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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL DISCÍPLINA: SISTEMAS AGROFLORESTAIS DOCENTE: ELEIDE LEITE MAIA PROJETO DE UM SISTEMA AGROFLORESTAL SILVIAGRÍCOLA JENIVAL SILVA FARIAS JUNIOR JOANA DARC BERMARDO SOARES JULIANE SOUZA COSTA BOM JESUS - PI JANEIRO DE 2021 1. INTRODUÇÃO Os sistemas agroflorestais têm sido amplamente utilizados como métodos alternativos para recuperação de áreas degradadas, considerando que pode haver uma grande quantidade de matéria orgânica com o resultado da combinação de espécies de árvores e culturas e isso tem proporcionado melhorias nas propriedades físicas e químicas do solo degradado e na atividade microbiana. Implantado entre 1 a 30 anos, o sistema Silvigrícola existente tem diversidade de espécies anuais, frutíferas e madeireiras. No sistema Silviagrícola deste trabalho as espécies de grãos escolhidas foram o café e o milho. A produção de grãos pode ter resultados negativos ou positivos que que são influenciados por diversos fatores, reduzindo a produção ou aumentando a produtividade. No entanto, devido às condições ecológicas e climáticas locais e à integração de espécies anuais, semiperenes e perenes utilizadas na composição dos terrenos cultivados, as dinâmicas de crescimento vegetativo de cada sistema implantado são diferentes, formando assim diferentes produções. (BOLFE & BATISTELLA, 2011). O cultivo Florestal é uma atividade importante de preservação e produção, que pode ser incorporada na propriedade rural, pois com a conservação ambiental existem formas viáveis de diminuir o aquecimento do efeito estufa fixando o carbono, possibilitando conciliar geração de renda e oportunidade de trabalho. No Sistema Silviágricola permite produzir matéria prima de origem florestal conjunto com a produção de alimentos e ainda realiza restauração das áreas de reserva legal, com visibilidade econômica na exploração dos espaços enquanto o produtor segue as leis ambientais. O aumento da demanda por madeira para diferentes fins, visando vários tipos de mercado, exige técnicas de manejo silviculturais específicos (WALKOWICZ, 2010). O conhecimento dos diferentes usos e ocupação do solo na área está relacionado ao processo de tomada de decisão que contribui para o planejamento regional, pois leva em consideração as especificações locais e, portanto, evitar simplificações e generalizações. (BOLFE, ÉDSON LUIS; BATISTELLA, MATEUS;, 2011). Por meio da implantação do sistema Silviagrícola localizado no município de Cristino Castro, Estado do Piauí, contribuirá para avaliar a diversidade, hábitat, gerenciar atividades ambientais econômicas no uso de recursos naturais e evitar impactos ambientes. 2. OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes usos e ocupações do solo com a implantação de um sistema Silviagrícola (com diversidade de espécies florestais e agrícolas) para obter produtos florestais e produção agrícola em economia de espaço, tempo e qualidade, em uma área rural no município de Cristino Castro, Estado do Piauí. 3. PLANEJAMENTO DO SISTEMA AGROFLORESTAL 3.1 Disponibilidade de mercado Afim de recuperar a área degradada com implantação de um sistema Silviagrícola, é possível adquirir uma complementação da renda familiar e obtenção de produtos para uso próprio e comercialização através de um plano manejo sustentável. O plantio de eucalipto será utilizado para exploração de madeira para produção de carvão como produto final, já a acácia será utilizada para produção de lenha, onde a mesma será vendida para as cerâmicas (olarias) da região, porém esse produto será cortado de maneira sustentável para que haja uma rebrota, e para que não haja a necessidade de um replantio. No intervalo do ciclo de corte é possível realizar produção de culturas anuais para produção de grãos para consumo e venda. As espécies de grãos escolhidas foi o café e o milho, o café por já possuir um histórico de boa produção na propriedade, e por ser uma espécie que se adapta bem com o sombreamento, o mesmo será produzido para comercialização e consumo próprio, já o milho será produzido com a finalidade de fazer ração para os animais da própria fazenda. 3.2 Caracterização do clima da região As condições climáticas do município de Cristino Castro, latitude 8° 49’54,142” sul, longitude 44° 13’ 26, 98” oeste, altitude 252 metros. CEP 649220000. Tipo clima A w segundo KOOPER (1951-2000) clima tropical megatérmico de duas estações bem definidas, verão quente e chuvoso com temperaturas elevadas, e inverno seco, com estiagem prolongada e temperaturas amenas, entre 18 e 27 °C. 1150 mm de pluviosidade média anual. Gráfico demonstrativo da pluviosidade local da região (Cristino castro). 