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12 DE JUNHO: DIA MUNDIAL CONTRA O TRABALHO INFANTIL - 12 MOTIVOS PARA A ELIMINAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (CAMPANHA 2020 #NÃOAOTRABALHOINFANTIL)

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ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL
GABRIELA MOREIRA LOPES
12 MOTIVOS PARA A ELIMINAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
GOIÂNIA
2020
GABRIELA MOREIRA LOPES
12 MOTIVOS PARA A ELIMINAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
Trabalho apresentado a disciplina de Ergonomia e Segurança do Trabalho como requisito para Atividade Externa à Disciplina (AED) de N2.
Orientadora: Profª Ma. Lara Rubia Lopes de Sousa.
GOIÂNIA
2020 
HISTÓRICO
O dia 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002, data da apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Anual do Trabalho. Desde então, a OIT convoca a sociedade, os trabalhadores, os empregadores e os governos do mundo todo a se mobilizarem contra o trabalho infantil.
No Brasil, o 12 de junho foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, pela Lei Nº 11.542/2007. As mobilizações e campanhas anuais são coordenadas pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), em parceria com os Fóruns Estaduais de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador e suas entidades membros.
O símbolo da campanha e da luta contra o trabalho infantil no Brasil e no mundo é o cata-vento de cinco pontas coloridas (azul, vermelha, verde, amarela e laranja). Ele tem um sentido lúdico e expressa a alegria que deve estar presente na vida das crianças e adolescentes. O ícone representa ainda movimento, sinergia e a realização de ações permanentes e articuladas para a prevenção e a erradicação do trabalho infantil.
CONSEQUÊNCIAS DO TRABALHO INFANTIL
O trabalho infantil deixa marcas na infância que, muitas vezes, tornam-se irreversíveis e perduram até a vida adulta. Traz graves consequências à saúde, à educação, ao lazer e à convivência familiar. Exemplos dos impactos negativos do trabalho infantil:
· Aspectos físicos: fadiga excessiva, problemas respiratórios, lesões e deformidades na coluna, alergias, distúrbios do sono, irritabilidade. Segundo o Ministério da Saúde, crianças e adolescentes se acidentam seis vezes mais do que adultos em atividades laborais porque têm menor percepção dos perigos. Fraturas, amputações, ferimentos causados por objetos cortantes, queimaduras, picadas de animais peçonhentos e morte são exemplos de acidentes de trabalho.
· Aspectos psicológicos: os impactos negativos variam de acordo com o contexto social do trabalho infantil. Por exemplo, abusos físicos, sexuais e emocionais são os principais fatores de adoecimento das crianças e adolescentes trabalhadores. Outros problemas são: fobia social, isolamento, perda de afetividade, baixa autoestima e depressão.
· Aspectos educacionais: baixo rendimento escolar, distorção idade-série, abandono da escola e não conclusão da Educação Básica. Cabe ressaltar que quanto mais cedo o indivíduo começa a trabalhar, menor é seu salário na fase adulta. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo rendimento escolar e ao comprometimento no processo de aprendizagem. É um ciclo vicioso que limita as oportunidades de emprego aos postos que exigem baixa qualificação e com baixa remuneração, perpetuando a pobreza e a exclusão social.
DADOS
O trabalho infantil ainda é uma realidade para milhões de meninas e meninos no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2016, havia 2,4 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil, o que representa 6% da população (40,1 milhões) nesta faixa etária.
Cabe destacar que, desse universo, 1,7 milhão exerciam também afazeres domésticos de forma concomitante ao trabalho e, provavelmente, aos estudos. A maior concentração de trabalho infantil está na faixa etária entre 14 e 17 anos, somando 1.940 milhão. Já a faixa de cinco a nove anos registra 104 mil crianças trabalhadoras.
Dados por região
As regiões Nordeste e Sudeste registram as maiores taxas de ocupação, respectivamente 33% e 28,8% da população de 2,4 milhões na faixa entre cinco e 17 anos. Nestas regiões, em termos absolutos, os Estados de São Paulo (314 mil), Minas Gerais (298 mil), Bahia (252 mil), Maranhão (147 mil), ocupam os primeiros lugares no ranking entre as unidades da Federação. Nas outras regiões, ganha destaque o estado do Pará (193 mil), Paraná (144 mil) e Rio Grande do Sul (151 mil).
