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Células e tecidos do sistema imune 
-Células: 
Fagócitos: Os fagócitos, incluindo neutrófilos e 
macrófagos, são as células cuja função primária é 
ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos 
tecidos danificados. As respostas funcionais dos 
fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em 
passos sequenciais: recrutamento das células para 
locais de infecção, reconhecimento e ativação pelos 
microrganismos, ingestão dos microrganismos por 
processo de fagocitose e destruição dos 
microrganismos ingeridos. Além disso, pelo contato 
direto e pela secreção de citocinas, os fagócitos se 
comunicam com outras células de modo a promover 
ou regular as respostas imunes. 
Neutrófilos: Os neutrófilos, também chamados de 
leucócitos polimorfonucleares, constituem a 
população mais abundante de células brancas 
sanguíneas circulantes e medeiam as fases iniciais das 
reações inflamatórias. Os neutrófilos circulam como 
células esféricas de aproximadamente 12 a 15 μm de 
diâmetro com numerosas projeções membranosas. O 
núcleo de um neutrófilo é segmentado em três a 
cinco lóbulos conectados, por isso o sinônimo de 
leucócito polimorfonuclear (Fig. 2-1, A). O citoplasma 
contém grânulos de dois tipos. A maioria, chamada de 
grânulos específicos, é preenchida com enzimas tais 
como lisozima, colagenase e elastase. Estes grânulos 
não coram fortemente nem com corantes básicos 
nem com corantes acídicos (hematoxilina e eosina, 
respectivamente), que distinguem os grânulos dos 
neutrófilos daqueles de dois outros tipos de 
granulócitos circulantes, chamados de basófilos e 
eosinófilos. O restante dos grânulos dos neutrófilos, 
denominados grânulos aurofílicos, consiste em 
lisossomas que contêm enzimas e outras substâncias 
microbicidas, incluindo defensinas e catelicidinas. Os 
neutrófilos são produzidos na medula óssea e 
surgem de precursores que também dão origem a 
fagócitos mononucleares. Os neutrófilos podem 
migrar rapidamente para locais de infecção após a 
entrada de microrganismos. Após a entrada nos 
tecidos, os neutrófilos funcionam por somente 1 a 2 
dias e, então, morrem. 
 
 
Fagócitos mononucleares: O sistema fagócito 
mononuclear inclui as células circulantes 
denominadas monócitos e células residentes teciduais 
denominadas macrófagos. Os macrófagos, que são 
amplamente distribuídos nos órgãos e tecido 
conectivo, têm papel central na imunidade inata e 
adaptativa. Muitos tecidos são povoados com 
macrófagos residentes com vida longa e derivados do 
saco vitelino ou precursores hepáticos fetais durante 
o desenvolvimento fetal que assumem fenótipos 
especializados dependendo do órgão (Fig. 2-2). 
Exemplos são as células de Kupffer que recobrem os 
sinusoides no fígado, macrófagos sinusoides no baço, 
macrófagos alveolares nos pulmões e células da 
micróglia no cérebro. Nos adultos, as células da 
linhagem de macrófago surgem a partir de células 
precursoras na medula óssea, direcionadas por uma 
proteína denominada fator estimulador de colônia de 
monócito (ou macrófago) (M-CSF). Esses precursores 
evoluem para monócitos, que entram e circulam no 
sangue (Fig. 2-2) e, então, migram para os tecidos, 
especialmente durante as reações inflamatórias, onde 
eles então amadurecem em macrófagos. 
 
 
Os monócitos têm entre 10 a 15 μm em diâmetro e 
apresentam um núcleo em formato de feijão com 
citoplasma finamente granular contendo lisossomas, 
vacúolos fagocíticos e filamentos de citoesqueleto 
(Fig. 2-3). Os monócitos são heterogêneos e consistem 
em diferentes subgrupos distinguíveis pelos 
marcadores de superfície celular e funções. Em ambos 
humanos e camundongos, os monócitos mais 
numerosos, algumas vezes denominados monócitos 
clássicos, produzem abundantes mediadores 
inflamatórios e são rapidamente recrutados para 
locais de infecção e tecido danificado. Em humanos, 
esses monócitos são identificáveis pela alta expressão 
na superfície celular de CD14 e não têm a expressão 
de CD16 (CD14++CD16); em camundongos, o 
subgrupo equivalente é identificável como Ly6alto. Os 
monócitos não clássicos, que constituem a minoria 
dos monócitos sanguíneos, são CD14+CD16++ em 
humanos e Ly6cbaixo em camundongos. Estas células 
contribuem para o reparo tecidual após a lesão e são 
conhecidas por rolar ao longo das superfícies 
endoteliais (descrito como patrulhamento). Um 
subgrupo humano intermediário também foi descrito 
(CD14++CD16+). 
 
