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Tutoria 7 1- Problema: Fernando, 30 anos, iniciou atividade física na academia recentemente. Entretanto, algumas horas após o término dos exercícios físicos notou o aparecimento de dor muscular. Durante conversa com um médico ortopedista, este lhe explicou que a intensidade da atividade física é fator importante na causa deste desconforto em um tipo especifico de tecido muscular, o músculo esquelético, pelo aumento do estresse mecânico no aparelho contrátil. Além disso, a execução de contrações excêntricas que geram maior quantidade de força quando comparada com contrações isométricas, mesmo com um número total relativamente pequeno de pontes cruzadas ativas, também é fator desencadeante de dor muscular. Este último caso pode ser consequência de maior estresse mecânico na fibra muscular causada por este tipo de contração. O médico explicou ainda que vários componentes da célula muscular possam ser danificados, acarretando em rompimentos da estrutura de miofilamentos, linhas Z, sarcômeros, organelas, rompimento do sarcolema, sendo o aparecimento de determinadas proteínas intramusculares na circulação sanguínea um indicativo de lesão ao sarcolema. Fernando achou interessante a explicação sobre a transformação de miofibras que pode ocorrer em situações de alta intensidade de exercício, demonstrada por maior número de fibras tipos I e IIa. 2- Termos desconhecidos: Sarcômero: unidade funcional da contração muscular, composta por um arranjo característico de numerosas proteínas fibrilares e globulares. Sarcolema: fina camada de tecido conjuntivo que envolve a fibra muscular. Linha Z: local onde se ancoram os filamentos de actina. Contrações isométricas: quando um músculo contrai-se e produz força sem alteração macroscópica no ângulo da articulação. Contrações excêntricas: quando um músculo alonga-se durante a contração. Pontes cruzadas ativas: projeções dos filamentos de actina. 3- Palavras chave: ❖ Miofibrila ❖ Músculo ❖ Contração muscular ❖ Proteínas intramusculares ❖ Fibras tipo I e IIa. ❖ Lesão muscular 4- Objetivos ✓ Estudar a histofisologia do tecido muscular estriado esquelético; ✓ Compreender os mecanismos e tipos de contração muscular; ✓ Expor os tipos de fibras musculares. Tecido muscular estriado esquelético Derivado do mesoderma, as células dos músculos estriados apresentam uma alternância de discos claros e escuros característicos, são multinucleadas, longas e cilíndricas, que se contraem voluntariamente para facilitar os movimentos do corpo ou de suas partes. A membrana da célula muscular é denominada sarcolema; o citoplasma (constituído por mioglobina, glicogênio e miofibrilas), sarcoplasma; o retículo endoplasmático liso, retículo sarcoplasmático e as mitocôndrias sarcossomos. Durante o desenvolvimento embrionário, várias centenas de mioblastos, precursores das fibras musculares esqueléticas, alinham-se extremidade com extremidade, fundem-se uns com os outros formando longas células multinucleadas, em que tais núcleos se localizam na periferia, denominadas miotúbulos. Estes miotúbulos recém-formados produzem constituintes citoplasmáticos assim como elementos contráteis denominados miofibrilas. As miofibrilas são constituídas por conjuntos específicos de miofilamentos, as proteínas responsáveis pela capacidade de contração da célula. Epimísio: camada de tecido conjuntivo que envolve o músculo. Perimísio: finos septos de tecido conjuntivo que se partem do epimísio e se dirigem para o interior do músculo, separando os feixes. Endomísio: formado pela lâmina basal da fibra muscular, associada a fibras reticulares, apresenta escassa população celular constituída por algumas células do conjuntivo, principalmente fibroblastos e envolve cada fibra muscular. O tecido conjuntivo do músculo demonstra inúmeras funções como: ❖ Mantêm as fibras unidas; ❖ Transmissão da força de contração do músculo a outras estruturas, como tendões e ossos; ❖ Contêm vasos linfáticos e nervos, além de servir como local de penetração dos