças reumatológicas, anemia falciforme, talassemia e hipertensão arterial sistêmica), crianças, pacientes com idade acima de 65 anos e aqueles que estão em uso de alguns fármacos (aspirina, anti-inflamatórios e paracetamol em altas doses). As manifestações atípicas e os cofatores listados anteriormente estão associados ao maior risco de evolução para óbito. MANEJO CLÍNICO O manejo vai depender da fase da doença: aguda, subaguda ou crônica. O acolhimento com classificação de risco deve ser implantado nos diferentes níveis de atenção. A triagem deve estar atenta para a identificação da presença dos sinais de gravidade, dos critérios de internação e dos grupos de risco. Tambémdeve estar atenta ao diagnóstico diferencial de dengue, malária e de outras doenças, além da presença de sinais de gravidade dessas doenças que podem exigir uso de protocolos específicos e encaminhamento às unidades de referência. Na fase aguda a maioria dos casos podem ser acompanhados ambulatorialmente. A atenção básica tem papel importante na avaliação e monitoramento desses pacientes. O acompanhamento diário não é necessário para a maioria dos pacientes, mas esses devem ser orientados a retornar à unidade caso a febre persista por mais de 5 dias, apresente sinais de gravidade ou persistência dos danos articulares. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o Os pacientes do grupo de risco (gestante, pacientes com comorbidades, idosos e menores de 2 anos) são acompanhados ambulatorialmente, no entanto, esses pacientes necessitam de observação diferenciada nas unidades pelo risco de desenvolverem formas graves da doença, razão pela qual devem ser acompanhados diariamente até o desaparecimento da febre e ausência de sinais de gravidade. Os sinais de gravidade são: ● Acometimento neurológico: sinais ou sintomas que possam indicar acometimento neurológico, incluindo irritabilidade, sonolência, dor de cabeça intensa e persistente, crises convulsivas e déficit de força (déficit de força pode estar relacionado também a miosite). ● Dor torácica, palpitações e arritmias (taquicardia, bradicardia ou outras arritmias). ● Dispneia, que pode significar acometimento cardíaco ou pulmonar por pneumonite ou decorrente de embolia secundária a trombose venosa profunda em pacientes com artralgia, edema e imobilidade significativa. ● Redução de diurese ou elevação abrupta de ureia e creatinina. ● Sinais de choque, instabilidade hemodinâmica. ● Vômitos persistentes. ● Sangramento de mucosas. ● Descompensação de doença de base. Os pacientes que apresentam sinais de gravidade ou que apresentam critérios de internação (neonatos) devem ser acompanhados em unidades com leitos de internação. Para pacientes com instabilidade hemodinâmica é necessário avaliar as funções renal, hepática e cardíaca, os sinais e sintomas neurológicos, a hemoconcentração e a trombocitopenia e, se necessário, iniciar, de imediato, a terapia de reposição de volume e tratar as complicações conforme o quadro clínico. Para alta desses pacientes, é necessário a melhora do estado geral, aceitação de hidratação oral, ausência de sinais de gravidade e melhora dos parâmetros laboratoriais. Em relação ao acometimento articular, é preciso entender que essa situação impacta de forma significativa na qualidade de vida do paciente e por isso, o tratamento da dor envolve todas as fases da doença e não apenas as fases subagudas e crônicas, devendo ser efetivo desde os primeiros dias de sintomas. A dor aguda tratada de forma inadequada é uma das principais causas de sua cronificação, e desencadeia outros sintomas como a depressão, a fadiga e os distúrbios do sono. Na infecção pelo CHIKV existe a necessidade de uma abordagem eficaz no controle da dor visando, inclusive, diminuir o tempo de doença clínica. É preciso, dessa forma, avaliar a dor. Essa avaliação pode ser feita pela escala analógica visual (EVA), outra escala bastante usada é a escala de faces. FASE AGUDA: A anamnese deve buscar o tempo e data de início dos sintomas, relação entre o início da febre e manifestações articulares, caracterização da febre, manifestações associadas a febre, pesquisar fatores de risco (história de convulsão febril, diabetes, asma, insuficiência cardíaca, abuso de álcool, HAS). Deve-se questionar o uso de aspirina e anti-inflamatório. É preciso pesquisar alterações na pele, queixas articulares, dor lombar, queixas de SNC, queixas oculares, queixas digestivas, depressão, casos semelhantes no domicílio, peridomicílio e local de trabalho e histórico de viagens para regiões endêmicas e epidêmicas. No exame físico, devemos nos atentar a dados que diferenciam da dengue. O exame físico deve ter no mínimo: ● Sinais vitais: pressão arterial em duas posições, frequência cardíaca e respiratória e temperatura axilar. ● Examinar a pele em busca de lesões maculares, papulares, vesiculares ou bolhosas. ● Exame neurológico e oftalmológico, quando queixas na anamnese estiverem presentes. ● Exame articular: levando em consideração que frequentemente não se percebem sinais de calor e rubor nas articulações afetadas, devem-se examinar, criteriosamente, as articulações, em busca de sinais de comprometimento articular: » Alteração da pele. » Aumento do volume. » Crepitação ou estalido. