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Antiepilépticos Professora: Dra. Ivana Maria Fechine Monitor: João Victor Belo Introdução ● Controle das funções cerebrais: canais iônicos e redes neurais; ● Anormalidade nas funções cerebrais: propagação rápida, sincrônica e descontrolada da atividade elétrica (convulsão); 2 Introdução Convulsão x Epilepsia ● Epilepsia: alterações neurológicas com a ocorrência de convulsões periódicas; ● Causas: genética, estrutural ou metabólica e desconhecida. 3 Excitação Inibição Ações dos Canais de Na+ 4 Essas propriedades dos canais servem para evitar uma descarga repetitiva (convulsão). Fisiopatologia das Convulsões 6 Convulsões Glutamato ● Principal neurotransmissor excitatório liberado em uma crise epilética; ● Causa excitotoxicidade e lesão neuronal 7 Convulsões Generalizadas Primárias Crises de ausência: ● Também chamadas de "convulsões do tipo pequeno mal", surgem de regiões centrais do cérebro e, posteriormente, propagam-se para os dois hemisférios; ● Caracterizadas por interrupções súbitas da consciência, geralmente acompanhadas por olhar fixo e perplexo, bem como por sintomas motores ocasionais, como piscar rápido e estalar dos lábios; 8 Convulsões Generalizadas Secundárias Convulsões Tônico-Clônicas ● Propagação de convulsões parciais para ambos os hemisférios cerebrais; ● Inibição dos receptores GABAA: Contração da musculatura de todo o corpo (Fase Tônica); ● Em seguida, há a ativação dos receptores NMDA e AMPA, promovendo contrações involuntárias de todos os quatro membros (Fase Clônica), quando afeta o córtex motor; ● Com o tempo, prevalece a inibição do GABAA e o paciente se torna flácido e permanece inconsciente até a normalização da função cerebral. 9 Convulsões Generalizadas Secundárias Fase Tônica 10 Fase Clônica Inativação dos Receptores GABAA Íons Cl- deixam de entrar na célula Redução da Hiperpolarização da Membrana Manutenção do Potencial de Ação Descargas Simultâneas de Longa Duração Contração Longa dos Músculos Glutamato Ativação dos Receptores NMDA e AMPA Abertura dos Canais de Na+ Despolarização da Membrana Potencial de Ação Movimentos Clônicos Tipos de Convulsões Epilépticas 11 Tipo de Convulsão Sintomas/Manifestações Essenciais Convulsões Parciais Convulsão parcial simples • Os sintomas dependem da localização da atividade anormal no cérebro: movimento repetitivo involuntário (córtex motor), parestesias (córtex sensorial), luzes piscando (córtex visual), etc; • A consciência é preservada. Convulsão parcial complexa (epilepsia do lobo temporal) • Os sintomas são causados por atividade anormal no lobo temporal ou frontal; • Alteração da consciência (perda de contato com a realidade); • Associada a “automatismos” involuntários, desde movimentos repetitivos (estalar dos lábios, apertar a mão) até atividades de alta habilidade (dirigir veículos e tocar instrumentos musicais); • Memória comprometida durante a crise epilética. Tipos de Convulsões Epilépticas 12 Tipo de Convulsão Sintomas/Manifestações Essenciais Convulsões Generalizadas Crise de ausência (pequeno mal epiléptico) • Interrupção súbita e breve da consciência; • Olhar parado; • Sintomas motores ocasionais, como estalar dos lábios e piscar rápido. Convulsão mioclônica • Contração muscular breve em um só músculo ou em todos do corpo (podendo resultar em queda); • Associada a doença sistêmica, como uremia, insuficiência hepática, etc. Convulsão tônico-clônica (grande mal epiléptico) • Contração sustentada (tônica) seguida de movimentos rítmicos (clônicos) de todos os membros; • Porém, o início é abrupto e não é precedido de sintomas de convulsão parcial ou complexa. Agentes Farmacológicos Antiepilépticos Mecanismos Gerais de Ação 1. Bloqueio dos canais voltagem-dependentes (Na+ ou Ca++); 2. Potencialização dos impulsos inibitórios GABAérgicos; 3. Inibição dos receptores de glutamato; 4. Alguns antiepiléticos parecem ter múltiplos alvos no SNC; 5. Porém, o mecanismo de ação de alguns fármacos ainda está mal definido; 6. A medicação antiepilética suprime as crises, mas não cura nem previne a epilepsia. 14 I Potencializadores da Ação do GABA Benzodiazepínicos ● Atuam sobre um subtipo específico de receptores GABAA, aumentando a afinidade do GABA pelo receptor e aumentando o influxo de Cl-; ● Aumentam o limiar do potencial de ação e suprimem o foco da convulsão; ● Diazepam, Lorazepam e Midazolam → tratamento das convulsões parciais e tônico-clônicas; ● Efeitos adversos → ataxia, tontura, sonolência; ● Não devem ser utilizados na terapia antiepiléptica de manutenção, pois podem causar tolerância. 