vasos sanguíneos; A força de contração do músculo se transmite a outras estruturas, como tendões e ossos. a faixa escura é anisotrópica e, por isso, recebe o nome de banda A, enquanto a faixa clara, ou banda I, é isotrópica. No centro de cada banda I nota-se uma linha transversal escura - a linha Z. A estriação da miofibrila se deve à repetição de unidades iguais, chamadas sarcômeros, que tem comprimento ideal de 2,2 μ.m e são formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contém uma banda A separando duas semibandas I. Na banda A tem-se uma faixa mais clara no seu centro, denominado banda H. Da linha Z, partem os filamentos finos (actina) que vão até a borda externa da banda H. Os filamentos intermediários, desmina e vimentina, mantêm as miofibrilas no mesmo nível e prendem a periferia dos discos Z das miofibrilas vizinhas uma à outra.. No centro da banda H tem-se a linha M, que corresponde às ligações laterais entre filamentos grossos adjacentes. A principal proteína da linha M é a creatinoquinase, que catalisa a transferência de um grupamento fosfato da fosfocreatinina para o ADP, fornecendo adenosina trifosfato (ATP) para as contrações musculares. Os filamentos grossos (miosina) ocupam a região central do sarcômero. As miofibrilas do músculo estriado contêm quatro proteínas principais: miosina, actina, tropomiosina e troponina. Os filamentos grossos são formados de miosina e as outras três proteínas são encontradas nos filamentos finos. Actina: apresenta-se sob a forma de polímeros longos (actina F) formados por duas cadeias de monômeros globulares (actina G) torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla. A actina G tem uma região que interage com a miosina. Tropomiosina: molécula longa e fina formada por duas cadeias polipeptídicas enroladas. Unem-se umas às outras pelas extremidades, para formar filamentos que se localizam ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. Troponina: complexo de três subunidades: TnT, que se liga fortemente à tropomiosina, TnC, que tem grande afinidade pelos íons cálcio, e Tnl, que cobre o sítio ativo da actina, no qual ocorre a interação da actina com a miosina. Cada molécula de tropomiosina tem um local específico em que se prende um complexo (três subunidades) de troponina. Miosina: molécula grande com forma de bastão, sendo formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Possui em uma de suas extremidades uma cabeça, que contém locais específicos para combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica, como também é o local de encontro com a actina. Suas partes em bastão se sobrepõem, e as cabeças situam-se para fora. Quando submetida à ligeira proteólise pode ser dividida em: Meromiosina leve: maior parte da porção em bastão da molécula. Meromiosina pesada: contém a saliência globular (cabeça) mais uma parte do bastão. A contração depende do cálcio para ocorrer e o músculo relaxa quando o teor desse íon se reduz no sarcoplasma. O retículo sarcoplasmático armazena e regula o fluxo desses íons. Esse retículo é uma rede de cisternas do retículo endoplasmático liso, que envolve grupos de miofilamentos, separando-os em feixes cilíndricos. Quando a membrana do retículo sarcoplasmático é despolarizada pelo estimulo nervoso, os canais de cálcio se abrem, e esses íons, que estavam depositados nas cisternas do retículo, difundem-se passivamente (sem gasto de energia), atuando na troponina, possibilitando a formação de pontes entre a actina e a miosina. Quando cessa a despolarização, a membrana do retículo sarcoplasmático, por processo ativo (que consome energia), transfere cálcio para o interior das cisternas, o que interrompe a atividade contrátil. A despolarização da membrana do retículo sarcoplasmático, que resulta na liberação de íons Ca2+ inicia-se na placa motora, uma junção mioneural situada na superfície da fibra muscular. A despolarização iniciada na superfície teria de se difundir através da espessura da fibra para efetuar a liberação de Ca2+ nas cisternas profundasdo retículo sarcoplasmático. Nas fibras musculares mais calibrosas isso levaria a uma onda de contração lenta, de tal maneira que as miofibrilas periféricas iriam contrair-se antes das situadas mais profundamente. O sistema de túbulos transversais ou sistema T é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular esquelética. Constituído por uma rede de invaginações tubulares da membrana plasmática (sarcolema) da fibra muscular, cujos ramos irão envolver as junções das bandas A e I de cada sarcômero. Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão ou cisterna terminal do retículo sarcoplasmático. Este complexo, formado por um túbulo T e duas expansões do retículo sarcoplasmático, é conhecido como tríade. Na tríade, a despolarização dos túbulos T, derivados do sarcolema, é transmitida ao retículo sarcoplasmático. A contração das fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos motores que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio, em que cada nervo origina numerosos ramos. No local de contato com a fibra muscular, o ramo final do nervo perde sua bainha de mielina e forma urna dilatação que se coloca dentro de uma depressão da superfície da fibra muscular. Essa estrutura chama-se placa motora ou junção mioneural. Nesse local o axônio é recoberto por uma delgada camada de citoplasma das células de Schwann. O terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas com o neurotransmissor acetilcolina. Na junção, o sarcolema forma as dobras juncionais. O sarcoplasma abaixo dessas dobras contém núcleos da fibra muscular, numerosas mitocôndrias, ribossomos e grânulos de glicogênio. Mecanismo de contração muscular do músculo estriado esquelético 1º Potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras musculares; 2º É secretada acetilcolina, uma substância neurotransmissora. 3º A acetilcolina age na membrana da fibra e abre canais de cátions regulados pela acetilcolina. 4º Essa abertura permite a entrada de íons Na+pro interior das membrana, o que causa uma despolarização local, abrindo os canais de sódio controlados por voltagem desencadeando o potencial de ação. 5º O potencial de ação se propaga. 6º A despolarização da membrana pelos túbulos T e grande parte da eletricidade do potencial flui para o centro da fibra. Assim, o retículo sarcoplasmático libera grande quantidade de íons Ca2+armazenados. 7º O cálcio é liberado e se liga a subunidade TnC da troponina, mudando a sua conformação e puxando a tropomiosina liberando sítio ativo de ação. Assim, a miosina se liga à actina. 8º A atividade da ATPase da miosina cliva o ATP, presente no subfragmento S1 da miosina, que se quebra em ADP e fosfato inorgânico. 9º Ocorre uma alteração conformacional da cabeça que gera um movimento de força pra puxar o filamento de actina provocado pelo ATP. 10º Ocorre o deslizamento dos filamentos de actina sobre a cabeça da miosina, o que aumenta o tamanho da zona de sobreposição entre os filamentos e diminui o tamanho do sarcômero, ocorrendo a contração. 11º Ocorre a liberação do ADP e do íon fosfato, formando uma nova molécula de ATP, que se liga a miosina e desfaz as pontes antigas do complexo actina-miosina, sendo que o sarcômero e a célula volta ao repouso, se preparando para um novo ciclo. Filamentos finos de actina: sítios ativos, actina F, troponina(C,T e I) e tropomiosina. Esses são mantidos no mesmo nível pela proteína actinina a, com forma de bastonete, um componente do disco Z, que pode prender filamentos finos em conjuntos paralelos. Além disso, duas moléculas de nebulina, uma proteína longa e não elástica, envolvem cada filamento fino em toda a sua extensão prendendo-o ainda mais ao disco Z e assegurando a manutenção da disposição específica Filamentos grossos de miosina: 4 cadeias leves e 2 cadeias pesadas, tendo atividade ATpásica na cabeça. Eles ocupam uma posição precisa dentro do sarcômero, com a ajuda da titina, uma proteína grande, linear e elástica. Duas moléculas de titina estendem-se de cada metade de um filamento grosso até o disco Z