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o » Deformidade. » Limitação da mobilidade. » Dor ou atrofia muscular. » Nodulação. ● Exame físico dos membros superiores e inferiores: deve-se iniciar com a inspeção e a palpação das mãos, observando formas e dimensões, edema, paralisia, atrofias e contraturas musculares. As outras articulações devem ser examinadas quanto ao aspecto da pele, à mobilidade ativa e passiva (abdução, adução, flexão, extensão, rotação, movimentos do ombro em suas três articulações), ao aumento do volume, à crepitação, à limitação dos movimentos, às atrofias musculares e aos nódulos. Os exames solicitados são hemograma (obrigatório para pacientes com risco), transaminases, creatinina e eletrólitos para os pacientes com sinais de gravidade e pacientes com critérios de internação. Na ausência dessas condições, a solicitação fica a critério médico. A terapia usada é o suporte sintomático, hidratação e repouso. AINEs não devem ser prescritos como drogas de primeira linha devido ao risco de sangramento. Na dor leve (EVA 1-3), dipirona e paracetamol são os mais indicados. A dipirona vem sendo prescrita nas doses de 30 a 50 mg/kg/dose em intervalos fixos de 6 horas. Em um adulto habitualmente é recomendada a dose de 1 g a intervalos fixos de 6 horas. O paracetamol pode ser prescrito em doses de 500 mg a 750 mg via oral com intervalos de 4 a 6 horas, não devendo a dose diária total ultrapassar as 4 g pelo risco de hepatotoxicidade. Na dor moderada (EVA 4-6), dipirona e paracetamol são prescritas juntas em horários fixos a cada 3h. Alguns pacientes com dor moderada a intensa (EVA ≥4), persistente, poliarticular ou incapacitante, podem necessitar de medicações por via intravenosa (IV) em unidade de pronto atendimento ou serviço de urgência (pelo que vi, dipirona). Persistindo a dor pode-se administrar tramadol 100 mg IV. Em virtude da presença de náusea associada ao tramadol, que também pode estar presente decorrente do quadro infeccioso, deve-se administrar 10 mg de bromoprida diluída em 8 ml de água destilada, lenta, em bolus. Em caso de alergia a dipirona, o tramadol será a droga de escolha. No caso de dor intensa (EVA 7-10), além dos analgésicos já descritos, deve ser associado um opióide. Podem ser usados tramadol, codeína e oxicodona. Em casos de dor neuropática a amitriptilina está indicada, em idosos é substituída por gabapentina. Recomenda-se a utilização de compressas frias como medida analgésica nas articulações acometidas de 4 em 4 horas por 20 minutos. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes (2 litros no período de 24 horas). O repouso é indicado para a não cronificação, de modo a se evitar sobrecarga nas articulações e posições que auxiliam o retorno venoso. Em muitas situações, o fornecimento de atestado médico é fundamental para que o paciente possa, de fato, afastar-se do trabalho e repousar adequadamente. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o FASE SUBAGUDA E CRÔNICA: Nessas situações é importante avaliar o tempo decorrido desde o episódio agudo e as características das lesões articulares. O exame físico deve ser direcionado para o envolvimento articular e periarticular;o comprometimento de tendões deve ser minuciosamente pesquisado. Além de manifestações associadas como inapetência, sono não reparador, comprometimento laboral… Podemos encontrar 3 tipos de pacientes: 1) aqueles que têm manifestações dolorosas mínimas, demonstrando estar o quadro clínico em franca regressão; 2) aqueles cujo quadro clínico se mantém inalterado, em que os sinais e sintomas persistem praticamente na mesma intensidade da fase subaguda; 3) um grupo menor de doentes, nos quais se observa o aumento da intensidade das manifestações inflamatórias e dolorosas. É importante o diagnóstico diferencial com outras doenças articulares. O uso de corticoide é indicado para doenças na fase subaguda ou crônica. A mais indicada é a prednisona. Em caso de remissão completa da dor, manter a dose por mais três a