3.3 Custos para implantação do sistema agroflorestal silviagrícola. Nos quadros abaixo (Quadro 1 e 2), estão inseridos todos os custos referentes a implantação, manutenção e colheita do sistema Silviagrícola adotado. Espécies Quantidade de sementes/mudas/ha Total para os 10ha Eucalipto 60 mudas 600 Acácia 200 mudas 2.000 Café 960 mudas 9.600 Milho 8.250 sementes = 28 kg 82.500 Quadro 1: Custo das sementes e mudas para implantação do sistema Silviagrícola. DESCRIÇÃO DO CUSTO VALOR (R$) Preço das sementes/mudas 2500,00/há = (17.800) Análise do solo 45,00 Controle de formigas 64,50 Controle de cupins 280,00 Plantio 500,00 Manutenção 1 ano 500,00 Manutenção anual 500,00 Custo de exploração (final) ------- Equipamentos: motosserras; enxadas; facões. -------- TOTAL 19.689,5 Quadro 2: Custos para implantação do sistema Silviagrícola na fazenda Aracaju, localizada em Cristino Castro – PI. 4 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL 4.1 Área de Implantação do Sistema Silviagrícola O projeto contará com uma área de 100.000 m2, totalizando um total de 10 ha, sendo constituinte de uma área de ecótono cerrado-caatinga, e que apresenta vegetação densa arbustiva, rasteira rala. O terreno é bastante acidentado, com solo arenoso-argiloso e alto grau de compactação, com baixo índice de matéria orgânica. Trata-se de uma área que já possuiu uma vegetação nativa e que com o passar do tempo a área foi sendo desmatada para exploração, no qual foi retirada a piçarra para a construção de uma pista de pouso de avião, o que consequentemente agravou em degradação formando pequenas voçorocas, decorrente da falta de vegetação no local. 4.2 Descrição das espécies O Eucalipto é originário da Oceania, e possui registros de aproximadamente 730 espécies reconhecidas. No Brasil é muito plantada devido suas características das madeiras e por sua resistência a geadas podendo atingir até 30 metros de altura. O eucalipto é uma importante matéria-prima, e seu uso advém de florestas replantio, em detrimento das florestas nativas. Suas principais finalidades são para lenha, toras, toretes, e semiprocessados como tábuas, ripas e celulose, além de ser bastante usada na indústria moveleira para a fabricação de móveis. As florestas de eucalipto são bastante rentáveis ao produtor, principalmente por causa do rápido crescimento, capacidade de adaptação a diferentes regiões e pelo uso diversificado da madeira (POTENCIAL FLORESTAL, 2019). A Acácia é uma espécie que possui mais de 500 variedades. É uma espécie de porte médio podendo chegar até 7 metros de altura com crescimento rápido, superior a 1,5 metros por ano (BIOPARQUE, 2021). A madeira de acácia, por apresentar boa flexibilidade e durabilidade, pode ser usada para fabricação de praticamente qualquer tipo de móvel. Umas das principais vantagens da espécie é a idade de corte, que varia no brasil de 5 a 10 anos. É de grande importância econômica e socialnas pequenas propriedades existentes na região de plantio, pois cerca de 60% das plantações pertencem aos pequenos proprietários. As plantações de acácia têm características multifuncionais, ajudam a recuperar solos de baixa fertilidade, permite consórcio com cultivos agrícolas, e além disso é uma espécie eficiente na fixação de nitrogênio, recuperadora e enriquecedora do solo pela deposição elevada de folhas ricas em nitrogênio (CI FLORESTAS, 2018). O Café é pertencente a família botânica Rubiaceae, que tem cerca de 500 gêneros e mais de 6.000 espécies. A maior parte são árvores e arbustos tropicais, que crescem nas áreas mais baixas das matas. Economicamente, as duas espécies mais importantes são o Coffea arabica (café Arábica) – que responde por mais de 60% da produção mundial – e o Coffea canephora (café Robusta). Duas outras espécies cultivadas em menor escala são o Coffea liberica (café Libérica) e o Coffea dewevrei (café Excelsa) (ICO, 2018). Para a complementação do sistema, será utilizada a espécies agrícola milho. 4.3 Passos e materiais para implantação do Sistema Silviagrícola • Escolha do local de implantação: Fazenda Aracajú, localizada em Cristino Castro – PI; • Definição das Espécies: Arbóreas (Eucalipto e Acácia) e agrícolas (Café e Milho); • Preparo do solo: análise do solo e adubação de base; • Controle de pragas e doenças; • Definição do arranjo espacial dos componentes; • Arranjo temporal do sistema: Plantio sequencial, primeiro as espécies agrícolas, seguidas das espécies arbóreas; • Manutenção: Controle de pragas e doenças, prevenção de fogo com construção de aceiros, controle da mato-competição com capinas manuais; • Colheita final. CROQUI Representação da distribuição das espécies em 1 hectare. LEGENDA: Eucalipto Café Milho Acácia Espaçamento das espécies: 13 m 0 ,6 5 m 0 ,4 0 m 2 m 4,50 m 4,50 m 4,50 m 4,50 m REFERÊNCIAS POTENCIAL FLORESTAL. CONHEÇA AS CARACTERÍSTICAS DO EUCALIPTO. 2019. Disponível em: https://potencialflorestal.com.br/caracteristicas-eucalipto/. Acesso em: 14 jan. 2021. BIOPARQUE. ACÁCIA AMARELA. 2021. Disponível em: https://www.bioparquebrasil.com.br/arvores/acacia-amarela/. Acesso em: 14 jan. 2021. CI FLORESTAS. Acácia Negra. 2018. Disponível em: http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=acacia_negra. Acesso em: 14 jan. 2021. INTERNATIONAL COFFEE ORGANIZATION. Aspectos botânicos. 2018. Disponível em: http://www.ico.org/pt/botanical_p.asp#:~:text=Economicamente%2C%20as%20duas%20esp %C3%A9cies%20mais,Coffea%20dewevrei%20(caf%C3%A9%20Excelsa). Acesso em: 14 jan. 2021. BOLFE, ÉDSON LUIS; BATISTELLA, MATEUS. Análise florística e estrutural de sistemas silviagrícolas em Tomé-Açu, Pará. Pesq. agropec. bras., Brasília, DF, v. 46, p. 1139-1147, 29 outubro 2011. WALKOWICZ, J. Jornal dia de Campo. Cultivo Florestal, 2010. Disponivel em: <http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=21734&secao=Colunas %20e%20Artigos>. Acesso em: 17 janeiro 2021.
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