adjacente; assim, quatro moléculas de titina prendem um filamento grosso entre os dois discos Z de cada sarcômero. A contração do músculo esquelético começa na faixa A onde a actina e a miosina se sobrepõem. Durante a contração, a faixa I diminui de tamanho, enquanto os filamentos de actina penetram na faixa A. Ao mesmo tempo, a faixa H também se reduz, à medida que os filamentos de miosina são sobrepostos pelos filamentos de miosina. Isso irá resultar em um grande encurtamento do sarcômero. Este mecanismo termina quando o cálcio é bombeado novamente ao reticulo sarcoplasmático, voltando à conformação inicial da troponina, tampando os sítios ativos e impossibilitando que a contração continue. Rigor mortis: ocorre porque não existindo ATP, o complexo actina- miosina toma-se estável e indissociável, o que explica a rigidez muscular que ocorre logo após a morte. Fadiga muscular: aumenta em proporção quase direta com a intensidade da depleção do glicogênio. A fadiga se dá pela incapacidade contrátil e do processo metabólico das fibras de continuar a manter a mesma quantidade de trabalho. Tipos de contrações: Contração isométrica: quando o músculo, mesmo em contração, não se encurta visivelmente. A tensão vai ficar nas estruturas não contráteis. Se não encurta o músculo com certo peso, esse é o peso máximo. Contração isotônica: quando há encurtamento do músculo na contração, nesse sistema, o músculo encurta mediante a uma força contra uma carga fixa. Pode ser concêntrica se houver diminuição da angulação ou excêntrica se houver aumento na angulação da articulação. Contração isocinética: se dá por meio da utilização de um aparelho denominado “Dinamômetro Isocinético”, onde o indivíduo realiza um esforço muscular máximo ou submáximo que se acomoda à resistência do aparelho. A contração ocorre em uma velocidade angular constante, permitindo mensurar a força aplicada pelo músculo em toda a amplitude articular do movimento. Tipos de fibras musculares Fibras musculares vermelhas/oxidativas lentas/tipo I: capazes de oxidar aerobicamente carboidratos e ácidos graxos. Possuem contração mais fraca, lenta, repetitiva e duradoura. ❖ Rico suprimento vascular; ❖ Fibras nervosas menores; ❖ Menor diâmetro das fibras; ❖ Não se fadigam rapidamente; ❖ Retículo sarcoplasmático não extenso; ❖ Muitas mitocôndrias; ❖ Ricas em mioglobina; ❖ Ricas em enzimas oxidativas e pobres em adenosina trifosfatase. Fibras musculares intermediárias/oxidativas glicolíticas lentas: capaz de oxidar aerobicamente carboidratos e ácidos graxos, além de realizar glicólise anaeróbia. ❖ Rica em mioglobina ❖ Rica em glicogênio Fibras musculares brancas/glicolíticas rápidas/tipo II: realizam glicólise anaeróbia utilizando glicose e glicogênio. Realizam movimentos bruscos e mais potentes. Podem ser do tipo IIA, IIB ou IIC, sendo que as mais rápidas são as do tipo IIB. ❖ Suprimento vascular mais pobre; ❖ Fibras nervosas maiores; ❖ Maior diâmetro das fibras; ❖ Extenso retículo sarcoplasmático; ❖ Poucas mitocôndrias; ❖ Pobre em mioglobina; ❖ Pobres em enzimas oxidativas, ricas em fosforilases. Uma fibra pode se transformar em outra, principalmente se houver perda de inervação. Regeneração do tecido muscular Embora os núcleos das fibras musculares esqueléticas não se dividam, o músculo tem uma pequena capacidade de reconstituição. Admite-se que as células satélites sejam responsáveis pela regeneração do músculo esquelético. Essas células são mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares dentro da lâmina basal que envolve as fibras. São consideradas mioblastos inativos. Após uma lesão ou outro estimulo, as células satélites tornam-se ativas, proliferam por divisão mitótica e se fundem umas às outras para formar novas fibras musculares esqueléticas. As células satélites também entram em mitose quando o músculo é submetido a exercício intenso. Neste caso elas se fundem com as fibras musculares preexistentes, contribuindopara a hipertrofia do músculo. Tônus do músculo esquelético Mesmo quando os músculos estão em repouso, em