15 I Potencializadores da Ação do GABA Benzodiazepínicos 16 Benzodiazepínicos ● Mecanismo de ação: 17 ↑ Afinidade do GABA pelo receptor GABAA ↑Influxo de Cl- para os neurônios ↑ Hiperpolarização da membrana ↑ Limiar do potencial de ação Suprime o foco da convulsão Convulsões e contrações musculares cessam I Potencializadores da Ação do GABA Barbitúricos ● Se ligam a todos os subtipos de receptores GABAA, potencializando a ação do GABA endógeno ao aumentar a duração de abertura dos canais de Cl-. ● Diferentemente dos Benzodiazepínicos, podem atuar no receptor GABAA sem a presença do ligante endógeno; ● Principal representante: Fenobarbital → tratamento de convulsões parciais e tônico-clônicas. ● Devido ao seu potencial de causar efeitos adversos sedativos pronunciados, o uso dessa classe diminuiu frente ao surgimento de novos fármacos melhorados. 18 I Potencializadores da Ação do GABA Fenitoína ● Diminui a velocidade de recuperação do estado inativado dos canais de Na+, aumentando o limiar dos potenciais de ação; ● Tratamento de crises focais e tônico-clônicas bem como do estado epilético; ● Mais de 95% se liga à albumina; ● Sofre mecanismo de primeira passagem; ● Efeitos Adversos: confusão, anemia megaloblástica, hirsutismo etc. 19 II Inibidores dos canais de sódio Fenitoína ● Cloranfenicol, Cimetidina, Dissulfiram e Isoniazida inibem o sistema P450, reduzindo o metabolismo da Fenitoína; ● Carbamazepina induz o sistema P450, aumentando o metabolismo da Fenitoína; ● A Fenitoína também induz o sistema P450 e aumenta o metabolismo de alguns fármacos (contraceptivos orais, quinidina, doxiciclina, ciclosporina, metadona e levodopa). 20 II Inibidores dos canais de sódio Carbamazepina ● Mecanismo semelhante ao da Fenitoína; ● Meia-vida reduzida com o tratamento crônico, devido à indução do sistema P450; ● Por ter metabolismo linear, é uma escolha mais interessante que a fenitoína no tratamento de pacientes com interações medicamentosas potenciais. 21 II Inibidores dos canais de sódio Lamotrigina ● Retarda a recuperação dos canais de Na + de seu estado inativado; ● Possui outros mecanismos ainda indeterminados; ● Alternativa útil para o tratamento de convulsões parciais e tônico-clônicas; ● Efetiva para tratar crises de ausência atípicas; ● Sua dosagem deve ser reduzida quando associada ao ácido valpróico; 22 II Inibidores dos canais de sódio Ácido Valpróico ou Valproato ● Assim como a Fenitoína e a Carbamazepina, retarda a recuperação dos canais de Na+ do estado inativado; ● Aumenta a atividade da ácido glutâmico descarboxilase; ● Trata síndromes de epilepsia generalizada com tipos mistos de convulsões, convulsões idiopáticas, crises de ausência e convulsões parciais (alternativa para a Fenitoína e a Carbamazepina). 23 II Inibidores dos canais de sódio Ácido Valpróico ou Valproato ● Inibe enzimas que catalisam a degradação do GABA; ● Com isso, aumenta a inibição do GABA; ● Aumenta a atividade da ácido glutâmico descarboxilase, enzima que catalisa a síntese do GABA; 24 III Inibidores dos canais de cálcio Gabapentina ● Um dos primeiros antiepilépticos a ser desenvolvido com base no planejamento racional de fármacos; ● Análogo estrutural do GABA →aumenta a inibição mediada pelo GABA; ● Principal efeito anticonvulsivante → inibição dos canais de cálcio HVA, inibindo a liberação de neurotransmissores e descargas exacerbadas no cérebro; ● Apesar das vantagens, não parece ter efeito antiepiléptico na maioria dos pacientes. 25 III Inibidores dos canais de cálcio Felbamato ● Sua principal ação envolve o bloqueio dos receptores NMDA, especialmente da subunidade NR2B; ● Por não estar presente de maneira equivalente em todo o cérebro, a ligação à subunidade NR2B confere uma certa seletividade a esse fármaco; ● É altamente potente e tende a causar poucos efeitos adversos sedativos frente a outros antiepilépticos; ● Entretanto, pode causar anemia aplásica fatal e insuficiência hepática, por isso seu uso é restrito para pacientes com epilepsia extremamente refratária. 26 IV Inibidores dos receptores de Glutamato Seleção do Medicamento 27 Tratamento Efetivo Tratamento Efetivo Tratamento Efetivo Cirurgia Fármaco de Segunda Escolha Fármaco de Primeira Escolha Tratamento NÃO Efetivo Tratamento NÃO Efetivo Associação Tratamento NÃO Efetivo Diagnóstico de Epilepsia 28 OBRIGADO !
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