Buscar

Febre amarela

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

É uma doença infecciosa aguda e de caráter compulsório imediata. Atualmente, a febre amarela 
silvestre é uma doença endêmica no Brasil, tendo um padrão de ocorrência principalmente 
sazonal 
Transmissão: é transmitida ao homem mediante a picada de insetos hematófagos, após seu 
período de incubação extrínseco para que o vírus se reproduza em seus tecidos. Possuem 2 ciclos 
epidemiológicos distintos (silvestre e urbano). 
Agente etiológico: causado pelo vírus RNA do gênero flavivírus e família Flaviviridae, pertencente 
ao grupo dos arbovírus B. 
Ciclos epidemiológicos: No ciclo silvestre, os primatas não humanos (macacos) sãos os 
hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos silvestres, como do 
gênero Haemagogus e Sabethes, sendo que o homem é um hospedeiro acidental nesse ciclo. No 
ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro importante epidemiologicamente e a transmissão se 
dá por meio de vetores urbanos infectados, como o Aedes aegypti. Não se registram casos de 
febre amarela transmitida por ciclo urbano desde o ano de 1942. 
Patogenia: o período de incubação é de 3-6 dias após a picada no mosquito infectado e o 
período de transmissibilidade é de 24-48 horas antes do aparecimento dos sintomas até 3-5 dias 
após, tempo que corresponde ao tempo de viremia. No mosquito Aedes aegypti o período de 
incubação é de 9 dias em média, permanecendo infectado pelo resto da vida. 
Após a picada, o vírus invade as células dendríticas e alcançam os linfonodos, atingem sistema 
linfático e sanguíneo e ocorre a viremia. O principal alvo do vírus é o fígado, resultando em focos 
hemorrágicos e parenquimatosos, necroses, degeneração eosinofílica dos hepatócitos 
(corpúsculo de Councilman) e inclusões granulares eosinofílicas (corpúsculo de torres. 
Nos rins, pode levar a oligúria por mudança de fluxo sanguíneo intra-renal secundária a do DC. 
Além disso, pode levar a distúrbios de coagulação. 
Manifestações clínicas: 40-60% dos infectados são assintomáticos. O período de infecção abrange 
sintomas inespecíficos como febre, calafrios, dores pelo corpo, prostração, náuseas e vômitos. 90% 
dos pacientes tem melhora progressiva e 10% após curto período de alívio dos sintomas (afebril – 
remissão → 48 horas) evoluem para a segunda fase (período toxêmico) ou cessa a doença. O 
período toxêmico é marcado pelo reaparecimento da febre e sintomas decorrentes da 
insuficiência hepática como a icterícia, aumento das transaminases, distúrbios de coagulação, 
sangramentos, plaquetopenia e hipoglicemia, além disso pode estar presente uma insuficiência 
renal com oliguria, proteinúria e uremia. Essa segunda fase possui letalidade variável. Nessa 
segunda fase, surgem os anticorpos, desaparece a viremia, a febre volta, a icterícia se instala e 
ocorrer as compleições da fase como choque, coma, hemorragias e óbito. 
Nas formas graves, pode ocorrer o óbito, em geral do 7-10º dia da doença, procedido por piora 
da icterícia, hemorragia, taquicardia, hipotensão, oligúria e azotemia. Alguns sintomas 
prenunciam o desfecho letal como hipotermia, agitação, delírios, hipoglicemia, anúria, esturpor e 
coma. 
Diagnóstico: os exames laboratoriais são muito inespecíficos como leucopenia, neutropenia, 
plaquetopenia, anemia, transaminases > 1000, bilirrubina aumentada, aumento de colesterol, 
fosfatase alcalina, gama-GT, ureia e creatinina. O coagulograma mostra aumento do PTTa e do 
tempo de protrombina. Há albuminúria, cilindrúria e hematúria, além de VHS baixo. 
O diagnóstico específico pode ser feito por meio do PCR ou cultura entre o 4-7º dia da doença, 
além do ELISA (sorologia IgM) a partir do 6º dia, sendo repetido após 14 dias se a primeira amostra 
vier negativa. Além disso, pode ser feito um imuno-histoquimico para detectar antígenos virais ou 
complexo-vírus IgM em amostra de tecidos. 
Tratamento: não há tratamento específico, sendo um tratamento de suporte nas formas leves e 
suporte avançado em UTI nas formas graves. Deve-se evitar salicilatos. 
Prevenção: evitar o vetor e áreas silvestres, proteção individual em áreas suspeitas, monitoramento 
de mortalidade de macacos, controle do vetor urbano, vacinação, isolamento relativo de 
enfermos, notificação compulsória e investigação de óbitos. 
Vacinação: a vacinação está disponível no Brasil, compostas de vírus vacinal amarílico vivo 
atenuado cultivado em ovo de galinha. No calendário vacinal a primeira dose é com 9 meses de 
idade. É recomendada dos 9 meses até os 59 anos de idade, desde que não haja 
contraindicações

Outros materiais