Estes macrófagos teciduais realizam várias funções 
importantes na imunidade inata e adaptativa. 
• A principal função dos macrófagos na defesa do 
hospedeiro é ingerir e matar microrganismos. Os 
mecanismos de morte, incluem a geração enzimática 
de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que são 
tóxicas aos microrganismos e digestão proteolítica. 
• Em adição aos microrganismos ingeridos, os 
macrófagos também ingerem células mortas do 
hospedeiro, incluindo células que morrem nos tecidos 
por causa de trauma ou suprimento sanguíneo 
interrompido e neutrófilos que se acumulam nos 
locais de infecção. Esta é a parte do processo de 
limpeza após a infecção ou lesão tecidual. Os 
macrófagos também reconhecem e engolfam células 
apoptóticas antes que as células mortas possam 
liberar seus conteúdos e induzir respostas 
inflamatórias. Em todo o corpo e durante toda a vida 
de um indivíduo, as células indesejadas morrem por 
apoptose como parte de muitos processos 
fisiológicos, tais como desenvolvimento, crescimento 
e renovação dos tecidos saudáveis, e as células 
mortas são eliminadas pelos macrófagos. 
• Macrófagos ativados secretam várias citocinas 
diferentes que agem nas células endoteliais que 
recobrem os vasos sanguíneos para aumentar o 
recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos 
do sangue para os locais de infecções, amplificando, 
assim, a resposta protetora contra os microrganismos. 
• Macrófagos servem como APCs que apresentam 
antígenos e ativam os linfócitos T. Esta função é 
importante na fase efetora das respostas imunes 
mediadas por células T. 
• Macrófagos promovem o reparo de tecidos 
danificados pela estimulação do crescimento de novos 
vasos sanguíneos (angiogênese) e síntese de matriz 
extracelular rica em colágeno (fibrose). Estas funções 
são mediadas por citocinas secretadas pelos 
macrófagos que agem em várias células teciduais. 
Os macrófagos são ativados para realizar suas funções 
por meio do reconhecimento de muitos tipos 
diferentes de moléculas microbianas, bem como 
moléculas do hospedeiro produzidas em resposta a 
infecções e lesão. Estas várias moléculas ativadoras se 
ligam a receptores de sinalização específicos 
localizados na superfície ou dentro do macrófago. 
Exemplos destes receptores são os receptores do tipo 
Toll, que são de importância central na imunidade 
inata. Os macrófagos também são ativados quando 
receptores em suas membranas plasmáticas ligam a 
opsoninas na superfície dos microrganismos. As 
opsoninas são substâncias que recobrem partículas 
para a fagocitose. Exemplos de receptores para 
opsoninas são os receptores do complemento e os 
receptores para anticorpo Fc. Na imunidade 
adaptativa, os macrófagos são ativados pelas citocinas 
secretadas e por proteínas de membrana nos 
linfócitos T. 
Os macrófagos podem adquirir capacidades funcionais 
distintas, dependendo dos tipos de estímulos 
ativadores aos quais são expostos. O exemplo mais 
claro disto é a resposta dos macrófagos a diferentes 
citocinas produzidas pelos subgrupos de células T. 
Algumas destas citocinas ativam macrófagos para 
estes se tornarem eficientes em matar 
microrganismos, o que é chamado de ativação 
clássica. Outras citocinas ativam os macrófagos para 
promover o remodelamento e reparo tecidual, o que 
se denomina ativação alternativa. Essas diferentes 
vias de ativação e as citocinas envolvidas também 
podem assumir diferentes formas morfológicasapós a 
ativação por estímulos externos, tais como 
microrganismos. Alguns desenvolvem um citoplasma 
abundante e são chamados de células epitelioides 
porque são semelhantes às células epiteliais da pele. 
Os macrófagos ativados podem se fundir para formar 
células gigantes multinucleadas. 
Os macrófagos respondem tipicamente aos 
microrganismos mais próximos tão rapidamente 
quando os neutrófilos o fazem, mas os macrófagos 
sobrevivem por muito mais tempo nos locais de 
inflamação. Diferentemente dos neutrófilos, os 
macrófagos não são terminalmente diferenciados e 
podem sofrer divisão celular nos de inflamação. Dessa 
maneira, os macrófagos são as células efetoras 
dominantes dos estágios finais na resposta imune 
inata, vários dias após uma infecção se iniciar. 
Mastócitos, basófilos e eosinófilos: Mastócitos, 
basófilos e eosinófilos são três células adicionais que 
têm papel nas respostas imunes inata e adaptativa. 
Todos os três tipos de células apresentam em comum 
a característica de grânulos citoplasmáticos contendo 
vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos. 
Outra característica em comum destas células é seu 
envolvimento nas respostas imunes que protegem 
contra helmintos e reações que causam doenças 
alérgicas. 
Mastócitos: Os mastócitos são células derivadas da 
medula e presentes na pele e mucosa epitelial, 
contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios 
de histamina e outros mediadores. O fator de citocina 
de célula-tronco (também denominado ligante c-Kit) é 
essencial para o desenvolvimento do mastócito. 
Normalmente, os mastócitos maduros não são 
encontrados na circulação, mas estão presentes nos 
tecidos, em geral adjacentes a pequenos vasos 
sanguíneos e nervos (Fig. 2-1, B). Seus citoplasmas 
contêm numerosos grânulos ligados à membrana, que 
estão cheios de proteoglicanos acídicos que se ligam a 
corantes básicos. Os mastócitos expressam receptores 
de alta afinidade na membrana plasmática para um 
tipo de anticorpo denominado IgE e, geralmente, são 
recobertos com esses anticorpos. Quando os 
anticorpos na superfície dos mastócitos se ligam ao 
antígeno, eventos de sinalização são induzidos e 
levam à liberação dos conteúdos dos grânulos 
citoplasmáticos para dentro do espaço extravascular. 
A liberação do conteúdo do grânulo, incluindo 
histamina, promove mudanças nos vasos sanguíneos 
que causam inflamação. Os mastócitos funcionam 
como sentinelas nos tecidos, onde eles reconhecem 
produtos microbianos e respondem produzindo 
citocinas e outros mediadores que induzem 
inflamação. Estas células fornecem defesa contra 
helmintos e outros microrganismos, mas também são 
responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas. 
Basófilos: Basófilos são granulócitos sanguíneos com 
muitas similaridades estruturais e funcionais com os 
mastócitos. Assim como os granulócitos, os basófilos 
são derivados de progenitores da medula óssea (uma 
linhagem diferente da dos 
mastócitos), amadurecem na medula óssea e circulam 
no sangue. Os basófilos constituem menos de 1% dos 
leucócitos sanguíneos (Tabela 2-1). Embora 
normalmente não estejam presentes nos tecidos, os 
basófilos podem ser recrutados para alguns locais 
inflamatórios. Os basófilos contêm grânulos que se 
ligam a corantes básicos (Fig. 2-1, C) e são capazes de 
sintetizar muitos dos mesmos mediadores dos 
mastócitos. Assim como os mastócitos, os basófilos 
expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser 
ativados por antígeno ligado à IgE. Como o número de 
basófilos é pequeno nos tecidos, sua importância na 
defesa do hospedeiro e nas reações alérgicas é 
incerta. 
Eosinófilos: Os eosinófilos são granulócitos sanguíneos 
que expressam grânulos citoplasmáticos contendo 
enzimas que são danosas às paredes celulares de 
parasitas, mas também podem danificar os tecidos do 
hospedeiro. Os grânulos dos eosinófilos contêm 
proteínas básicas que ligam corantes acídicos tais 
como eosina (Fig. 2-1, D). Assim como os neutrófilos e 
basófilos, os eosinófilos são derivados da medula 
óssea. As citocinas GM-CSF, IL-3 e IL-5 promovem a 
maturação do eosinófilo a partir de precursores 
mieloides. Alguns eosinófilos normalmente estão 
presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas 
coberturas mucosas dos tratos respiratório, 
gastrintestinal e geniturinário, e seus números podem 
aumentar com o recrutamento a partir do sangue em 
uma situação de inflamação. 
Células apresentadoras de antígenos: As células 
apresentadoras de antígenos (APCs) capturam 
microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos 
aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a 
proliferação e diferenciação dos linfócitos. Por 
convenção, APC normalmente se refere à célula que 
apresenta antígenos aos linfócitos T. O principal tipo 
de APC que está envolvido na iniciação das respostas 
da célula T é a célula dendrítica. Os macrófagos e 
células B apresentam os antígenos aos linfócitos T nas 
respostas imunes mediadas por células e humorais, 
respectivamente. Um tipo celular especializado, 
chamado de célula dendrítica folicular, apresenta 
antígenos aos linfócitos B durante fases particulares 
das respostas imunes humorais. Muitas APCs, tais 
como células dendríticas e macrófagos, também 
reconhecem e respondem aos microrganismos 
durante as reações imunes inatas e, assim, ligam as 
reações imunes inatas às respostas do sistema imune 
adaptativo. 
Células Dendríticas: As células dendríticas são as APCs 
mais importantes para a ativação das células T 
imaturas e têm papel principal nas respostas inatas às 
infecções e na ligação das respostas imunes inata e 
adaptativa. Elas têm longas projeções membranosas e 
capacidades fagocítica e são amplamente distribuídas 
nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima 
de órgãos. A maioria das células dendríticas é parte de 
linhagem mieloide de células hematopoiéticas e se 
origina de um precursor que também pode se 
diferenciar em monócitos, mas não em granulócitos 
(Fig. 2-4). A maturação das células dendríticas é 
dependente de uma citocina denominada ligante Flt3, 
que se liga ao receptor tirosinoquinase Flt3 nas células 
precursoras. Similarmente aos macrófagos, as células 
dendríticas expressam receptores que reconhecem 
moléculas tipicamente produzidas pelos 
microrganismos e não células de mamíferos, e elas 
respondem aos microrganismos com a secreção de 
citocinas. 
A maioria das células dendríticas na pele, mucosa e 
parênquima de órgãos, que são chamadas de células 
dendríticas clássicas (ou convencionais), responde aos 
microrganismos migrando para os linfonodos, onde 
elas apresentam antígenos proteicos microbianos aos 
linfócitos T. Uma subpopulação de células dendríticas, 
denominadas células dendríticas plasmocitoides, 
consiste em respondedores celulares precoces à 
infecção viral. Elas reconhecem ácidos nucleicos de 
vírus intracelular e produzem proteínas solúveis 
chamadas de interferons tipo I, que têm potentes 
atividades antivirais. As populações de células 
dendríticas também podem ser derivadas de 
precursores embrionários e, durante a inflamação, 
dos monócitos. 
Outras células apresentadoras de antígeno: Em 
adição às células dendríticas, macrófagos e linfócitos B 
são importantes células apresentadoras de antígenos 
para as células T auxiliares CD4+. Macrófagos 
apresentam antígenos para os linfócitos T auxiliares 
nos locais de infecção, o que leva à ativação da célula 
T auxiliar e produção de moléculas que ativarão os 
macrófagos. Este processo é importante para a 
erradicação de microrganismos que são ingeridos 
pelos fagócitos, mas resistem à morte; nestes casos, 
as células T auxiliares aumentam grandemente as 
atividades microbianas dos macrófagos. As células B 
apresentam antígenos às células T auxiliares, o que é 
um passo importante na cooperação das células T 
auxiliares com as células B para as respostasde 
anticorpos aos antígenos proteicos. 
Os linfócitos T citotóxicos (CTLs) são células T CD8+ 
efetoras que podem reconhecer antígenos de 
qualquer tipo de célula nucleada e se tornar ativados 
para matar a célula. Dessa maneira, todas as células 
nucleadas são potencialmente APCs para CTLs. 
Células dendríticas foliculares: As células dendríticas 
foliculares (FDCs) são células com projeções 
membranosas encontradas entremeadas em coleções 
de células B ativadas nos folículos linfoides de 
linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos. As FDCs 
não são derivadas de precursores na medula óssea e 
não estão relacionadas com as células dendríticas que 
apresentam antígenos aos linfócitos T. As FDCs ligam 
e apresentam antígenos proteicos em suas superfícies 
para o reconhecimento pelos linfócitos B. Isso é 
importante para a seleção dos linfócitos B que 
expressam anticorpos que ligam antígenos com alta 
afinidade . As FDCs também contribuem para a 
organização estrutural dos folículos. 
 