cinco dias. Caso não haja recidiva do quadro, iniciar desmame. Não usar corticóides em diabéticos, hipertensos de difícil controle, passado de fratura por osteoporose… Nas fases subagudas e crônicas o acompanhamento laboratorial é importante. Na fase crônica, o atendimento deve ser feito em unidades de referência. Apesar de inexistência de estudos de comparação de eficácia entre metotrexato e hidroxicloroquina em chikungunya, optamos por recomendar no tratamento desta fase a hidroxicloroquina como primeira escolha, por seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios no controle da artrite e da dor musculoesquelética. Usa-se hidroxicloroquina por 6 semanas, então fazemos uma nova avaliação, se o paciente não tiver mais dor, devemos interromper o medicamento. Caso a EVA seja menor que 4, o tratamento deve ser mantido por mais seis semanas, podendo ser associado a analgésicos. Caso a dor persista com a EVA maior que 4, deve-se associar a sulfassalazina (500 mg), dois comprimidos em intervalos de 12/12h, (2 g/dia), à hidroxicloroquina por mais seis semanas. O paciente deverá retornar para avaliação após seis semanas, quando será aplicada a EVA, se ele estiver sem dor a medicação deverá ser suspensa. Caso a dor persista, com uma EVA menor que 4, a associação de hidroxicloroquina e sulfassalazina deverá ser mantida por mais seis semanas. Se a EVA for maior que 4, a associação deverá ser substituída por metotrexato comprimido de 2,5 mg, na dose inicial de 10 mg/semana por via oral, podendo progredir até a dose de 25 mg/semana. O ácido fólico deve estar sempre associado na dose de 5 mg semanal, no dia seguinte ao da tomada ao metotrexato. Ai se não der jeito encaminha para o reumatologista. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: Nas etapas em que a dor e o edema começam a regredir, podem-se recomendar exercícios ativos, até o limite da tolerância do paciente. Adicionam-se exercícios isométricos mais vigorosos utilizando os princípios de proteção articular e conservação de energia. Realizar movimentação ativa das articulações acometidas ao acordar, cinco vezes ao longo do dia e antes de dormir. O retorno das atividades diárias deve ser gradativo, respeitando o limite da dor e a sobrecarga articular. Também é importante a realização de alongamentos diários e uso de compressas frias. Vale ressaltar que o apoio psicológico é importante em todas as fases dessa doença, sobretudo como boa forma de aliviar o quadro de tristeza e sofrimento trazidos pelo estado de dor e UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o edemas crônicos em consequência do longo período de adoecimento. MANEJO DA DOR EM CRIANÇAS: As crianças e adolescentes com quadros articulares dolorosos na fase aguda e casos leves de subaguda devem ser tratados, preferencialmente, nas unidades de Atenção Básica, por uma equipe multidisciplinar. Apenas os casos subagudos mais graves e crônicos devem ser encaminhados para ambulatórios especializados em reumatologia pediátrica. A avaliação inicial inclui anamnese detalhada, determinando o período da fase aguda e início das queixas articulares. Averiguar a realização de sorologia específica para a doença. Nas fases subaguda e crônica, o exame físico deve ser completo com atenção especial para o aparelho musculoesquelético, uma vez que as manifestações articulares predominam nessas fases. Os exames complementares, quando necessário, devem ser realizados com o objetivo de auxiliar no diagnóstico diferencial de outras doenças que causam manifestações articulares. Medidas não farmacológicas devem ser orientadas, como compressas frias nas articulações dolorosas e estímulo a exercícios ativos como as brincadeiras próprias das faixas etárias, desde que se respeite o limite de tolerância de dor da criança e do adolescente. Nos casos mais graves há indicação de reabilitação com fisioterapeuta, para prevenir hipotrofia muscular e sequelas articulares deformantes. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o AÇÃO EM VIGILÂNCIA: Todo caso suspeito de chikungunya deve ser notificado ao serviço de vigilância epidemiológica, conforme fluxo estabelecido em cada município. Chikungunya é agravo de Notificação Compulsória, e os casos suspeitos devem ser notificados e registrados no Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (Sinan). Já os óbitos suspeitos são de notificação imediata, em até 24 horas e deverá ser feita à Secretaria Municipal de Saúde, caso essa não disponha de estrutura a notificação será feita a Secretaria Estadual de Saúde Os casos suspeitos são pacientes com febre alta e súbita com artralgia ou artrite intensa não explicada por outra condição, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado. Os casos confirmados são aqueles com positividade em isolamento viral, PCR, presença de IgM, ou aumento de quatro vezes o título de anticorpos demonstrando a soroconversão entre amostras nas fases aguda e convalescente, preferencialmente de 15 a 45 dias após o início dos sintomas ou 10 a 14 dias após a coleta da amostra na fase aguda. No entanto, uma vez estabelecida a transmissão sustentada (epidemia), nem todos os pacientes necessitarão de confirmação laboratorial. FEBRE AMARELA REF: Guia de Vigilância Epidemiológica Doença infecciosa febril aguda, transmitida por vetores artrópodes, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos (silvestre e urbano). Reveste-se da maior importância epidemiológica, por sua gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas. ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS - Manifestações clínicas O quadro clínico típico é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal, tendo em geral apresentação bifásica, com um período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico, que surge após uma aparente remissão e, em muitos casos, evolui para óbito em, aproximadamente, 1 semana. Período de infecção – dura cerca de 3 dias, tem início súbito e sintomas gerais, como febre, calafrios, cefalalgia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos. Remissão – caracteriza-se pelo declínio da temperatura e diminuição dos sintomas, provocando UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o uma sensação de melhora no paciente. Dura poucas horas, no máximo de 1 a 2 dias. Período toxêmico – reaparecem a febre, a diarreia e os vômitos, com aspecto de borra de café. Caracteriza-se pela instalação de quadro de insuficiência hepato-renal, representado por icterícia, oligúria, anúria e albuminúria, acompanhado de manifestações hemorrágicas (gengivorragias, epistaxes, otorragias, hematêmese, melena, hematúria, sangramentos em locais de punção venosa) e prostração intensa, além de comprometimento do sensório, com obnubilação mental e torpor, com evolução para coma e morte. O pulso torna-se mais lento, apesar da temperatura elevada. Essa dissociação pulso temperatura é conhecida como sinalde Faget. Formas leve e moderada A sintomatologia observada nas formas leve e moderada revela-se incaracterística e confunde-se com a encontrada em outras doenças infecciosas comuns em áreas endêmicas entre as quais as mais importantes são a malária, as hepatites virais, a febre tifóide e a mononucleose infecciosa. Em geral, os sintomas na forma leve restringem-se à febrícula ou febre moderada de início súbito que pode ou não vir acompanhada de cefaléia discreta, astenia ou indisposição passageira e tontura. Esse quadro evolui por algumas horas até dois dias, findos os quais o paciente se recupera inteiramente sem sequelas. Apresenta-se de forma silenciosa de difícil diagnóstico mesmo durante as epidemias de febre amarela, podendo ser confundida com mal estar passageiro, resfriado e enxaqueca. Apenas as provas específicas definem o diagnóstico. Na forma moderada, o quadro clínico mostra-se arrastado e conspícuo. O paciente refere início súbito com febre e cefaléia. Além desses sintomas ele pode apresentar náuseas com ou sem vômitos, mialgias e artralgias que não incomodam o paciente nem dificultam a sua locomoção. A cefaléia costuma ser duradoura e intensa. A febre se eleva mais e só cede após o uso de antitérmicos; a astenia mostra-se mais pronunciada. Nesta forma, pelo menos um dos sintomas clássicos da doença costuma acompanhar o curso clínico. De fato, epistaxe, ligeira albuminúria, e subicterícia acontecem. Às vezes, observa-se o sinal de Faget, isto é, a ocorrência de bradicardia acompanhando a febre elevada. O período de estado, revela-se mais longo, durando em média de dois a três dias e a recuperação mostra-se completa e sem sequelas. Diagnosticam-se essas formas no curso de epidemias em locais onde ocorreram ou estão ocorrendo outros casos. Forma grave Na forma grave o quadro clínico inicia-se abruptamente com febre elevada e cefaléia intensa. Nesta forma o sinal de Faget torna-se evidente. A cefaléia se intensifica. As dores musculares generalizam-se. As náuseas e os vômitos incomodam. Há icterícia franca, albuminúria persistente e por vezes acompanhada de oligúria. Descrevem-se hemorragias, especialmente hematêmese e sangramento uterino. Esta forma cursa por até 7 dias, usualmente por 5 dias. A febre em geral mostra-se persistente. Infecção abortiva desta forma pode ser grave mas costuma ser mais curta