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1 SETOR FLORESTAL BRASILEIRO Com a presença de Portugal no território hoje brasileiro, as florestas geridas pela coroa estavam ligadas ao propósito de fornecer corantes, construção naval, e construção civil. Em 1808 após a chegada da família real portuguesa, as florestas e matas circundantes do RJ começaram a ser devastadas para abrigar plantações de café e abastecer o mercado de madeira e lenha. Nesse momento, José Bonifácio, o Patriarca da Independência, esboça as primeiras propostas de eflorestamento, com a finalidade de restaurar a cobertura vegetal da cidade. Momento histórico, onde a preocupação com o uso dos recursos naturais de maneira desordenada. Em 1808 imigrantes introduzem o pinus no Rio Grande do Sul. No entanto, as primeiras referências datam de 1824: Jardim botânico do Rio de Janeiro. Em 1861 a atividade do reflorestamento tornou-se uma realidade no Brasil. O imperador Dom Pedro II mandou plantar a floresta da tijuca para reconstituir a vegetação nativa e preservar a qualidade da água. Em 1904 Navarro de Andrade introduz o Eucalyptus spp (Companhia Paulista de Estradas de Ferro) e em 1909 já existiam plantios com 40 milhões de árvores em Rio Claro – Sp. A formação de povoamentos florestais com fins econômicos ocorreu nesse momento, visando inicialmente a produção de lenha. Em 1934 O primeiro Código Florestal Brasileiro foi instituído pelo Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934, revogado posteriormente pela Lei 4.771/65, que estabeleceu o Código Florestal vigente. O Código Florestal Brasileiro, atualmente regulado pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Nas decadas de 60 a 80 o Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, em uma abordagem estratégica consolida políticas públicas diferenciadas, “Incentivos Fiscais” FISET-PND para atender inicialmente a demanda por matéria-prima para os segmentos de siderurgia e papel e celulose. Essa política estabeleceu a base florestal brasileira, com a implantação de 5 a 6 milhões de hectares de florestas, concentração de terras e florestas (indústrias & reflorestadoras). O declínio iniciou em 1983, encerramento em 1988. Ao todo foram investidos 10 bilhões de dólares, através de renúncia fiscal adotada pelo Governo Federal. Essa medida representaria atualmente a geração de 4,5 milhões de empregos diretos. Na década de 70 em outra visão estratégica para o desenvolvimento do Brasil, o Presidente Eurico Gaspar Dutra desenvolve um grande trabalho de mapeamento do território brasileiro com base em imagens de radar. Na dédada de 90 o BNDES estabelece o financiamento de florestas vinculadas à empreendimentos industriais, e entre 1991 a 2001 foram investidos US$ 435 milhões resultando em uma área plantada de 528 mil hectares. Nos anos 2000 até o momento o financiamento para o setor florestal foi praticamente inespressivo por parte dos governos federal e estaduais, onde programas como: MAPA – MMA – PNF - PROPFLORA (Produtores Rurais), MDA – MMA – PNF - PRONAF Florestal (Produtores Familiares) atenderam de 2 forma muito restrita alguns pequenos produtores rurais, sem produzir resultados significativos à econômia florestal brasileira. De maneira geral, pode-se afirmar que a política dos Incentivos Fiscais mudou o perfil do setor florestal, estimulando a construção e o estabelecimento de empresas e indústrias de base florestal. A silvicultura de eucalipto e pinus, estimulada pelos incentivos fiscais, estabeleceu as bases de uma economia florestal fortemente competitiva, em virtude da capacidade tecnológica e gerencial adquirida pelo setor nas últimas décadas. Principalmente pelo segmento de florestas plantadas, que opera com tecnologias silviculturais de ponta, incluindo conquistas nos campos da engenharia florestal e da engenharia genética. Atualmente a participação do setor florestal brasileiro na balança comercial representa R$ 5,52 bilhões, principalmente vinculados à florestas de pinus (23,4%) e eucalyptus (76,6%). De acordo com dados da ABRAF a evolução de áreas plantadas com pinus e eucalyptus podem ser observadas abaixo. A distribuição de florestas plantadas de pinus e eucalyptus evidenciam o potencial de crescimento da atividade florestal no estado do Tocantins. 3 O consumo brasileiro de toras apresentado à seguir demostra que a participação de outras espécies florestais oriundas de reflorestamento é ainda, inexpressivo, demonstrando também haver um grande potencial à ser explorado. Atualmente, o Brasil não alcança 1% de seu território coberto com florestas plantadas. Tamanho continental (escala de produção) e onde a floresta cresce 10 vezes mais que no Hemisfério Norte. Ao alcançarmos 10 ou 12 milhões de hectares de florestas plantadas, seria equivale a 120 milhões de hectares de florestas na Europa. PRINCIPAIS POTENCIAIS DO BRASIL NO SEGMENTO FLORESTAL 4 - Áreas para implantação de floresta apresentam escala para atender o comércio mundial; - Incremento florestal elevado, reduzindo o custo de produção; - Viabilidade para aumentar a participação das florestas na matriz energética; PRINCIPAIS RAZÕES PARA A ESTAGNAÇÃO DO CRESCIMENTO DE ÁREAS DE PLANTIOS FLORESTAIS EM 2012 - Restrições impostas pelo governo para compra de terras por grupos nacionais que possuam composição majoritária de capital estrangeiro. - Redução da atividade econômica nos países da União Europeia e nos Estados Unidos. - Redução na competitividade no mercado internacional dos produtos da cadeia florestal brasileira de base florestal. - A excessiva burocratização e os longos prazos requeridos pelos órgãos ambientais nos processos de licenciamento ambiental de novos projetos florestais e industriais no pais. PLANEJAMENTO É um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Visa determinar os objetivos ou metas de um empreendimento, como também da coordenação de meios e recursos para atingi-los; planificação de serviços. O planejamento é um processo desenvolvido com o objetivo de alcançar uma determinada situação almejada, ou seja, é a preparação para o alcance da "meta". OBJETIVOS E METAS Devem ser identificadas de modo a permitir que sejam executadas de forma adequada, considerando aspectos como o prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes. Planejamento bem realizado (Inúmeras vantagens) - Produtos e serviços entregues conforme requisitos exigidos pelo cliente; - Melhor coordenação das interfaces do projeto; - Possibilita resolução antecipada de problemas e conflitos; - Propicia um grau mais elevado de sucesso nas tomadas de decisão; - Permite controle apropriado; “Preparar-se para o inevitável, prevenindo o indesejável e controlando o que for controlável” (Peter Drucker). 5 O tempo dedicado ao planejamento é vital para evitar problemas na fase de execução. O objetivo central do planejamento é minimizar a necessidade de revisões durante a execução. PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO (PRINCÍPIOS – PRECEITOS BÁSICOS QUE NORTEIAM A AÇÃO) O planejamento dentro de uma empresa deve respeitar alguns princípios para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados, alcançando os objetivos que por sua vez é a razão de ser do planejamento. Contribuição aos objetivos - definição e busca dos objetivos. Precedência do planejamento: O planejamento vem antes. É o que vai definir o que vai ser feito. Por isso sua relevância no processo. Maior penetração e abrangência – O planejamento normalmente é o que provoca as maiores mudanças na empresa. Ele influencia na necessidade de treinamentos, substituições, transferências, avaliações etc. O princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade – Na busca da maximização dos resultados e minimizaçãodas deficiências, o planejamento tem que ser eficiente, eficaz e efetivo. Definição dos objetivos - O QUE O CLIENTE QUER? - QUANTO E QUANDO? - COMO? ETAPAS DO PLANEJAMENTO: DIAGNÓSTICO, OBJETO DO PLANEJAMENTO, FORMULAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO. DIAGNÓSTICO É a análise crítica da situação (é fundamental conhecer o processo) descrita de acordo com os seguintes passos: a) Observação da situação existente; b) Identificação de problemas e dificuldades; c) Verificação do potencial inerente a uma dada situação. OBJETO DO PLANEJAMENTO a) Examinar; b) Quantificar: c) Qualificar; d) Identificar. FORMULAÇÃO “ Identifica a função que a organização tenciona executar dentro do sistema social ou econômico” (MEGGINSON; MOSLEY e PIETRI). Somente depois de estabelecida a missão básica é que os objetivos, estratégias, programas, políticas e planos específicos podem ser desenvolvidos. 