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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL DISCÍPLINA: CONSTRUÇÕES RURAIS DOCENTE: FÁBIO LUIZ ZANATTA LOCAÇÃO DE OBRAS (MÉTODO DAS TÁBUAS CORRIDAS) JENIVAL SILVA FARIAS JUNIOR BOM JESUS - PI JANEIRO DE 2021 INTRODUÇÃO A locação de obras é um processo de transferência de elementos presentes na planta baixa de uma edificação para o terreno em que ele será construído, ou seja, é a demarcação no terreno da posição dos elementos principais da construção, geralmente, começando pela fundação e outros elementos estruturais intermediários, sempre seguindo orientações presentes no projeto (AVILA, 2020). A locação é feita com o intuito de implantar os diversos pontos necessários pra a execução da obra no terreno. Através dela é possível demarcar as posições de quaisquer pontos, em quaisquer obras, sejam elas: edificações, rodovias, portos, hidroelétricas, saneamento, entre outros. Assim, para bons resultados na etapa de locação, é fundamental que as etapas de topografia, implantação de marcos e poligonais de apoio, elaboração de projetos, entre outros, sejam feitas com muito rigor (HILLESHEIM, 2015). Atualmente no brasil são utilizados dois principais métodos de locação de obras, sendo eles o método das tábuas corridas e o método dos cavaletes. MÉTODO DAS TÁBUAS CORRIDAS Este método é indicado para obras com muitos elementos a serem locados e é o mais utilizado para se fazer a locação de obra de edificações. Ele consiste na marcação dos eixos do projeto em tábuas de madeira de forma estratégica posicionada na periferia do canteiro de obra e toda a locação das fundações e da primeira estrutura é feita a partir desse gabarito, como mostra na Figura 1. A retirada do gabarito só é permitida quando os eixos principais são transferidos para a estrutura do prédio (SILVA, 2015). SERVIÇOS QUE ANTECEDEM A LOCAÇÃO Para o início dos trabalhos de locação da obra é de grande importância que seja tomada algumas providências, tanto com relação aos projetos, quanto as condições da área do canteiro de obras onde será feita a locação, sendo eles: 1. Limpeza do terreno: é importante que o terreno esteja limpo (capinado), sem presença de restos de vegetação, entulhos ou similares. 2. É necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno ou uma parede de construção vizinha ou uma referência próxima. 3. Estudar e conhecer os projetos para assim poder traçar um plano de ataque para a obra. Dessa forma, toda a logística de construção e apoio deve ser prevista para Figura 1: Método de locação por tábuas corridas. Fonte: http://www.acage.eng.br/home/cliente_empreendedor/inicio-das-obras-servicos- preliminares iniciar a montagem do gabarito. Após feito a marcação dos eixos, não se pode retirá- lo e colocá-lo sem a devida conferência a partir da referência. 4. Todos os equipamentos e ferramentas necessárias para a montagem do gabarito e para a realização da locação devem estar providenciados. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS NECESSÁRIAS: 1. Teodolito e níveis; 2. Nível de mangueira; 3. Nível de pedreiro; 4. Trena de 30 ou 50 metros; 5. Linhas de nylon; 6. Tábuas de pinho de 1” de espessura e largura de 15, 20 ou 30 cm; 7. Tinta esmalte (cores vermelha e branca); 8. Pontaletes de pinho de 3” x 3”; 9. Marreta, martelo e pregos. 10. Prumo de centro; ETAPAS DA LOCAÇÃO 1. Montagem do gabarito Nesta etapa faz-se necessário cravar pontaletes a cada 1 metro ou até de 1,5 em 1,5 metro, percorrendo todo o perímetro do canteiro da obra (Figura 2). Após cravar os pontaletes, deve-se pregar as tábuas corridas nos pontaletes de madeira, o alinhamento deve ser perfeito (Figura 3). Sendo necessário utilizar nesta etapa uma mangueira de nível (Figura 4) (podendo também ser utilizado um nível a laser) para ajudar na manutenção do nível, é imprescindível que o gabarito esteja em perfeito esquadro. Em caso de terrenos com caimento elevado, a tabela deve ser feita