com evolução de 3-4 dias. A forma grave ou moderadamente grave é clinicamente diagnosticada porque pelo menos um dos sintomas clássicos da enfermidade como, hematêmese, icterícia ou oligúria/anúria, podem ser observados. Forma maligna A sintomatologia da forma clássica (maligna) da febre amarela caracteriza-se pelo início abrupto. Inicialmente surge febre elevada, informando o paciente ter-se sentido bem e executado seus afazeres algumas horas antes. À febre não se acompanha de elevação da pulsação. A temperatura pode atingir 39° ou 40° C. Pouco tempo depois do aparecimento da febre surge cefaléia holocraniana de tal intensidade que o paciente, muitas vezes, reclama a prescrição de analgésicos potentes. Acompanhando esse quadro, as dores musculares generalizadas, especialmente nas costas intensificam-se. As náuseas e os vômitos tornam-se um tormento. Esse quadro que evolui por 2 a 3 dias e corresponde ao período prodrômico, fase infecciosa ou de viremia da enfermidade, completa-se pela presença de astenia, anorexia, prostração e tontura. Em muitos pacientes, seguindo-se ao período infeccioso, há o período que se caracteriza por sensação de melhora e cura iminente, em que se observa diminuição da febre. As dores musculares diminuem e a cefaléia torna-se suportável. O período de remissão costuma durar, de UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o algumas horas até 1-2 dias, em geral um dia. Em seguida, ao contrário dos indivíduos que desenvolvem as formas leve, moderada e grave que realmente curam-se, esses pacientes repentinamente apresentam piora do quadro. Inicia-se então o período de intoxicação, toxêmico ou fase de localização, em que o vírus deixa de circular no sangue sendo encontrado principalmente no fígado e baço, mas também no coração, linfonodos e outros órgãos. As náuseas se intensificam e os vômitos agravam-se ou, se anteriormente ausentes, surgem repentinamente. Estes, de início, costumam ser alimentares, mas com a evolução tornam-se hemorrágicos. Outras manifestações hemorrágicas são também usualmente encontradas como, por exemplo, as hemorragias do tegumento, das gengivas e do ouvido. No trato gastrointestinal, observa-se melena. Os pacientes sempre apresentam os três sintomas clássicos que caracterizam a falência hepato-renal. Algumas vezes o quadro hepático se superpõe ao quadro renal e a icterícia mostra-se exuberante com bilirrubina e aminotransferases muito elevadas, mas com aumento não muito pronunciado de uréia e creatinina que sugere não haver comprometimento renal acentuado. Outras vezes observa-se o inverso. Entretanto, o mais comum é o quadro exuberante, completo, com riqueza de manifestações clínicas e importante envolvimento hepato-renal. O quadro evolui em duas fases ou períodos com um período de remissão entre as mesmas. Ressalte-se, no entanto, que nem sempre é possível se separar tais fases. - Diagnóstico Laboratorial A sorologia pode sugerir febre amarela quando realizada pelo método de captura de IgM, (MAC-ELISA) e requer avaliação dos dados clínicos e epidemiológicos, considerando reações cruzadas e inespecíficas. Outros métodos de sorologia podem ser utilizados, como o teste de inibição da hemaglutinação, em amostras pareadas, ou IgG-ELISA, e requerem apoio dos dados clínicos e epidemiológicos para concluir o diagnóstico. Outro método de diagnóstico pode ser realizado a partir da pesquisa de vírus em cultura de células para isolamento viral ou detecção de genoma do vírus pela técnica da transcrição reversa, com reação em cadeia da polimerase (RT-PCR), em amostras de sangue ou de tecidos, conservadas em baixas temperaturas. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS A doença é endêmica nas áreas de florestas tropicais da América do Sul e da África, e pode ocorrer sob a forma de surtos e epidemias com impacto em saúde pública. Todo paciente oriundo (ou residente) de uma área de risco há até 15 dias, sem vacina ou com histórico vacinal desconhecido e que apresente um quadro febril inicial há até 7 dias, deve ser considerado um caso suspeito de febre amarela. O perfil demográfico dos casos confirmados coincide com aquele geralmente observado nos surtos de febre amarela silvestre, com a maior parte dos casos em pacientes do sexo masculino e idade economicamente ativa, uma vez que esses indivíduos se expõem com maior frequência a áreas e situações de risco, sobretudo em decorrência de atividades laborais. Doença de notificação compulsória!!! Vigilância epidemiológica Definição de caso Suspeito Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de icterícia e/ ou manifestações hemorrágicas, residente