6 Exemplo: Diagnóstico (baixa produtividade e alto índice de acidentes) “Missão” Aumentar a produtividade e reduzir acidentes. IMPLANTAÇÃO Para a formulação e implantação existem alguns sistemas que podem ser utilizados para se desenvolver o planejamento, como por exemplo o ciclo PDCA (PLAN - DO - CHECK - ACT / Plan-Do-Check-Adjust), que é um método iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. É também conhecido como o ciclo de Shewhart. (Planejar, agir, verificar e executar). Planejar – Metas e objetivos bem definidos; Agir – Desenvolver e consolidar o planejamento; Executar – Por em prática o planejamento. Verificar – Avaliação dos resultados (indicativos dos resultados obtidos) Objetivos: “Se você não sabe para onde está indo, então qualquer estrada levará você lá” (CARROLL). Dessa forma, as metas e objetivos refletem as condições necessárias à melhoria do desempenho da empresa. Dessa forma, a efetividade de um plano, ou seja, a real capacidade de se obter bons resultados com o planejamento, deve se considerada sob alguns aspéctos (MOSLEY e PIETRI, 1998). CONTROLE E AVALIAÇÃO: É a verificação dos dados e resultados obtidos após a implementação do planejamento, sendo fundamental para desenvolver ajustes no planejamento, como também para obeter informações sobre as conquistas obtidas. TIPOS DE PLANEJAMENTO Toda empresa ou organização conta com três níveis de planejamento. De maneira geral, o planejamento visa a Otimização de recursos, dentro dos conceitos de Eficácia; Eficiência; Efetividade. Assim como existem três níveis de decisões na “pirâmide organizacional de uma empresa”, ou seja, nível estratégico no topo, nível tático no meio e nível operacional na base, também existem três tipos de planejamento que estão intimamente interligados na sua realização e nos objetivos da organização. 7 Esses três níveis de planejamento empresarial se diferenciam em termos relativos estão fundamentados em quatro aspectos: - O nível de decisão; - O horizonte temporal; - A especificidade; - Amplitude de efeitos. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OU EMPRESARIAL - É importante por diversos fatores, entretanto, podemos destacar os que seriam chamados e conhecidos por "fatores essenciais": Senso de direção, a maximização da eficiência, a redução dos custos e dos impactos ambientais, a definição dos parâmetros de controle administrativo e a potencialização do autoconhecimento organizacional. Estratégia é uma palavra herdada dos gregos, que usavam para designar a arte dos generais. No século XX os conceitos de estratégia chegaram às organizações. O pioneiro neste tema foi Peter Drucker, lançando em 1955 o livro A prática da Administração, associando o conceito de estratégia às decisões que afetavam diretamente os objetivos da organização. A origem do planejamento estratégico surge ao fazer um diagnóstico do ambiente “cenário” e à partir deste definir objetivos, sempre controlando e avaliando a evolução destes nos níveis tático e operacional. a) Abrange toda a organização; 8 b) Define as estratégias de longo prazo da empresa; c) Contribui na definição da visão, missão e valores da organização; d) Concepção dos objetivos (metas); e) Análise dos fatores internos e externos da companhia; No geral, podemos considerar o planejamento estratégico como um processo gerencial que possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente, onde a palavra de ordem seria empreender. O planejamento estratégico é um processo permanente e contínuo, sendo sempre voltado para o futuro. Visa a racionalidade das tomadas de decisão e a alocação dos recursos organizacionais da forma mais eficiente possível, o que acaba gerando mudanças e inovações na companhia. Exemplos de planejamento estratégico: Sistema de Gestão Florestal; investir em pesquisa operacional, aquisição de áreas para reflorestamento e instalação de uma nova indústria. O planejamento Estratégico busca criar diretrizes que serão implementadas nos outros níveis. Outros exemplos: análise interna e externa da organização; Forças concorrenciais como elas atuam sobre a empresa; Análises das tendências do mercado; Posicionamento e direcionamento estratégico da empresa; PLANEJAMENTO TÁTICO: Define como estruturar o plano de ação para facilitar o cumprimento da missão “objetivos” e a implantação da estratégia. “Não é a missão que está a serviço da estrutura, mas a estrutura que se coloca a serviço da missão”. 9 ABRANGÊNCIA - DIVISÃO, DEPARTAMENTO, FILIAL FUNÇÃO TÍPICA - Desdobrar a estratégia em seus campos de atuação. - Promover alinhamento. PALAVRA CHAVE - ADMINISTRAR Existem várias formas para o planejamento tático estruturar o plano de ação de uma empresa. É preciso definir os melhores critérios para isso, que podem ser: por projeto; por unidade operacional; por tipo de atividade; por público envolvido; ou por associação de dois ou mais critérios. PLANEJAMENTO OPERACIONAL (microplanejamento): Formalização dos objetivos e procedimentos, ou seja, a implementação das ações previamente desenvolvidas e estabelecidas pelos níveis de gerência (nível tático). PALAVRA CHAVE: EXECUTAR O planejamento operacional tem como principal finalidade desdobrar os planos táticos de cada departamento em planos operacionais para cada tarefa. É de conhecimento mútuo que o planejamento operacional possui um curto alcance, estando diretamente ligado com a área técnica de execução de um determinado plano de ação. Envolve cada tarefa ou atividade de forma isolada, preocupando-se com o alcance de metas bastante específicas. 10 O planejamento operacional ajuda a colocar em prática os planos táticos de cada setor da empresa. Cria condições para a realização mais adequada dos trabalhos diários que são executados dentro da organização. Uma de suas principais características é a formalização, principalmente, por meio das metodologias estabelecidas e formalmente designadas em documentos corporativos. O planejamento operacional deve conter os recursos necessários para sua implantação, os procedimentos básicos a serem adotados, os resultados esperados, prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução. SEGURANÇA DO TRABALHO ERGONOMIA (leis e normas do trabalho) É o conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual existe interações entre seres humanos e máquinas. Principal objetivo Desenvolver e aplicar técnicas de adaptação do homem ao seu trabalho, buscando formas eficientes e seguras de o desempenhar visando a otimização do bem-estar e, consequentemente, aumento da produtividade (conforto, segurança e produtividade). A ERGONOMIA atulamente é observada em um contexto moderno de trabalho por estar diretamente relacionada com a economia. Dois temascruciais no âmbito da ergonomia Segurança no trabalho e prevenção dos acidentes - A ergonomia sugere a criação de locais adequados e de apoios ao trabalho; - Cria métodos laborais e sistemas valorização e estudo do trabalho. - Determina horários de trabalho, contemplando tudo através de uma perspectiva humanitária da empresa e das relações que se estabelecem nela. Ergonomia física: está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Tópicos relevantes - Estudo da postura no trabalho; - Manuseio de materiais; - Movimentos repetitivos; - Distúrbios relacionados ao trabalho; - Projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, 11 estresse e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. Ergonomia organizacional: parte do pressuposto que todo o trabalho ocorre no âmbito de organizações. A ergonomia organizacional pretende otimizar os sistemas existentes na empresa, incluindo a estrutura, as políticas e processos da organização. Ergonomia organizacional Algumas das áreas específicas são: - Trabalho em turnos; - Programação de trabalho; - Satisfação no trabalho; - Teoria motivacional; - Supervisão; - Trabalho em equipe - Ética e gestão da qualidade. Segurança do Trabalho: Conjunto de medidas adotadas, visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho das pessoas envolvidas. Atualmente as relações entre empresas e colaboradores deixaram de ser simplesmente relações de trabalho e passaram a ter um enfoque mais amplo, implicando uma gestão total. Isto não só envolve compromissos financeiros, mas qualidade de vida e de trabalho, promoção da qualidade global que abrange ações sistemáticas na preservação do homem, do ambiente, da comunidade e da empresa. Saúde, Segurança e Ergonomia: Empresas modernas É considerada estratégica na ação de crescimento e desenvolvimento. Está totalmente integrada aos processos e métodos de trabalho, na busca da competitividade, qualidade e melhoria das condições dos trabalhadores. Nova cultura de prevenção, por atuar, na modernização de métodos e processos. 