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Profº.: Enfº. Francisco Ricardo Pós graduando em Saúde Pública e Docência Sinais Vitais Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância: a pressão arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração. Os valores encontrados na verificação dos sinais variam de acordo com sexo, idade, atividade, condições ambientais e emocionais, horário, doenças, etc. Alguns fatores podem alterar essas funções, como mudança da temperatura do ambiente, estresse ou até alguma doença que esteja se manifestando no organismo. Muitas vezes, essas alterações exigem alguma intervenção de enfermagem ou da equipe médica. Através da verificação dos sinais vitais, podemos monitorar de forma eficiente e rápida as condições do paciente ou a identificação de algum problema. Denomina-se temperatura a diferença entre a quantidade de calor produzida pelos processos corporais e a quantidade de calor perdida para o ambiente externo. O grau de aporte de sangue pela pele é controlado pela constrição ou relaxamento das artérias, sendo que ao chegar à superfície, o calor é transferido do sangue para o meio externo, através de: irradiação, condução e evaporação. Irradiação: basta que a temperatura do corpo esteja acima do meio ambiente. Condução: ocorre quando há contato com outra superfície, sendo que existe troca de calor até que as temperaturas se igualem. Convecção é o mecanismo pelo qual o corpo troca temperatura com o ar circulante. A temperatura é quase que totalmente controlada por mecanismos centrais de retroalimentação que operam através de um centro regulador situado no hipotálamo. Quando há elevação da temperatura, inicia-se uma eliminação do calor, através do estímulo das glândulas sudoríparas e pela vasodilatação; Com a sudorese há uma perda importante de calor, sendo que quando ocorre o inverso, ou seja, o resfriamento do organismo é iniciado mecanismos para a manutenção da temperatura; Os locais de verificação da temperatura são boca, reto, axila, membrana timpânica, esôfago, artéria pulmonar e bexiga. Os locais onde habitualmente são medidas as temperaturas do corpo são: axila, boca, e reto. É a verificação mais frequente no nosso meio, embora seja a menos precisa. O termômetro deve permanecer por, no máximo, 7 minutos (cerca de 5 a 7 minutos). O termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionando-o no canto do lábio; a verificação da temperatura oral é contra-indicada em crianças, idosos, pacientes graves, inconscientes, psiquiátricos, portadores de alterações orofaríngeas, após fumar e após ingestão de alimentos quentes ou gelados. O termômetro deverá possuir bulbo arredondado e ser maior de idade calibre, sendo contraindicações para a verificação do método pacientes com cirurgias recente no reto ou períneo ou portadores de processos inflamatórios neste local. É considerada a temperatura mais precisa. Auricular: aparelho com aproximação no canal auditivo. Pele: sensor de aproximação na pele. Inguinal: O termômetro é colocado na região inguinal, flexionando a coxa sobre o abdome, sendo mais utilizado em recém- nascidos. Bandeja; Termômetro; Algodão; Álcool e sacos para algodão seco e úmido. Lavar as mãos; Orientar o paciente quanto ao procedimento; Reunir o material e levar à unidade do paciente; Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente; Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool; Enxugar a axila se for necessário; Colocar o termômetro na axila se for o caso, mantendo-o com o braço bem encostado ao tórax; Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos; Ler a temperatura na escala; Limpar com algodão embebido em álcool; Lavar as mãos; Anotar no prontuário da paciente Axilar - 35,5 a 37,0 ºC Bucal - 36,0 a 37,4 ºC Retal - 36,0 a 37,5 ºC Nada mais é do que a elevação da temperatura acima da normalidade, causada por alterações do centro termo regulador ou por substâncias que interferem com o mesmo, sendo, portanto que a febre pode ocorrer por infecções, lesões teciduais processos inflamatórios e neoplasias entre as mais importantes. Início - Pode ser súbito, onde se percebe a elevação brusca da temperatura, sendo que neste caso com freqüência acompanha- se de sinais e sintomas da síndrome febril, ou pode ocorrer de maneira gradual, em que às vezes nem é percebida pelo paciente. Intensidade - A classificação obedece à temperatura axilar, devendo sempre lembrar que a intensidade também depende da capacidade de reação do organismo, sendo que pacientes extremamente debilitados e idosos podem não responder diante de um processo infeccioso. A intensidade e é assim caracterizada: - Febre leve ou febrícula - até 37,5 graus - Febre moderada - de 37,5 até 38,5 graus - Febre alta ou elevada - acima de 38,5 graus Duração - É uma característica importante, podendo interferir na conduta médica. É dita prolongada quando a duração é maior do que 10 dias, sendo que existem doenças próprias que são responsáveis por esta duração, como a tuberculose, septicemia, endocardite, linfomas entre outras. Modo de evolução - Este dado poderá ser avaliado pela informação do paciente, porém principalmente pela análise diária da temperatura, sendo a mesma registrada em gráficos próprios chamados de gráficos ou quadro térmico, sendo que a anotação pode ser feita no mínimo duas vezes por dia, ou de acordo com a orientação médica. - Febre contínua: aquela que sempre permanece acima do normal, com variações de até 1 grau; exemplo freqüente é a febre da pneumonia. - Febre remitente: há hipertermia diária, sendo que as variações são acima de 1 grau; é exemplo à febre dos abcesso, septicemias. - Febre intermitente: neste caso, a hipertermia é interrompida por períodos de temperatura normal, que pode ser de alguma medida no mesmo dia, ou um ou mais dias com temperatura normal; é característica da malária. - Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por períodos de temperatura normal que dura