geral eles ainda apresentam certa tensão. Essa tensão é conhecida como tônus muscular. Como normalmente a fibra muscular esquelética não se contrai sem que ocorra um potencial de ação para estimulá-la, o tônus do músculo esquelético resulta inteiramente de baixa frequência de impulsos nervosos vindos da medula espinhal. Esses impulsos, por sua vez, são controlados em parte por sinais transmitidos pelo cérebro para o neurônio motor anterior da medula espinhal, e em parte por sinais originados nos fusos musculares, localizados no próprio músculo. Fusos musculares são receptores que captam modificações no próprio músculo. Essas estruturas são constituídas por uma cápsula de tecido conjuntivo que delimita um espaço que contém fluido e fibras musculares modificadas, denominadas fibras intrafusais. Diversas fibras nervosas sensoriais penetram os fusos musculares, onde detectam modificações no comprimento (distensão) das fibras musculares intrafusais e transmitem essa informação para a medula espinal. Nas proximidades da inserção muscular, os tendões apresentam feixes de fibras colágenas encapsuladas, nas quais penetram fibras nervosas sensoriais, constituindo os corpúsculos tendíneos de Golgi estruturas captam estímulos gerados no próprio organismo e respondem às diferenças tensionais exercidas pelos músculos sobre os tendões. Essas informações são transmitidas ao sistema nervoso central e participam do controle das forças necessárias aos diversos movimentos. Somação por frequência e tetanização O lado esquerdo da figura mostra contrações musculares individuais sucedendo-se uma após a outra, com baixa frequência de estimulação. Em seguida, à medida que essa frequência vai aumentando, alcança-se um ponto onde cada nova contração ocorre antes que a anterior termine. Como resultado, a segunda contração é parcialmente somada à anterior, de forma que a força total da contração aumenta progressivamente com o aumento da frequência. Quando a frequência atinge um nível crítico, as contrações sucessivas eventualmente ficam tão rápidas que se fundem, e a contração total do músculo aparenta ser completamente uniforme e contínua, como mostra a figura. Isso é referido como tetanização. Com frequência pouco maior, a força da contração atinge sua capacidade máxima, de modo que qualquer aumento adicional da frequência além desse ponto não exerce novos efeitos para aumentar a força contrátil. Isso ocorre porque quantidades suficientes de íons cálcio são mantidas no sarcoplasma muscular mesmo entre os potenciais de ação, de modo que o estado contrátil total é mantido, sem que seja permitido nenhum grau de relaxamento entre os potenciais de ação. Somação por fibras múltiplas Quando o sistema nervoso central envia um sinal fraco para que o músculo se contraia, as menores unidades motoras do músculo podem ser estimuladas em preferência às unidades motoras maiores. Então, à medida que a força do sinal aumenta, unidades motoras cada vez maiores começam a ser também excitadas, com as maiores unidades motoras apresentando 50 vezes mais força contrátil que as unidades menores. Isso é conhecido como o princípio do tamanho. Esse fenômeno é importante, pois permite a gradação da força muscular durante contração fraca que ocorre em pequenas etapas, uma vez que essas etapas ficam progressivamente maiores quando grande quantidade de força é necessária. A razão para esse princípio do tamanho é que as pequenas unidades motoras são inervadas por pequenas fibras nervosas motoras, e os pequenos motoneurônios na medula espinhal são mais excitáveis que os maiores, sendo naturalmente excitados primeiro. Outra importante característica da somação por múltiplas fibras é que as diferentes unidades motoras são ativadas de forma assincrônica pela medula espinhal, de forma que a contração ocorre alternadamente entre as diferentes unidades motoras, uma após a outra, e desse modo produz contração suave e regular até mesmo sob baixas frequências dos sinais nervosos.
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