Dados por sexo
O número de meninos trabalhadores (1,6 milhões; 64,9%) é quase o dobro do de meninas trabalhadoras (840 mil; 35,1%), na faixa de cinco a 17 anos. Essa diferença acontece em todas as faixas etárias analisadas.
Dados por cor
Há mais crianças e adolescentes negros trabalhadores do que não negros (1,4 milhão e 1,1 milhão, respectivamente). As regiões Nordeste (39,5%) e Sudeste (25,1%) apresentam os maiores percentuais de crianças e adolescentes negros trabalhadores.
Dados por situação de domicílio
Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2016, há mais crianças e adolescentes trabalhadoras nas cidades em número absolutos, no entanto, relativamente o trabalho infantil é maior no campo. Na área rural, havia 976 mil crianças e adolescentes trabalhadores (40,8%), e 1,4 milhão na área urbana (59,2%). Esse número é mais expressivo entre as crianças de cinco a 13 anos de idade: 308 mil no meio rural (68,2%) e 143 mil nas cidades (31,8%).
A maioria das atividades de trabalho da agricultura e pecuária estão na lista das piores formas de trabalho infantil. São expressamente proibidas, portanto, para pessoas com menos de 18 anos. Ainda assim, 580.052 crianças e adolescentes de até 13 anos trabalhavam na agropecuária em 2017 no Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A análise dos dados do Censo Agropecuário 2017 mostra que o trabalho infantil no setor concentra-se nas atividades da pecuária e criação de outros animais, com 46,8%. A produção de lavouras temporárias responde pela ocupação de 35,2%. Juntas, essas atividades respondem por 82% de todas as situações de trabalho infantil do setor no Brasil. As informações estão disponíveis no estudo inédito “Trabalho Infantil na Agropecuária Brasileira – uma leitura a partir do Censo Agropecuário de 2017”,
Dados por situação de ocupação
Em todas as faixas etárias, se destacam os trabalhos elementares na agricultura e pecuária, na criação de gado, na venda ambulante e a domicílio, como ajudantes de cozinha, balconistas, cuidadores de crianças, recepcionistas e trabalhadores elementares da construção civil. Nas faixas etárias de cinco a nove anos e de 10 a 13 anos, idades em que é proibido qualquer tipo de trabalho, predominam as ocupações ligadas às atividades agrícolas. Já os adolescentes de 16 e 17 anos estão, principalmente, nas ocupações urbanas, tais como escriturários gerais, balconistas e vendedores de lojas.
TRABALHO INFANTIL E PANDEMIA COVID-19
Em 2020, a Campanha 12 de junho tem por objetivo alertar para o risco de crescimento do trabalho infantil motivado pelos impactos da pandemia do novo coronavírus. Com o slogan “Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”, a campanha nacional está alinhada à iniciativa global proposta pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Milhões de crianças correm o risco de ser empurradas para o trabalho infantil como resultado da crise da COVID-19, que pode levar ao primeiro aumento do trabalho infantil após 20 anos de avanços, de acordo com um novo informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Segundo o relatório “COVID-19 e o trabalho infantil: Em tempos de crise, é hora de atuar”, o trabalho infantil diminuiu 94 milhões desde 2000, um avanço que agora pode ser ameaçado. As estimativas globais em 2017 indicaram que 152 milhões de crianças trabalhavam em todo o mundo.
A crise causada pela COVID-19 pode causar aumento significativodo trabalho infantil na América Latina e no Caribe. Os impactos da pandemia podem obrigar mais de 300.000 meninos, meninas e adolescentes a trabalhar, destaca uma análise da CEPAL e da OIT, que considera imperativo a adoção de medidas para enfrentar esta situação.
“A desaceleração da produção, o desemprego, a baixa cobertura da proteção social, a falta de acesso à seguridade social e os níveis mais altos de pobreza são condições que favorecem o aumento do trabalho infantil”, destaca o estudo. A análise dos resultados do Modelo de Identificação de Riscos para o Trabalho Infantil, desenvolvido pela CEPAL e pela OIT, permite estimar que o trabalho infantil possa aumentar entre 1 e 3 pontos percentuais na região.