Linfócitos: Os linfócitos, as únicas células da 
imunidade adaptativa, são as células exclusivas no 
corpo que expressam receptores de antígenos 
clonalmente expressos, cada um específico para um 
determinante antigênico diferente.Cada clone de 
linfócitos T e B expressa receptores de antígenos com 
uma única especificidade, que é diferente das 
especificidades dos receptores em outros clones. 
Assim, os receptores de antígenos nestes linfócitos 
são clonalmente distribuídos. Como abordaremos 
aqui e em capítulos posteriores, existem milhões de 
clones de linfócitos no corpo, permitindo que o 
organismo reconheça e responda aos milhões de 
antígenos estranhos. 
Subgrupo de linfócitos: Os linfócitos consistem em 
subgrupos distintos que são diferentes em suas 
funções e produtos proteicos. Morfologicamente, 
todos os linfócitos são similares e suas aparências não 
refletem sua heterogeneidade ou suas diversas 
funções. Os linfócitos B, as células que produzem os 
anticorpos, foram assim chamados porque, em 
pássaros, elas foram encontradas maduras em um 
órgão denominado bursa de Fabricius. Em mamíferos, 
não existe nenhum equivalente anatômico da bursa e 
os estágios iniciais da maturação da célula B ocorrem 
na medula óssea. Assim, os linfócitos B agora se 
referem aos linfócitos derivados da medula óssea. Os 
linfócitos T, os mediadores da imunidade celular, 
surgem na medula óssea e migram para e 
amadurecem no timo; os linfócitos T se referem aos 
linfócitos derivados do timo. 
 
 
Os subgrupos de linfócitos B e T existem com 
características fenotípicas e funcionais diferentes. Os 
principais subgrupos de células B são as células B 
foliculares, as células B da zona marginal e as células 
B-1, cada qual encontrada em localizações anatômicas 
distintas dentro dos tecidos linfoides. As células B 
foliculares expressam grupos de anticorpos altamente 
diversos e clonalmente distribuídos que servem como 
receptores de superfície para antígenos e como 
moléculas efetoras secretadas e importantes na 
imunidade humoral adaptativa. Em contrapartida, as 
células B-1 e B da zona marginal produzem anticorpos 
com diversidade muito limitada. 
Os dois subgrupos principais de célula T são os 
linfócitos T auxiliares CD4+ e os CTLs CD8+, que 
expressam receptores para antígenos denominados 
receptores αβ de célula T (TCRs) e agem como 
mediadores da imunidade celular. As células T 
regulatórias CD4+ constituem um terceiro subgrupo 
de células T que expressam receptores αβ; sua função 
é inibir as respostas imunes. Além disso, as células 
NKT e as células T γδ são dois subgrupos 
numericamente menores de células T que expressam 
TCRs com diversidade limitada, análogos aos 
anticorpos produzidos pelas células B-1. 
A expressão de várias proteínas na membrana é 
usada para distinguir populações distintas de 
linfócitos (Tabela 2-2). Por exemplo, a maioria das 
células T auxiliares expressa uma proteína de 
superfície denominada CD4 e a maior parte das CTLs 
expressa uma proteína de superfície diferente e 
chamada de CD8. Estas e muitas outras proteínas de 
superfície frequentemente são chamadas de 
marcadores, porque elas identificam e discriminam 
entre (marcam) diferentes populações celulares. Estes 
marcadores não somente delineiam as diferentes 
classes de linfócitos, mas também têm muitas funções 
nos tipos celulares nos quais eles são expressos. A 
forma mais comum para determinar se um marcador 
fenotípico de superfície se expressa em uma célula é 
testar se os anticorpos específicos para o marcador se 
ligam na célula. Neste contexto, os anticorpos são 
usados pelos investigadores ou médicos como 
ferramentas analíticas. Existem disponíveis centenas 
de diferentes preparações de anticorpos puros, 
chamados de anticorpos monoclonais, cada qual 
específico para uma molécula diferente e marcado 
com indicadores que podem ser facilmente 
detectados nas superfícies celulares com o uso de 
instrumentos apropriados. 
Desenvolvimento dos linfócitos: 
-Após o nascimento, os linfócitos, assim como as 
células sanguíneas, surgem a partir das células-tronco 
na medula óssea 
-Todos os linfócitos passam por complexos estágios de 
maturação, durante os quais eles expressam 
receptores de antígenos e adquirem as características 
funcionais e fenotípicas de células maduras. 
-Os locais anatômicos onde ocorrem os principais 
passos no desenvolvimento do linfócito são chamados 
de órgãos linfoides geradores. Estes incluem a medula 
óssea, onde precursores de todos os linfócitos surgem 
e as células B amadurecem, e o timo, onde as células T 
amadurecem. 
-Estas células B e T maduras são chamadas de 
linfócitos imaturos. Os linfócitos imaturos são 
funcionalmente quiescentes, mas, após ativação pelo 
antígeno, eles proliferam e sofrem dramáticas 
alterações na atividade fenotípica e funcional. 
 
Populações de linfócitos diferenciados pela história 
de exposição ao antígeno 
Os linfócitos imaturos que emergem da medula óssea 
ou do timo migram para os órgãos linfoides 
periféricos, onde são ativados pelos antígenos para 
proliferar e se diferenciar em células efetoras e de 
memória, algumas das quais então migram para os 
tecidos (Fig. 2-6 e Tabela 2-3). A ativação dos 
linfócitos segue uma série de etapas sequenciais que 
se iniciam com a síntese de novas proteínas, tais como 
receptores de citocinas e citocinas, que são 
necessárias para muitas das alterações subsequentes. 
As células imaturas passam então a proliferar, 
resultando em tamanho aumentado dos clones 
específicos para o antígeno, um processo chamado de 
expansão clonal. Em algumas infecções, os números 
de células T infectadas pelo microrganismo pode 
aumentar mais de 50 mil vezes, e o número de células 
B específicas pode aumentar até 5 mil vezes. Esta 
rápida expansão clonal dos linfócitos específicos para 
microrganismos é necessária para manter o ritmo com 
a habilidade dos microrganismos de rapidamente 
replicarem. Em paralelo com a expansão clonal, os 
linfócitos estimulados por antígeno se diferenciam em 
células efetoras cujas funções são eliminar o antígeno. 
Outra progênie dos linfócitos B e T estimulados por 
antígeno se diferencia em células de memória de vida 
longa, cuja função é mediar respostas rápidas e 
aumentadas (i.e., secundárias) a subsequentes 
exposições aos antígenos. Misturas de linfócitos 
imaturos, efetores e de memória sempre estão 
presentes em vários locais por todo o corpo, e estas 
populações podem ser diferenciadas por meio de 
vários critérios funcionais e fenotípicos (Tabela 2-3). 
 