12 As empresas florestais, nos últimos anos, programaram ações que permitiram melhorar o cenário estatístico no que se refere aos acidentes do trabalho e suas consequências danosas. Essas ações envolvem aspectos de legislação, fiscalização, implantação de preceitos e valorização do trabalho seguro. Ex: ISO 14001 Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional doença que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária de condições para o trabalho. DIVISÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO Acidente típico - Originado por causa violenta, ou seja, é o acidente comum, súbito e imprevisto. Exemplos: batidas, quedas, choques, cortes. Doença do trabalho - É a alteração orgânica que, de modo geral, se desenvolve em consequência da atividade exercida pelo trabalhador o qual esteja exposto a agentes ambientais tais como, ruído, calor, gases, vapores, micro-organismos. Acidente de trajeto - É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, em horários e trajetos compatíveis. Incidente - Quando ocorre um acidente sem danos pessoais, diz-se incidente. É tão ou mais importante que o acidente com danos, pois indica uma condição de futuro acidente devendo, ser analisado, investigado e sugeridas medidas para evitar sua repetição. CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES Para o indivíduo: Lesão, incapacidade, afastamento do trabalho, diminuição do salário, dificuldades no sustento da família e até morte. 13 Para a empresa: Tempo perdido pelo trabalhador, interrupção na produção, diminuição da produção pelo impacto emocional, danos às máquinas, materiais ou equipamentos, despesas com primeiros socorros, despesas com treinamento para substitutos, atraso na produção e aumento de preço no produto final. Para o estado: Acúmulo de encargos assumidos pela Previdência Social, aumento dos preços prejudicando o consumidor e a economia e aumento de impostos e taxas de seguro. Ex: O aumento dos acidentes com motocicletas no Brasil cresceram 54% em dois anos implicando em aumento de gastos da previdência. OBS: Segundo a FUNDACENTRO o custo com acidente no Brasil pode chegar a R$ 32 bilhões por ano. http://www.fundacentro.gov.br/. (uma medida de prevenção de acidentes poderia redirecionar grande parte desses recursos para a área de educação por exemplo. SEGURANÇA DO TRABALHO FLORESTAL Na área florestal, no que se refere a colheita e transporte florestal (corte, arraste, carregamento e transporte) existem diferentes tipos de máquinas, equipamentos e ferramentas. Esses equipamentos exigem treinamento e capacitação, além de conhecimento técnico sobre o funcionamento, operação e manuseio correto. O trabalho florestal é um trabalho pesado e perigoso. A área florestal é classificada com alto risco de acidentes, assim sendo, o operário florestal deve comportar-se de forma que não cause acidente a si mesmo, aos colegas e tão pouco a estranhos ao trabalho. Na relação de benefício-custo, a segurança do trabalhador é de vital importância, pois todo trabalho que envolve pessoas está sujeito a acidentes. Na prevenção de acidentes de trabalho na atividade florestal, é vital a existência de um Serviço de Segurança, ergonomia e medicina do trabalho atuante, fiscalizando, elaborando normas e procedimentos para o exercício das atividades sendo, dessa forma, capaz de proporcionar ao operário condições ideais de trabalho. O PLANEJAMENTO OPERACIONAL pode ser sensivelmente afetado com a ocorrência ou recorrência de acidentes de trabalho. Nesse sentido, os técnicos (engenheiros responsáveis pela gestão operacional) são responsáveis pela segurança e devem atuar inspecionando frequentemente as frentes de trabalho, fiscalizando o cumprimento das normas de segurança, coordenando e realizando campanhas de prevenção de acidentes. Assessoramento à SIPA (Comissão interna de prevenção de acidentes) Os Engenheiros Florestais devem ter participação ativa no treinamento e reciclagem dos operários, nas reuniões sobre segurança do trabalho e na análise de acidentes. 14 CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO: Deve ser vista como prioridade, constando na pauta de qualquer planejamento operacional da atividade de colheita e transporte florestal. O treinamento dos trabalhadores, nos assuntos relacionados à segurança do trabalho deve conter reciclagens periódicas, de modo a propor reduzir os níveis de acidentes. CONHECIMENTO TÉCNICO : A regulagem bem como os tipos de equipamentos e máquinas pode apresentar diferentes níveis de risco. Equipamentos que empregam mais tecnologia e estudos apresentam em sua confecção, dispositivos mais seguros de operação, como também fadigam menos os operários, reduzindo as possibilidades de ocorrência de acidentes. ESTATISTÍCAS DOS ACIDENTES Registrar os acidentes ocorridos de maneira detalhada é fundamental para posteriores investigações sobre os problemas de segurança, bem como para o aperfeiçoamento da segurança, uma vez que os registros fornecem elementos que indicamos caminhos a serem seguidos e medidas a serem tomadas para melhorar a segurança no trabalho. Ex: Aproximadamente 80% dos acidentes florestais têm a sua origem em falhas humanas, sendo 20% causados por falhas mecânicas, materiais ou de força maior (esses dados demonstram que essa informação é fundamental para planejar e definir estratégias para a redução de acidentes). Análise dos acidentes A avaliação e registro dos acidentes de trabalho é de grande importância para se identificar pontos falhos no desenvolvimento de processos, entre outros e visão aprimorar as condições de segurança. Na avaliação dos acidentes temos que diferenciar: - Causa dos acidentes; - O acidente propriamente dito; - Consequência do acidente; Causa dos acidentes Institucionais (Negligências técnicas) -Mau estado de conservação das máquinas e dos instrumentos; -Falta de proteção das máquinas e dos instrumentos; -Uso de métodos que não apresentam boa segurança, devido à insuficiente formação – instrução; -Desordem no local de trabalho; -Vestimenta inadequada e insuficiente, equipamento de proteção – roupa, capacete, luvas; - Ruído, vibrações; 15 Causas organizatórias: - Falta de organização da empresa; -Falta de distribuição das tarefas, responsabilidades; -Falta ou insuficiente orientação do trabalho; -Não observância das distâncias de segurança; -Falta de informações; Força maior (Acidentes que estão além da intervenção humana) - Temporal; - Tempestade; - Raio; - Desmoronamento; REGRAS FUNDAMENTAIS DE SEGURANÇA PARA OPERÁRIOS FLORESTAIS. • Trabalhe com raciocínio; • Trabalhe com moderação; • Trabalhe descontraído e solto; • Trabalhe com ritmo; • Faça pausas regulares; • Aumente o ritmo de trabalho gradativamente após as pausas; • Não esforce o corpo unilateralmente, observe as recomendações de ergonomia recomendadas para a execução de cada atividade. • Não acostume nunca ao perigo; • Use equipamento de proteção pessoal; • Adapte a vestimenta ao trabalho e ao clima; • Trabalhe com a ferramenta correta e a técnica adequada; • Nunca trabalhar sozinho em atividades de alto risco (povoamento). EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI`s),. A utilização correta dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI`s), é fundamental para um trabalho seguro. OPERAÇÃO COM MOTOSERRA • Capacete com proteção para o ouvido e o rosto; • Roupa justa; • Luvas e • Calçados firmes. • Capacete com proteção para o ouvido e o rosto. • Evita ferimentos na cabeça e no rosto. Protetores para os ouvidos (cápsula, algodão, etc.) diminuem os danos motivados pelo ruído (surdez). • Vestimenta • Deve ser bem ajustada ao corpo, mas ao mesmo tempo, confortável e de proteção contra o clima, ferimentos e sujeira. • Luvas • Diminui a vibração da moto-serra, protegem contra ferimentos e sujeira. • Calçados firmes: Sapatos com sola de perfil e reforço, protegem contra escorregões e permitem a posição firme durante o trabalho. 16 TRABALHO COM MOTO-SERRA A motosserra deve corresponder à mais moderna técnica de segurança. Para isto é necessário: 1.Pegador com atenuante de vibração; 2.Proteção no pegador dianteiro ou freio de corrente; 3.Trava do acelerador; 4.Proteção manual do pegador traseiro; 5-Proteção das correntes para o transporte. MEDIDAS GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO COM MOTO-SERRA. 1. Nunca trabalhar sozinho no povoamento; 2. Manter contato constante de comunicação e visão com os colegas; 3. Alternar regularmente o trabalho manual e com a moto-serra; 4. Manter a distância de segurança de no mínimo 2 comprimentos de árvore, quando trabalha-se em diversas equipes em um mesmo povoamento; 5. No caso de ventos fortes, neblina densa e escuridão, o trabalho de derrubada deve ser proibido. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS ACIDENTES COM MOTO-SERRA EM FUNÇÃO DAS PARTES DO CORPO - Cabeça 20% - Tronco 12% - Braços 25% - Pernas 30% - Pés 13% COLHEITA FLORESTAL: É um conjunto de operações planejadas e efetuadas em povoamentos florestais, que visa derrubar as árvores, preparar e extrair a madeira até o local de transporte, fundamentada no uso de técnicas e padrões estabelecidos sob aspectos econômicos, ambientais, legais, de segurança e ergonomia do trabalho, com a finalidade de fornecer matéria prima. EXPLORAÇÃO FLORESTAL: É um conjunto de meios (máquinas e homens) capazes de planejar e executar operações para a derrubada de árvores nativas, preparo e extração da madeira até o local de transporte, utilizando técnicas específicas e organizadas em seqüência, a fim de transformar parte das árvores em produtos que serão depois transportados para um ou mais destinos. GENERALIDADES A colheita e a exploração florestal dividem-se nas seguintes etapas: • Planejamento operacional • Derrubada • Desgalhamento • Traçamento • Descascamento 17 • Rachamento • Arraste ou baldeio • Carregamento OBS: Recentemente, com a presença de maior tecnologia no campo, sugiram as serrarias móveis, que permitem processar a madeira para o uso final no campo. Outras técnicas que começam a ser utilizadas no Brasil é a produção de “chips” de madeira e a utilização de rezíduos florestais para a produção de energia. Finalidades e objetivos do Corte e da Extração Florestal. Fornecer ao mercado ou a indústria matéria-prima dentro dos padrões exigidos, aplicando técnicas adequadas e planejadas que visam atender questões como a segurança e ergonomia do trabalho, aspectos legais e ambientais (certificação florestal), redução de custos, entre outros. A extração da madeira é, muitas vezes, a condição prévia para outras medidas da empresa, como por exemplo: plantios, construção de estradas florestais, modificação do povoamento, proteção florestal ou reestruturação de áreas florestais inteiras. As atividades de colheita e transporte, por serem consideradas as últimas etapas do processo de produção da madeira, devem ser realizadas dentro do princípio de Qualidade Total, de forma que seja possível atender, em todos os aspectos, às exigências crescentes do(s) mercado (s). A Qualidade Total busca obter um produto/serviço de grande qualidade ao menor custo possível, que ofereça ao cliente o que ele quer na hora e na quantidade certa. Aos funcionários é importante que se ofereçam boas condições de trabalho e segurança, para que eles se sintam satisfeitos e motivados. Ao consumidor deve ser oferecido um produto final seguro. O conhecimento e a experiência florestal são duas das mais importantes condições prévias para tornar o trabalho da extração, rendoso e sem acidentes. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E PREPARO DO TRABALHO são conceitos que atualmente não podem mais ser excluídos da atividade de profissional. O profissional deve: • reconhecer as atuais condições de trabalho; • estruturar o local de trabalho no corte e na extração da madeira; • empregar os instrumentos e as máquinas corretas; • escolher operários e instruí-los; • conferir a tarefa exata e torná-la realidade. A técnica de corte e extração florestal encontram-se numa combinação de atividade e prática, subdividida em: PLANEJAMENTO – EXECUÇÃO – BALANÇO CORTE: É a primeira etapa da colheita florestal e tem grande influência na realização das operações subsequentes. - Derrubada Desgalhamento Traçamento Empilhamento (descascamento, cavaqueamento, serraria móvel) 18 - Operação de grande importância por ser a etapa inicial do preparo da madeira. - As operações de corte devem ser planejadas com bastante antecedência em relação à sua execução. MÉTODOS DE COLHEITA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL: Consiste em meios utilizados para derrubar e processar e transportar a madeira até a indústria, envolvendo equipamentos manuais, semimecanizados e mecanizados. A tecnologia empregada na colheita depende principalmente da topografia, escala, sp, custosdos equipamentos, modais de transporte e mão de obra. MÉTODO MANUAL: Caracterizado pela utilização de equipamentos não motorizados Corte ou derrubada (machado, serra traçadeira, serra de arco, serra traçadeira americana, cunhas, marreta) Desgalhamento (machado, foice) Processamento (serra de arco, traçadeiras) Medição da madeira (trena, suta, gabaritos) Manipulação de madeira (sapie, alavanca, gancho volteador) Descascamento (facas descascadeiras) Arraste ou baldeio (manual, calhas, tração animal, zorra com tração animal) Empilhamento e carregamento (manual) Principais vantagens - Baixo custo de equipamentos; - Mão de obra pouco qualificada; - Atividades de pequena escala. Principais desvantagens - Elevado esforço físico; - Elevado custo de produção (m3 / homem / hora). Antes de descrever sobre os métodos semimecanizado e mecanizado cabe lembrar alguns tópicos de mecanização florestal. MECANIZAÇÃO FLORESTAL: Determinados processos de produção no setor florestal são considerados mecanizados quando realizados com máquinas- 19 motoras, com mecanismos que contêm movimentos de acionamento direto, ou quando utilizam equipamentos e ferramentas adaptados a uma máquina. A mecanização das atividades de colheita e transporte florestal está presente em praticamente todas as empresas do setor florestal brasileiro. O que diferencia uma empresa da outra é o nível de mecanização, onde algumas adotam sistemas totalmente mecanizados e outras utilizam-nos em apenas parte do processo. Atualmente admite-se que o maior benefício da mecanização na atividade de colheita florestal está vinculado à redução de custos operacionais. Atualmente existe uma diminuição da mão-de-obra disponível, principalmente na implantação florestal, além dos altos encargos sociais. A mecanização das operações florestais é fundamental na busca por acréscimo de produtividade, controle mais efetivo de custos além das facilidades administrativas. MÉTODO SEMIMECANIZADO: É caracterizado pela utilização de motosserras em alguma etapa do processo, normalmente para derrubar, desgalhar e traçar a madeira. Nesse método é possível a utilização de equipamentos manuais como o machado para realizar o desgalhamento, ou ainda a utilização de máquinas de alta tecnologia em alguma etapa do processo. O surgimento e a evolução da motosserra praticamente eliminou o método manual, no entanto, ainda são usados em grande escala meios semimecanizados, principalmente a motosserra. Corte ou derrubada (motosserra, cunhas, alavanca, marreta, harvester) Desgalhamento (motosserra, machado, foice, harvester, grade desgalhadora, slingshot, delimber, cabeçote processador) Processamento (motosserra, cabeçote processador, slingshot, slasher, feller, delimber) Manipulação de madeira (sapie, alavanca, gancho volteador, máquinas) Medição da madeira (suta, trena, gabarito, máquinas) Descascamento (máquinas descascadeiras, harvester, cabeçote processador) Arraste ou baldeio (tração animal, mini-skidder, skidder, clambunk-skidder, shovel logger, forwarder, guincho, cabo aéreo) Empilhamento (forwarder, gruas e florestais) Carregamento (trator agrícola adaptado “Muque”, Log Loaders “Carregador florestal” , timber-hauler) CORTE OU DERRUBADA EM MÉTODOS SEMIMECANIZADOS: O direcionamento da derrubada de árvores é um dos principais itens do planejamento do corte florestal. • As faixas derrubadas são planejadas de acordo com as rotas de extração. • Não inclui somente o planejamento da direção de queda, mais também o planejamento da seqüência da derrubada. Os fatores a serem considerados são: Topografia do terreno, vias de extração, distâncias, métodos de trabalho e direção do vento. 20 OBS: Em desbastes a produtividade é reduzida. Módulos de trabalho de derrubada do método semi mecanizado com o emprego de motosseras. 1 + 0 (um operador de motosserra sem ajudante) 1 + 1 (um operador de motosserra com um ajudante) 1 + 2 (um operador de motosserra com dois ajudantes) 2 + 0 (revezamento de dois motosserristas) OBS: Geralmete na derrubada em florestas nativas as equipes são maiores. CUSTOS Produtividade de corte semimecanizado com motosserra em plantios de eucalipto de primeira rotação, em declividade média de 26,22º a 58,2%. Dados: Equipe 1 + 1 Motosserra Stihl MS 360, peso de 5,7 kg e sabre 32,5 cm Estudo do tempo: Deslocamento, derrubada e traçamento. Traçamento: 2,60 metros. Espaçamento Vol. Individual m3 / árvore. Produtividade m3 / hora Custos de produção R$ / m3 3,00 x 2,50 0,326 4,69 5,16 3,00 x 3,33 0,361 5,19 4,66 3,00 x 4,00 0,370 5,73 4,22 OBS: A produtividade da motosserra pode variar de 30 a 60 m3 / por equipe de trabalho em turno de 6 horas efetivas. Essa variação ocorre principalmente em função do volume individual das árvores, do espaçamento, declividade do terreno e espécie. - Análise de custos: (custos fixos e custos variáveis). Os custos fixos correspondem aos fatores físicos de produção, e são determinados pela somatória dos custos de depreciação, juros, seguros e impostos, abrigo e taxas de administração. Os custos variáveis correspondem a todos os fatores variáveis de produção. Esses custos variam em função dos custos de combustíveis, lubrificantes de corrente, manutenção, reparos, transporte, pessoal e maquinário. Ex: A uma taxa real de juros de 12 % aa. e eficiência operacional de 90,2%, salários do operador de motosserra e ajudante (R$1.400,00) e encargos sociais (0,77) ou seja 77% sobre o salário. Custos fixos 0,99 R$·h-1 Custos variáveis 23,22 R$·h-1 Custo operacional 24,20 R$·h-1 21 OBS; Geralmente os custos com mão-de-obra em operação com motosserras são os mais onerosos representando 70% a 80% no valor final (custo operacional). Vantagens do método semimecanizado - Baixo