Segundo a análise, "isso implicaria que pelo menos entre 109.000 e 326.000 meninos, meninas e adolescentes poderiam entrar no mercado de trabalho, somando-se aos 10,5 milhões atualmente em situação de trabalho infantil". O documento lembra que o percentual de meninos, meninas e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil na América Latina e no Caribe caiu de 10,8%, em 2008, para 7,3%, em 2016, o que equivale a uma diminuição de 3,7 milhões de pessoas nessa situação, até o indicador atual de 10,5 milhões.
Para o Fórum Nacional é preciso evidenciar os impactos da pandemia na vida das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e a responsabilidade do Estado brasileiro na adoção de medidas emergenciais de proteção, uma vez que neste cenário sem precedentes são estes os sujeitos sociais mais vulneráveis.
O cenário brasileiro já tinha desafios consideráveis para a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente para a eliminação do trabalho infantil, entretanto, os impactos socioeconômicos da pandemia evidenciam e aprofundam as desigualdades sociais existentes e potencializam as vulnerabilidades de muitas famílias brasileiras.
Para o FNPETI, embora a pandemia da COVID-19 seja o item prioritário da agenda política internacional e nacional, é compromisso de todos que defendem e promovem o direito a uma infância sem trabalho e a uma adolescência com trabalho protegido (se esta for a opção dos adolescentes acima de 14 anos) realizar o debate de forma mais ampla, não só a partir da perspectiva da saúde pública, mas também a partir dos impactos negativos na vida de milhões de crianças e adolescentes no trabalho infantil e suas famílias.
#NÃOAOTRABALHOINFANTIL – 12 MOTIVOS PARA A ELIMINAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
Em alusão ao Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, foi lançada no dia 03 de junho de 2020 a campanha #NãoaoTrabalhoInfantil. A campanha faz parte de um projeto nacional realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho, através do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho (CSJT) e em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização das Nações Unidas - Brasil (ONU Brasil) e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).
A iniciativa mais importante da campanha são os 12 vídeos com depoimentos de adultos que trabalharam na infância e hoje percebem os impactos negativos desta experiência. A série, intitulada “12 motivos para a eliminação do trabalho infantil”, começou a ser divulgada a partir do dia 15 de junho. Os vídeos, que foram produzidos pelas assessorias de imprensa dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho, estão sendo gradativamente publicados diariamente nas redes sociais do TST e dos TRTs, bem como pelas instituições parceiras. Até o momento, foram postados seis vídeos.
Para acompanhar todos os depoimentos, é só acompanhar as contas oficiais do Youtube, do Twitter e do Instagram do TST e de seus parceiros, além das hashtags #NaoaoTrabalhoInfantil #ChegadeTrabalhoInfantil #BrasilSemTrabalhoInfanti, #SemTrabalhoInfantill e #InfanciaSemTrabalho.
Para se aprofundar mais no assunto, é só consultar a legislação pertinente (Constituição Federal de 1988, Convenção 138 da OIT - Idade Mínima para Admissão ao Trabalho, Convenção 182 da OIT - Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Lei da Aprendizagem) e outros documentos relacionados. Todos os arquivos estão disponíveis no endereço https://fnpeti.org.br/12dejunho/.
Os depoimentos contam histórias reais sobre traumas, sequelas, lembranças e os impactos causados no desenvolvimento humano durante o trabalho realizado na infância. O objetivo é conscientizar sobre os riscos da exploração do trabalho infantil que atinge pelo menos 2,4 milhões de meninos e meninas entre 5 e 17 anos, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
O trabalho infantil é reconhecido como uma das formas de exploração mais prejudiciais ao desenvolvimento pleno do ser humano. Seus efeitos deixam marcas que, muitas vezes, tornam-se irreversíveis e perduram até a vida adulta. Na maioria dos casos, rouba a infância das crianças, impede o acesso à escola e o convívio e as brincadeiras com pessoas da mesma idade. Além disso, abre espaço para outras violações, como abuso psicológico e sexual e privação da liberdade e dignidade.