em degraus, acompanhando a configuração do terreno, devendo sempre estar dispostos em planos horizontais nivelados (Figura 5). Após montar a estrutura, é necessário marcar os eixos do projeto nas travessas de madeira. A partir do marco referencial, deve-se transferir os eixos do projeto, marcando incialmente as travessas com lápis, depois é preciso pintar com tintas marcantes para garantir a durabilidade. Figura 2: Pontaletes cravados no chão Fonte: Autoria própria por meio do programa SketchUp. Figura 3: Tábuas pregadas nos pontaletes. Fonte: Autoria própria por meio do programa SketchUp. Figura 4: Demonstração do uso do nível de mangueira. Fonte: http://docplayer.com.br/ 52305826-Tecnologia-das-construcoes-aula-06-locacao-da- obra.html 2. Locação dos elementos de fundação Nesta etapa é necessário retirar do projeto as coordenadas cartesianas do elemento e marcar no gabarito. É esticado uma linha de nylon, nas duas direções ao mesmo tempo, o cruzamento das duas linhas será a locação do elemento (Figura 6), para transferir o cruzamento para o terreno deve-se utilizar um prumo de centro. Figura 5: Ilustração de terreno com caimento elevado com uso de gabarito em degraus. Fonte: www.fazfacil.com.br//reforma-construcao/tabeira-gabarito-como-fazer/ Figura 6: Ilustração do cruzamento das linhas de nylon Fonte: Autoria própria por meio do programa SketchUp. Cruzamento das linhas de nylon 3. Transferência dos eixos para a estrutura da edificação Após a locação das fundações, faz-se necessário transferir os eixos do gabarito para a estrutura da edificação, de modo a permitir a retirada da estrutura de madeira bem como a organização do terreno. É transferido apenas o eixo que tenha menos interferência com as vedações verticais e com os elementos estruturais, por uma questão de praticidade. Isso proporciona a minimização de criação de eixos complementares nos pavimentos. Nas fôrmas de lajes é comumente deixado um grampo de aço para que após a concretagem este possa servir de mestra pros eixos no pavimento. 4. Marcação dos elementos estruturais da edificação e das vedações verticais A locação dos elementos estruturais do edifício e das vedações verticais é feito utilizando linhas de nylon esticadas de um lado a outro, chamado de linhas mestras e as marcações devem ser feitas com uso de trenas, lápis de carpinteiro e esquadro. O nível de lajes e vigas é comumente determinado com nível de mangueira ou de laser, sempre tomando como referência o piso da laje inferior. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO DE TÁBUAS CORRIDAS Como vantagens, o método dos gabaritos é mais barato comparado com outros em que se utiliza de tecnologias para a locação de obras. Ele gera um referencial planimétrico e altimétrico. Possui uma boa precisão em comparação ao método dos cavaletes, e serve para locações de fundações profundas ou superficiais. Já como desvantagens além de utilizar uma grande quantidade de madeira, sendo um produto cada vez mais caro e valorizado na construção civil, ele pode inferir na logística da obra, com relação as escavações, na entrada de caminhões e de equipamentos, entre outros. REFERÊNCIAS SILVA, Eduardo Vidal Magalhães da. ESTUDO DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA LOCAÇÃO DE OBRAS DE EDIFICAÇÕES. 2015. 69 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10014298.pdf. Acesso em: 22 dez. 2020. AVILA, Matheus Almeida. Locação De Obras – Etapas, Tipos E Mais. 2020. Disponível em: https://www.totalconstrucao.com.br/locacao-de-obras/. Acessoem: 22 dez. 2020. HILLESHEIM, Rafael. PROCEDIMENTOS DE LOCAÇÃO EMPREGADOS EM OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL. 2015. 110 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina – Ufsc, Florianópolis, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/157056/TCC_Rafael_Hillesheim.pd f?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 23 dez. 2020.
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