custo de aquisição. - Atuação em qualquer tipo de terreno. - Todas as operações de corte podem ser realizadas com uma só máquina. - Poucas exigências de instrução para formar operadores. - Grande mobilidade para atender diferentes escalas de produção. Desvantagens do método semimecanizado - Periculosidade e ruído. - Esforço físico. - Baixo rendimento individual em comparação com métodos mecanizados. - Custos de produção mais elevados (sistemas mecanizados) MÉTODO MECANIZADO: É caracterizado pela utilização máquinas de alta tecnologia desenvolvidas especificamente para o setor florestal. Utiliza também máquinas agrícolas adaptadas para a atividade florestal. Corte ou derrubada ( Harvester, feller, feller-buncher, slingshot) Desgalhamento e processamento (harvester, cabeçote processador, feller, garra traçadora, slingshot, slasher, delimber e grade desgalhadora). Arraste (Mini-skidder, skidder, clambunk-skidder, shovel logger, guincho) Baldeio (forwarder, trator agrícola adaptado) Descascamento (Harvester, cabeçote processador e escascador) Carregamento ( Trator agrícola adaptado “Muque”, Log Loaders “Carregador florestal”, Timber-hauler) VANTAGENS DA COLHEITA MECANIZADA: - Redução de custos; - Elevados níveis de produtividade por módulo de operação; - Eficiente escala de entrega e padronização do produto; - Humanização do serviço, segurança e redução de acidentes de trabalho; - Redução da mão de obra; - Operação contínua em três turnos de trabalho, durante 24 horas; - Uniformização da rebrota com antecipação da reforma da área; - Alta capacidade de colheita mensal por módulo de operação; - Melhores níveis de eficiência operacional (não apresenta gargalos de produção). PRINCIPAIS DESVANTAGENS DA COLHEITA MECANIZADA: - SILVICULTURAIS – Espécie, diâmetro e rigidez dos galhos, volume da copa, densidade da madeira, volume por hectare, diâmetro, altura, retidão do fuste, alinhamento do plantio. - AMBIENTE FÍSICO: Declividade do terreno, capacidade de suporte do solo, regime pluviométrico, distância de extraçãoe relevo. - Dificuldades para migrar de um sistema de colheita para outro; 22 - Altos custos de aquisição das máquinas; - Usos de várias máquinas; - Dificuldades para contratar e treinar operadores; - Está vinculado à escala de produção; - Readequação e maiores investimentos em malha viária. DERRUBADA OU CORTE COM MOTOSSERRAS Objetivo e Finalidade Devido a uma técnica de derrubada familiarizada, é possível derrubara a árvore numa direção desejada. Uma boa técnica de derrubada, ajuda a evitar acidentes e possibilita executar este serviço com esforço relativamente baixo. Danos na tora derrubada, assim como no povoamento remanescente, podem ser evitados largamente por uma técnica de derrubada apropriada. Equipamentos e Ferramentas para a Derrubada Equipamentos de Segurança Pessoal - Capacete, proteção para ouvidos e proteção para os olhos; - Luvas de proteção com forro protetor contra cortes; - Protetor para joelhos, contra cortes; - Sapatos de segurança com sola grossa em alto relevo, cano e ponta revestida com metal. Ferramentas e Aparelhos para Exploração de Madeira Pesada Cinto de Ferramentas: com trena, gancho manual em bolso, chave especial para corrente, chave T, lima para moto-serra e cunha. 23 Cunhas: A – de alumínio B – de madeira com anel C – de plástico Número de Operário por Equipe O número de operários por equipe depende dos seguintes pontos: - tipo de madeira (dureza); - dimensão do trabalho (tamanho da área de trabalho); - idade e espessura da madeira; - uso de máquinas (MS, trator); - segurança no trabalho. Direção Geral da Queda Estruturação da área: tendo em vista que na área de derrubada em partes, ocorre, simultaneamente, processos de trabalho, empilhamento e de transporte, a mesma é estruturada em campos de derrubada e linhas de arraste. O transporte deve concentrar-se nas linhas de arraste. Para que a madeira seja empilhada rapidamente é conveniente derrubá-la de tal maneira, que a direção da queda corresponda à do arraste. Dentro do campo de derrubada, entre as linhas de arraste, os troncos não devem ficar sobrepostos e sim, um ao lado do outro. A madeira cortada deve ser empilhada ao lado da linha de arraste. Direção Especial da Queda Muitas vezes é necessário desviara da direção normal da queda. Árvores em pé, proteção da regeneração natural, árvores bifurcadas, declive do terreno, rochas, vales e outros impedimentos, podem influenciar a direção da derrubada. Muitas vezes, apenas a falta de atenção, a negligencia e o mau hábito, são os motivos para que a direção da derrubada pré-estabelecida, não seja observada. Com uma técnica bem treinada, o operário determina exatamente para onde cairá a árvore. Meios de Arraste 24 Para o arraste mecanizado, a distancia deve ser a menor possível. Quando as árvores do povoamento são reduzidas em peças pequenas, então devem ser colocadas diretamente na linha de arraste. No caso de madeira comprida e fina e no arraste com tratores florestais, as árvores são derrubadas no sentido contrário da linha do arraste. Na tração animal de toras compridas e pesadas, é mais adequado derrubar-se as árvores coma copa para a frente e no sentido inclinando à linha ao arraste. Método do Trabalho: o método do trabalho determina a direção da queda, em combinação com os fatores citados. IMPORTÂNCIA DA ORDEM DA DERRUBADA 1. Facilitar o preparo e o arraste, não ter necessidade de transpor os troncos e galhos e diminuição do arraste manual; 2. Proteção contra acidentes; 3. Acessibilidade à área e à madeira. As linhas de arraste ficam livres e viáveis, logo após o término de derrubada; 4. Aproveitamento de grandes capacidades dos meios de arraste; 5. Proteção das árvores em pé. Técnicas de Derrubada (Corte) Termos Técnicos 25 Regras Básicas Direção de Queda e Colocação das Ferramentas Com respeito à organização do corte, devemos saber a direção da queda e a colocação das ferramentas. As ferramentas colocam-se do lado contrário da direção da queda, exceto no terreno em declive, onde ficam no lado esquerdo ou direito. APRECIAÇÃO DA ÁRVORE Para escolher a direção de queda exata, precisamos apreciar as árvores. Neste caso, precisamos observar os seguintes itens: 1. Diâmetro da árvore (idade, espécie, espessura, doente ou não); 2. Base da árvore (grossura, forma da sapopema, estrutura das fibras, madeira mole ou dura, fibras curtas ou longas); 3. Copa da árvore (distribuição do peso da coroa); 4. Formação do tronco (bifurcação, curvo, torto, galhos unilaterais); 5. Altura da árvore; 6. Galhos secos. Direção de Queda Correta Na determinação da direção de queda exata, é importante achar um lugar onde a árvore possa cair, sem destruir nada (outra árvore, linha de alta tensão, etc.). para isto é necessário observar alguns fatores: - Evitar danos a regeneração natural e as árvores que ficam; - Evitar danos a árvore que será derrubada; - Facilitar o arraste; 26 - Diminuição do gasto de energia através do uso de técnicas correas. Limpeza do Local de Trabalho e da Base do Tronco O local de trabalho deve ser limpo de galhos, pedras e outras coisas que possam estorvar. Pequenos arbustos de regeneração natural, que têm importância para o futuro povoamento, podem ser evitados, afastando-os por escoras ou amarras. Terra, areia, musgo e pedra são retirados da base do tronco com o machado. Deve-se, nesta fase, determinar os caminhos de fuga. Corte da Sapopema Para que a tora possa ser derrubada, arrastada, empilhada e transportada, devemos cortar as sapopemas: Podemos diferenciar: 1. Corte da sapopema com a árvore em pé - É feito quando o corte vertical for maior que o comprimento do sabre. Quando o diâmetro do pé da árvore for maior que o dobro do comprimento do sabre. 2. Corte da sapopema com a árvore derrubada. Altura do Toco A altura do toco deve ser mantida o mais rente possível ao solo, para evitar que o arraste seja dificultado. Nas árvores de brotação natural, é bom fazer o corte horizontal pouco mais alto, pois nos tocos podem estar pedras e terra, que prejudicam o fio da corrente. Entalhe Direcional 27 O objetivo do entalhe direcional é dar a direção da queda às árvores. Não pode ser feito nas sapopemas. Quando estas existirem, deve ser mais profundo, para ficar no cilindro da árvore e assim, dar maior segurança. Profundidade do Entalhe Direcional Em geral, a profundidade é de 1/5 do diâmetro da árvore. Nas árvores com diâmetro superior a 40 centímetros, usamos a profundidade de ¼ do diâmetro. A altura deve ter uma relação igual a profundidade – 1:1, ou seja, 45º o ângulo. 