ou procedente de área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootias em primatas não humanos ou isolamento de vírus em vetores, nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado. Observação Em situações de surto, recomenda-se adequar a definição de caso suspeito, tornando-a mais sensível para detectar o maior número possível de casos, levando em conta o amplo espectro clínico da febre amarela. Confirmado Critério clínico-laboratorial – todo caso suspeito que apresente pelo menos uma das seguintes condições: • isolamento do vírus da FA; UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o • detecção do genoma viral; • detecção de anticorpos da classe IgM pela técnica de MAC-ELISA, em indivíduos não vacinados, ou com aumento de 4 vezes ou mais nos títulos de anticorpos do tipo IgG, pela técnica de inibição da hemaglutinação (IH) ou IgG-Elisa; • achados histopatológicos compatíveis.Também será considerado caso confirmado o indivíduo assintomático ou oligossintomático originado de busca ativa que não tenha sido vacinado e que apresente sorologia (MAC-ELISA) positiva para FA. Critério clínico-epidemiológico – todo caso suspeito de febre amarela que evoluiu para óbito em menos de 10 dias, sem confirmação laboratorial, em período e área compatíveis com surto ou epidemia, em que outros casos já tenham sido comprovados laboratorialmente. Descartado Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde que se comprove que as amostras foram coletadas e transportadas adequadamente; ou caso suspeito com diagnóstico confirmado de outra doença. Primeiras medidas a serem adotadas A finalidade prioritária é de identificar o local provável de infecção a fim de definir a área de transmissão, avaliando as possibilidades de transmissão silvestre ou urbana no sentido de identificar, de maneira consistente, as populações sob risco para atuar e prevenir a ocorrência de novos casos. Assistência médica ao paciente Hospitalização imediata dos pacientes. Embora não exista tratamento antiviral específico, o paciente deve receber cuidadosa assistência, uma vez que pode evoluir para forma grave. Assim, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas, quando indicado. Qualidade da assistência Verificar se os casos estão sendo atendidos em unidade de saúde com capacidade para prestar atendimento adequado e oportuno. Na maioria das vezes, esses pacientes necessitam de cuidados permanentes e contínuos, demandando internamento em unidades de saúde de maior complexidade, inclusive em unidade de terapia intensiva, o que reduz as complicações e a letalidade. Proteção individual para evitar circulação viral Se o paciente estiver em centro urbano infestado por Ae. aegypti, seu quarto deverá ser telado. Recomenda-se, ainda, o uso do mosquiteiro, para reduzir o risco de urbanização da doença. Não é necessário outro tipo de isolamento, uma vez que a infecção não se transmite de pessoa a pessoa, nem por meio dos fluidos, secreções orgânicas ou fômites. Proteção da população Logo que se tenha conhecimento da suspeita de caso de febre amarela, deve-se organizar um bloqueio vacinal nas áreas onde o paciente esteve no período de viremia, priorizando as populações expostas ao risco de transmissão, não sendo necessário aguardar resultados de exames laboratoriais para a confirmação dos casos suspeitos. As informações sobre cobertura vacinal da área com recomendação de vacinação, quando disponíveis, são importantes para o processo de decisão quanto à extensão inicial e seletividade do bloqueio. Em áreas consideradas livres de circulação viral, situadas próximas às áreas com recomendação de vacina, o que caracteriza um território de expansão de circulação viral, a vacinação de bloqueio sempre deverá ser extensa e indiscriminada, caso não se tenha informações de campanhas anteriores. Investigação Imediatamente após a notificação de um ou mais casos de febre amarela, deve-se iniciar a investigação epidemiológica, pois um caso pode significar a existência de um surto, o que impõe a adoção de medidas de controle em tempo oportuno. O instrumento de coleta de dados, a ficha de investigação epidemiológica disponível no Sinan, contém os elementos essenciais a serem coletados em uma investigação de rotina. Todos os seus campos devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo quando a informação for negativa. UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa� Pro���m� 2 – Fec����n�o (aumentem esse fluxograma que a imagem tá muito boa em outra página) UN��� – 5º Sem���r� – 2021.1 Mód. XI� Gru�� �� Sal��ção #pa�
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