 
 
 Linfócitos Imaturos 
 Os linfócitos imaturos são células T ou B maduras 
situadas nos órgãos linfoides periféricos e circulação e 
que nunca encontraram antígeno estranho. (O termo 
imaturo se refere à ideia de que estas células são 
imunologicamente inexperientesporque elas nunca 
encontraram um antígeno.) Os linfócitos imaturos 
morrem tipicamente após 1 a 3 meses se não 
reconhecerem antígenos. Os linfócitos imaturos e de 
memória são ambos chamados de linfócitos em 
repouso porque eles não estão ativamente em 
divisão, nem realizam funções efetoras. Linfócitos B e 
T imaturos (e de memória) não são facilmente 
diferenciados morfologicamente, e ambos são 
frequentemente denominados como linfócitos 
pequenos quando observados em esfregaço 
sanguíneo. Um linfócito pequeno tem 8 a 10 μm de 
diâmetro e possui um núcleo grande com 
heterocromatina densa e um fino anel de citoplasma 
que contém pouca mitocôndria, ribossomos e 
lisossomas, mas nenhuma organela especializada 
visível (Fig. 2-7). Antes da estimulação antigênica, os 
linfócitos imaturos estão em estado de repouso, ou 
em um estágio G0 do ciclo células. Em resposta à 
estimulação, eles entram no estágio G1 do ciclo 
celular antes de se dividirem. Os linfócitos ativados 
são maiores (10 a 12 μm de diâmetro), contêm mais 
citoplasma e organelas e quantidade aumentada de 
RNA citoplasmático, e são chamados de linfócitos 
grandes ou linfoblastos (Fig. 2-7). 
A sobrevivência dos linfócitos imaturos depende de 
sinais gerados pelos 
receptores de antígenos e pelas citocinas. É postulado 
que o receptor de antígeno das células B imaturas 
gera sinais de sobrevivência mesmo na ausência de 
antígeno. Os linfócitos T imaturos reconhecem 
rapidamente vários dos próprios antígenos, o que é 
suficiente para gerar sinais de sobrevivência, mas sem 
disparar os sinais mais fortes que são necessários para 
iniciar a expansão clonal e diferenciação em células 
efetoras. A necessidade de expressão de receptor 
para antígeno para a manutenção do grupo de 
linfócitos imaturos nos órgãos linfoides periféricos foi 
demonstrada em estudos com camundongos nos 
quais os genes que codificam os receptores de 
antígenos das células B ou células T foram deletados 
após a maturação dos linfócitos. Nestes estudos, os 
linfócitos imaturos que perderam seus receptores de 
antígeno morreram dentro de 2 a 3 semanas. 
As citocinas também são essenciais para a 
sobrevivência de linfócitos imaturos, e as células B e T 
expressam receptores para estas citocinas. As mais 
importantes destas citocinas são a interleucina-7 (IL-
7), que promove a sobrevivência e, talvez, baixo nível 
de ciclagem das células T, e o fator de ativação da 
célula B (BAFF), uma citocina pertencente à família do 
TNF, que é necessária para a sobrevivência de células 
B imaturas. 
No estado de equilíbrio, o conjunto de linfócitos 
imaturos é mantido a um número constante por causa 
do balanço entre a morte espontânea destas células e 
a produção de novas células nos órgãos linfoides 
geradores. Qualquer perda de linfócitos leva à 
proliferação compensatória dos remanescentes e ao 
aumento na saída dos órgãos geradores. Uma 
demonstração da habilidade da população de 
linfócitos em preencher o espaço disponível é o 
fenômeno da proliferação homeostática. Se as células 
imaturas são transferidas para um hospedeiro que é 
deficiente em linfócitos (dito ser linfopênico), os 
linfócitos transferidos começam a proliferar e 
aumentam em número até atingir aproximadamente 
os números de linfócitos nos animais normais. Este 
processo ocorre na situação clínica de transplante de 
célula-tronco hematopoiética para o tratamento de 
certos tumores e em doenças genéticas. A 
proliferação homeostática parece ser direcionada 
pelos mesmos sinais – fraco reconhecimento dos 
próprios antígenos e citocinas, principalmente IL-7 – 
que são necessários para a manutenção dos linfócitos 
imaturos. 
 
Linfócitos Efetores: 
Após os linfócitos imaturos serem ativados, eles se 
tornam maiores e começam a proliferar. Algumas 
destas células se diferenciam em linfócitos efetores 
que têm a habilidade de produzir moléculas capazes 
de eliminar antígenos estranhos. Os linfócitos T 
efetores incluem as células auxiliares e os CTLs, e os 
linfócitos B são células secretoras de anticorpos, 
incluindo plasmócitos. As células T auxiliares, que 
normalmente são CD4+, expressam moléculas de 
superfície, tais como ligante CD40 (CD154), e 
secretam citocinas que se ligam aos receptores nos 
macrófagos e linfócitos B, levando à sua ativação. Os 
CTLs possuem grânulos citoplasmáticos cheios de 
proteínas que, quando liberadas, matam as células 
que os CTLs reconhecem, que normalmente são 
infectadas com vírus ou células tumorais. Ambas as 
células T efetoras CD4+ e CD8+ normalmente 
expressam proteínas de superfície indicativas de 
ativação recente, incluindo CD25 (um componente do 
receptor para o fator de crescimento de célula T IL-2) 
e padrões alterados de moléculas de adesão 
(selectinas e integrinas). A maioria dos linfócitos T 
efetores diferenciados são de vida curta e não têm 
autorrenovação. 
Muitas células B secretoras de anticorpos são 
morfologicamente identificáveis como plasmócitos. 
Elas têm núcleo característico posicionado 
excentricamente na célula e com a cromatina 
distribuída em torno da membrana nuclear em um 
padrão de roda de carroça; citoplasma abundante 
contendo retículo endoplasmático rugoso denso é o 
local onde os anticorpos (e outras proteínas 
secretadas e de membrana) são sintetizados e 
complexos de Golgi perinuclear distintos, onde as 
moléculas de anticorpo são convertidas às suas 
formas finais e preparadas para a secreção (Fig. 2-8). É 
estimado que metade ou mais do RNA mensageiro 
nestas células codifica para proteínas de anticorpos e 
um único plasmócitos pode secretar milhões de 
moléculas de anticorpos por segundo. Os plasmócitos 
se desenvolvem nos órgãos linfoides e em locais das 
respostas imunes, e alguns deles migram para a 
medula óssea, onde podem viver e secretar 
anticorpos por longos períodos após a resposta imune 
ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. 
Os plasmoblastos, que são precursores circulantes de 
plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em 
baixo número no sangue. 
 