1. Técnica para Corte de Entalhe Direcional Primeiro faz-se um corte horizontal e depois o corte detalhado, visando a mira com o sabre. Verificar se o entalhe está certo, caso contrário, deve-se corrigi-lo. MANEIRAS PARA A VERIFICAÇÃO DO ENTALHE DIRECIONAL - Pelo cabo da moto-serra. Pode ser visualizada a direção, mantendo-se o sabre junto ao telhado do entalhe. - Agachado no tronco, colocando as mãos nos pontos laterais do entalhe e pela copa, obtém-se a direção. O controle do entalhe direcional deve ser feito com muito cuidado e depois de observada a área de queda, fazer com que as pessoas sejam alertadas. Corte de Alburno Para evitar o rachamento lateral dos troncos, faz-se um corte de alburno em ambos os lados do entalhe direcional. Especialmente nas árvores com fibras longas. Ex.: CONÍFERAS. Antes de começar com o corte, devemos esclarecer que ninguém fique na área de queda. Corte de Abate O corte de abate deve ser feito mais alto que o entalhe direcional, para que se obtenha a faixa de fratura e deixando o filete de ruptura. A dimensão do filete e da faixa é de 1/10do diâmetro. Nas árvores inclinadas lateralmente, o filete de ruptura tem largura maior no lado de tesão. A função da faixa de fratura é evitar o rachamento longitudinal. A faixa de fratura não pode ser menos que 2 cm e nem maior que 10 cm. A função do filete de ruptura é manter e direcionar a árvore na direção de queda. Para derrubar a árvore, devemos bater as cunhas até a árvore atingir inclinação tal, que a queda se dê pela força da gravidade. MADEIRA!!! 28 Antes de bater as cunhas, devemos ver se não existem pessoas na área de queda e dar o alerta. MADEIRA... OBS.: A árvore não deve ser derrubada com a moto-serra, e sim com as cunhas. Área de Segurança e Área de Queda A ÁREA DE QUEDA é: - Embaixo da árvore (queda de galhos e rachamento do tronco). - Ângulo de 45º nos dois lados da direção de queda (dobro da altura da árvore). ÁREA DE SEGURANÇA: O restante de círculo num ângulo de 270º. Diferentes Etapas de Corte de Abate Caso Normal: árvores retas 29 INCLINAÇÃO PARA A DIREITA 1 Entalhe direcional 2 Não fazer corte de alburno 3 Golpe no lado da pressão 4 Filete de ruptura ao lado da tração mais largo 5 Corte de abate do lado da pressão para o lado da tração INCLINAÇÃO PARA A ESQUERDA 30 1 Entalhe direcional 2 Não fazer corte de alburno 3 Golpe no lado da pressão 4 Filete de ruptura ao lado da tração mais largo 5 Corte de abate do lado da pressão para o lado da tração INCLINAÇÃO PARA A DIREITA INCLINAÇÃO PARA A ESQUERDA 31 INCLINAÇÃO PARA DIREÇÃO DA QUEDA 32 1 Entalhe direcional 2 Corte de alburno 3 Golpe e corte de abate esquerda 4 Golpe e corte de abate direita 5 Corte da faixa de fora para dentro numa inclinação de 20° INCLINAÇÃO PARA DIREÇÃO DA QUEDA A Sabre mais longo que o diâmetro da árvore B Sabre menor que o diâmetro da árvore INCLINAÇÃO CONTRÁRIA A DIREÇÃO DE QUEDA 33 A Sabre mais longo que o diâmetro da árvore B Sabre menor que o diâmetro da árvore ÁRVORES COM DIÂMETRO GROSSO Caso quando o diâmetro da árvore é maior que o dobro do comprimento do sabre. 1 Entalhe direcional 2 Corte de alburno 3 Golpe de cerne 4 Golpe 34 5 Corte de abate 6 Colocação da cunha 7 Corte de abate ÁRVORES COM DIÂMETRO FINO Árvores com diâmetro de até 20 cm, podemos usar duas técnicas: Corte inclinado (ângulo de 20º). Iniciar o corte no lado de tração (tensão) ou no lado da pressão. Corte sobre-postos.Os cortes podem ser feitos até1/2 do diâmetro ou 1/3 do diâmetro, deixando uma faixa de fratura de no máximo 2 cm. DERRUBADA DE MADEIRA UTILIZANDO A ALAVANCA 35 MÁQUINAS UTILIZADAS NA COLHEITA FLORESTAL O desempenho de máquinas florestais é fundamental para que as indústrias do setor possam otimizar as operações de colheita. Várias são as máquinas envolvidas no processo de colheita florestal. DERRUBADA - FELLER BUNCHER O feller buncher é uma máquina (trator derrubador-acumulador) usado na colheita florestal. Função de abater e direcionar a queda das árvores. 36 Sua estrutura consiste de um veículo motorizado de pneus ou esteiras com um implemento frontal que faz o corte, acumulando árvores em feixes que são depositados sobre o solo para posterior operação de arraste, geralmente realizada pelo skidder. Feller - Máquina que realiza a operação de corte, mas não apresenta a capacidade de acumular árvores. Os implementos utilizados para o corte podem ser: tesoura, sabre e disco. FELLER BUNCHER (PNEUS) - Sem restrições de solo; - Agilidade - Declividade FELLER BUNCHER (ESTEIRAS) - < compactação; - Áreas planas; - Mais resistente. OBS: Geralmente o feller buncher é montado sobre rodado de esteiras, devido à severidade das condições de trabalho. - Velocidade de deslocamento entre 2,0 km.h -1 e 4,5 km.h -1 - Capacidade para colher entre três e sete árvores (dependendo do seu diâmetro e massa). O cabeçote do feller buncher é constituído de uma peça rígida, é onde se encontra o mecanismo de corte da máquina, acionado por sistema hidráulico, compõe-se de um disco dentado, uma tesoura de dupla ação, ou um sabre e os braços acumuladores. FELLER BUNCHER DE TESOURA Implanor bell - Máquina de alta tecnologia pioneira no Brasil (klabin e Aracruz 1990). - Projetada para DERRUBADA em desbastes e rebaixamento de tocos em áreas de reforma. - Apresenta um sistema de guilhotinas laterais (tesouras de cisalhamento). DADOS TÉCNICOS - Corta até 45 cm de diâmetro. 37 - Produtividade: 400 árv. / hora (corte raso) +- 200 m3 / hora 250 árv. / hora (desbastes) +- 125 m3 / hora -Motor 4 cilindros e 73 cavalos ( consumo de combustível < 10 L / hora ) - Sistema de transmissão hidrostática – Sem caixa de marcha - Sem embreagem - Sem diferencial - Facilidade operacional, maior agilidade, baixo custo de manutenção Operando em turnos diários de oito horas em colheita de povoamento de Pinus taeda L., com DAP variando entre 0,24 m e 0,40 m, altura entre 20 m e 30 m e distâncias de transporte entre 5 m e 40 m. As principais características técnicas da máquina são as seguintes: - Potência bruta de 57 KW a 2.200 rpm, - Reservatório de óleo hidráulico com capacidade para 160 L, - Massa total 54 KN. - Capacidade para derrubar diariamente em corte raso em condições de terreno plano e seco: - 470 árvores com DAP de 0,24 m; - 450 árvores com DAP de 0,32 m; - 400 árvores com DAP de 0,44 m. OBS: Para solo úmido, ocorre redução de produtividade de 5%. FELLER BUNCHER A média geral de abate para máquinas de colheita, variando de 0,55 a 1,10 minutos por árvore. O tamanho da árvore tem pouco efeito no tempo total de posicionamento e corte da árvore. O tempo de corte pode representar de 2 a 15% do total de tempo despendido na colheita, por árvore. FELLER DE ESTEIRAS – Cabeçote com sabre e corrente. Ex: FELLER CAT 320 DFM CABEÇOTE SATCO 420; Máquina base CAT 320 DFM 38 Feller SATCO 420 Floresta – 0,7 m3 / árvore (pinus) corte raso; Consumo de combustível 15,5 litros por hora; 350 árvores por hora ou (245 m3 / hora) FELLER sabre e corrente: Processamento de madeira FELLER CAT 320 DFM CABEÇOTE SATCO 630 Grapple Saw Máquina base CAT 320 DFM Feller SATCO 630 Grapple Saw (mais robusto) Floresta – Eucalyptus Consumo de combustível 13,5 litros por hora; FELLER BUNCHER COM CABEÇOTE DE DISCO Formado basicamente por um motor hidráulico que faz girar o disco de metal. Os discos de corte apresentam 50 mm espessura Dentes de corte ou carbide mais comuns no Brasil: Reular Carbide Tip: um dente de ponta reta, utilizado para condições difíceis. Super Carbide Tip: 60% mais duro que o Regular Carbide Tip, o que implica em maior durabilidade, bem como ângulo de corte mais agressivo, resultando em maior produção e menor consumo de combustível. Concave Steel Heat Treated Tip: o perfil côncavo do dente é para operações mais fáceis. É um material de baixo custo e seu impacto é praticamente inexistente. Beaver Steel Heat Treated Tip: apresenta pontas retas, o que o torna mais durável que o côncavo e mantém um melhor corte por mais tempo. - 300 a 400 árvores por hora; - Limite de operação 50 cm de diâmetro. 39 FELLER BUNCHER DE DISCO E PNEUS c Um exemplo de feller buncher de pneus utilizado no Brasil: John Deere 643K Motor de 141 KW (KW ou quilowatt é a unidade de potência do SI) O motor é correspondente a 189 hp (horse power). Um CV (cavalo-vapor) representa o equivalente a 75 kg·m·s-1 . Ou seja, é o trabalho gasto para erguer uma massa de 75 kg a uma altura de 1 metro em 1 segundo (James Watt , Escócia 1736) 1 kW = 1,341022 cavalo vapor britânico (hp) 1 hp = 1,0138 cv 1 cv = 0,9863 hp • Cabine bem protegida e confortável; • Altas velocidades no solo e de recuperação de rotação da serra; • Encanamento hidráulico e elétrico, durável e confiável; • Sistema de resfriamento e economia de combustível; Outros exemplos FELLER BUNCHER DE DISCO E PNEUS: MODELOS: Tigercat 718E, Tigercat 720E, Tigercat 724E e Tigercat 726E FELLER BUNCHER DE DISCO E PNEUS em operação na Companhia Suzano- BahiaSul de Papel e Celulose Marca - Prentice Blount modelo Hydro-AX611E Fabricação nos EUA. Máquina constituída de dois eixos, chassi não articulado. Massa total 135 KN, motor de seis cilindros, turbo, com potência de 130 KW à rotação máxima de 2500 rpm. Reservatório do sistema hidráulico com capacidade para 227 L, com pressão máxima de 36,88 MPa e vazão máxima de 245 L.min -1 . A cabina com estrutura de proteção contra capotamento, queda de árvores e de animais peçonhentos, de ruídos e de gases de escapamento, ergonômica (EPCC). Comandos eletrônicos e quatro faróis dianteiros para operações noturnas. O cabeçote frontal derrubador-acumulador, de acionamento hidráulico-elétrico, constituído por uma serra de disco rotativo, com vinte e quatro dentes “carbides” revestidos com carbureto de tungstênio (vídea), funcionando a uma rotação máxima de 1300.min -1 e com abertura máxima de 0,56 m. O conjunto de braços de acionamento hidráulico efetua as funções de derrubada, acumulação e direcionamento de queda, com capacidade máxima de reunir carga com 0,37 m2 de área de seção transversal. Eucalyptus saligna primeiro ciclo e quarta rotação com seis anos de idade. 