MOTIVO #1 – ATRAPALHA O RENDIMENTO ESCOLAR
Um dos personagens selecionados vem de São Luís, no Maranhão. José Airton Alves Nascimento, protagonista do primeiro vídeo da série, conta que teve uma infância marcada pela pobreza e que precisou trabalhar durante todo esse período. "Vendia frutas durante o dia e, à noite, ia para escola, mas não conseguia estudar de tão cansado! As crianças deveriam ter oportunidade de focar só nos estudos", destaca no depoimento ao lembrar da época.
MOTIVO #2 – DESTRÓI OS SONHOS
O segundo vídeo é protagonizado por Maria das Dores Clementino, da Paraíba. O trabalho na infância a proibiu de continuar os estudos e não permitiu que o sonho de ser professora se realizasse. “O trabalho tomou todo o meu tempo, minha infância, minha juventude. (...) Eu queria ter tido essa oportunidade, de estudar. E ser feliz, porque o estudo traz alegria, traz sabedoria (...), traz tudo de bom".
MOTIVO #3 – TIRA A DIGNIDADE E REDUZ AS CHANCES DE UM FUTURO MELHOR
Rosileide dos Santos tem 47 anos e é de Pernambuco. Começou a trabalhar aos cinco anos, na roça. Adulta, mora atualmente em Planaltina de Goiás e só agora teve a oportunidade de estudar, mas garante que não quer parar. Ela cursa o Ensino Fundamental. “As crianças hoje têm estudo, mas naquele tempo a gente não tinha direito (...). O estudo faz muita falta na vida do ser humano, principalmente de uma criança”.
MOTIVO #4 – ADOECE FÍSICA E PSICOLOGICAMENTE
Trabalhar e não poder brincar também foi a realidade vivida pela Rosimery de Castro, de 53 anos. "Dos 9 aos 13 anos, trabalhei em serviços pesados que prejudicaram minha ida à escola. Não aprendi a brincar, eu aprendi a trabalhar exaustivamente", detalha a moradora do Pará.
Além de dificultar ou impedir os estudos, o trabalho infantil pode atrapalhar o desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e social da criança, gerando traumas irreversíveis que impactam a qualidade de vida de milhões de adultos em todo mundo. A história de Rosimery teve todos esses prejuízos. Devido ao trabalho, assim como José Airton, ela não conseguiu obter um bom aproveitamento na escola. Entretanto, acabou ficando doente várias vezes, sem receber visitas da própria família. “Quando eu estava bem de saúde, eu podia trabalhar; quando eu estava doente eu fui abandonada no hospital”.
MOTIVO #5 – REDUZ AS CHANCES DE TER UMA SITUAÇÃO FINANCEIRA CONFORTÁVEL
Para o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e para a Constituição Federal, o menor de idade só pode trabalhar em lavouras na condição de aprendiz. Para isso, precisa ser maior de 14 anos, ser matriculado e frequentar a escola. Aguinaldo Felix Dias, do Rio de Janeiro, trabalhou dos dez aos dezessete anos em uma lavoura de cana-de-açúcar, o que o impediu de frequentar a escola.
Jáadulto, as consequências da falta de estudo se mostraram na dificuldade que ele tem de se inserir no mercado de trabalho. “Eu nunca estudei em colégio nenhum. Pra aquela época, muitos pais não pensavam que o filho fosse estudar. O interesse deles era que os filhos fossem trabalhar pra ajudar em casa".
O trabalho infantil rural também traz sérios malefícios para o desenvolvimento das crianças, especialmente porque muitas delas advém de famílias muito pobres. Tais famílias quase sempre estão submetidas a um trabalho total ou parcialmente escravo, ainda que não tenham de diretamente servir a senhores.
Mesmo trabalhando por conta própria, podem morar na propriedade de alguém e/ou ter dívidas exorbitantes e/ou inventadas, uma vez que por não terem estudo, dificilmente saibam ler, escrever, fazer contas complexas ou entender sobre seus direitos perante a lei.
Além disso, costumam trabalhar de forma insalubre, em locais perigosos e ganhando salários baixíssimos, insuficientes para a própria subsistência. Dessa forma, torna-se muito difícil que os pais tenham a perspectiva de que eles mesmos ou seus filhos um dia saiam desta realidade, uma vez que provavelmente é a única que todos os seus antepassados conheceram.