dias, seguido de elevações variáveis da temperatura; são encontradas, por exemplo, nos portadores de neoplasias malignas. Término: é dito em crise, quando a febre desaparece subitamente, com frequência nesses casos acompanhada de sudorese profusa e prostração. A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo a absorção do oxigênio e eliminação do gás carbônico. A respiração é um sinal mais fácil de se avaliar, mas é de extrema importância e deve ser realizada de maneira correta, pois qualquer mudança nesse padrão pode ser um sinal importante. A respiração deve ser avaliada quanto à freqüência (número de movimentos respiratórios por minuto – rpm), ritmo (regularidade ou irregularidade dos intervalos da respiração), profundidade (intensidade da respiração podendo ser superficial, profunda, estertorosa ou difícil). Bradpneia: frequência regular, porém lenta e inferior a 12 movimentos por minuto. Taquipneia: frequência regular, porém rápida e superior a 20 movimentos por minuto. Hiperpneia: aumentadas em frequência e profundidade, por exemplo, durante o exercício. Apneia: cessação por vários segundos, que leva a parada cardiorrespiratória. Hiperventilação: a frequência e a profundidade das respirações aumentam. Hipoventilação: a frequência é baixa e a profundidade é deprimida. Respiração de Cheyne-Stokes: frequência e profundidade irregulares, com períodos de apneia e hiperventilação. Respiração de Kussmaul: respirações profundas,regulares e com frequência aumentada. Respiração de Biot: respirações lentas por duas ou três respirações seguidas por um período irregular de apneia. Relógio com ponteiro de segundos; Papel; Caneta para anotações; Estetoscópio. Lavar as mãos; Orientar o paciente quanto ao exame; Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos; Contagem pelo período de 1 minuto; Lavar as mãos no término; Anotar no prontuário. A palpação do pulso é um dos procedimentos clínicos mais antigos da prática médica, e representa também um gesto simbólico, pois é um dos primeiros contatos físico entre o profissional da saúde e o paciente. Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um volume de sangue na aorta, e dali, para a árvore arterial, sendo que uma onda de pressão desloca-se rapidamente pelo sistema arterial, onde pode ser percebida como pulso arterial. Portanto o pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria Os pulsos são verificados com freqüência na: artéria radial, carótidas, braquial, femurais, pediosas, temporal, poplítea e tibial posterior. Nessas artérias pode ser avaliado: o estado da parede arterial, a freqüência, o ritmo, a amplitude, a tensão e a comparação com a artéria contralateral. Normocardia: é regular, ou seja, o período entre os batimentos se mantém constante; Bradicardia: freqüência cardíaca abaixo da normal; Taquicardia: freqüência cardíaca acima da normal; Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico; Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico; Filiforme: pulso fino. Lavar as mãos; Usar Oxímetro se disponível; Relógio com ponteiros de segundos; Orientar o paciente quanto ao procedimento; Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço apoiado; Contar durante 1 minuto inteiro; Anotar no prontuário. Parede arterial - A parede do vaso não deve apresentar tortuosidades, sendo facilmente depressível; na aterosclerose, ocorre deposição de sais de cálcio na parede dos vasos, sendo que à palpação notamos o mesmo endurecido, irregular, tortuoso, recebendo o nome de traquéia de passarinho. Freqüência - A contagem deve ser sempre feita por um período de 1 minuto, sendo que a freqüência varia com a idade e diversas condições físicas. Ritmo - É dado pela seqüência das pulsações, sendo que quando ocorrem a intervalos iguais, chamamos de ritmo regular, sendo que se os intervalos são ora mais longos ora mais curtos, o ritmo é irregular. A arritmia traduz alteração do ritmo cardíaco. Amplitude ou magnitude - É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvaziamento na diástole. Nunca usar o polegar para verificar o pulso, pois pode ser confundida com a sua pulsação; Nunca verificar o pulso com as mãos frias; Em caso de dúvida, repetir a contagem; Não fazer pressão forte sobre a artéria pois pode impedir de sentir os batimentos do pulso. É a resistência oferecida pelas paredes das artérias ao fluxo sanguíneo, ocasionado pela força de contração do coração; Pode variar de acordo com a quantidade de sangue que o coração descarrega no sistema arterial e a resistência feita por esse sistema ao fluxo sanguíneo. Pressão sistólica (máxima) : é a contração dos ventrículos. Significa a maior pressão nos vasos causada pela contração cardíaca; Pressão diastólica (mínima) : é o relaxamento dos ventrículos. Significa a resistência oferecida pelos vasos á pressão do sangue circulante. Hipertensão arterial é o termo usado para indicar pressão arterial acima da normal. Hipotensão arterial para indicar pressão arterial abaixo da normal. Normotensão arterial é a que se encontra dentro de limites preconizados. CLASSIFICAÇÃO DA PA: CAD37 Ótima < 120/80 Normal < 130/85 Limítrofe 130/85 à 139/89 Hipertensão 1 140/90 à 159/99 Hipertensão 2 160/100 à 179/109 Hipertensão 3 180/110 >= Classificação da PA: 7ª diretriz Normal <= 120/80 Pré-hipertensão 121/81 à 139/89 Hipertensão 1 140/90 à 159/99 Hipertensão 2 160/100 à 179/109 Hipertensão 3 >= 180/110 Classificação da PA: AHA Normal < 120/80 Elevada 120/80 à 129/80 Hipertensão 1 130/80 à 139/89 Hipertensão 2 >= 140/90 Esclerose dos vasos, Drogas estimulantes, Toxinas das bactérias, Doenças renais, Exercícios físicos Emoções, Processo digestivo, Idade avançada, Menstruação, Gestação, Retenção de cloreto de sódio (aumentam) e choques, Hemorragias e febres, Sono e repouso, Drogas depressoras (diminuem). Esfigmomanômetro (aneroide) ou esfigmomanômetro digital; Estetoscópio; Manguito de tamanho adequado.
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