1.713 árvores por hectare, DAP médio de 11 cm e altura média de 15,96 m 40 Incremento médio anual (IMA) de 38,18 st.ha -1.ano -1 . 3 a 6 árvores por ciclo operacional; 4,4 árvores por minuto; Inclinação de operação 15o . (Derrubada seguida do rebaixamento de tocos). FELLER BUNCHER DE DISCO E ESTEIRAS ÁREAS COM DECLIVIDADE entre 35 A 40 % < compactação; Áreas planas; Maior volume individual; Um exemplo de máquina amplamente utilizada no Brasil é a escavadeira hidráulica CAT 522 com cabeçote feller buncher. Produtividade média - 350 a 400 árv/hora 2800 árv/dia; -140 ton/hora; - declividade < 36 % Variáveis da ordem de derrubada Sub-bosque; Equipamentos pneus ou esteiras; Diâmetro e volume das árvores; Equipamentos de arraste. Número de linhas cortadas depende: - Espaçamento; - Alcance da grua; - Volume individual. 41 Obs: A altura média de tocos fica em torno de 5 cm acima da serrapilheira; Em áreas com sub-bosque essa altura pode ser bem maior. OBS: Dependendo do porte das árvores ou das condições do solo pode ser utilizado um shovel logger no módulo de colheita. ARRASTE DE MADEIRA COM O SKIDDER Os Skidders são tratores florestais articulados que realizam o arraste das árvores da área de corte até a margem da estrada ou pátio intermediário, podendo o material rodante ser de pneus, semi-esteiras ou esteiras. Surgimento no início da década de 60; Veículo robusto e econômico; Equipamento de fácil operação e manutenção; Operação dependente das características: do solo, topografia, vol/ha, malha viária. 42 Viabilidade de arraste (skidder de pneus) - Média de 200 metros; - Arraste até 300 metros de distância; - Nativas 350 a 400 metros (valor da tora). - Mais agilidade; O número de rodas ex: 6 rodas < compactação do solo; Viabilidade de arraste (skidder de esteiras) - Média de 80 metros; - Arraste até 180 metros de distância; CAP ACIDADE DE CARGA - O equipamento deve ser compatível com a carga a ser arrastada; - Coeficiente de tração e atrito onde a carga se apóia no solo; - Teor de umidade e textura dosolo; - Declividade entre 30% no sentido favorável e 10% no sentido adverso; - Performance do operador pode influenciar em até 40% do rendimento; - A calibragem dos pneus devem estar com pressão compatível com as condições de solo e da carga; Os principais problemas relacionados à operação de arraste de madeira, com o Skidder são a compactação do solo, passagem da máquina sobre as pilhas de árvores e arraste de material para a margem do talhão. A perda de rendimento se deve principalmente em função das condições do solo, do povoamento, topografia, do operador e do clima. PNEUS T418 FS Skidder - Pneu para atividades florestais pesadas; - É especialmente projetado para operações de arraste de toras; - Maior resistência a cortes (maior vida útil ao pneu); - Parede lateral reforçada (maior estabilidade e protege contra impactos laterais) - Lonas de aço protegem a carcaça contra tocos e furos. 43 OBS: A pressão (símbolo: p) é a força exercida por unidade de área. Formalmente, p = F / A. A Bar = é uma unidade de pressão equivalente a 1,013x105 Pascal. Psi = Libra força por polegada quadrada Pressão sobre o terreno 0,27 a 0,42 kgf/cm2 0,42 a 0,70 kgf/cm2 para esteiras rígidas. Obs: Superfície mais acidentada a pressão de skidders de pneus é mais uniformemente distribuída. TIPOS DE SKIDDER Choker Skidders ou Skidders de cabo tem a atuação em declividades que chegam a ser superiores a 60% ou 31° Grapple Skidder -Trator Florestal Arrastador com Garra; Garra hidráulica (grua) que serve para realizar o carregamento. Pode produzir até 300% a mais do que o Choker skidder Skidders operação até 24° ou 45% de declividade Mini-skidder - Trator agrícola adaptado com Garra ou Pinça hidráulica. Clambunk skidder -Trator Florestal Arrastador com Garra Suporte; -Apresenta as características mecânicas e operacionais semelhantes as do Grapple Skidder, porém, o seu sistema de garra hidráulica possui uma abertura superior que tem como finalidade única prender o feixe de toras de árvores para que possa realizar o arraste das mesmas. OBS: A produtividade do skidder é em média 300% > que o arraste com trator agrícola e guincho; Sempre executa o arraste pela base das toras 60 a 70% da carga é transferida para a máquina (maior aderência e menor atrito) 44 OBS: A lâmina frontal do skidder pode ser utilizada para empilhamento, remoção de resíduos e limpeza de estradas ( ramais) Shovel logger (Máquinas alternativas) - Arraste em áreas de solo muito úmido; - Solos sensíveis à compactação; - Áreas de difícil acesso para os skidders - Solo muito pedregoso, inclinado; - Maior segurança e produtividade do que os guinchos tradicionais. CONJUNTO DE MÁQUINAS FELLER BUNCHER e SKIDDER Vantagens Concentração dos resíduos; Redução da gravidade de incêndios; Utilização da biomassa como fonte de energia. Melhores condições para plantio. < altura de tocos ( 5 a 10 cm) Produtividade; Concentração de várias operações em um único ponto. Maior controle de operação e rendimento operacional. Bom desempenho em florestas de grande porte; Custos dos equipamentos; Manutenção. Desvantagens Concentração dos resíduos; Redução da fertilidade; Maior compactação do solo; Produtividade; Limite de operação a 20º ou 36%. Sortimento de madeira Dificuldade em classificar diâmetros; Dificuldade de classificar bitolas; Florestas com baixo volume individual; Elevado custo em desbastes; 45 PROCESSAMENTO Cabeçote processador: Nome dado ao equipamento composto por uma máquina base de pneus ou esteiras, onde um cabeçote harvester é acoplado para o trabalho em modo estacionário. No Brasil, o cabeçote normalmente é acoplado a uma escavadeira .O dimencionamento do cabeçote processador é em função da floresta, podendo processar (desgalhar, traçar e fazer sortimento de árvores com até 4 toneladas, processando em média 100 árvores por hora). A operação de processamento consiste no seguinte método: O Skidder arrasta as árvores inteiras e faz as pilhas de até 1,50 metro de altura e estas ficam depositadas perpendicularmente à beira da estrada. A seguir, a escavadeira vem se deslocando paralelamente a estrada, de tal forma que a mesma possa realizar o desgalhamento, traçamento e o sortimento da madeira. O cabeçote processador é utilizado na beira da estrada quando existe a necessidade de classificação de sortimento de madeira baseado no comprimento e diâmetro da tora. 46 É amplamente utilizado pelas empresas florestais do Sul do país que trabalham com florestas plantadas de pinus. Utilização do cabeçote processador em módulos de colheita Dimensionar as máquinas é fundamental para evitar gargalos na produção; Geralmente são utilizados conjuntos de máquinas de um mesmo fabricante; Os módulos podem apresentar grandes diferenças de produção principalmente em função de: Espécie; - Volume individual; - Topografia; - Estradas; - Sortimento. Exemplos de Módulos de colheita (sistema de árvores inteiras) ( Módulo 1) 1 FELLER BUNCHER modelo CAT 522 produção 350 a 400 árv/hora; 1 SKIDDER CAT modelo 545, com tração 4 x 4 , potência nominal de 225 hp, rodados de pneus e grua, com produção de 300 a 400 árv/hora; 3 Cabeçotes processadores 100 árv/hora; Além dos cabeçotes processadores acoplandos em escavadeiras hidráulicas existem ainda máquinas projetadas exclusivamente para essa atividade, como por exemplo Tigercat Harvester H855C ( Módulo 2) 1 FELLER BUNCHER (300 – 400 árv/hora) 1 SHOVEL LOGGER (agrupar e arrastar) 1 SKIDDER (300 – 400 árv/hora) 1 GRADE DESGALHADORA ou 1 DELIMBER PROCESSAMENTO ( podendo ser utilizada uma das seguintes alternativas): - MÁQUINA BASE COM GRUA (carregador florestal) + SLACHER - GARRA TRAÇADORA (Máquina base com um garra, sabre e corrente) 47 DESGALHAMENTO MECANIZADO Consiste no ato de cortar, serrar ou quebrar os galhos das árvores derrubadas, a fim de facilitar o posterior manuseio da madeira. Esta atividade quase sempre vem associada ao traçamento, sendo poucos os sistemas de colheitas que desvinculam estas duas tarefas. A atividade está condicionada ao sistema de colheita utilizado, podendo ser de toras curtas, toras longas, árvores inteiras ou de árvores completas. A principal variável de influência no desgalhamento é a qualidade do fuste exigida pela indústria consumidora, sendo o desgalhamento com grade mais utilizados pelas empresas de papel e celulose. GRADE DESGALHADORA - É uma armação de metal vazada de 2 metros de altura e comprimento que varia entre 5 a 7 metros, de acordo com a necessidade de cada empresa; - Norm - almente a grade apresenta um vão de 40 x 40 cm; Funcionamento: - O skidder se desloca com a carga, manobra e empurra as árvores em direção à grade (marcha ré), os galhos são quebrados no contato com a grade. VANTAGEM - Rendimento operacional; DESVANTAGEM -A utilização em solos muito úmidos ou com baixa sustentação pode causar distúrbios, principalmente nas áreas que estão à frente da grade onde o Skidder passa várias vezes arrastando os feixes de árvores (movimento contínuo sobre a mesma área de solo). -A qualidade do desgalhamento é limitada, onde muitas vezes um motosserrista trabalha retirando galhos que não foram devidamente quebrados. OBS: Nesse sistema o skidder usa a lâmina frontal também para limpar a área da grade após alguns ciclos. 