Linfócitos de Memória: 
As células de memória podem sobreviver em um 
estado funcionalmente quiescente ou com ciclo lento 
por meses ou anos, sem a necessidade de estimulação 
pelo antígeno e presumivelmente após o antígeno ser 
eliminado. Elas podem ser identificadas pela 
expressão de proteínas de superfície que as 
distinguem dos linfócitos imaturos e dos linfócitos 
efetores recentemente ativados, embora não seja 
claro quais proteínas de superfície são os marcadores 
definitivos das populações de memória (Tabela 2-3). 
As células T de memória, assim como as células T 
imaturas, mas não as efetoras, expressam altos níveis 
de receptor para IL-7 (CD127). As células T de 
memória também expressam moléculas de superfície 
que promovem sua migração para os locais de 
infecção em qualquer local do corpo (Cap. 3). Em 
humanos, a maioria das células T imaturas expressa 
uma isoforma de 200-kD de uma molécula de 
superfície chamada de CD45, que contém um 
segmento codificado por um éxon designado A, sendo 
assim denominada CD45RA (para A restrito). Em 
contrapartida, a maioria das células T ativadas e de 
memória expressa uma isoforma de 180-kD da CD45 
na qual o RNA do éxon A foi retirado; esta isoforma é 
chamada de CD45RO. Entretanto, esta maneira de 
distinguir as células T imaturas das de memória não é 
perfeita e a interconversão entre as populações 
CD45RA+ e CD45RO+ foi documentada. 
Os linfócitos B de memória podem expressar certas 
classes (isotipos) de Ig de membrana, tais como IgG, 
IgE ou IgA, como resultado da troca de isotipo, ao 
passo que as células B imaturas expressam somente 
IgM e IgD (Caps. 5 e 12). Em humanos, a expressão de 
CD27 é um marcador para as células B de memória. 
As células B parecem ser heterogêneas e existem 
subgrupos que diferem especialmente no que dizrespeito à sua localização e propriedades migratórias. 
As características que distinguem os linfócitos 
imaturos, efetores e de memória refletem diferentes 
programas de expressão gênica que são regulados por 
fatores de transcrição e por alterações epigenéticas 
estáveis, incluindo metilação e acetilação de histona e 
remodelamento da cromatina. Por exemplo, o fator 
de transcrição denominado fator 2 do tipo Kruppel 
(KLF-2) é necessário para a manutenção do fenótipo 
da célula T imatura. Os fenótipos dos diferentes tipos 
funcionais de células T efetoras CD4+, chamados de 
células TH1, TH2 e TH17, dependem dos fatores de 
transcrição T-bet, GATA-3 e RORγT,respectivamente, 
assim como alterações epigenéticas no lócus do gene 
de citocina (Cap. 10). Outros fatores de transcrição 
são necessários para a manutenção dos fenótipos das 
células B e T. Nossa compreensão sobre os 
determinantes moleculares do fenótipo do linfócito 
ainda é incompleta e está em evolução. 
Células linfoides inatas: As células linfoides inatas 
(ILCs) incluem vários subgrupos evolucionariamente 
relacionados de células derivadas da medula óssea 
com morfologia linfoide e funções efetoras similares 
àquelas das células T, mas sem receptores de 
antígeno da célula T. As principais funções das ILCs 
são fornecer defesa inicial contra patógenos 
infecciosos, reconhecer células estressadas e 
danificadas do hospedeiro e auxiliar na eliminação 
destas células e influenciar a natureza da resposta 
imune adaptativa subsequente. As primeiras e mais 
bem caracterizadas células linfoides inatas são as 
células assassinas naturais (NK, do inglês natural 
killer), que secretam a citocina IFN-γ e matam células 
infectadas e danificadas e secretam IFN-γ, uma 
citocina também produzida pelo subgrupo TH1 das 
células T efetoras CD4+.Outros subgrupos de células 
linfoides inatas secretam citocinas que também são 
produzidas por certos subgrupos de células T 
auxiliares CD4+, incluindo IL-5, IL-13, IL-17 e IL-22. 
Anatomia e funções dos tecidos linfoides: 
Medula Óssea: A medula óssea é o local de geração da 
maioria das células sanguíneas maduras circulantes, 
incluindo hemácias, granulócitos e monócitos, e o 
local dos eventos iniciais na maturação da célula B. A 
geração de todas as células sanguíneas, chamada de 
hematopoese (Fig. 2-9), ocorre inicialmente durante o 
desenvolvimento fetal nas ilhotas sanguíneas do saco 
vitelino e no mesênquina paraaórtico; então, elas se 
deslocam para o fígado entre os terceiro e quarto mês 
de gestação e, finalmente, se localizam na medula 
óssea. No nascimento, a hematopoese ocorre 
principalmente nos ossos do esqueleto, mas se torna 
grandemente restrita à medula dos ossos chatos, de 
modo que, na puberdade, ela se dá principalmente no 
esterno, nas vértebras, no osso ilíaco e nas costelas. A 
medula vermelha que é encontrada nestes ossos 
consiste em uma malha reticular do tipo esponja 
localizada entre os longos ossos trabeculares. Os 
espaços desta malha contêm uma rede de sinusoides 
cheios de sangue e recobertos por células endoteliais 
ligadas a uma membrana basal descontínua. Por fora 
dos sinusoides, estão conjuntos de precursores de 
células sanguíneas em vários estágios de 
desenvolvimento, bem como células adiposas 
maduras. Os precursores das células sanguíneas 
amadurecem e migram através da membrana basal 
sinusoidal e entre as células endoteliais, entrando na 
circulação vascular. Quando a medula óssea é 
danificada ou quando uma demanda excepcional para 
a produção de novas células sanguíneas ocorre, o 
fígado e baço frequentemente se tornam locais de 
hematopoese extramedular. 
Hemácias, granulócitos, monócitos, células 
dendríticas, plaquetas, linfócitos B e T e células NK se 
originam de uma célula-tronco hematopoética 
comum (HSC) na medula óssea (Fig. 2-9). As HSCs são 
pluripotentes, significando que cada HSC individual 
pode gerar todos os diferentes tipos de células 
sanguíneas maduras. As HSCs também são 
autorrenováveis, porque cada vez que elas se 
dividem, pelo menos uma célula-filha mantém as 
propriedades da célula-tronco, enquanto a outra pode 
se diferenciar em uma linhagem particular (chamada 
de divisão assimétrica). As HSCs podem ser 
identificadas pela presença de marcadores de 
superfície, incluindo as proteínas CD34 r c-Kit e a 
ausência de marcadores específicos da linhagem que 
são expressos nas células maduras. As HSCs são 
mantidas dentro de nichos anatômicos microscópicos 
e especializados na medula óssea. Nestas localizações, 
as células estromais não hematopoéticas fornecem 
sinais dependentes de contato e fatores solúveis 
necessários para o ciclo contínuo das HSCs. As HSCs 
dão origem a dois tipos de células progenitoras 
multipotentes: uma que gera células linfoides e 
algumas células mieloides e outra que produz mais 
células mieloide, eritrócitos e plaquetas. O progenitor 
comum mieloide-linfoide dá origem a precursores 
comprometidos de linhagens eritroide, 
megacariocítica-granulocítica e monocítica, que 
originam, respectivamente, hemácias maduras, 
plaquetas, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos) e monócitos. A maioria das células 
dendríticas se origina de um ramo da linhagem 
monocítica. 
A proliferação e maturação das células precursoras na 
medula óssea são estimuladas pelas citocinas. Muitas 
destas citocinas são chamadas de fatores 
estimuladores de colônia, porque elas foram 
originalmente ensaiadas por suas habilidades em 
estimular o crescimento e desenvolvimento de várias 
colônias leucocíticas ou eritroides a partir das células 
da medula. As citocinas hematopoéticas são 
produzidas pelas células estromais e macrófagos na 
medula óssea, fornecendo, assim, o ambiente local 
para a hematopoese. Elas também são produzidas 
pelos linfócitos T estimulados por antígeno e 
macrófagos ativados por citocina ou microrganismo, 
fornecendo um mecanismo para a reposição de 
leucócitos que podem ser consumidos durante as 
reações imune e inflamatória. Os nomes e 
propriedades da maioria das citocinas hematopoéticas 
são listados na Tabela 2-4. 
 
