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DOS CRIMES CONTRA A VIDA 1) HOMICÍDIO (ART. 121, CP) 1.1. CONCEITO: É o tipo central dos crimes contra a vida. Ponto culminante na orografia dos crimes. É o crime por excelência. 1.2. TOPOGRAFIA: art. 121, caput - doloso simples; §1º - doloso privilegiado; § 2º - qualificado; §3º - culposo; §4º - majorantes; §5º - perdão judicial; §7º - feminicídio; §8º - hominicídio funcional. 1.3. HOMICÍDIO SIMPLES: a) Sujeito Ativo - qualquer pessoa (comum) b) Sujeito Passivo - nascido com vida (extra-uterina) OBS1: aborto ≠ homícidio intrauterina extra-uterina OBS2: elementar ≠ circunstância OBS3: pode mudar se o ato de acabar com a vida tiver viés POLÍTICO (vai para a LEI DE SEGURANÇA NACIONAL). quando tira, o tipo penal muda ou desaparece tipo penal continua, mas muda o grau de intensidade c) Bem Jurídico: vida humana *Morte cerebral/ anencéfalo - Não atinge o bem jurídico vida. *Extra-uterina - homicídio - infanticídio d) Tipicidade Objetiva: Execução livre, ou seja, de qualquer maneira. e) Tipicidade Subjetiva: O crime é cometido a título de dolo. O motivo do crime pode privilegiar ou qualificar o delito, mas não descaracterizar o dolo. f) Consumação e Tentativa *A batida do coração NÃO é mais parâmetro para atestar se o ser humano está vivo ou não. *Tem que haver exame de corpo e delito (direto ou indireto). *Se o motivo for " interno (nas fases) é considerado desistência voluntária ou arrependimento eficaz. g) Crime Hediondo: §2º - TODO CRIME QUALIFICADO É HEDIONDO. Caput - Simples é hediondo quando praticado em atividade típica de organização criminosa ainda que realizado por um agente só (homicídio condicionado) em regra, o homicídio simples não é hediondo. paralisação das atividades cerebrais -algo externo impede; - cabe tentativa domínio de violenta emoção - não se confunde com influência. É um choque emocional, pode-se dizer que cega a pessoa, enquanto a influência confunde, gerando mera atenuante. reação imediata (logo em seguida): injusta provocação da vítima 1.4. Homicídio Privilegiado ( art. 121, §1º) Motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3. Valor Social: coletivo. Ex: Matar um traficante. Valor Moral: individual. Ex: Eutanásia. *O privilégio só ocorre se o motivo for "relevante" (motivo egoístico não conta). Homicídio Emocional logo após injusta provocação) - requisitos cumulativos: injusta provocação ≠ injusta agressão mora exclui a minorante, transformando em vingança. *O privilégio se comunica aos coautores? R= Não, porque são circunstâncias (subjetivas) de caráter pessoal. (art. 30, CP) 1.5. HOMICÍDIO QUALIFICADO (ART. 121, § 2º) Sempre hediondo, não importando a qualificadora. desproporcional desproporção entre o delito e sua causa moral I - MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE II - FÚTIL 2 casos de conexão: conexão teleológica - o agente mata para assegurar a execução de outro crime (futuro). conexão consequencial - o agente mata para assegurar a impunidade, vantagem ou ocultação de outro crime (passado). III - EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM. a) veneno - venefício (ex: açúcar para diabéticos - impróprio) b) tortura - art. 121, § 3º, CP ≠ art. 1º, §3º, lei nº 9455/97 (lei da tortura) (meio de matar) IV - TRAIÇÃO, EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO *Traição pressupõe confiança. *Dissimulação é o fingimento da amizade. V - PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME *Tenho um crime anterior -> 2 crimes ........ + homicídio *Homicídio Qualificado privilegiado permanece hediondo? NÃO *José quer matar Beto, mas acerta Carlos. José responderá como se tivesse matado Beto. Imprudência - força positiva; Negligência - ausência; Imperícia - falta de aptidão técnica para o exercício da arte, ofício ou profissão. Marjorantes do homicídio culposo 1.7. HOMICÍDIO CULPOSO (não tem intenção de matar) OBS1: Violação do dever de cuidado, 3 formas: 1. 2. 3. 1.8. MAJORANTES DO HOMICÍDIO (ART. 121, §4º) - culposas - dolosas inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. OBS: essa marjorante não se confunde com imperícia. 1.9. PERDÃO JUDICIAL (causa extintiva) *Perdão Judicial em crime doloso -> há possibilidade Juiz não obstante a prática de um fato típico e antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar a pena, nas hipóteses taxativamente previstas em lei, levando em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para o evento ( o Estado perde o interesse de punir). OBS1: O perdão do ofendido não tem nada a ver com perdão judicial. OBS2: Não se trata de uma faculdade do juiz, mas de um direito subjetivo do réu (preenchido os requisitos, o juiz tem que perdoar). * FEMINICÍDIO (incluído pela lei nº 13104/15) VI - CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO. (causa específica de aumento de pena) qualificadora objetiva mulher pode responder por feminicídio VII - Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consaguíneo até 3º grau, em razão desta condição *Se for em razão da função é hediondo! §2º - A: Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Art.121, §7º: A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 até 1/2 se o crime for praticado: I - durante a gestação ou 3 meses posteriores ao parto; II - menor de 14 e maior de 60, com deficiência ou portadores de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III - na presença física ou virtual de descendente ou ascendente da vítima. IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstos nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da lei nº 11. 340/06
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