MOTIVO #6 – TRAZ AMADURECIMENTO PRECOCE E RESPONSABILIDADES DE ADULTOS
Cristiano Paulo dos Santos era o filho adotivo de uma mulher viúva, mãe de seis filhos biológicos. Para ajudar no sustento da casa, precisou vender chup-chups (doce conhecido como laranjinha em Goiás), defasando seus estudos. “Esse é o resultado do trabalho infantil. Esse é o resultado do trabalho adolescente, jovem, não protegido".
Tomar atitudes como esta traz amadurecimento precoce à crianças, adolescentes e jovens, mas pode trazer diversos prejuízos emocionais, uma vez que está lidando com responsabilidades inerentes aos adultos. Com o passar do tempo, felizmente Cristiano conseguiu dar a volta por cima. Atualmente, ele é Instrutor de Ensino e Aprendizagem, mobilizador social, pedagogo e graduando em História e defensor de uma infância e juventude protegidas.
OUTRAS INICIATIVAS
Sementes
O cantor e rapper Emicida gravou uma música especial para alertar sobre os riscos do trabalho infantil no Brasil. A canção “Sementes” conta com a participação da também rapper Drik Barbosa. Já disponível nos aplicativos de streaming desde o dia 9 de junho, a faixa ganhou também um videoclipe, que pode ser conferido no canal de YouTube do paulista.
Na música, os artistas comparam as crianças com sementes em desenvolvimento e lembram que ambas não devem sofrer pressão no seu processo de florescimento. Eles cantam: "é muito triste, muito cedo, é muito covarde cortar infâncias pela metade. Pra ser um adulto sem tumulto, não existe atalho. Em resumo, crianças não têm trabalho".
A letra de "Sementes" passa por tópicos alarmantes sobre a realidade do trabalho infantil no Brasil. No trecho em que Drik Barbosa diz que o trabalho infantil tem cor e endereço, ela se refere ao fato de que o número de crianças e adolescentes negros nessa atividade é maior do que o de não de negros (1,4 milhão e 1,1 milhão, respectivamente). A voz da artista também versa sobre uma menina que, aos 8 anos de idade, limpa casa de família em troca de comida. Nesse caso, ela aponta para a triste realidade de que, quando se trata de trabalho infantil doméstico, as meninas são a maioria (94,2%).
"A gente vive um momento em que é necessário falar sobre a problemática da Covid-19 nas periferias. Isso é urgente. A persistente falta de atenção dada ao trabalho infantil, algo que vem bem antes dessa pandemia surgir, se agrava ainda mais neste período, que deveria ser de paralisação e isolamento, mas resulta no inverso: mais crianças sendo empurradas para uma situação de trabalho desumano", diz Emicida.
Webinário
No dia 12 de junho, houve um webinário nacional (seminário virtual), transmitido pelo canal do Tribunal Superior do Trabalho no Youtube. O evento contou com o apoio do Canal Futura e debateu questões como o racismo estrutural no Brasil, os aspectos históricos, os mitos, o trabalho infantil no contexto da Covid-19 e os desafios da temática pós-pandemia.
Podcasts
O instagram da OIT Brasil lançou uma série de podcasts que fazem parte da campanha nacional contra o trabalho infantil realizada conjuntamente por vários órgãos. Intitulada “Prosa de Trabalho”, em um dos episódios é possível conhecer a história de Marinaldo Soares Santos. O trabalho na infância, aos nove anos de idade, comprometeu o exercício pleno do direito dele à educação. Além do depoimento dele, o programa discute como a aprendizagem pode ser um caminho para a erradicação do trabalho precoce.
O Podcast Cata-vento foi criado por jovens da Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil. Neste programa, o público pode descobrir por que o cata-vento de cinco pontas é o símbolo mundial da luta contra o trabalho infantil e quem são as crianças e adolescentes vítimas dessa violação de direitos. Para acessar, basta entrar no site do FNPETI.
Gibi digital
A revista da Turma da Mônica “Trabalho Infantil, Nem de Brincadeira”, produzida em 2017 pela Mauricio de Sousa Produções, em parceria com a Justiça do Trabalho, já está disponível, gratuitamente, no aplicativo Banca da Mônica, e ficará disponível durante todo o mês de junho.