Em adição à autorrenovação das células-tronco e sua 
progênie em diferenciação, a medula contém 
numerosos plasmócitos secretores de anticorpo de 
vida longa. Estas células são geradas nos tecidos 
linfoides periféricos como uma consequência da 
estimulação antigênica das células B e, então, migram 
para a medula óssea. A medula também contém 
células B foliculares maturas recirculantes que podem 
responder aos microrganismos originados no sangue. 
Além disso, alguns linfócitos T de memória e de vida 
longa migram para a medula e podem lá residir. 
Timo: O timo é o local da maturação da célula T. O 
timo é um órgão bilobado situado no mediastino 
anterior. Cada lóbulo é dividido pelo septo fibroso em 
múltiplos lóbulos, e cada lóbulo consiste em um 
córtex externo e uma medula interna (Fig. 2-10). O 
córtex contém uma densa coleção de linfócitos T, e a 
medula levemente corada é mais esparsamente 
povoada com linfócitos. Macrófagos derivados da 
medula óssea e células dendríticas são encontrados 
quase exclusivamente na medula. Espalhadas por 
todo o timo, estão as células epiteliais não linfoides, 
que têm citoplasma abundante. As células epiteliais 
corticais tímicas produzem IL-7, que é necessária na 
fase inicial do desenvolvimento da célula T. Um 
subgrupo diferente de células epiteliais encontrado 
somente na medula, chamado de células epiteliais 
tímicas medulares (MTEC), tem um papel especial na 
apresentação dos próprios antígenos às células T em 
desenvolvimento e causando sua deleção. Este é um 
mecanismo para garantir que o sistema imune 
permaneça tolerante a ele mesmo. Na medula, 
existem estruturas denominadas corpúsculos de 
Hassall, que são compostos de espirais de células 
epiteliais hermeticamente embaladas e quepodem 
ser remanescentes de células em degeneração. O 
timo tem um rico suprimento vascular e vasos 
linfáticos eferentes que 
drenam para os linfonodos mediastinais. O 
componente epitelial do timo é derivado de 
invaginações do ectoderma do pescoço e tórax em 
desenvolvimento nos embrião,formando estruturas 
denominadas bolsas branquiais. Células dendríticas, 
macrófagos e precursores de linfócitos são 
provenientes da medula óssea. 
 
Humanos com a síndrome de DiGeorge sofrem de 
deficiência da célula T por causa de uma deleção 
cromossômica que elimina genes necessários para o 
desenvolvimento do timo. Na linhagem de 
camundongo nude, que tem sido amplamente 
utilizada na pesquisa em imunologia, a mutação no 
gene que codifica um fator de transcrição causa uma 
falha da diferenciação de certos tipos de células 
epiteliais necessárias para o desenvolvimento normal 
do timo e dos folículos capilares. Consequentemente, 
esses camundongos não têm células T e pelo. 
Os linfócitos no timo, também chamados de 
timócitos, são linfócitos T em vários estágios de 
maturação. A maioria das células imaturas entra no 
timo, e sua maturação se inicia no córtex. À medida 
que os timócitos amadurecem, eles migram em 
direção à medula, de tal forma que esta contém 
primordialmente células T maduras. Somente células 
T virgens maduras existem no timo e entram no 
sangue e tecidos linfoides periféricos. 
O sistema linfático: O sistema linfático consiste em 
vasos especializados que drenam fluido dos tecidos 
para dentro e para fora dos linfonodos e, então, para 
o sangue (Fig. 2-11). Ele é essencial para a 
homeostasia do fluido tecidual e para as respostas 
imunes. O fluido intersticial é constantemente 
formado em todos os tecidos vascularizados em razão 
do movimento de um filtrado de plasma para fora dos 
capilares, e a taxa de formação local pode aumentar 
drasticamente quando o tecido é lesionado ou 
infectado. A pele, o epitélio e os órgãos parenquimais 
contêm numerosos capilares linfáticos que absorvem 
esse fluido oriundo dos espaços entre as células 
teciduais. Os capilares linfáticos são canais vasculares 
sem fim recobertos pela sobreposição de células 
endoteliais sem as finas junções intercelulares ou 
membrana basal que são típicas de vasos sanguíneos. 
Esses capilares linfáticos permitem a livre absorção do 
fluido intersticial e a sobreposição da organização das 
células endoteliais, e válvulas de sentido único dentro 
dos lumens previnem o retorno do fluxo de fluido. O 
fluido absorvido, chamado de linfa, é bombeado para 
vasos linfáticos convergentes e progressivamente 
maiores através da contração de células musculares 
lisas perilinfáticas e da pressão exercida pelo 
movimento dos tecidos musculoesqueléticos. Esses 
vasos se fundem em linfáticos aferentes que drenam 
para os linfonodos, e a linfa é drenada para fora dos 
nodos através dos linfáticos eferentes. Pelo fato de os 
linfonodos serem conectados em série pelos 
linfáticos, um linfático eferente que sai de um nodo 
pode servir como um vaso aferente para outro. O vaso 
linfático eferente no final de uma cadeia de 
linfonodos se une a outros vasos linfáticos, 
eventualmente culminando em um vaso linfático 
maior e chamado de ducto torácico. A linfa oriunda do 
ducto torácico é esvaziada para dentro da veia cava 
superior, retornando, então, o fluido à corrente 
sanguínea. Os vasos linfáticos do tronco direito 
superior, braço direito e lado direito da cabeça 
drenam para o ducto linfático direito, que também 
drena para a veia cava superior. Cerca de dois litros de 
linfa normalmente retornam cada dia para a 
circulação, e o rompimento do sistema linfático por 
tumores ou algumas infecções parasíticas pode levar a 
um grave inchaço tecidual. 
O sistema linfático coleta antígenos microbianos de 
seus portais de entrada e liberação para os 
linfonodos, onde eles podem estimular as respostas 
imunes adaptativas. Os microrganismos entram no 
corpo mais frequentemente através da pele e dos 
tratos gastrintestinal e respiratório. Todos esses 
tecidos são recobertos por epitélio que contém 
células dendríticas e são drenados pelos vasos 
linfáticos. As células dendríticas capturam antígenos 
microbianos e entram nos vasos linfáticos. Outros 
microrganismos e antígenos solúveis podem entrar 
nos linfáticos independentemente das células 
dendríticas. Além disso, mediadores inflamatórios 
solúveis, tais como quimiocinas, que são produzidas 
nos locais de infecção, entram nos linfáticos. Os 
linfonodos são interpostos ao longo dos vasos 
linfáticos e agem 
como filtros que coletam os antígenos solúveis e 
associados às células dendríticas nos linfonodos antes 
de eles alcançarem o sangue. Os antígenos capturados 
podem, então, ser localizados pelas células do sistema 
imune adaptativo. 
 
