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Leptospirose

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É uma doença infecciosa febril aguda, de caráter epidêmico e com envolvimento sistêmico, tem 
início abrupto com sintomas que variam desde um processo inaparente até formas graves. 
Apresenta elevada incidência em determinadas áreas e possui alto risco de letalidade, podendo 
chegar a 40% nos casos mais graves. É uma doença de notificação compulsória. 
Sua ocorrência está relacionada as condições precárias de infraestrutura sanitária e alta 
infestação de roedores infectados. Os surtos são facilitados pela ocorrência de inundações que 
propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente. 
Agente etiológico: bactéria espiroqueta do gênero Leptospira da espécie L. interrogans. É aeróbia 
obrigatória, helicoidal, móvel e com extremidades em forma de gancho. 
Transmissão: os roedores da espécie Raffus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus são os 
principais reservatórios. Eles não desenvolvem a doença e são apenas vetores, tornando-se 
apenas portadores da bactéria que se localiza nos rins desses animais e é eliminada para o 
ambiente por meio da urina. Existem outros reservatórios como suínos, bovinos, equinos, ovinos, 
caprinos e animais silvestres. Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais e terminais 
dentro da cadeia de transmissão. A infecção humana ocorre por meio da penetração do 
microrganismo em pele lesada ou mucosas como boca, narinas e olhos. Além disso, também são 
formas de transmissão a pele íntegra imersa em água contaminada por tempo prolongado, 
contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados. Após a invasão, a Leptospira se 
dissemina através do sangue para todos os órgãos, incluindo o SNC. Quando ocorre uma 
meningite por leptospirose é uma meningite asséptica. 
Manifestações clínicas: a patologia possui duas fases principais, a leptospirose anictérica e a 
leptospirose ictérica. A forma anictérica possui um período de incubação de 3-14 dias e possui 
uma evolução geralmente bifásica. Em seu primeiro estágio denominando septcêmico (3-7 dias) 
cursa com mialgia (principalmente membros inferiores), cefaleia, dor abdominal, vômitos, 
calafrios, tosse seca ou produtiva, febre alta, enxantema macular ou maculopapular. Possui uma 
defervescência em lise de 1-2 dias avançando para a segunda fase. O segundo estágio da fase 
anictérica é imune (0 dias- 1 mês), o qual segue com meningite, paralisia dos nervos cranianos 
uveíte, exantema e febre. 
Na forma ictérica a evolução é monofásica e a sua gravidade é mais elevada. Possui os sintomas 
da fase anictérica mais intensos e acompanhados de icterícia rubínica (alaranjada). O primeiro 
estágio (septicêmico 3-7 dias) e o segundo (imune 10-30 dias) cursam com plaquetopenia 
importante com hemorragia, icterícia, pode ocorrer insuficiência renal, capilarite pulmonar 
(insuficiência respiratória) e miocardite. Os sinais de gravidade mais comuns é a insuficiência renal 
aguda (nefrite tubulointersticial) e as manifestações hemorrágicas (devido a vasculite sistêmica, 
agravada pela plaquetopenia), que juntos com a icterícia rubínica (colestase) caracterizam a 
síndrome de Weil. 
 Sinais clínicos de alerta – indicam gravidade para internação hospitalar 
Dispneia, tosse e taquipneia 
Alterações urinárias, geralmente oligúria 
Fenômenos hemorrágicos 
Hipotensão 
Alterações do nível de consciência 
Vômitos frequentes 
Arritmias 
Icterícia 
Perfil laboratorial: hemograma revela anemia, leucocitose com desvio a esquerda, 
plaquetopenia, transaminases normais ou elevadas, aumento de bilirrubina direta, CPK elevada 
(lise muscular), aumento de ureia e creatinina, potássio sérico normal ou diminuído (reduzida 
absorção de sódio devido a perda de canais no epitélio tubular proximal, aumentando o aporte 
distal → perda de potássio), TP alargado, fibrinogênio elevado, urina leucocitária, proteinúria e 
olindruria. Gasometria arterial com acidose metabólica e hipoxemia. 
Diagnóstico: os métodos sorológicos são a melhor alternativa, sendo a reação de 
microaglutinação o padrão ouro por meio da detecção de sorovares e por possuir alta 
sensibilidade. A reação de amcroaglutinação é mais acessível, sendo ideal a coleta do 7º dia de 
doença, mas é menos sensível. O teste de ELISA IgM permite a detecção a partir do 7º dia e 
permanece positivo por 1-2 meses. 
Diagnósticos diferenciais: Na forma anictérica são dengue, influenza, maláira, riquetsioses, chagas, 
toxoplasmose, febre tifoide, meningites. Na forma ictérica/grave, cita-se hepatites virais agudas, 
febre amarela, sepse, dengue, colangites e malária. 
Tratamento: as formas moderadas são tratadas com antibióticos como a doxiciclina e amoxicilina. 
As formas graves são tratadas com penicilina G cristalina (1º escolha), ampicilina, ceftriaxone, 
cefotaxima. O tratamento dura de 7-10 dias. Além disso, a hidratação vigorosa EV deve ser feita, 
terapia renal substitutiva, assistência ventilatória e transfusão de hemácias e plaquetas se 
necessário.

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