48 PROCESSAMENTO COM O SLASCHER O slasher é uma máquina que apresenta um conjunto de corte montado em uma estrutura metálica que processa “traça” feixes de madeira abastecidos por um carregador florestal. O conjunto de corte é acionado por uma bomba hidráulica acoplada ao motor do carregador. CARREGADOR FLORESTAL São equipamentos que servem para extração de madeira (movimentação,carregamento e descarregamento) 49 Podem ser instalados em tratores, caminhões (atrás da cabine ou atrás do chassi) e de forma estacionária em pátios, Para madeira reflorestada com 2,4 m de comprimento estes equipamentos podem atingir uma produção de 100 a 140 st/h. OBS:Quando os carregadores florestais são compostos por máquinas agrícolas adaptadas necessitam de constante monitoramento do nível do sistema de óleo hidráulico. PROCESSAMENTO COM PROCESSADOR FLORESTAL Quando as árvores apresentam poucos galhos, geralmente restritos à copa e também quando não existe a necessidade do comprimento rigoroso das toras e do sortimento por diâmetro um processador florestal pode ser utilizado. A figura a seguir ilustra um processador JOHN DEERE MSU 903J que realiza o traçamento das pilhas de árvores agrupadas pelo Feller buncher (trabalha se deslocando dentro da área). Realiza ainda a quebra dos galhos, no entanto a qualidade do desgalhamento com esse equipamento é bastante limitada. 50 De maneira geral, a produtividade do processamento de madeira é variável em função de: - O tempo gasto pelo processador varia diretamente com o aumento do diâmetro. - A produtividade do processador é diretamente proporcional ao aumento do diâmetro, quando expressa em volume, e inversamente proporcional, quando expressa em número de árvores. - O custo, por metro cúbico de madeira processada com processador, é sensível ao diâmetro das árvores, variando numa relação inversa ao aumento do diâmetro. Povoamentos com diâmetros médios pequenos, tendem a apresentar um alto custo de processamento, enquanto que povoamentos com diâmetro médio maiores apresentam um custo de processamento menor. - O tempo de preparação para iniciar o processamento das árvores, ao contrário do tempo de processamento, possui uma baixa correlação com o diâmetro, e depende mais da posição em que ficam as árvores após serem derrubadas. SLINGSHOT É uma Máquina que reúne as características de Feller-buncher e do Harvester e realiza o corte de cada árvore, acumulando-as em seu cabeçote até formar um feixe. Como por exemplo de um slingshot o TIMBERJACK modelo 608, com cabeçote RISLEY, modelo S1821. 51 As árvores são processadas simultaneamente, isto é, desgalhadas, traçadas e destopadas juntas. Normalmente é utilizado em povoamentos de baixa produtividade ou naqueles em que a brotação é conduzida para o segundo e o terceiro cortes (talhadia). DESGALHAMENTO COM DELIMBER Máquina autopropelida utilizada para remoção dos galhos das árvores, por meio de facas de desgalhamento. Sua estrutura é composta por uma máquina base montada sobre esteiras ou pneus, um telescópio móvel com facas de desgalhamento fixado a um tubo por onde a madeira passa. Este mesmo tubo serve como sustentação durante a atividade de desgalhamento. Na extremidade frontal do telescópio existe uma serra utilizada para o corte das partes não aproveitáveis da árvore, como as ponteiras. OBS: Máquina amplamente utilizada na América do Norte onde são processadas árvores inteiras (Até 18 metros). No Brasil, a máquina não é utilizada pois as empresas de brasileiras tem como premissa a utilização de fustes de até 7 metros de comprimento. O delimber pode também ser montado sobre o chassis de um caminhão. PROCESSAMENTO COM GARRA TRAÇADORA Opção de equipamento para o processamento da madeira depois que as pilhas de madeira estão na beira do talhão. 52 O equipamento permite o corte da madeira em pedaços menores de acordo com o futuro uso da matéria-prima. Realiza o traçamento e o carregamento das toras processadas. Amplamente utilizadas no Brasil porque são adaptáveis a escavadeiras hidráulicas, máquinas de menor custo quando comparadas às florestais como Harvesters. Este equipamento é fabricado por empresas nacionais como a J de Souza, Roder, Rotobec, Dinamac e Penzsaur. HARVESTER É um trator derrubador, desgalhador, traçador e empilhador. -É composto por uma máquina-base de pneus ou esteira, uma grua e um cabeçote processador (One Grip Harvester) . -O harvester pode ainda descascar. São máquinas que possuem alta tecnologia e executam as atividades de abate, definição de sortimentos, seccionamento, desgalhamento e empilhamento. Podem ser máquinas desenvolvidas especificamente para a atividade florestal, que normalmente apresentam pneus com tração 6x6, 6x4. Permitem trabalho dia e noite e ao final do ciclo informam o volume processado, total e por sortimento. 53 MÁQUINAS AGRÍCOLAS DAPTADAS O harvester pode também conter um cabeçote que tem somente como função o corte (Seven Grip Harvester), uma vez que os implementos para o desgalhamento e traçamento encontram-se sobre o eixo traseiro da máquina base. Os HARVESTERS são os equipamentos mais comuns no Brasil, amplamente utilizados em sistemas de toras curtas pelas empresas de base florestal. Grande parte das empresas do país utilizam harvesters compostos por uma máquina base (Escavadeira hidráulica de esteiras), como por exemplo, a escavadeira Caterpillar CAT 320 com 20.330 kg, tanque de combustível com capacidade para 410 litros e reservatório de fluído hidráulico 120 litros e velocidade máxima de rodagem 5,7 km/hora. Outro exemplo é a escavadeira Komatsu PC200: Peso de 21.000 kg, potência líquida de 148 HP, equipamento de trabalho com lança de 5,7 m. OBS: Os fabricantes e revendedores do Brasil utilizam um sistema de monitoramento e gerenciamento via satélite, sendo um atrativo para as empresas consumidoras. Outro aspecto relevante é que os cabeçotes utilizados nessas máquinas são projetados de acordo com o projeto da máquina, apresentando boa eficiência operacional. Atualmente existe uma grande oferta de cabeçotes processadores no mercado, que buscam atender as diferentes demandas das empresas consumidoras. CABEÇOTES São componentes especialmente desenvolvidos para o trabalho florestal, mas que exigem manutenção rigorosa e treinamento do operador para atingir sua plena capacidade operacional e assim viabilizar o alto investimento. O cabeçote Komatsu 370E com função de descascamento é projetado principalmente para uso em escavadeiras de esteiras, sendo bastante difundido no mercado brasileiro. 54 O 370E apresenta uma série de opções que permitem personalizar o cabeçote para necessidades particulares. Principais características: - Construção robusta e estável que possibilita manusear bem a parte mais grossa da árvore; - Possui 6 facas desgalhadoras; - Bom dimensionamento das partes móveis; - Mangueiras e a unidade de corte são bem protegidas; Eficiente função de descascamento; 55 DADOS TÉCNICOS DO CABEÇOTE 370E OBS: A baixa temperatura do óleo hidráulico aumenta a vida útil dos componentes do cabeçote. Existem vários fabricantes de cabeçotes harvester no mercado, como outros exemplos utilizados no Brasil: Cabeçote Ponsse Modelo: EH25 56 Condições ideais de operação para o harvester • Volume por hectare de no mínimo em torno de 200 m3 • Volume individual de 0,20 m3 • Árvores retas e sem bifurcação • Diâmetro dos galhos menor que 5 cm • Seccionamento em toras de 4m • Topografia do terreno menor que 30º Existe grande influência das declividades e dos espaçamentos de plantio sobre as capacidades produtivas do harvester em povoamentos de pinus e eucalyptus no Brasil. As análises técnicas e econômicas da operação das máquinas florestas desenvolvidas no Brasil estão fundamentadas no estudo de tempos e movimentos, nas produtividades e custos de produção do harvester. Normalmente a atividade de traçamento consome 46% do ciclo operacional e o rendimento do harvester tende a ser menor com o incremento da declividade.
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