Linfonodos: Os linfonodos são órgãos linfoides 
secundários, encapsulados, vascularizados e com 
características anatômicas que favorecem a iniciação 
das respostas imunes adaptativas aos antígenos 
carreados dos tecidos pelos vasos linfáticos (Fig. 2-12). 
Os linfonodos estão situados ao longo dos canais 
linfáticos por todo o corpo e, assim, têm acesso aos 
antígenos encontrados nos epitélios e originados no 
fluido intersticial na maioria dos tecidos. Existem 
cerca de 500 linfonodos no corpo humano. Um 
linfonodo é cercado por uma cápsula fibrosa, sob a 
qual existe um sistema sinusal cercado por células 
reticulares, com pontes cruzadas por fibrilas de 
colágeno e outras proteínas da matriz extracelular e 
preenchido com linfa, macrófagos, células dendríticas 
e outros tipos celulares. Os linfáticos aferentes se 
esvaziam no sino subcapsular (marginal), e a linfa 
pode ser drenada dele diretamente para o sino 
medular conectado e, então, para fora do linfonodo 
através dos linfáticos eferentes. Sob o piso inferior do 
sino subcapsular, está o córtex rico em linfócitos. O 
córtex externo contém agregados de células 
denominadas folículos. Alguns folículos possuem 
áreas centrais chamadas de 
centros germinativos, que se coram levemente com 
corantes histológicos comumente utilizados. Cada 
centro germinativo consiste em uma zona escura com 
células B em proliferação denominadas centroblastos 
e uma zona clara contendo células chamadas de 
centrócitos que interromperam a proliferação e estão 
sendo selecionadas para sobreviver e se diferenciar. 
Folículos sem centros germinativos são chamados de 
folículos primários, e aqueles com centros 
germinativos são denominados folículos secundários. 
O córtex em volta dos folículos é denominado córtex 
parafolicular ou paracórtex e está organizado em 
cordas, que são regiões com uma complexa 
microanatomia de proteínas da matriz, fibras, 
linfócitos, células dendríticas e fagócitos 
mononucleares. 
 