A disponibilização da versão digital do título faz parte de uma das ações lideradas pelo Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho, coordenado pela ministra Kátia Arruda, para marcar o mês em que se celebra o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, em 12 de junho. 
No especial, os personagens levantam a bandeira da infância saudável, sem a exploração de mão de obra infantil, explicando os direitos e deveres dos menores e mostrando que todas as histórias com crianças e adolescentes devem ter um final feliz. O aplicativo está disponível nas plataformas iOS e Android.
Mensagem do Papa Francisco
Um dos maiores líderes espirituais do mundo, o Papa Francisco enviou uma mensagem de apoio à campanha nacional contra o trabalho infantil realizada pelo MPT, TST, OIT e FNPETI, com o apoio do Santuário Nacional de Aparecida (SP) e outros parceiros nos estados. Sensibilizado com a causa, o pontífice afirmou juntar-se à campanha como uma oportunidade de “unir esforços em vista de erradicar essa chaga tão terrível que priva a tantas crianças do seu direito de ter uma infância saudável”.
A Igreja Católica brasileira, por meio do Santuário Nacional de Aparecida, também se manifestou em favor da luta contra o trabalho precoce. No dia 12 de junho a Rede Aparecida de Comunicação transmitiu ao vivo e em rede nacional, a missa em que foi feita a leitura da Carta de Aparecida contra o trabalho infantil.
REFERÊNCIAS
Instagram
https://www.instagram.com/p/CA-iimAAHoT/?igshid=yrwtu4ub1krh
https://www.instagram.com/p/CBQWd0yAoes/?igshid=1kmxtd8ikzsic 
https://www.instagram.com/tv/CBvJC2vF7Qr/?igshid=l7ld6ifmalok 
https://www.instagram.com/p/CBdb61BDGQC/?igshid=95ivqo8gkizm 
https://www.instagram.com/p/CBTjB95DbDd/?igshid=ghfzlvcbm25l 
https://www.instagram.com/tv/CBorTqEDz5K/?igshid=qmn6cjh6y1wm 
https://www.instagram.com/p/CBWLuKnDuZq/?igshid=16krqg6z6l8b7 
https://www.instagram.com/p/CBiiXiYj1QU/?igshid=1h86q6w7dsv3 
Sites
http://www.csjt.jus.br/web/csjt/-/revista-da-turma-da-m%C3%B4nica-sobre-trabalho-infantil-pode-ser-baixada-gratuitamente-em-junho 
https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/315842
https://www.trt8.jus.br/noticias/2020/campanha-nacional-emicida-lanca-musica-com-alerta-sobre-trabalho-infantil-no-brasil 
https://fnpeti.org.br/12dejunho/ 
https://www.trt8.jus.br/noticias/2020/campanha-nacional-emicida-lanca-musica-com-alerta-sobre-trabalho-infantil-no-brasil 
https://ambitojuridico.com.br/noticias/depoimentos-de-adultos-que-trabalharam-na-infancia-marcam-campanha-contra-o-trabalho-infantil/ 
https://portaldomagistrado.com.br/2020/06/16/motivo-2-12-motivos-para-a-eliminacao-do-trabalho-infantil/
https://portaldomagistrado.com.br/2020/06/16/motivo-1-12-motivos-para-a-eliminacao-do-trabalho-infantil/YouTube
https://youtu.be/OOiXyc2LYI4 (YOUTUBE TV JUSTIÇA)
https://youtu.be/MZHdd4FHBCU (MOTIVO #1 - YOUTUBE TST)
https://youtu.be/Z1uJ9mhwIl0 (MOTIVO #2 - YOUTUBE TST)
https://youtu.be/U4i18mAUjMw (MOTIVO #3 - YOUTUBE TST)
https://youtu.be/muEXWCf-tEg (MOTIVO #4 - YOUTUBE TST)
https://youtu.be/mBBBQRhNEi4 (MOTIVO #5 - YOUTUBE TST)
https://youtu.be/qWsNLCBRPxM (MOTIVO #6 - YOUTUBE TST)

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