Organização anatômica dos linfócitos B e T:Os 
linfócitos B e T são sequestrados em regiões distintas 
do córtex dos linfonodos, cada região com sua própria 
arquitetura de fibras reticulares e células estromais 
(Fig. 2-13). Os folículos são as zonas de célula B. Eles 
estão localizados no córtex do linfonodo e organizam-
se em torno das FCs, que têm processos que 
interdigitam para formar uma malha reticular densa. 
Os folículos primários contêm principalmente 
linfócitos B virgens maduros. Os centros germinativos 
se desenvolvem em resposta à estimulação 
antigênica. Eles são locais de grande proliferação de 
célula B, seleção de células B produtoras de 
anticorpos de alta afinidade e geração de células B de 
memória e plasmócitos de vida longa. 
Os linfócitos T estão localizados principal e mais 
centralmente sob os folículos, nas cordas 
paracorticais. Estas zonas ricas em células T, 
frequentemente denominadas paracórtex, contêm 
uma rede de células reticulares fibroblásticas (FRCs), 
muitas das quais formas a camada externa de 
estruturas similaresa tubos chamadas de conduítes 
FRC (Fig. 2-14). Os conduítes variam em diâmetro 
entre 0,2 a 3 μm e possuem matrizes organizadas de 
moléculas da matriz extracelular, incluindo feixes 
paralelos de fibras de colágeno embebidas em uma 
malha de microfibras de fibrilina, todas firmemente 
rodeadas por uma membrana basal produzida por 
uma malha de FRCs. Estes conduítes se iniciam no sino 
subcapsular e se estendem para ambos os vasos 
linfáticos do sino medular e vasos linfáticos corticais, 
denominados vênulas endoteliais altas (HEVs). As 
células T imaturas entram nas zonas da célula T 
através das HEVs. As células T são densamente presas 
em torno dos conduites no córtex do linfonodo. A 
maioria (∼70%) das células T corticais consiste em 
células T auxiliares CD4+, intercaladas com células 
CD8+ relativamente esparsas. Estas proporções 
podem mudar drasticamente durante o curso de uma 
infecção. Por exemplo, durante uma infecção viral, 
pode ocorrer um grande aumento nas células T CD8+. 
As células dendríticas também são concentradas no 
paracórtex dos linfonodos, muitas das quais estão 
intimamente associadas aos conduítes FRC. 
A segregação anatômica dos linfócitos B e T nas áreas 
distintas do nódulo é dependente de citocinas que são 
secretadas pelas células estromais do linfonodo em 
cada área e que direcionam a migração dos linfócitos 
(Fig. 2-13). Linfócitos B e T imaturos são liberados 
para um nódulo através da artéria e deixam a 
circulação para entrar no estroma do nódulo através 
das HEVs, que estão localizadas no centro dos cordões 
corticais. O tipo de citocinas que determina onde as 
células B e T residem no nódulo é denominado 
quimiocinas (citocinas quimioatraentes), que se ligam 
aos receptores de quimiocinas nos linfócitos. As 
quimiocinas incluem uma grande família de citocinas 
de 8 a 10 kD que estão envolvidas em uma grande 
variedade de funções 
da motilidade celular no desenvolvimento, 
manutenção da arquitetura tecidual e respostas 
imune e inflamatório . As células T imaturas 
expressam um receptor denominado CCR7 que liga as 
quimiocinas CCL19 e CCL21 produzidas pelas células 
estromais nas zonas da célula T do linfonodo. Estas 
quimiocinas promovem o movimento da célula T 
imatura do sangue, através da parede das HEVs, para 
dentro da zona da célula T. As células dendríticas que 
foram ativadas pelos microrganismos e entram no 
nódulo através dos linfáticos também expressam 
CCR7, e esta é a razão de eles migrarem para a mesma 
área dos nódulos como fazem as células T imaturas.As 
células B imaturas expressam baixos níveis de CCR7 e 
níveis maiores de outro receptor de quimiocina, 
CXCR5, que reconhece uma quimiocina, CXCL13, 
produzida somente nos folículos pelas FDCs. Assim, as 
células B imaturas circulantes também entram nos 
linfonodos através das HEVs e são, então, atraídas 
para dentro dos folículos. Outra citocina denominada 
linfotoxina (que não é uma quimiocina) tem papel na 
estimulação da produção de CXCL13, especialmente 
nos folículos. As funções das quimiocinas e outras 
citocinas na regulação da localização dos linfócitos nos 
órgãos linfoides e na formação destes órgãos foram 
estabelecidas por numerosos estudos em 
camundongos. Por exemplo, os camundongos 
knockout em CXCR5 não têm folículos contendo célula 
B nos linfonodos e baço e os camundongos knockout 
em CCR7 não apresentam zonas de célula T. 
Os linfonodos em desenvolvimento, assim como 
outros órgãos linfoides periféricos, dependem de 
células indutoras de tecido linfoide e das ações 
coordenadas de várias citocinas, quimiocinas e fatores 
de transcrição. Durante a vida fetal, as células 
indutoras de tecido linfoide, que são um subgrupo de 
células linfoides inatas discutidas anteriormente, 
estimulam o desenvolvimento dos linfonodos e outros 
órgãos linfoides secundários. Esta função é mediada 
por várias proteínas expressas pelas células indutoras, 
sendo as mais profundamente estudadas a citocina 
linfotoxina-α (LTα) e a linfotoxina-β (LTβ). 
Camundongos knockout sem qualquer uma dessas 
citocinas não desenvolvem linfonodos ou tecidos 
linfoides secundários nos intestinos. O 
desenvolvimento da polpa branca esplênica também é 
desorganizado nestes camundongos. A LTβ produzida 
pelas células indutoras estimula as células estromais 
em diferentes localizações de um órgão linfoide 
secundário em desenvolvimento para secretar 
quimiocinas que auxiliam na organização da estrutura 
dos órgãos linfoides. As FDCs são ativadas pela LTβ 
para produzirem a quimiocina CXCL13, que serve para 
recrutar as células B e organizar o folículo em 
desenvolvimento. As células reticulares fibroblásticas 
(FRCs, mencionadas anteriormente) são ativadas para 
produzir CCL19 e CCL21, que recrutam células T e 
células dendríticas e formam a zona da célula T. 
A segregação anatômica das células B e T garante que 
cada população de linfócito esteja em contato com as 
APCs apropriadas, que são células B com FDCs e 
células T com células dendríticas. Além disso, por 
causa desta segregação precisa, as populações de 
linfócitos B e T são mantidas separadas até que seja o 
momento de interagirem de maneira funcional, após 
a estimulação por antígenos, as células B e T alteram 
sua expressão de receptores de quimiocinas e 
começam a migrar uma em direção a outra em 
resposta aos sinais das quimiocinas e outros 
mediadores. As células T ativadas migram em direção 
aos folículos para auxiliar as células B ou saem do 
nódulo e entram na circulação. As células B ativadas 
migram em direção dos centros germinativos e, após 
diferenciação em plasmócitos, podem se dirigir para a 
medula óssea. 
Transporte de antígeno através dos linfonodos: 
As substâncias que se originam na linfa que entram no 
sino subcapsular do linfonodo são separadas por 
tamanho molecular e distribuídas para diferentes 
tipos celulares para iniciar várias respostas imunes. A 
base do sino subcapsular é construída de tal forma 
que permite que as células no sino entrem em 
contato ou migrem para o córtex subjacente, mas não 
permite que moléculas solúveis na linfa passem 
livremente para o córtex. Microrganismos e antígenos 
de alto peso molecular são presos pelos macrófagos 
do sino e apresentados aos linfócitos B corticais logo 
abaixo do sino. Este é o primeiro passo nas respostas 
de anticorpos a estes antígenos. Antígenos solúveis de 
baixo peso molecular são transportados para fora do 
sino através dos conduítes FRC e passam a células 
dendríticas corticais residentes localizadas ao lado dos 
conduítes. As células dendríticas residentes estendem 
processos entre as células que recobrem os conduítes 
e para dentro do lúmen e capturam e fazem 
pinocitose dos antígenos solúveis dentro dos 
conduítes. A contribuição desta via de distribuição de 
antígeno pode ser importante para o início 
das respostas imunes da célula T a alguns antígenos 
microbianos, mas respostas maiores e sustentadas 
necessitam de distribuição de antígenos para o nódulo 
pelas células dendríticas.Em adição aos antígenos, 
existem evidências de que mediadores inflamatórios 
solúveis, tais como quimiocinas e outras citocinas, são 
transportados na linfa que flui através dos conduítes; 
alguns destes podem agir nas células dendríticas 
adjacentes e outros podem ser distribuídos para as 
HEVs para onde os conduítes drenam. Esta é uma via 
possível na qual a inflamação tecidual pode ser 
detectada no linfonodo e, assim, influenciar o 
recrutamento e ativação dos linfócitos no nódulo. 
Baço: O baço é um órgão altamente vascularizado, 
cujas principais funções são remover células 
sanguíneas velhas e danificadas e partículas (tais 
como imunocomplexos e microrganismos 
opsonizados) da circulação e iniciar as respostas 
imunes adaptativas aos antígenos originados no 
sangue. O baço pesa cerca de 150 g em adultos e está 
localizadono quadrante superior esquerdo do 
abdome. O parênquima esplênico é funcional e 
anatomicamente dividido em polpa vermelha, que é 
composta principalmente de sinusoides vasculares 
cheios de sangue, e polpa branca rica em linfócitos. O 
sangue entra no baço através de uma única artéria 
esplênica que perfura a cápsula no hilo e se divide em 
ramos progressivamente menores que permanecem 
rodeados pela trabécula fibrosa protetora e de 
suporte (Fig. 2-15). Algumas das ramificações 
arteriolares da artéria esplênica terminam em 
extensos sinusoides vasculares que são compostos de 
grande número de eritrócitos e recobertos por 
macrófagos e outras células. Os sinusoides terminam 
em vênulas que drenam para a veia esplênica, que 
carreia sangue para fora do baço e para dentro da 
circulação porta. Os macrófagos da polpa vermelha 
servem como um importante filtro para o sangue, 
removendo microrganismos, células danificadas, 
células recobertas de anticorpo (opsonizadas) e 
microrganismos. Indivíduos que não têm o baço são 
suscetíveis a infecções disseminadas com bactérias 
encapsuladas, tais como pneumococos e 
meningococos. Esta pode ser a razão de tais 
organismos serem normalmente limpos por 
opsonização e fagocitose e esta função ser defeituosa 
na ausência do baço. 
A polpa branca contém as células que medeiam as 
respostas imunes adaptativas aos antígenos 
originados no sangue. Na polpa branca, estão 
situadas muitas populações de linfócitos densamente 
empacotados, que se parecem com nódulos brancos 
contra um fundo de polpa vermelha. A polpa branca é 
organizada em torno de artérias centrais, que são 
ramificações da artéria esplênica distintas das 
ramificações que formam os sinusoides vasculares. 
Várias ramificações menores de cada artéria central 
passam através de áreas ricas em linfócitos e drenam 
para o sino marginal. Uma região de células 
especializadas circundando o sino marginal, chamada 
de zona marginal, forma uma fronteira entre a polpa 
vermelha e a polpa branca. A arquitetura da polpa 
branca é análoga à organização dos linfonodos, com 
zonas de célula T e B segregadas. No baço de 
camundongo, as artérias centrais são rodeadas por 
bainhas de linfócitos, a maioria dos quais são células 
T. Em virtude da sua localização anatômica, os 
morfologistas chamam estas zonas de célula T de 
bainhas linfoides periarteriolares. Os folículos ricos 
em célula B ocupam o espaço entre o sino marginal e 
a bainha periarteriolar. Como nos linfonodos, as áreas 
de células T no baço contêm uma rede de complexos 
conduítes composta de proteínas da matriz 
recobertas por células do tipo FRC. A zona marginal 
logo do lado de fora do sino marginal é uma região 
distinta e povoada por células B e macrófagos 
especializados. As células B da zona marginal são 
funcionalmente distintas das células B foliculares e 
apresentam um repertório limitado de especificidades 
de antígenos. A arquitetura da polpa branca é mais 
complexa em humanos do que em camundongos, 
com ambas as zonas interna e externa e uma zona 
perifolicular. Antígenos no sangue são distribuídos 
para o sino marginal pelas células dendríticas 
circulantes ou são amostrados pelos macrófagos na 
zona marginal. 
O arranjo anatômico das APCs, células B e células T na 
polpa branca esplênica promove as interações 
necessárias para um desenvolvimento eficiente das 
respostas imunes humorais. A segregação dos 
linfócitos T nas bainhas linfoides periarteriolares e 
células B nos folículos e zonas marginais é um 
processo altamente regulado, dependente da 
produção de diferentes citocinas e quimiocinas pelas 
células estromais nestas diferentes áreas, análogos ao 
caso para os linfonodos. A quimiocina CXCL13 e seu 
receptor CXCR5 são necessários para a migração da 
célula B para os folículos, e a CCL19 e CCL21 e seu 
receptor CCR7 são requeridos para a migração da 
célula T imatura para a bainha periarteriolar. A 
produção destas quimiocinas pelas células estromais 
não linfoides é estimulada pela citocina linfotoxina. 
Sistemas imunes regionais 
Todas as principais barreiras epiteliais do corpo, 
incluindo pele, mucosa gastrintestinal e mucosa 
brônquica, têm seus próprios sistemas de linfonodos, 
estruturas linfoides não encapsuladas e células 
imunes difusamente distribuídas, que trabalham de 
maneira coordenada para fornecer respostas imunes 
especializadas contra os patógenos que entram por 
aquelas barreiras. O sistema imune associado à pele 
evoluiu para responder a uma grande variedade de 
microrganismos ambientais. Os componentes dos 
sistemas imunes relacionados com as mucosas 
gastrintestinal e brônquica são denominados tecido 
linfoide associado à mucosa (MALT) e estão 
envolvidos nas respostas imunes aos antígenos e 
microrganismos ingeridos e inalados. A pele e o MALT 
contêm uma grande proporção de células dos 
sistemas imunes inato e adaptativo.

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